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Oi, pessoal

 

Ontem fui para Paranapiacaba. Como fui fazer trilha, não levei minha máquina fotográfica (mais peso na mochila é o que eu menos precisava), mas a equipe tinha uma point-and-shoot disponível. As fotos eu fico devendo (e todo mundo sabe que eu sempre acabo colocando as fotos online...), mas a narração do passeio vai seguir. As informações relevantes estão no meio da história. Postei esse mesmo texto no meu blog (o endereço está na minha assinatura), mas achei que fosse interessar pro pessoal do fórum.

 

Cap. 1 - Introdução: como chegar em Paranapiacaba

 

 

A história desse passeio começou no sábado, quando meu amigo Smurf me ligou e perguntou: "ei, vamos para Paranapiacaba fazer trilha?". Claro que eu respondi: "achei legal, mas quanto isso vai custar?". O Smurf me respondeu na hora: "não sei. A gente chega lá e vê". "Então eu estou dentro!".

 

Resultado: ontem às quatro da manhã levantei e comecei uma mega-romaria até Paranapiacaba. Peguei um ônibus daqui de Campinas até o terminal Tietê, em São Paulo. De lá, um bilhete de metrô me levou até a Estação Luz (na linha azul mesmo...), onde eu fiz gratuitamente a transferência para a CPTM, tomando a linha 10 com destino a Rio Grande da Serra. A linha 10 parece ser um nome novo, porque em alguns lugares ainda está indicada como linha D - o que vale mesmo é que você tem que pegar o trem na Luz até Rio Grande da Serra. Chegando lá, esperei o resto da equipe (que saiu de Santo André e chegou no trem seguinte. Ao todo éramos eu, Smurf, Sabrina e Lucas) e comi uma coxinha numa lanchonete qualquer. Aproveitei para perguntar onde se tomava o ônibus para Paranapiacaba, afinal, se quem tem boca vai a Roma, que dirá de Paranapiacaba...

 

O ônibus deixou a gente ao lado do cemitério de Paranapiacaba, na parte alta da vila, em frente a um mapa que não teve a dignidade de incluir uma indicação do tipo "você está aqui". Um cara, até então desconhecido, nos abordou. Disse que se chamava Ulisses, e que, nas segundas-feiras, estava tudo fechado na cidade, mas que ele podia nos levar até o Poço Formoso, uma caminhada de mais ou menos uma hora que chegava num poço com uma cachoeira. Disse que seu preço era de 10 reais por pessoa. Após uma breve reunião de grupo, decidimos aceitar a proposta do Ulisses e descer até o poço.

 

Cap. 2 - A Liga Universal dos Santos em Ajuda aos que Caminham Morro Abaixo

 

A trilha para o Poço Formoso começa na entrada da cidade anterior ao cemitério. Fui conversando com o Ulisses, que acabou contando um monte de coisas interessantes sobre Paranapiacaba. A primeira coisa é que a floresta que a gente estava, pelo menos naquela região, é mata secundária: tudo já tinha sido devastado durante a construção da ferrovia e das linhas de eletricidade. E também falou sobre os guias da cidade.

 

Guias em Paranapiacaba

 

Em Paranapiacaba existem guias locais e monitores ambientais (e eu dou um doce pra quem adivinhar qual desses grupos é ligado à prefeitura!). Na verdade, ele mesmo estava tentando fazer o curso pra virar monitos ambiental, que é mais tranquilo para trabalhar, mas enquanto não conseguia, guiava as pessoas assim mesmo, embora tivesse algumas restrições - por exemplo, aos fins de semana, a preferência é sempre dos monitores ambientais frente aos guias locais. Acontece que a prefeitura também colocou uma placa avisando pra ninguém confiar em guias não-credenciados (ou seja, os guias locais), e o Ulisses fez uma observação interessante: o pessoal da prefeitura tende a acelerar os passeios, para tentar levar mais grupos no mesmo dia, enquanto ele estava lá para passar o dia fora guiando a gente (ou seja, a gente é que tava mandando no tempo). No meio dessa briga de quem está certo ou não, quem sai perdendo é o turista.

 

Assaltos nas trilhas

 

No meio da conversa, eu perguntei sobre os assaltos que teriam acontecido em trilhas. O Ulisses explicou que tem algumas trilhas que ficam próximos à Anchieta/Imigrantes, e, bem, quem faz trilha sempre leva máquina fotográfica, dinheiro, tênis, etc., e esse tipo de coisa é visada. O número de assaltos diminuiu bastante nos últimos tempos, porque a prefeitura não deu condições para a subsistência de quem não queria trabalhar, então de uns tempos pra cá a situação melhorou bastante. Mesmo assim, há um vilarejo nas proximidades que acabou sendo ocupado por pessoas de má índole: os assaltos que a gente ouviu falar foram feitos por pessoas que moram lá. Na época de fim de ano, o Ulisses mesmo não recomendou fazer algumas trilhas, como a da Cachoeira da Fumaça. A trilha do Poço Formoso, em que a gente estava, é bem policiada (para uma trilha!), tem até uma casinha de guarda florestal no começo (não dá pra ver a casa da trilha, mas ela está lá).

 

Cuide bem da natureza!

 

Enquanto a gente caminhava, o Ulisses parou algumas vezes pra pegar lixo que alguns visitantes sem noção tinham deixado, inclusive cacos de vidro. Pessoal, tragam de volta o lixo que vocês produzirem! Não custa nada e ainda deixa o ambiente limpo. Outra coisa que ele comentou foi que tem uns caras meio sem noção que descem na cachoeira para encher a cara, fazer barulho, etc. Na natureza, você é um visitante: não falte com respeito às plantas e animais. Não saia da cidade grande para se enfiar no meio do mato para encher o saco!

