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Pantufando na Patagonia ( 23 dias -TDP, Calafate, Chalten, Ushuaia, B. Aires) - Nov-Dez/11


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[t3]Caminhadas Patagonica para Pantufas Dispostas...ou não...[/t3]

 

Quando nasceu a ideia dessa viagem, a concepção era fazer dela 80% trekkings e 20% de pantufagens... Sabia que nao tinha condicionamento pra tudo o que queria, mas tinha o ano todo pra correr atras... Ou não... eu acabei me tornando ainda mais Pantufa do que já era ... ou seja, ao inves de melhorar meu condicionamento, eu fui gradativamente piorando... não tinha o preparo físico pra fazer metade daquilo que me propus e num dado momento, já quase desistindo, me perguntei se tinha o preparo psicologico pro que me propunha: viajar pela primeira vez pra fora do pais, sozinha e armada só do meu portunhol, que é digno de nota (de nota zero, claro...)

 

Porém, eu posso até ser Pantufa, mas sou determinada (ou sera melhor dizer TEIMOSA? rs) Enfiei na cabeça que eu ia, se arranjasse companhia, ótimo, se nao arranjasse , ia dar um jeito de ser bom tambem. E que o que eu não conseguisse curtir com minha bota de caminhada, curtiria de pantufa mesmo, cercada de conforto.

 

No fim das contas, entre vários "Ah, legal, entao vou com voce" (em junho)... "Olha, desculpa, nao vai mais dar pra eu ir" (em Outubro)... "Oi , ja tô aqui em Santiago, onde a gente se encontra em Puerto Natales ? " (dias antes de sair daqui) do Yuri ( o Sandman, aqui do Mochileiros) rs , acabei encontrando gratíssimas companhias (alem dele) , consegui fazer praticamente todas as caminhadas que me propus, acabei indo ate onde não havia me programado para ir, me virei sozinha melhor do que achei que poderia, me vi no meio de uma confusão com a Aerolineas e sem conseguir fazer com que me entendessem, e tudo isso sem precisar ir chorar na sarjeta \o/\o/\o/

 

Foram 23 dias entre partida e chegada. E historias demais pra contar. Bom, ser sucinta em relatos nunca foi meu forte... juro que vou tentar não fazer o maior relato da historia do Mochileiros.com kkkk

 

[t3]Roteiro[/t3]

 

19/11 - SP x Calafate

20/11 - Calafate x Puerto Natales

21 a 25/11 - Trekking W em Torres del Paine - ou o que deu pra fazer dele rs

26/11 - a toa em Calafate

27/11 - Calafate - Perito Moreno

28/11 - El Chalten - Loma del Pliegue Tumbado

29/11 a 02/12 - Trekking - Chalten x Poincenot x Piedra del Fraille x Poincenot x De Agostini x Chalten

03/12 - El Chalten - Chorrilo del Salto

04/12 - El Chalten em pura pantufagem

05/12 - Chalten x Ushuaia

06/12 - Ushuaia - Museu do Presídio e mais pantufagem

07/12- Ushuaia - Navegacao do Canal Beagle (Isla H) + Cerro Martial

08/12 - Ushuaia - Parque Nacional Tierra del Fuego

09/12 - Ushuaia x Buenos Aires

10/12 - Buenos aires - Zoo de Lujan

11/12 - Buenos Aires x São Paulo

 

Nota: Tinha comprado as passagens aéreas SP x Calafate x Buenos Aires x SP. Como o Yuri já estava rodando pelo Chile, ficou mais facil nos encontrarmos em Puerto Natales.

 

E acabei trocando o trecho aereo Calafate x Buenos Aires pra sair lá de Ushuaia (que nao estava no planejamento inicial da viagem). Os outros trajetos todos foram feitos de ônibus.

 

[t3]Precauções de Mochileiro de Primeira Viagem[/t3]

 

Era a primeira vez que eu ia viajar para fora do pais, então, tentando me livrar de situacoes que podiam complicar a minha vida, tomei algumas escolhas. E foram escolhas acertadas.

 

1. Escolhi os horarios de voo mais convenientes. Tempo é dinheiro. Fato. Pegar uma passagem aerea mais barata pra chegar de madrugada em um aeroporto, ter que esperar mais de 4 horas pra fazer conexão ou chegar de madrugada e nao ter opcao a nao ser a possivel idoniedade de um taxista não me parece ser um baita custo x beneficio. Entao, meus horarios de chegada nas cidades sempre eram antes das 20h e sempre chegando e partindo do Aeroparqe, em Buenos Aires. Na boa, a diferença no valor da passagem nao foi algo significativo.

 

2. Fiz o minimo de reservas de hospedagem com antecedencia Sair daqui com tudo reservado é mais seguro, né? E mais preso! Se tivesse feito isso, nao poderia ter mudado o roteiro no meio do processo - o plano original era ir pra Calafate - Chalten e fechar a trip com Torres del Paine. Alem disso, nao teria como escapar se chegasse num lugar e pegasse mal tempo. Sabia que estava viajando ainda em inicio de temporada, na maioria das cidades é fácil achar hostels e pra essas coisas existe o Hostelworld, na vespera de ir A unica reserva que fiz foi a do hostel em Buenos Aires porque la seria mais complicado (e caro) tentar de hostel em hostel rs

 

[t3]Dinheiro[/t3]

 

De passagem, foram R$ 1100,00. Porém, tive um problema com a Aerolineas, e esse custo da passagem subiu absurdamente.

 

Uma semana antes de viajar, eu consegui a proeza de perder meu cartão Crédito / Débito internacional. ::lol3::

Como não ia dar tempo de chegar outro, acabei levando um Visa Travel Money com US$900 e AR$500 em dinheiro, que dariam tranquilamente se eu não tivesse esticado até Ushuaia. No Chile, gastei mais ou menos CLP$110.000,00 entre as entradas do parque, campamentos e compras das coisas que precisava levar (lembrando que estavamos em 3 pessoas, logo o custo de alimentação despenca). Como queria fazer passeios mais caros para o padrão da viagem em Ushuaia, fiz outra recarga de US$250 que era pra não passar vontade (fiquei em Buenos Aires "like a boss"...)

 

[t3]O que levei[/t3]

 

Comprei quase tudo o que faltava aqui no Brasil, tanto equipo de camping quanto o que nao tinha de roupas, já que nao ia passar por um lugar que valesse a pena. Alem disso, pra comprar tudo lá teria que começar a viagem por Buenos Aires e "perder" dois dias de trip esperando pela segunda pra poder comprar as coisas... (bom, agora vejo que não teria "perdido" nada.. mas nao era esse o foco da viagem rs)

 

A barraca (nova) veio pelo Mercado Livre, paguei uns R$50 a mais que o preço que pagaria em Santiago (negocio de oportunidade ::otemo:: ). Saco de dormir, idem... fiz um rolo com um amigo que tinha um semi-novo e queria trocar, porque pegou o saco feminino por engano.

 

Barraca Marmot Earlylight

Saco de Dormir Marmot Tresless 15 W ( 0°C, conforto -9°C (para meninos, -15°C ::mmm: ) , extremo -32°C)

Isolante Quechua A200 light

Almofada inflavel (pra usar como travesseiro)

 

Mochila Montblanc Fem 65+15L

Mochila Forclaz 22L Quechua

Mochilinha tipo Daypack ultraleve da Sea to Summit (vai saber rs)

Bolsa/pochete pequena onde ficava documentos, dinheiro, chaves de casa, tudo...

1 sacola daquelas "sustentáveis" que se vende em mercados (na minha epoca o nome disso era "sacola de feira" - vai por mim, foi util rs)

 

Fogareiro e conjunto de cozinha pra 2 (que no fim das contas, foi usado pra tres ::lol4:: )

Luva de borracha ( ooow isso dá uma ajuda na hora de lavar louça naquela agua gelaaaada rs)

Varias sacolinhas, sacolas grandes e sacos de lixo (porque o folgado do Yuri esqueceu de levar e me pediu pra levar pra ele tambem rs)

Kit de costura

 

Roupas

 

1 Anorak (da Decathlon)

1 Softshell (um polar 200 resistente a agua) da Triboard (Decathlon)

1 Fleece 200 da Solo, com ziper na frente

1 fleece 50 fechado, da Quechua (Decathlon... era o medo do frio...praticamente nem usei)

2 Calças Underwear Quechua

1 camiseta Underwear Quechua

2 Calças leggin em lycra

3 camisetas dry-fit

3 camisetas/ regatas em algodao (Roupas de civil, oras bolas rs)

3 pares de meias de trekking mais grossas (dois da Solo, uma da Quechua - Forclaz 400)

3 pares de meias Forclaz 100 Solo (mais finas, uso geral)

2 pares de meias sociais, que usei como linner (e que nao fizeram diferença alguma * explico o porque depois )

par de luvas em fleece

par de havaianas

Papete

Gorro de polar

um lenço de cabelo (multiuso!)

Cachecol (inutil, no meu caso)

toalha de rosto (que serviu pra tudo e ate que secava relativamente facil)

 

Me arrependo de ter levado...

Preocupada com o frio, eu levei um fleece 50, outra touca e um cachecol. Dei sorte, todos os dias foram bastante agradáveis e mesmo nas noites mais geladas acampada, nao era absurdo... Sei lá, poderia ter passado sem eles mesmo se estivesse mais frio...

 

 

Me arrependo de não ter levado...

Eu nao queria levar coisas demais - e ja estava levando coisas demais!!!! Nessa brincadeira, eu praticamente esqueci que a trip terminaria no calor de Buenos Aires, que seria hora de parecer gente de novo ou que podia sair a noite por lá... então esqueci de levar o que chamaria de "roupa de civil" kkk : uma bermuda, shorts, saia e uma sapatilha que seja...

 

[t3]Fotos[/t3]

W Manco em Torres de Paine = https://picasaweb.google.com/negrabela/WMancoEmTorrresDelPaine?authuser=0&feat=directlink

Perito Moreno = https://picasaweb.google.com/negrabela/PeritoMoreno?authuser=0&feat=directlink

Algumas fotos de El Calafate = https://picasaweb.google.com/lh/photo/ZNm71ariZyr-7rRo5H628tMTjNZETYmyPJy0liipFm0?feat=directlink

El Chalten = https://picasaweb.google.com/negrabela/ElChalten?authuser=0&feat=directlink

Zoo de Lujan = https://picasaweb.google.com/negrabela/ZooDeLujan?authuser=0&feat=directlink

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[t3]Dia 1- SP x Buenos Aires x (Ushuaia) x Calafate[/t3]

 

Siiiiim... eu tava com o friozinho na barriga relacionado com a "primeira vez"... Eu me dei conta do "Não estamos mais no Kansas, Totó" quando entrei no avião e a comissaria da Aerolineas me recebeu com um "Buenos Dias". Voo pro Aeroparque, saiu no horario, tranquilo. Chegou em Buenos Aires 9h50... Epa.... AI MEU DEUS!!!! Minha conexao é as 10h15!!! Num vai dar tempo!!!! AAAARGH!!!! Levou uns minutos até a tonta aqui lembrar do horario de verão, lá nao tem, era 1h a menos. ::putz::

 

Outro Check-in, um atraso de 1h30 pra embarcar no proximo voo, uma escala em Ushuaia e oito horas depois, eu desembarcava em Calafate. Lá mesmo, comprei o bilhete do Remis da Ves Patagonia (AR$ 33,00) pra me levar ate o centro da cidade. Sai daqui com uma unica reserva: a do Hostel em Buenos Aires. O resto ia ser onde desse rs Tinha o endereço de quatro hostels anotados, entao falei pro motorista da Ves me deixar no mais barato (kkk) , se nao rolasse, ia a pé ate o outro. Foi assim que eu cheguei no hostel Los Pioneiros, que achei otimo (AR$ 50,00 , quarto compartilhado misto, bons banheiross, com café da manha simples, mas bom, incluso. Pra quem tem carteirinha de alberguista, AR$ 42)

 

Foi só o tempo de deixar as coisas no quarto e ir pra rodoviária: tinha combinado com o Yuri de encontrá-lo no dia seguinte em Puerto Natales. Quando sai daqui, achava que era so a Turismo Zaahj que fazia esse trajeto. Erro (ou falta de informacao) minha: tem tambem a Turismo Cootra, com dois horários todo dia, 08h30 e 16h. Só tinha passagem pela Cootra, pras 16h ( AR$100,00), o que nao era problema, pois o Yuri havia me dito que o onibus dele chegaria tarde tambem.

 

Na volta, passei no mercado, comprei coisa pra lanchar no dia seguinte EEEEE descobri que nenhum dos mercados lá dão sacolas plasticas. Uma lei municipal baniu as sacolinhas. Legal, consciencia ambiental, sustentabilidade, meio ambiente... o problema é que eu tinha comprado as coisas no mercado ao lado da rodoviaria, eles nao tinham nem caixas, nada e o que eu havia comprado nao dava pra levar facilmente na mão (estava so com uma pochete...) ::lol4:: Choraminguei com a moça do caixa ate ela me arranjar um daqueles saquinhos de legumes pelo menos, onde coube parte das coisas e voltei pro Hostel brincando de equilibrista... ::lol4:: Foi o tempo de tomar um banho, comer alguma coisa e desabar, com uma senhora dor de cabeça por ter passado o dia inteiro sem comer - o lanchinho de bordo da aerolineas era bem ...Gol kkk

 

[t3]Dia 2 - Calafate x Puerto Natales[/t3]

 

O check-out do hostel era as 10h00... E eu "ressuscitei" as 9h50! Ja tinha perdido o café da manha e ja tava atrasada pra arrumar as coisas e liberar o quarto. Taquei tudo na mochila e sai o mais rapido possivel. Deixei a cargueira guardada lá (todos os hostels oferecem depositos de bagagem) e sai so com a mochila pequena, agora tinha que "inventar" o que fazer em Calafate ate dar 16h (porque não tem nada, NADA, na cidade). Precisava tambem ligar pra casa , pra avisar que cheguei bem. Foi assim que fui começando a descobrir o quanto Calafate é "pega-turista"...

 

[li=DICA]Os telefones publicos so funcionam com Moedas ou cartão telefonico. Para fazer ligações de um modo pós-pago, tem pelo menos tres Locutórios/Lan Houses onde se pode ligar. Ignore as duas Lan-House/Locutorios que ficam bem no centrinho, perto da ponte na av. Libertador San Martin. Elas cobram AR$4,40 o minuto para DDI, o que é um roubo descarado, mas tem quem pague por desinformação. Para fazer ligação pagando o preço justo, no final da Av. Libertador San Martin - uma quadra depois de um "parquinho" da Intendencia do Parque de Los Glaciares - voce encontra um posto da Cotecal (Coop. Telefonica de Calafate). Custo: AR$ 0,86/min. Pra fixo e pra celular tambem![/li]

 

Liguei pra casa, usei a internert (AR$12,00/hora), continuei perambulando, voltei pro Hostel pra pegar a mochila e fui pra Rodoviária. Chegando lá, ja tinha uma galera esperando o onibus chegar. Um cara que tava por perto do nada, me perguntou:

- Excuse me. Are you brazilian?

- Yes, I do. - pensando se tinha uma placa na minha testa kkk. Ai ele mandou na sequencia, em portugues:

- Você num é daquele Mochileiros.com?

- Soooooou!!! ::lol4::

 

Me senti até famosa kkkk! Tinha encontrado com o RicardoEs, o "Carioca de Vitória". Ele me reconheceu pela foto do avatar. Tinha chegado de Ushuaia um dia antes, e tava indo, sozinho e ainda meio perdido, pra Torres del Paine. Ainda ia alugar equipamento e era o seu primeiro trekking... Na mesma hora convidei pra fazer as trilhas junto comigo e o Yuri (ok, confesso, eu tava com medo de não conseguir encontrar o Yuri kkk entao desculpe confessar , querido Ricardo: voce foi um estepe durante algumas horas kkkk )

 

Chegamos em Puerto Natales mais de 22h ( gastamos muito tempo na aduana no Chile) e com um grande problema: como achar o Yuri... Como não estavamos nenhum dos dois viajando com reservas feitas, combinamos de se encontrar na Rodoviaria. Sabia que ele havia pegado um bus de Puerto Mont ate Punta Arenas e de lá, o plano era pegar qualquer onibus por volta das 19h pra Puerto Natales, chegando mais ou menos as 22h por lá....Só que eu não sabia de um detalhe: Puerto Natales nao tem rodoviária!!! ::lol4:: Cada empresa para em frente a sua oficina e tem umas quatro empresas diferentes que fazem o trajeto P. Arenas x P. Natales ... Enquanto pensava, em frente ao escritorio da Cootra, como ia fazer pra achar o cidadão, o mesmo me aparece lá do nada! rs Ele tinha chegado muito mais cedo que o previsto, e como so tem duas empresas que fazem o transporte pra Calafate, foi só confirmar os horarios de chegada e se revesar entre uma e outra kkk

 

Na frente da parada de onibus, tinha (como sempre) varias pessoas oferecendo vagas em hostel. Uma delas oferecia vaga no hostel Danicar, hospedagem tipo familiar, bem simples. Café da manha basico incluso (pao, biscoitos, manteiga, geleia, café, leite, chá) , calefação e 1 micro com internet disponíveis. Por 6000clp, o que tava otimo!

 

Deixamos as coisas lá e fomos atrás de um banco (achamos um Santander lá perto) para fazer saque, porque tanto eu quanto o Ricardo só tinhamos pesos argentinos ou reais. De la, fomos procurar algum lugar pra comer, e acabamos mandando uma pizza com choop Austral (não curtimos muito a Austral não...rs) na Cafeteria Central.

 

[t3]Dia 3 - Puerto Natales e Inicio do Trekking em Torres del Paine - Laguna Amarga x Chileno[/t3]

 

Eu, em algum momento do plano dessa viagem, tinha enfiado na cabeça que faria o circuito completo em Torres del Paine. Sabia que seria levemente extenuante nessa minha condicao física, mas tentaria... sozinha eu nao conseguiria, entao tinha até convencido o Yuri a fazermos o circuito O, mas começando pela parte do W para avaliarmos nossa capacidade de fazer isso.

 

Usamos a manha pra comprar comidas pros próximos dias e as coisas que faltavam , o Yuri precisava de uma luva, eu tinha perdido meu óculos de sol e precisava de outro e o Ricardo tinha que alugar Isolante e saco de dormir (barraca ele ia dividir com o Yuri).

 

Eu tentei explicar isso ao Yuri mas ele nao me deu muita atencao na hora: só tem 2 empresas de onibus que fazem o transporte regular pra Torres del Paine: Buses Pacheco e Buses Gomez. As duas tem o mesmo preço - 15.000clp ida e volta - e saem nos mesmos horários - 7h30 (salvo engano) e 14h30 (nao lembro se tinha outro horario depois desse... depois olho direito e corrijo)

 

Não importa onde voce vai comprar as passagens, vai ser o mesmo preço, serão os mesmos horários e serão as mesmas empresas. Então, nao faça como a gente, que ficou rodando a cidade passando por todas as empresas, já que o Yuri ficou teimando que tinha que ter outra empresa que teria um horario diferente que saisse mais cedo e que tinha que sair mais barato a passagem na oficina do que comprar direto no hostel... (detalhe, a oficina da Buses Gomez é no Hostel Danicar, o onibus sai de lá... ) Isso é perda de tempo, e por conta do "escolhe aqui, escolhe lá" não deu tempo de almoçarmos antes de embarcar no ônibus das 14h30.

 

Minha sacolona sustentavel serviu para deixar para tras todo o peso desnecessario na trilha. Tudo o que nao usamos ficou guardado no hostel, todos eles tem deposito para bagagens.

 

O dia em Puerto Natales estava nublado, mas a caminho de Torres del Paine, o tempo abriu completamente. Chegamos ao parque com uma vista de cartao postal: ceu azul, nenhuma nuvem, e as torres lá, imponentes. Diante disso, e somado ao fato do horario que chegamos na Portaria Laguna Amarga (por volta das 16h30) , resolvemos começar por ali mesmo. Pagamos a taxa dos parque ( 15.000clp) e esperamos o micro-onibus que faz o transfer entre a portaria e a Hostelaria Las Torres (2500clp) para de lá, já seguir pro Campamento Chileno.