 

Cap. 3 - O Poço Formoso e os incríveis poderes de secagem rápida do tac-tel

 

Depois de muita caminhada, chegamos. O poço era realmente muito bonito. Uma pequena cachoeira forma a piscina natural. A água, como era de se esperar, é gelada, mas nada como um banho de água fria depois de uma caminhada!!! E lá fui eu. Na água, tinham uns girinos gigantes: girinos de sapo cururu. Fazia sentido, afinal estávamos em um rio e a água estava super fria. Na beira do rio, vários sapos ferreiros (aquele cujo canto parece um martelo batendo numa bigorna), que não deixam a gente chegar perto de jeito nenhum.

Pulei na água com minha calça de tac-tel. Quando saí, levou quase 5min até que eu estivesse completamente seco. Nada mal, não é?

 

Cap. 4 - A vila de Paranapiacaba?

 

Perguntei pro Ulisses se tem banco na vila, e ele disse: "não, só tem Nossa Caixa". Ironias à parte quanto a esse banco que parece brincadeira, saímos para caminhar.

Naquele dia, fez uma neblina absurda na vila. É o clima normal de lá. Aliás, a neblina lembrava aqueles jogos de terror tipo Silent Hill. Fomos no cemitério tirar fotos (e eu me senti num clip do Evanescence...), depois caminhamos pela cidade. É uma vila bem bonita, mas às segundas tudo fecha por lá. Algumas pessoas pareciam não gostar da nossa presença... não saquei porque. Fomos atrás do restaurante Castelinho, recomendado pelo Ulisses, mas estava fechado, então fomos ao Bar da Zilda, ao lado da estação. Não recomendo. Aliás, recomendo que você leve seu almoço só para não comer lá. A comida é muito ruim para o preço que eles cobram, além do atendimento ser péssimo. Pedi um x-salada e veio sem alface nem tomate (ou seja, um x-burguer!), e eu ainda tive que discutir um pouco pra que eles cobrassem um x-burguer e não um x-salada. A cerveja era bem cara (4 reais na garrafa de Bohemia!!!), e a batata frita veio tão oleosa que às vezes grudava uma na outra. Apesar disso, eles aceitavam cartão de débito, e isso foi uma coisa muito boa.

 

Cap. 5 - Voltando prá casa

 

Nossa meu...

De volta pra casa: ônibus, trem, metrô, ônibus... sorte que eu arrumei uma carona da rodoviária pra casa, senão ia demorar pra sempre! Quando eu voltar, vai ser de carro. E agora já sei o caminho até o Poço Formoso. O passeio valeu. Muito.

O que mais valeu foi visitar um lugar que eu não conhecia com o coração aberto, pronto para descobrir o que aconteceria.

 

As fotos não estão comigo... mas assim que as tiver, vou colocar online!

Até mais, pessoal!

Continuem preservando a natureza!

Tiago

  • Amei! 1
  • 9 meses depois...
  • 2 semanas depois...
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Postado
Cara, onde exatamente começa essa trilha? Essa entrada que vc diz é a estrada de terra que leva a parte baixa?

 

Começa bem do lado do cemitério... acho que não tem erro, tem até placa :-)

  • 1 ano depois...
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Postado (editado)
tiagoft disse:
Raulz!to disse:
Cara, onde exatamente começa essa trilha? Essa entrada que vc diz é a estrada de terra que leva a parte baixa?

 

Começa bem do lado do cemitério... acho que não tem erro, tem até placa :-)

 

Fala pessoal, boa noite!

 

Fui no poço do formoso hoje, e a aventura foi muito boa.

Pegamos a trilha que se inicia do lado direito do cemitério e desce sentido Cubatão, logo no início da entrada da trilha no lado direito a entrada existe um mirante com vista para Cubatão. Enfim, após começarmos a descer até o formoso tivemos que nos atentar aos barrancos e bifurcações. Lembro-me de cruzar três bifurcações que dividia a trilha em duas, na primeira bifurcação o correto é manter-se na trilha principal ''reto'', depois de mais uns 20 minutos caminhando surgirá outra bifurcação, deve-se contornar para a esquerda fazendo um "U" e ignorar a trilha que vai reto, a última bifurcação aparece próxima a uma rede elétrica "torre", a trilha que vai reto é muito extensa e eu não sei aonde leva (pretendo ver aonde vai dar aquilo qualquer hora haha), mais voltando ao assunto, nesta bifurcação deve-se seguir a trilha que passa por baixo da torre de alta tensão e segue mata abaixo, logo após 15 minutos de caminhada rápida vc estará no formoso, aproveite para tirar fotos e divirta-se!

 

Cuidado ao descer nas cascatas, pois são muito escorregadias ::tchann:: e o bom mesmo e atolar o pé na água, uma verdadeira delicia HAHA!!! ::hahaha::

 

Observação: Não é necessário guias, a trilha é muito fácil e o pessoal lá adora "morder" uma grana dos turistas, não seja enganado!

 

 

Editado por Jeff Filho
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Tiago, Jefferson e Kássio!

Tanto no penúltimo findi do festival e no findi seguinte ao término do evento, a entrada estava livre. Sem vans, sem placas, sem impedimentos. E dá-lhe fog. rs

Foram minhas últimas visitas.

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