 

Começamos a caminhar as 17h30, subindo devagar (quer dizer, eu subindo devagar), chegamos no Chileno em três horas. Passamos por uma dupla de coreanos exaustos na subida, depois nos contaram que estavam fazendo o W em três dias - sairam do Italiano, subiram o Vale do Frances e foram dormir lá no Chileno pra fazer o ataque as Torres no nascer do sol. Alias, entender esse coreano era um exercicio de paciencia, porque vá falar ingles ruim lá na Coreia, viu? ::mmm:

 

Eu tentando aproveitar que nao tinha vento nenhum pra ensinar o Yuri a montar e esticar direito a barraca - o sobreteto da Marmot Earlyligh é meio chatinho de acertar o lado certo, uma ponta é maior que a outra - mas eles montaram a pobre toda torta mesmo ::lol4::.Pagamos a diaria do acampamento (5000clp) e fizemos o rango. Entrei num acordo com os meninos: eu cozinho, voces lavam a louça! ::otemo:: Entao rolou uma macarronada com salsicha bacana - pena que o Ricardo conseguiu derrubar a panela na hora de comer a parte dele ::lol4:: tadinho, comeu menos kkkk

 

[t3]Dia 4 - 2º dia em Torres del Paine - Chileno x Mirador Torres x Chileno[/t3]

Dia seguinte, aquele ceu azul já era. Estava ventando quase nada, as torres estavam encobertas. Eu sou meio preguiçosa pra levantar, mas nesses primeiros dias tinha um concorrente de peso: tirar o Yuri do saco de dormir era impossivel. Já o Ricardo era a criatura elétrica, botava pilha até a vencer as resistencias do dois preguiçosos rs Até saimos pro ataque das torres, já eram quase 11h, mas o tempo tava abrindo um pouco... Levamos 1h ate o Campamento Torres, e dali pra frente, como a subida aperta - e tinha gente pra caramba, falei pros meninos, com um ritmo melhor pra irem na frente. Mais 1h40 e eu cheguei no fim da trilha. Só o cume das torres estava encoberto, o restante estava todo visível até o fundo do vale do rio Ascencio - e caramba, fotos nao traduzem o que é aquilo lá. ::hahaha::

 

Ficamos por cerca de 1h30 lá em cima, vendo um grupo enorme de chilenos que tinham subido juntos até lá e estavam comemorando - rolou ate um cara com um trompete tocando um pedaço do que acho que deve ser o hino do Chile e fazendo uma divertida arruaça. Ao descer, o que era um nublado começou a tomar ares de chuva mesmo, descemos no rastro da garoa e do frio, que foi aumentando. Do Chileno até o Italiano, tinhamos 10km pela frente, que muito provalvelmente ia ser feito embaixo de chuva, e ainda nao tinhamos comido nada. Resolvemos então ficar por ali mesmo naquela noite, os meninos foram tomar banho enquanto rolava outra macarronada poderosa - e dessa vez, o Ricardo recebeu o prato dele em maos, dentro da barraca kkkk Antes das cinco, o Ricardo já tinha apagado na barraca, enquanto eu e o Yuri fomos bater um papo regado a vinho lá no quentinho do Refugio (cobiçando avidamente os pães de queijo que estavam sendo servidoscom o jantar da galera que tava lá ::hahaha:: )

 

[t3]Dia 5 - 3º dia em Torres del Paine - Chileno x Italiano[/t3]

 

Choveu a madrugada toda, e pela manha o tempo estava encoberto, mas sem chuva. Os meninos montaram a barraca tão mal que conseguiram a proeza de fazer entrar agua numa Marmot kkkk , molhou um pouco os pés do saco de dormir do Ricardo. Tomamos café, arrumamos as coisas e tocamos pro Campamento Italiano pelo atalho. O tempo continuava encoberto, mesmo assim foi o trecho de trilha que a gente mais curtiu, por causa do visual . Pro lado da encosta das montanhas, nao dava pra ver nada, muito timidamente, vimos um dos Cuernos numa brechinha das nuvens... mas e daí, o visual oposto era estupidificante, com o lago Nordenskjolj (ou "Lago de nome impronunciavel" como prefiro chamar), as encostas e os picos nevados la no fundo.

 

No meio do caminho, pegamos um pouco de chuva com um pouco de granizo (pequeno, mas granizo)... num adiantava, a chuva estava vindo ao nosso encontro mesmo. Levamos ao todo 6h até o Chileno (mas ai no meio teve varias paradas). Paramos no Los Cuernos por cerca de meia hora, pra fazermos um lanche, com o Yuri pondo pilha "Vamos fazer o "O", vamos fazer o "O", mas tava reclamando do ombro doendo tambem rs Aproveitamos pra comprar pão pro dia seguinte e mais um litro de vinho, e seguimos em frente.

 

No trecho Cuernos x Italiano, a trilha segue plana econtornando o lago, para depois pegar uma senhoooooora duma subiiiiiida ingreme ( é um dos motivos pelos quais defendem fazer o sentido Paine Grande x Las Torres ao invés do que fazimos... o joelho vai sofrer pra descer, mas aquela subida carregado é pra matar com o peão...). Ali foi pra liquidar comigo - e com os meninos tambem, que nunca tinham caminhado tanto tempo com mochila nas costas, estavamos bem cansados.

 

Levamos cerca de 2h pra chegar ao Italiano, onde fomos recebidos pelo simpatico guarda-parques. Quando comentamos que estavamos avaliando fazer o circuito completo naquele sentido, ele alertou que tinhamos ai uma grande dificuldade pela frente - a subida ate o passo Jonh Gardner ia ser pior, porque o desnivel é maior e mais ingreme do que vindo pelo sentido anti-horario. Isso ja me deu a aceitacao das minhas limitações. A quem eu queria enganar que conseguiria fazer o lance incluindo o trecho mais dificil da trilha em modo hard, se só a subidnha anterior ja tinha me destruído? ::lol4::

 

Preparei o jantar (arroz com atum e molho de tomate), e com chocolate de sobremesa. Sem coragem de ir lavar a louça na agua fria do rio, colocamos tudo em sacolas e amarramos na arvore. Muita gente fala que o Italiano tem problemas com ratos, mas nao vimos nenhum - lembrando que nessa epoca, era "inicio" de temporada, tinha relativamente pouca gente... janeiro/fevereiro deve ter no minimo o dobro de pessoas ali.. mais gente = mais lixo = maior possibilidade de ratos. Alias, foi o banheiro mais limpo que usei em todo o circuito - o do Chileno, tava imundo... Ficamos batendo papo regado a vinho ate o frio apertar e o soninho bater...

 

[t3]Dia 6 - 4º dia em Torres del Paine - Italiano x Paine Grande[/t3]

 

O Ricardo (garoto-elétrico) já estava no "Vamos lá, o ceu ta aberto, vamos subir o vale do frances!" as oito da manha... só pra ser sumariamente ignorado pelos outros dois por mais de uma hora rs ...Eu acordei dolorida, com cólica, com mal-humor... Tudo que eu precisava naquela manha era de buscopan e ficar encolhidinha, embalada nos carinhosos braços da mãe de todas as preguiças hehehe...

 

"Mas Cris, e o Valle do Frances?"

Baaah, ele nao vai sair de lá! kkk Não tenho vergonha nenhuma em dizer: pantufei!. Não subi o Vale do Frances , alias, nem sai do saco de dormir ::lol4:: O Yuri tambem nao tinha dormido direto, tava xingandoa inabalável animação do Ricardo, mas acabou subindo com ele... mas o tempo no vale tava totalmente fechado, passaram um perrenguinho, vento , frio, nevasca... e visual nenhum rs (fez até com que me sentisse melhor em ter dito "eu passo" pra esse trecho da trilha rs)

 

Quando eles voltaram, mereciam uma boa refeiçao...mas tadinhos, errei completamente a mao: o resultado um arroz com salsicha que ficou absurdamente duro e intragável ::mmm: Mesmo assim, o Yuri repetiu umas tres vezes, e quando perguntei porque, ele explicou que era melhor comer, ja que ia ter que carregar aquilo de qualquer jeito ::lol4::::lol4:: ( do Italiano, deve-se levar todo o lixo produzido).

 

Arrumamos as coisas e seguimos pro campamento do Refugio Paine Grande, com um pouco de garoa no caminho e com o famoso vento patagônico nos dizendo pela primeira vez "Holaaaa!". O trecho é curto, foram cerca de 2h até chegar ao Paine Grande, chegamos lá já eram quase 21h (ainda claro) e demos de cara com a previsão pros próximos dias : chuva com vento, mais chuva com ventos mais fortes, e maaais chuva com ventos ainda mais fortes.

 

Montar a barraca no Paine Grande ja foi uma epopeia, cada vez que eu pensava "agora vai", batia uma rajada e eu tinha que começar de novo kkk so deu certo quando o Ricardo veio me ajudar. Nessa brincadeira ai, nao consegui tomar banho no Paine: eram 21h45 e a porta do chuveiro feminino estava até trancada. Então, fique a dica :O chuveiro do campign do Paine Grande só tem agua quente, só até as 22h...O Ricardo ainda conseguiu tomar banho, mas o Yuri não - a nao ser que encarasse a agua gelada ::Cold::

 

Falei pro Yuri dormir na barraca comigo e ficamos batendo papo e discutindo o que iriamos fazer nos proximos dias até o sono chegar.

 

[t3]Dia 7 - Tchau, Torres del Paine[/t3]

 

Acordei as 5h30 lutando contra a vontade de ir no banheiro. Antes que fosse sumariamente vencida, criei a coragem pra sair do quentinho, so pra descobrir que lá fora o "pau tava comendo". Continuava chovendo muito. Voltei a dormir, se o tempo melhorasse mais tarde, iriamos para o Grey. Se não... Quando era mais ou menos umas 9h30, o Ricardo veio até a barraca propondo que abandonassemos a missão. Ainda enrolamos pra definitivamente levantar e arrumar as coisas. As poucas pessoas que encontramos que tinham tentado ir até o Grey naquela manha estavam retornando, nao tinha visual nenhum e o vento e a chuvinha estavam cruééééis rs

 

Esperamos o Catamarã do meio-dia e meio batendo o dente de frio na beira do lago Pehoe. Quando ele chegou, entre os que desembarcavam um chamou a atenção de todo mundo: um gringo, muito alto, cabelos compridos e barba cheia de desgrenhada ruiva estava chegando com sua mochila... USANDO SÓ SHORTS CURTOS E CAMISEEETA!!! ::ahhhh:: A fila inteira chegou a mesma unica conclusão possivel: VIKIIING! ::hahaha::::hahaha::::hahaha::

 

Embarcamos no catamarã (12000clp) e ao sairmos dele, no Pehoe, o vento quase derrubava a galera. Entramos no onibus e desmaiamos até Puerto Natales. Ao chegarmos na cidade, o Ricardo foi direto devolver os equipos alugados, enquanto o Yuri ja aproveitou pra perguntar na oficina da Cootra se tinha passagem pra Calafate naquele mesmo dia ainda.Nos reencontramos no hostel, para pegar nossas coisas.

 

Eu queria ficar até o dia seguinte pra descansar, mas o Yuri tinha olhado a previsão do tempo pra Calafate e comecou a pilhar que ia começar a chover em poucos dias. O Ricardo ja tinha feito reserva pro Mini-trekking no Perito no domingo, dia 27, então ficou pra ele decidir. Com chuva e sem perspectiva do que fazer em Puerto Natales, fui voto vencido. Deu tempo só de comer rapidinho de novo outra pizza no Café Central, usar a primeira casa de cambio que vimos pra se livrar dos pesos chilenos que ainda estavam na mão e pegar o onibus da Cootra (12000clp) as 18h.

 

[t3]Dia 8 - A toa em Calafate...[/t3]

 

Como o Ricardo tava sozinho e nao conhecia ninguem quando chegou de Ushuaia, ja deixou tudo reservado e pago , então ele tinha uma noite no Hostel America del Sur (AR$80,00 ) no dia do mini-trekking, ja tinha as passagens compradas ida e volta pra Chalten e hospedagem lá . Mas já que eu tinha uma referencia boa (e mais barata), os meninos toparam na hora em ficar no Los Pioneiros; o Ricardo por duas noites, e a gente, por três. Conseguimos ate um descontinho, ja que o Ricardo tinha carteirinha de alberguista e eu ja tinha me hospedado lá - pagamos 42 pesos por noite, quarto compartilhado para 4 pessoas.

 

Sei lá qual foi o problema, mas nao tinha agua quente quando fomos tomar banho. O Yuri foi mais esperto e reclamou na recepcao, e tomou banho quentinho antes de dormir, ja eu e o Ricardo tivemos apenas um fiapo de agua quente e muita agua gelada rs

 

No dia seguinte, acordamos, tomamos café e convencemos o Yuri nos deixar ficar a toa só por aquele dia rs. Descobrimos, por indicação do cara do hostel, o site http://www.infoclima.com , que nos deu as melhores e mais certeiras previsoes durante a viagem - onde o wheather.com falava em chuva, o Infoclima dizia parciamente nublado e isso efetivamente significava sol com algumas nuvens. Era sábado; iriamos pro Perito Moreno no domingo - o mesmo dia que o Ricardo iria - e segunda, partiriamos pra Chaltén.

 

Deixamos as "vestes do pantano" para lavar no proprio hostel, AR$42,00 por uma sacola que cabia em torno de umas 20 peças mais ou menos (Yuri, que é mao de vaca, nao quis usar o serviço rs)

 

Subimos até a rodoviaria, para ver as passagens pro Glaciar Perito Moreno e pra Chalten.

 

A média de preço das excursões pro Perito, vendida nos hostels é de AR$200,00 - não inclusa a entrada do parque. O nosso, oferecia o tal do Tour Alternativo por AR$230,00, incluso Navegação no braço Rico e um "trekking no bosque". Ir por conta, alem de sair mais barato, ainda dá a opção pra quem só vai ter a tarde livre (as excursoes duram o dia todo). Na rodoviaria , as passagens variam entre 100 e 150 pesos ida e volta - o melhor preço e opcao de horario é do da CalTur, 8h30 com retorno as 16h ou 13h com retorno as 19h.

 

Para Chalten, tambem sao várias empresas, acho que a mais conhecida é a ChaltenTravel (R$ 180,00 ida e volta), que foi por onde o Ricardo fechou anteriormente o pacote com hospedagem. Nós já usamos o metodo pão-duro: micro-bus da Taqsa, sai cerca de 1h antes dos horarios da Chalten Travel ... AR$75,00 (ida.. 150 ida e volta rs). Compramos então só a ida (e foi a melhor coisa que fizemos!)

 

Ficamos caminhando a toa pela cidade. Mostrei para os meninos onde era a tal da Cotecal, e todos aproveitamos pra ligar pra casa. O Ricardo voltou parecendo criança que ganhou doce - antes ele tinha pagado os tais AR$4,40 por minuto na Lan-house "pega-turista" rs Caminhamos, por curiosidade, seguindo as placas até a tal "Laguna Nimez", "reserva natural de protecao ambiental onde se pode observar uma enorme diversidade de passaros" . Quando chegamos lá, vimos que nao passa de uma area de brejo alagadiço, cercada, proxima ao Lago Argentino e que cobrava a módica entrada de AR$ 25,00 por pessoa. Na boa, achei o cúmulo! Ok, havia passaros, mas o valor da entrada nao condizia com a estrutura apresentada - alias, o local apresentado nao condizia com a propaganda... encontramos outros turistas que tinham caminhado até lá e tambem nao entraram.

 

Com fome, aproveitamos pra comer num restaurantezinho simples, perto da Laguna. A comida até era boa (no padrão de lá, que é tudo muito gorduroso), mas tinha muitas moscas rodopiando em volta da gente (proximidade com o brejo somada ao calor). Pagamos em torno de AR$50 cada um - alias, é essa a média do preço de refeiçoes em Calafate, sem bebidas.

 

Passamos no mercado para comprar lanches para o dia seguinte e garantimos o rango da noite: Já que o Ricardo tinha falado muito num prato de Raviolli que ele comeu na cidade antes, resolvemos preparar o nosso ao inves de sair pra comer. No fim das contas, o jantar preparado no hostel saiu por uns AR$20,00 incluso bebidas (2 garrafas de vinho). Ainda nos demos ao luxo de garantir uma mega-sobremesa quando os meninos sucumbiram a tentacao de um cheescake (eu preferi uma torta de tiramissu) numa panaderia proximo do hostel.

 

A noite no hostel, conhecemos uma dupla de amigos gauchos que estava vindo desde o Rio Grande do Sul de carona. Alexandre e Leonardo nos contaram varias historias dessa viagem, uma tremenda aventura. Eles tambem iam pro Perito no dia seguinte, na excursão do Tour Alternativo. O vinho atingiu seu objetivo e fomos dormir bem alegrinhos.

 

[t3]Dia 9 - Glaciar Perito Moreno...[/t3]

 

O Ricardo nos deixou mais cedo, a tempo de fazer seu check-in no outro hostel e sair pro Mini-trekking. Falei pra que ele me deixasse acordada ao sair de lá, nem que tivesse que me jogar da cama rs e ele ficou de vir jantar com a gente.

 

Subimos a tempo até a rodoviaria, onde pegamos o ônibus, nao há lugares marcados. A entrada do parque é de AR$70,00 para residentes no Mercosul, paga lá. A primeira parada do ônibus é no local onde sai a navegação chamada de Safari Nautico, um passeio de barco de 1h no braço Rico do lago Argentino (AR$70,00 , sai de hora em hora) , até proximo do Glaciar. Proximo, digo, há uns cem metros, o que deixou o Yuri meio decepcionado e se perguntando como chegar mais proximo. Eu gostei, pois só deu pra ter real nocao do tamanho do bixo quando barco se aproxima da outra margem do lago e o guia avisa que poderiamos ver o pessoal se preparando para começar o mini-trekking. Eram como formiguinhas do lado da imensidao glaciar!

 

Pra quem nao quer fazer o tal passeio, é so continuar no ônibus, que segue até as passarelas, e depois do tempo da navegação, volta e pega o restante do pessoal pra levar pras passarelas tambem. O visual do Perito das passarelas, é muito bacana. Obvio, deu inveja do Ricardo, que fez o mini-trekking e tava lá do lado, pisando na geleira, mas o custo( AR$ 550 mini-trekking e AR$ 770 o big ice) é simplesmente proibitivo, mesmo pela experiencia de caminhar no gelo. Dá pra perder o dia viajando nas formas do gelo, nas cores, reflexos, tudo.

 

Os preços na lanchonete do Perito Moreno nao fogem muito aos preços de Calafate, e acabamos comendo por lá mesmo. O que nos impressionou foi o valor do cambio do real lá: 1 real = 2,40 pesos, disparado a melhor cotação que encontramos na Argentina inteira ::otemo:: Obvio, nao dá pra chegar lá e trocar dinheiro, mas nada impede de pagar com nota de R$100,00 e pegar o troco em pesos. Gastei AR$42,00 pesos num X-salada com refrigerante.

 

Voltamos pra cidade, passamos no mercado pra buscar mais raviolli e mais vinho e passamos a noite batendo papo com o Ricardo e os gauchos.

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[t3]Dia 10- Calafate x Chalten e a Loma del Pliegue Mij..ops... Tumbado[/t3]

 

Bom...sem o Ricardo pra dar aquele gás e nos expulsar da cama na hora certa, claro que eu e o Yuri acordamos em cima da hora. Entre arrumar o pouco que faltava e engolir um café, não dava mais tempo de ir a pé do hostel até a rodoviária (eram uns 10 min. de caminhada, com as mochilas e tudo o mais), acabariamos perdendo o ônibus. Como os dois gauchos tambem iam para Chalten no mesmo onibus que nós (e também estavam atrasados), aproveitamos pra rachar um taxi (AR$10,00). Eles se programaram pra fazer só um bate e volta de um dia em Chalten...

 

[li=Dica]Ei voce, montando roteiro e pensando em fazer um bate-volta Calafate x Chalten x Calafate em um dia só: é um disperdício fazer isso. Primeiro porque de Calafate a Chalten (e vice e versa) sao 3h30 de ônibus, sendo que o primeiro horário possivel vai te deixar lá por volta das 10h30 e o ultimo, as 19h (se comprar ida e volta com a mesma empresa, vai ser 18h). Segundo, porque Chalten é uma cidade aconchegante e tem muita coisa legal, as caminhadas não são puxadas e mesmo as trilhas curtas são legais. Se nao gosta de caminhar, alugue uma bike e vá pedalar pela estrada acompanhando o Rio de Las Vueltas até a Hotelaria El Pilar, o visual é muito bacana.

Terceiro, pros que gostam de lembrancinhas: as coisas em Chalten são mais baratas que em Calafate ::lol4::[/li]

 

A estrada para Chalten... deve ser muito bonita kkk eu dormi o caminho todo, acordei quando estavamos quase chegando. Ainda deu pra ver o Glaciar Viedma e dava claramente pra ver o Fitzroy brincando de esconde-esconde entre as nuvens. O ônibus primeiro para no Centro de Visitantes do Parque los Glaciares, na entrada da cidade - alias, o centro de visitantes mais atencioso de todos os que conheci. Se nao tiver ou não pretender comprar outro, pegue aqui seu mapa do parque. É bem básico, mas tem todas as informações necessarias para fazer as trilhas principais. Tem mapas a venda na cidade com escalas e mais infos, principalmente da area de Piedra del Fraille, que nao aparece no mapa.

 

Na semana em que chegamos, a ponte na entrada da cidade estava parcialmente interditada, entao o ônibus só podia nos deixar ali, ao invés de um pouco mais a frente, no terminal. Chalten é pequena e toda bonitinha. O tempo estava otimo, céu claro, sol forte, com poucas nuvens - e como a Lei de Murphy impera, as poucas nuvens tinham que estar bem em cima do Fitzroy ::lol4::

 

Fomos procurar um hostel pra ficar. Eu so tinha referencia de um, o Pioneiros del Valle, era para onde o Ricardo iria e já sabiamos o preço (AR$60,00), mas nao sabia onde ficava, havia esquecido de anotar o endereço. Há diversas opções de hostel, fomos nos informando, preços entre suspeitos AR$40,00 e AR$80,00. Nenhum deles tem café da manhã incluso, então eu tinha um fator balizador pra custo x beneficio: o hostel tinha que ter um computador com internet. Dos vários que passamos, só mesmo o Pioneiros del Valle, que de longe foi o melhor Hostel que nos hospedei durante a viagem inteira. Tão bom que foi fácil o Ricardo (que chegou pouco depois de nós) nos convencer a iniciar o circuito de caminhada no dia seguinte e ir fazer o bate-e-volta na Loma del Pliegue Tumbado com ele.

 

Quando uma Pantufa le num folheto que são 4h de trilha pra ir e 1000m de desnível, entendm que vai ser pura subida e já ganha um abraço de sua grande amiga, a preguiça. Bom, essa Pantufa resolveu ir mesmo assim, e a trilha é tranquila - é subindo, o tempo todo, mas passa por um lugares mais planos e a vista, em dias bons, vale muito a pena. A primeira hora é mais puxada, mas nao desista, depois melhora rs... Falei para os meninos irem na frente, ja que o Ricardo parece que tem rodinhas nos pés e o Yuri anda bem... Bom, sumiram na frente, obvio rs A trilha segue um trecho com pouca inclinação por dentro do bosque e por um campo de margaridas, até encontrar a placa que vai pra Laguna Toro.

 

Cansa, mas nada a ponto de morrer, é so ir devagar e sempre. Uma coisa que gostei em Chalten é que os tempos de caminhada nos folhetos do parque são pra quem vai no "Devagar e Sempre". Eu, com toda a minha moleza , levei as 4h indicadas no folheto. Lá de ca, visao 360 graus... ou quase, as nuvens escondiam o Cerro Torre, mas achei o melhor mirador do Cerro Solo, Laguna Torre, Fitzroy e o vale todo. Para o outro lado, Cerro Huemel , uma pontinha do Glaciar Tunel, o vale que dá na laguna Toro e ao fundo, o Lago Viedma.

 

Descemos em cerca de 2h30, ao chegar novamente no inicio da trilha, eu tava moooorta, mas feliz da vida. Combinamos de nos dar ao luxo de comer bem hoje e mandamos umgigantesco bife de chorizo com salada e papas fritas no restaurante La Senyera (AR$ 57, mas sao 450g de carne!) e bebemoramos a trip, pra depois dormir que nem criança...

 

[t3]Dia 11 - 1º dia de Caminhada em Chalten x Campamento Poincento x Laguna de Los Tres x Campamento Poincenot[/t3]

 

Dia de começar as caminhadas com um bom prognostico: um belo dia de sol, tempo aberto, pouco vento e sem previsao de chuva nos proximos dias!!! Acordamos, tomamos café, deixamos o excesso de coisas no deposito do hostel e pé na trilha. E tambem ja deixamos reservado uma noite para o dia da volta. O Ricardo ia somente fazer o bate-e-volta, já eu e o Yuri partíamos pra 4 a 5 dias de pernada.

 

A trilha pra Laguna de Los Tres (mirador do Fitzroy) passa por dentro dos campamentos da Laguna Capri e Poincenot, e na porta do Campamento Rio Blanco, só pra escaladores. Começa na saida da cidade, com um pouco de subida no começo e depois é tudo plano até o Poincenot - do Rio Blanco pra frente começa a pauleira... Nem preciso dizer que nesse "pouco de subida" do começo, o Ricardo ativou as 'rodinhas nos pés" e disparou na frente. O Yuri até tentou acompanhar o ritmo dele, sem sucesso, pelo que me contou. Já eu... fui no meu "passinho feliz" morro acima, e recuperei na parte plana.

 

No campamento da Laguna Capri , literalmente fui recepcionada por uma simpatica alpaca "almoçando" na beira da trilha. Havia um acampamento de uma expedição inteira pouco antes da area oficial de acampamento. Pelo numero de barracas e estrutura,devia ser bastante gente, possivelmente escaladores, porque tinha de tudo , até antenas parabolicas e um pequeno gerador. o.O (as alpacas serviam pra transportar toda a tralha). O visual do Fitzroy dali é muito bonito, e em mais 1h eu cheguei no Poincenot; segundo o Yuri, cerca de 10 minutos depois dele. A trilha para a Laguna de los Tres atravessa o acampamento (o tempo informado no mapa do parque, sem cargueira, é de 2h15 ate ali, levei 3h, provando que a trilha é tranquila mesmo, porque no começo eu tava muuuito, muuuito molenga rs).

 

[li=Acampamentos]Os acampamentos do parque são gratuítos e possuem estrutura mímina. Entenda-se: várias clareiras já abertas e separadas por troncos (fazem as vezes de banco), sinalizações, são proximas de fontes de agua e, para as "necessidades físicas" estão instaladas "letrinas", cabine tipo "banheiro químico", mas não há vaso sanitário, só um buraco no chão, onde se concentram todos os excrementos ( ou seja, merda de todas as nacionalides ::lol4:: ). Conforme o uso, jogam um pouco de terra por cima do excesso, e quando esgota a capacidade, trocam a letrina de lugar e instalam em outro. A area onde fica as letrinas está separada a uns 10m da area onde ficam as barracas e a mais de 150m dos cursos de água, garantindo um mínimo de privacidade e evitando contaminação. Dependendo do horario e quantidade de gente no campamento, não é lá uma experiencia das mais agradáveis, porém necessaria para a conservação do parque, pois se cada um ali fizesse o que precisa onde bem quisesse, teriamos um campo minado em volta do acampamento, o que seria bem pior...[/li]

 

Armamos a barraca (levamos só a do Yuri), pegamos as mochilas de ataque e ja partimos pra Laguna de Los três. Ali a trilha aperta, são 400m de desnível em 2,5km, bem ingreme, com um chão de pedras meio soltas e areia. Pense duas vezes pra subir ali com muito vento ou neve, pois é bem exposto, tem placas do parque alertando o perigo nessas situações. Mas a vista lá em cima foi mais que recompensadora: sol forte, ceu azul sem nuvens, os cumes do Fitzroy e Poincenot reinando absolutos e a Laguna de Los Tres completamente congelada e com muita neve acumulada em cima ::otemo:: . Algumas pessoas até arriscaram alguns passinhos sob a laguna. O tempo que o parque indica até lá em cima é de 1h30; o Yuri levou menos que isso, e eu, no modo preguiçoso, 1h45 - quando cheguei, o Ricardo já estava se despedindo e descendo.

 

O Yuri desceu ate a beira da laguna, enquanto eu fiquei mais pra cima, brisando no visual. Quando foi voltar pra me convencer a descer tambem, resolveu fazer graça testar uns passinhos sobre a neve acumulada em cima da laguna e quase atolou ::lol4::::lol4::::lol4:: Primeiro eu me assustei ao ver o pé dele afundando quase até o joelho, depois comecei a rir... ainda bem que era só neve acumulada sobre a terra ali...

 

Desci e contornamos o "morro" que fica na margem esquerda da laguna; subindo ele também tem-se um otimo mirador, mas não estava a fim. Dado a volta tambem tem-se tem-se a vista da Laguna Súcia, que é linda.

 

Ficamos lá curtindo durante quase 1h30... por volta das 18h descemos, preparamos o jantar e mandamos um alfajor de sobremesa antes de desabar no sono...

 

[t3]Dia 12 - 2º dia de caminhada : Poincenot x Glaciar Piedras Blancas x Piedra del Fraille[/t3]

 

Nem lembro que horas acordamos, mas não era lá muito cedo rs. Era mais um belo dia de sol, tudo aberto. Fui usar a letrina pela primeira vez, e pra minha sorte, tinham acabado de jogar terra sobre o "deposito" existente, logo, estava "respirável" dentro da cabine. Começamos a caminhar as 11h, acompanhando o vale do Rio Blanco, rumo aos limites do parque até Piedra del Fraille, pela margem esquerda do rio (assim, poderiamos ir ao Glaciar Piedras Blancas, no meio do caminho, Pela outra margem, nao dá...).

 

De Piedra del Fraille saem várias trilhas, que planejavamos fazer, inclusive a ascensão a um pico chamado Cerro Elétrico , do qual o Yuri nao parava de falar que nós não podíamos deixar de subir... (Nós?! Nós quem, cara pálida?! ::lol4:: Eram 1500m de desnível até lá em cima kkkk). Em cerca de meia hora de caminhada, a trilha acaba e o caminho continua pelo leito pedregoso (e seco) do Rio. O caminho continua bem marcado por diversos totens, feito com pedras empilhadas. Nao tem erro, é seguir rio abaixo o tempo todo.

 

Cerca de 1h de caminhada e chegamos na entrada para o lago e Glaciar Piedras Blancas - dá pra entender porque o nome, tem várias pedras imensas desabadas no encontro do rio formado pelo lago e o Rio Blanco. Alias, pra chegar até a laguna do Glaciar, é preciso encarar um bom trecho "labirinto" formado pelas pedras.. entao é um tal de pula pedra grande/contorna pedra maior ainda / sobe pedra pequena / desce pedra enorme.... simplesmente ADOREI esse pedaço ::otemo::::otemo:: - cansa, mas é divertido. Já o Yuri não sei se gostou tanto da brincadeira assim, ficou bem cansado. Claro, deixamos a mochila na entrada do vale - me arrependi de não ter deixado tambem o bastão, que ali, so atrapalha rs Ficamos cerca de meia hora por ali, apreciando o glaciar, e voltamos para onde estavam as mochilas e retomar curso rio abaixo por cerca de mais 1h ate encontrar a cerca da divisa do parque.

 

Alí é so pular a cerca e prosseguir acompanhando o Rio, seguindo os totens, até a placa indicando a entrada para Piedra del Fraille a esquerda. O que a gente nao sabia que leva mais 1h30 de trilha pelo bosque pra chegar até lá rs

 

[li=Piedra del Fraille]Essa é uma área particular, na entrada do vale do Rio Electrico. A "entrada" (permissão para caminhar pelas trilhas que partem por ali) custa AR$25,00, e a diária do camping, AR$50,00. Lá fica um refúgio de montanha indentificado em muitas publicações como "Refugio Los Troncos". Durante a temporada, os caseiros (esqueci o nome da senhora, muito simpatica) cuidam da Administração e sempre está bem informado das condiçoes das trilhas.

 

Alem desse caminho pelo Poincenot, pode-se chegar por outra trilha que começa na estrada, junto a Hosteria El Pilar (salvo engano, 22km da cidade). Mesmo sendo pago, não espere muita coisa da estrutura, pois o local é bastante ermo. Não há energia elétrica, lenha. Há banheiros e duchas com água quente - importante: água quente não é garantia, e só ligam o aquecimento a gás entre as 18h e as 22h - areas para camping bem abrigadas do vento e abrigos para cozinhar. Na casa da Administração, também vende-se comidas e bebidas - obviamente, custam caro, muito caro[/li]

 

Surpresos com o valor dessa facada - sabia o valor era cerca de AR$ 50 pesos, o que ja achava caro... o caseiro informou que o dono subiu os preços ha pouco tempo - deu vontade de simplesmente dar meia volta. Porem, não dá... foram ao todo 5h até ali , incluindo o ataque ao glaciar e as paradas que fizemos (coisa de 3h30 caminhando efetivamente). Tinha um gringo lá que tambem tava chateado - achava que era muito mais barato o acampamento. Não cola chegar lá e dizer que nao sabia que era pago: tem dezenas de placas a partir da cerca da divisa do parque informando isso.

 

Discutimos um bom tempo o que fazer enquanto montávamos a barraca e preparávamos o rango.Ir ate lá, acampar e nem caminhar pelas trilhas do Vale ia ser um disperdicio, então pagamos os 75 pesos e pegamos informações com os caseiros sobre as trilhas. O tal do Cerro Elétrico que o Yuri queria subir estava parcialmente impedido pela neve. Tinha as opções do Paso do Quadrado, Lago Elétrico e do mirante pro Glaciar e da Aguja Pollone (essa me interessava)

 

Tentamos tomar banho, mas a caseira nos informou que a agua nao estava quente, pois o vento apagava a chama do aquecedor . Perguntamos se podiamos tentar pela manha e ela disse que sim. Então, banho de lencinho umidecido e cama...

 

 

[t3]Dia 13 - Piedra del Fraille x Poincenot[/t3]

 

Acordar cedo realmente não era o meu forte...sempre enrolava um pouquinho mais rs... O tempo estava um pouco nublado ali no vale e continuava praticamente sem vento. As 11 começamos a caminhar em direção ao lago Eletrico. Em alguns pontos, há totens indicando o caminho, mas nao tem erro, é so seguir em direçao ao fundo do vale.

 

O vale está literalmente cercado por montanhas altas e ingremes, é bem plano, mas forrado por um "mar" de pedras que parecem ter sido arrastadas e empilhadas, formando vários morrinhos... olhava para o local e ficava pensando COMO aquele local ficou daquele jeito... vento? neve? Arrastadas pela agua de degelo? Me lembrava o efeito de devastação causado por uma tromba dágua... da beira do lago, o Glaciar Marconi e lááá no fundo, dava pra ver a direção do Paso Marconi.

 

Conforme o mapa que tinhamos olhado no refúgio, a trilha segue pela encosta esquerda do lago, e de lá chegaríamos no mirador da Agulha Pollone. Encontramos o primeiro toten indicando o caminho, que era escalaminhando a encosta ingreme. O Yuri não se sentiu lá muito seguro seguir por ali, repetindo que era impossivel que alguem subisse com uma cargueira por aquilo, ja que é caminho para o campamento Plaiyta e para quem vai fazer a travessia pelo Hielo Sur. (Peidou na tanga, o caminho é mais fácil que alguns trechos do Pico do Marins kkk ). Admito: estava confuso, tinha hora que nao dava pra saber o que era toten, o que era so uma pedra caída... mas não era difícil concluir que a trilha seguia por cima daquela encosta, e a "via" pra subir era obvia. Pela insistencia do Yuri (passou pela cabeça que estariamos ferrados pra descer se começasse a chover,e nisso eu tenho que concordar com ele), desistimos. ( agora que voltamos, fui olhar nos mapas novamente e era por lá mesmo , a trilha segue a cerca de 100m de desnivel do lago, mas bem junto dele ... )

 

Voltamos pro acampamento por volta de 12h30 ,dispostos a tomar um banho antes de seguir. Quando fui perguntar ao caseiro se tinha agua quente, o senhor me informou que tinham ordens de só ligar o aquecedor entre as 18h e as 22h. Como a esposa dele nos disse que poderiamos tomar banho pela manha, o Yuri foi falar com ela, e a contragosto do marido, ela ligou o aquecedor para nós. Saímos de Piedra del Fraille por volta das 13h30, íamos refazer o caminho até o Poincenot e de lá, seguir para o campamento De Agostini, o que daria ai cerca de 6h30 de caminhada. O Yuri decidiu que, dali pra frente, ia andar só com um copo ao invés de carregar agua - rios são o que nao faltam por ali mesmo... Gostei da ideia e fiz o mesmo.

 

A cerca de 1h de caminhada de Piedra del Fraille, tem um atalho para o Poincenot, atravessando o bosque. Para não refazer o mesmo caminho, tomamos o atalho. A trilha é bem nítida, mas nota-se que nao é muito utilizada, Segue por um sobe-e-desce descampados expostos ao sol, se enfia no bosque de novo e cruza uma penca de charcos - um deles quase "roubou" a bota do Yuri ::lol4:: Salvo engano levou pouco mais de 1h até a trilha reencontrar o Rio Blanco, pouco antes do Glaciar Piedras Blancas.

 

Não sei porque, se falta de acuçar no sangue, se queda de pressão, eu me sentia absurdamente exausta - como se tivesse caminhado horas morro a cima; e ali é tudo plano... Faltava uns 20min pra chegar no Poincenot e pedi ao Yuri que parássemos um pouco - ele até fez um suco pra mim. Mas quando chegamos novamente ao Poincenot, as 17h, tinha certeza absoluta que não tinha mais condicoes de prosseguir até o De Agostini naquele dia. Estranho, a ida foi tranquila pra mim... Então, "choraminguei" até convence-lo a ficarmos lá mesmo essa noite - até prometi que iamos sair mais cedo, sem resmungar, nem enrolar no dia seguinte...

 

Comemos e ficamos curtindo o fim da tarde de sol, sentados voltados pro Fitzroy. Antes das 21h ja estavamos entocados na barraca, pra dormir... mas e quem falou que dava? Um grupo de israelenses (sempre eles) conversava como se estivesse na sala de casa -aos berros e gargalhadas - e assim continuaram até mais de 1h da manha! E os benditos estavam bem do lado da nossa barraca.

 

[t3]Dia 14 - Poincenot x Laguna Torre x Chaltén[/t3]

 

Tinhamos combinado de voltar hoje para a cidade, então a caminhada ia ser longa. Conseguimos cumprir o prometido e as 9h começamos a caminhar. Seguimos pela trilha que acompanha as lagunas Madre e Hija, em mais um dia de sol com poucas nuvens - uma delas, parece que estava devidamente "rosqueada" no topo do Fitzroy rs.

 

A trilha segue mais ou menos plana, acompanhando a encosta a uns 200m da laguna Madre, desce um pouco até a margem da Laguna Hija e sobe um pouco e depois engata numa descida longa, contornando a Loma de Las Pizzaras. Levamos 3h ate a bifurcação com a trilha que vai pro Campamento De Agostini e a Laguna Torre. Escondemos as cargueiras na bifurcação, pegamos as mochilas de ataque e seguimos pela bifurcação. Agora estavamos no vale do Rio Fitzroy, com o Cerro Torre lá no fundo, totalmente aberto. Em cerca de 1h, alcançamos o Campamento, e dez minutos depois, na Laguna Torre. Mesmo da margem, é uma vista linda do Cerro Torre e do Glaciar Grande, no fundo do lago.

 

O mirador Maestri fica lá no fundo, na encosta direita. A trilha segue pela crista de uma longa morrena. De novo ,eu fiquei pensando como diabos aquilo se formou - é literalmente um morrão de pedras e areia acumulada que contorna a margem direita da laguna toda - só que uns 25m acima dela e subindo até a encosta das montanhas (o mirador está a 50m de desnivel da laguna).

 

Andamos por uns 15minutos e eu disse ao Yuri que esperaria ele ali mesmo - explico: a vista dali e a aparente vista do Mirador nao seria muito diferente. E pela direção do Mirador, não teria a visao completa do Cerro Torre, que tava lá, todo pimposo ao sol rs. Tambem sabia que tinha mais 3h pela frente até a cidade, 2 delas, com a cargueira, e deu preguiça mesmo... Ele seguiu caminho, e eu fiquei brisando na paisagem... dez minutos depois, concluir que ficar ali era perda de tempo - são uns 40min da laguna até o Mirador Maestri - e resolvi seguir o Yuri até o Mirador. Ele, que nao viu que eu tinha mudado de ideia, se surpreendeu quando me viu chegando ao mirador. Realmente, nao achei que a vista do mirador seja assim tão mais legal que a vista lá da ponta da laguna. Dá pra ver melhor o Glaciar Grande, e por conta da altitude, a vista do vale todo lá de cima é bem legal, mas ainda nao sei se vale a caminhada rs

 

Ficamos uns 20m ali e começamos a retornar, levando 1h20 ate o ponto onde deixamos as mochilas. A trilha, a partir da bifurcação, sentindo Chalten, segue plana por cerca de 1h, depois engata em vários sobe e desce, até chegar na placa do ponto marcado nos mapas como Mirador Torre.

 

[li=DICA pra Pantufa MEEESMO]Para quem tá com pouco tempo na cidade ou tem preguiça de caminhar até o Mirador Maestri, o Mirador Torre fica a cerca de 40min da cidade. A vista dali é relamente muito bonita, porque dá pra ver o vale todo de um ponto alto, como Cerro Torre lá no fundo e os cumes do Fitzroy e Poincenot a direita. E deve ser um local otimo para ver o nascer do Sol deixando os picos avermelhados[/li]

 

De novo, assimilar a ideia da "missão cumprida" sabotou minhas forças rs... depois do Mirador Torre, eu tava mais que devagar, cansada. Do mirador pra frente, a trilha engata numa descida forte e vai, num sobe e desce suave, contornando vários morros. Toda hora eu pensava "depois do proximo morro, ja vai dar pra ver a cidade" - ai chegava lá e via que tinha mais um morro pra contornar !!! ::lol2::

 

Enfim, chegamos na cidade, por volta das 17h. Hostel, banho, colchao macio... deu até saudade. O Yuri ainda teve pique de ir ate a rodoviária se informar sobre como ir direto pra Rio Gallegos e na volta, ainda passou no mercado e garantiu o café da manha.

 

[li=DICA]A Trans Patagonia Servicios - TPS tem linhas de onibus para Rio Gallegos ( segundas e quintas, as 3h da manhã, AR$140,00, num micro-onibus). Chega em Rio Gallegos as 8h30, a tempo de fazer conexão com a maioria dos destinos que descem ou sobem pela Ruta3 sem perder o dia na rodoviaria.

 

Além de ser quase o mesmo preço da passagem saindo de Calafate, ainda te economiza tempo (o onibus Calafate x Rio Gallegos sai a 1h) e dinheiro (não precisa gastar para voltar a Calafate). A oficina fica no terminal de bus e só fica aberta de Domingo a Quinta, das 17 as 21h30.

E durante janeiro/fevereiro, tambem se encontra onibus para direto Chalten x Puerto Madryn [b/] e outras cidades).[/li]

 

[t3]Dia 15 - Chalten - descanso merecido e Chorrilo del Salto[/t3]

 

Quando montei meu planejamento, havia deixado 7 dias (folga pro mal tempo) para fazer o circuito W em Torres del Paine e mais 3 dias sem programação, se eu resolvesse ficar onde me desse na telha ( e porque a esperança é a ultima que morre - vai que eu conseguisse fazer o circuito completo em Torres? rs). Como o mal tempo nos expulsou de la sem nem termos completado o W, essa folga virou uma semana e eu nao tinha ideia do que fazer com esses dias.

 

O Yuri encontrou onibus direto de Chalten para Rio Gallegos, saindo as 3h da manha na segunda feira - como era sábado, passaríamos as proximas 3 noites em Chalten mesmo. Já que iriamos nos separar de qualquer jeito e minha passagem Calafate x Buenos Aires nao tinha reembolso - segundo me informaram na loja da Aerolineas, em Calafate - ou eu ficaria fazendo nada em Chalten ou adiantaria a viagem, ficando em Buenos Aires. Mas eu nao queria ir pra cidade grande ainda, e nos proximos 3 dias, teria feito boa parte das coisas possiveis e nao muito caras em Chalten... Deu vontade de ir pra Puerto Madryn com o Yuri, mas ia ser muita grana a mais...entao veio a ideia de ir ate Ushuaia - bastava trocar a passagem aerea.

 

Fomos nos informar dos Ice Trekkings no Glaciar Viedma - a vontade que ficamos de andar no gelo do Perito ainda estava nos cutucando. [li=Glaciar Viedma]Assim como no Perito Moreno, tambem é operado por uma única empresa, a Patagonia Aventura e em qualquer hostel ou agencia da cidade, o valor será o mesmo: AR$220 pelo Viedma Light (uma navegação pelo lago), AR$ 440,00 pelo Viedma Ice (um "Big Ice") e AR$ 550,00 pelo Viedma Pró (ice climbing, escalada nas paredes de gelo ). O que pode variar, pois não está incluso nesse preço, é o transfer até a Bahia Tunel, onde fica o porto de onde saem os barcos que te levam ate o Viedma. Os dois lugares que vi informavam o mesmo preço, AR$ 60,00.[/li]

 

Nos interessamos de inicio pelo Viedma Pro, mas quando a atendente nos deu mais informações, fomos nos desinteressando (se alguem fez o Viedma Pró ai e puder dizer que é diferente disso, venha me corrigir, por favor) : tem um ponto especifico do glaciar em que ele forma paredes altas e pequenos canions. É feita a escalada lá, em cerca de 3 a 4 paredes com cerca de 8m de altura. Então nao é feito no mesmo ponto onde se faz o Viedma Ice, e nao tem "caminhada no gelo" mesmo, no máximo vai andar entre uma parede e outra. Além disso, são montados só 2 top hopes, sobem 2 pessoas por vez. Como é um passeio do dia inteiro, deduzimos que voce passa tanto tempo esperando sua vez quanto escalando. (Se alguem que fez tem opiniao contraria, falaê!!! rs)

 

Quanto ao Viedma Ice.. devo lembrar que o Perito Moreno é escandalosamente azul, claro e limpido. O Viedma, nem tanto, o gelo é mais escurecido, então não se pode esperar o mesmo impacto visual. Glaciar "encardido", tinhamos visto vários essa semana. Além disso, as fotos tendem a mostrar formando cavernas de gelo e canions e o pessoal caminhando por elas - o que a atendente da agencia nos afirmou que no momento não tinha, e que nao se entra nas cavernas, so passam na frente. Isso terminou de desanimar o Yuri e como ele largou mão, eu tambem deixei pra lá.

 

Ok, entendo que "o que vale é a experiencia", mas essa, para mim, nao era tão fundamental que valesse a grana. A grana do "algumacoisaICE" ia pagar minha passagem e hospedagem em Ushuaia, praticamente...

 

Deixamos as roupas para lavar em uma lavanderia ao lado do hostel - AR$ 35,00 por um cesto onde coube minhas roupas e as do Yuri. Voltamos ao hostel para preparar o almoço: compramos bifes de chorizo no açougue e mandamos ver, com arroz e seleta de legumes. Depois do almoço, fui atras de uma lan house (precisava descobrir quanto gastaria em Ushuaia, e pra isso, precisava usar a internet por um tempao sem ninguem se incomodar por isso kkk) e de um telefone, para ligar para casa e pra Aerolineas.

 

Depois de estimar os gastos, fui ligar pra Aerolineas - sem sucesso! A atendente não conseguia localizar minha reserva porque não conseguia me entender kkk. Falei de novo os numeros e dados em ingles, e nada! Liguei de novo, Devo ter demorado um tempão, tanto que o Yuri apareceu na lan house, e me sentindo vencida, pedi que ele ligasse para a Aerolineas pra mim. QUE RAIVA! kkkk, em cinco minutos ele, falando em ingles, confirmou os dados, confirmou a troca da reserva (Ushuaia x Buenos Aires, no dia 9, as 10h30), confirmou a taxa de pagamento (US$50,00), a forma de pagamento (cartão de credito, ja seria efetuado lá) e reconfirmou tudo de novo. Pronto!kkkkk Eu nao sabia se ficava grata ou com raiva

 

Saímos de lá eram quase 18h e ainda fomos caminhar até Chorrilo Del Salto, uma cachoeira a 3km da cidade. É só seguir a estrada até a placa indicando a cachoeira, e em cinco minutos de trilha se chega lá. É bem bonita e fácil acesso, levamos cerca de 2h entre ir e voltar. Jantamos novamente no La Seniyera, um delicioso prato de sorrentinos de carneiro (um ravioli tamanho familia de invenção de nostros hermanos...)

 

[t3]Dia 16 - Chalten - Pantufar é uma arte...[/t3]

Sei lá porque cargas dágua, acordei ruim. Mas nao sei identificar o ruim, achei até que tava gripando, porque o corpo tava estranho. Levantei ja eram quase 11h, nem tomei café, de pensar em comida já me embrulhava o estomago.

 

O Yuri estava disposto a voltar na Loma del Pliegue Tumbado, para ter uma visão mais limpa do que no dia em que fomos. Então Vaaaaai com Deeeeus! ::lol4::.

 

Naquele dia meu nível pantufa estava a 100%: eu não ia sair do sofá nem por decreto kkk Peguei um livro e fiquei prisioneira do meu proprio mundinho até ele voltar, cerca de 2h depois - o tempo tava mudando e a vista pro Fitzroy tava fechada pelas nuvens.

 

Almoçamos e ficamos enrolando até as 17h, para comprar as passagens. Eu tambem iria para Rio Gallegos e de lá, pegaria o onibus pra Ushuaia. Acertamos o restante do valor do hostel, dando uma chorada no preço do ultimo dia, já que nem dormiriamos - conseguimos, pagamos so meia diária. Arrumamos as coisas, fiquei assistindo filmes enquanto o Yuri ainda foi tirar um cochilo até a hora do onibus.

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[t3]Dia 17 - Chalten x Ushuaia[/t3]

 

Chegou a hora de ficar por conta propria. Até esse momento, eu havia me escorado muito nos meninos, mais ouvindo que participando das conversas. Ao mesmo tempo que estava ansiosa por esse momento, tambem estava preocupada.

 

O onibus da TPS chegou pontualmente as 8h30. Foi o tempo de comprar as passagens e me despedir do Yuri - nos reencontraríamos em 5 dias, em Buenos Aires... Para Ushuaia, tem ônibus pela Tecni Austral, saindo 8h30 e pela Marga, saindo as 9h - as duas custam o mesmo, AR$340,00. Pelo horario, acabei comprando a da Tecni Austral mesmo, depois me arrependi - o onibus da Marga é um tipo "semi-leito", enquanto o bus da Tecni é alguma coisa bem detonada entre um onibus convencional e um executivo. Nao achei tão ruim, ja que estava acostumada a longas viagens de onibus no Brasil em onibus piores que aqueles, mas se tivesse que fazer isso de novo, pelo ganho de conforto, iria de Marga.

 

O trajeto é longo, mas com visuais muito bonitos. A travessia do estreito de Magalhães em Bahia Azul (Chile, marcando a entrada na Isla da Tierra del Fuego) é curta, mas aquele lugar é lindo. E quase chegando em Ushuaia, a Ruta 3 pega um trecho de serra para atravessar o Paso Garibaldi entre picos nevados e com uma vista estupidamente maravilhosa do Lago Fagnano. Conheci durante o trajeto algumas pessoas do onibus, entre eles uma americana ( que falava espanhol fluente) sem a qual minha viagem nao seria a mesma rs

 

Chegamos por volta das 20h30. Ushuaia tambem nao tem rodoviária, mas tem um local na av. Maipu que funciona como Terminal de Onibus. Ali na frente tambem havia um senhor oferecendo hospedagem em um hostel, mas primeiro, queria tentar nos que tinha anotado... Sem sucesso! Esqueci que ja era dezembro, então todos os que tinha referencia (Cruz del Sur, FreeStyle, Antartica) estavam lotados. Encontrei um hostel chamado Refugio do Backpaker no meio do caminho, e a oferta de AR$60,00 (a media dos outros era AR$80,00) somado ao peso da mochila nas minhas costas foram argumentos suficientes para ficar ali mesmo por uma noite.

 

Mas só por aquela noite: 90% dos hospedes erams isralenses, e além de ja estar pelas tampas com aquele povo, isso diminuiria minhas chances de comunicação. Alem disso, o quarto nao tinha locker e achei as instalações meio zuadas. Pra piorar, a cozinha ficava no meio de um estreito corredor - melhor dizendo, a cozinha era o corredor que ligava a minuscula "area comum" aos quartos e banheiros. Passar por ali quando a galera estava cozinhando era uma missao impossivel. Para quem quer uma acomodação simples e barata, tava de bom tamanho, mas eu nao estava disposta a ficar ali mais que o necessario. Deixei as coisas e fui ver se achava hospedagem em outro lugar.

 

Acabei indo pro hostel que o tiozinho estava "panfletando" no terminal de onibus. Adorei as instalacoes do Hostel Yakush ( AR$ 80,00, café da manha incluso, um computador com internet), alem de sua localização (esquina da Pedra Buena com a av. San Martin). Alem disso, reencontrei a americana (Tanya) e outras pessoas qeu estavam no onibus. Deixei a reserva feita para os proximos 3 dias e ainda dei uma volta pela praça junto ao porto antes de voltar pro Refugio pra dormir - só pra descobrir que lá tambem nao se respeita horario de silencio, e isso somado a um hostel cheio de israelenses me garantiu a noite mais mal dormida da viagem.

 

[t3]Dia 18 - Eu, euzinha e eu mesma, no fim do mundo...[/t3]

 

Acordei a tempo de arrumar as coisas e vazar dali. Nem quis saber se tinha café da manha - ainda bem, só ofereciam café ou chá mesmo - e ja fui levar minhas coisas pro Yakush. Pensei que ia ter que ficar pra fora ate a hora do check-in (13h), mas já me liberaram acesso ao quarto assim que cheguei (eram 10h). Passei no mercado pra comprar lanches e comida pros proximos dias - ja não saía tao barato quanto dividir em 3, mas comer no hostel me obrigaria a me sociabilizar ::lol3::

 

Voltei ao hostel, tomei café, preparei um lanche e me joguei na cidade. Passei pelo Centro de Informação turistica, na propria av. San Martin, onde recebi um mapa da cidade e todas as informações sobre passeios -em portugues! . Agora era so decidir o que ia fazer em Ushuaia. Tinha que esperar o expediente bancario brasileiro terminar para compensar minha recarga no VTM antes de reservar os passeios mais caros, então passei o dia entre a visita do Museu do Presídio (AR$ 70,00) e o Centro Cultural e Museu da Cidade, que a entrada era gratuita e tinha uma exposicao muito bacana rolando. E ja fui me informar sobre as opcoes de navegação no Canal Beagle.

 

[li=DICA]Os passeios pelo Canal Beagle custam em média entre AR$ 200 e AR$300. São passeios diferentes, em partes - a maioria passa pelas ilhas dos Passaros e Ilha dos Lobos (marinhos) - mas cada empresa explora um destino a mais: Pinguineira; Isla Bridges; Isla H, Farol Les Eclair. Saem de manhã (9h e 10h, depende da empresa) e a tarde (15h). Algumas ainda oferecem um passeio as 19h.

 

Se a programação em Ushuaia estiver muito apertada, dê preferencia ao horario da manhã - em casos de más condições de tempo, a navegação não sai e remarcam pra outro horario. E pela manha, o vento um pouco menos.

 

A Três Marias faz o passeio num barco pequeno (Motoveleiro) ou num veleiro ("If") , o que garante saidas com, no máximo 10 pessoas - as outras, vão de catamarã, 25 a 30 pessoas. Alem disso, com ventos um pouco mais fortes, só o veleiro consegue sair, por ser mais pesado, então as chances de cancelamento são menores.

 

Obviamente, por ter recomendação de Deus, do LonelyPlanet e do mundo, os preços dos passeios da empresa são mais caros: AR$ 250 no barco e AR$ 300 no veleiro.[/li]

 

Voltei pro hostel no fim da tarde, me obrigando a deixar de ser "forever alone". ::lol4::::lol4::::lol4::

 

No meu quarto, tres holandeses, uma francesa tímda e a Tanya, que me ajudou muito mesmo a parar de me "isolar". Americana de Los Angeles, professora de dança, fluente em sei lá quantos idiomas, parecia em um dia ja ter travado conhecimento com o hostel inteiro em apenas um dia. Ainda nao sei como ela conseguia manter numa mesma conversa os gringos que nao falavam espanhol, uma espanhola, um portenho e eu, que não falávamos ingles e um frances - que morava na Guiana - e que ninguem parecia entender kkk

 

A minha "trava" com o ingles foi caindo aos poucos - eu continuava esquecendo as palavras na hora de falar e cometia alguns erros, mas o importante era que os holandeses me entendiam kkk - e o portunhol tambem foi melhorando, graças a ajuda do meu querido hermano Ruben e da Lucia, a espanhola. Já estava me sentindo em casa kkk

 

[t3]Dia 19 - Navegação no Canal Beagle e Cerro Martial ...[/t3]

 

Foi o tempo de acordar, tomar café e correr pro Cais. Ventava muito e o dia estava encoberto; resultado é que só o veleiro da Tres Marias saiu pra navegação. Eu nao tinha feito reserva antes , e dei sorte porque houve desistencias. Havia um casal de alemães, duas belgas (que tambem eram um casal rs), um casal de franceses, e eu rs... Sorte do guia, Mariano (tambem conhecido por "Marcos Mion" rs), que eu entendia as informaçoes em ingles, assim ele não precisava repetir as explicações - só quando não entendia algo, pedia pra ele me explicar em espanhol.

 

Como no veleiro voce vai fora do navio o tempo todo, exposto a tomar um splash a qualquer minuto, se não tiver roupas impermeaveis, a tripulação te empresta a calça e jaqueta. Alem disso, estava com uma touca e usei um lenço amarrado no rosto pra me proteger do vento, porque tava friiiio pra caramba kkk

 

Adorei o passeio - e olha que eu tenho sérios problemas com "estar cercada de agua" rs... Por ser um barco menor, o veleiro se aproxima bem da Isla dos Lobos. E fizemos uma caminhada de 1h pela isla H, com o Mariano nos explicando várias coisas sobre a fauna, flora e sobre os povos primitivos da região.

 

Voltei do passeio, corri no Hostel pra comer alguma coisa, e aproveitei a disposição para ir ao Glaciar Martial. São 7km de distancia da cidade, então, fui a pé mesmo. Depois de atravessar a area urbana de Ushuaia, caí numa estradinha sinuosa, que ia montanha a cima. Tem varios atalhinhos na montanha, o que cortam um bom caminho. Levei mais ou menos 2h ate chegar ao fim da estrada, onde ficam os teleféricos...só pra descobrir que aquela cansativa caminhada não correspondia a 1/3 do desnivel total da trilha ::lol4::

 

O tal do teleférico (custa mais ou menos AR$50,00 e só funciona até as 15h) vai só até a metade do caminho, de lá, somos todos iguais aos olhos de deus kkk Como já eram 17h e eu nao ia subir de teleferico mesmo, fui acompanhando a trilha (sempre subindo) praticamente embaixo dele. Tem uma lanchonete lá em cima (fechada tambem). Levei cerca de 1h20 dali até o Glaciar, muito devagar. O finalzinho é bem inclinado, e como já passava das 18h30 e ainda tinha que descer tuuudo de novo, nem fiquei lá muito tempo.

 

Na volta para o Hostel, ainda passei no mercado e garanti duas garrafas do meu vinho predileto (Trapiche Malbec) : receita garantida de que hoje, eu ia falar no idioma que o pessoal do hostel quisesse kkkk

 

[t3]Dia 20 - Parque Nacional Tierra del Fuego... ou não...[/t3]

Duas garrafas de vinho e passar a noite papeando na cia do Ruben foram suficientes para que eu acordasse numa ressaca homérica. A Tanya tinha combinado com meio hostel de irmos ao Parque Nacional da Tierra del Fuego, e como eu ainda nao tinha ido, topei.

 

O parque fica a 12km da cidade e transporte até lá funciona meio como cartel - há linhas regulares saindo do ponto terminal de ônibus a cada hora, custa AR$ 80,00 (ida e volta). Esse transporte de deixa em qualquer ponto do parque (Portaria, Rio Pipo e Lapataia (acampamentos gratuíto) ou Acampamento Lago Roca (pago) e te pega em um dos pontos em horarios pré-determinados. A entrada do parque, para residentes no mercosul, é de AR$ 60,00.

 

O que a Tanya nao tinha me contado é que ela ja tinha ido ao Parque no primeiro dia em que chegou a cidade, e agora estava voltando porque pretendia fazer uma trilha especificamente , o Cerro Guanaco. Como estava meio sonada na hora que sai, só quando peguei o mapinha do parque, na portaria e vi as informações ( estimado em 7h ida e volta, 900m de desnivel em 4km) tive a plena certeza que eu tava ferrada ::lol4::

 

Chegamos ao parque por volta das 13h. A van nos deixou na lanchonete do Campamento Lago Roca, e o motorista avisou que nos pegaria pontualmente as 19h, sem margem para atrasos... logo, tínhamos que fazer a trilha em 6h para nao perder o retorno. Resisti bravamente a 1h de trilha, mas bicha era bem inclinada (quem ja subiu o corcovado de ubatuba? é muito parecido o começo rs) a ressaca só piorava com o esforço e estava lenta demais. Estava atrasando um cronograma que já era bem curto e me sentindo péssima. Então só havia uma coisa a fazer: declarar a vitória da ressaca e pipocar! rs

 

Desci e estacionei na beira do Lago Roca, apreciando a paz do local pra tentar me curar daquela ressaca avassaladora. Andar? Ah... eu bem que tentei, mas num dava não... caminhei até metade do caminho para a bahia Lapataia e voltei kkkk ::lol3::::lol3:: Fiquei ali por horas, aproveitando pra pensar na vida, nas percepções e auto-descobertas que fiz nessa viagem, dormi um pouco, e fiquei enrolando até as 18h40, quando a turma voltou.

 

Voltamos pro Hostel, onde passei mais uma noite divertida em companhia da turma toda ( mas troquei o vinho pela Quilmes, e resolvi apelar pro "beba com moderação", afinal tinha um voo na manha seguinte ::hahaha:: )

 

[t3]Dia 21 - Presa no fim do mundo, graças a Aerolineas...[/t3]

 

Como contei lá em cima, eu havia solicitado a Aerolineas que trocasse meu voo, que sairia de Calafate, para sair de Ushuaia, na mesma data. Eu sou bem "cabaça" com esse negócio de voos ; viajo muito, mas pela empresa, então nunca tinha lidado com os tramites de mudança de reserva, taxas, etc.... por isso, confirmamos todos os dados, disponibilidade e principalmente a tarifa. O Yuri ainda confirmou para mim se era somente aquela tarifa e a forma de pagamento (Direto no cartao que tinha efetuado a compra... tudo por telefone, rapido , simples... ). Eu tinha me preparado psicologicamente pra arcar com até US$100 pra troca dessa passagem, então tava dentro do previsto. Ainda ia pegar um voo as 10h30 da manha, ganharia metade de um dia em Buenos Aires... tudo muito perfeito e certinho, né?

 

O que eu não sabia era que aquele dia era O dia em que Murphy resolveu ser SemLimites:

 

Acordei , arrumei as coisas e fui pro Aeroporto, cheguei faltando uns 45 minutos pro horario do voo. Quando fui fazer o check in, fui barrada. Me pediram para ir ao balcão de venda da empresa primeiro, pois minha reserva não estava válida - e tinha que ser rapido, pra nao perder o embarque.

 

Quando fui lá, o nada educado atendente me disse que a taxa da troca de vôo nao estava paga (hein?) e que eu tinha que pagar a diferença entre o valor do voo que eu comprei e o voo de hoje. Ele me disse que a difereça era de 180... fiz as contas, daria quase 50 dolares quase, o que era o valor que a moça da Aerolineas informou por telefone. "Ok...", separei os 180 pesos pra entregar e o atendente me olhou como se eu fosse idiota :

" No, no... 180 DOLARES" ::ahhhh::

 

Isso dá quase 800 pesos - ou seja O PREÇO DE UMA PASSAGEM NOVA!!!! Isso era praticamente metade do que eu paguei nos tres trechos da passagem... Ok... cabacice a minha que nao sabia que isso é procedimento - taxa de remarcação + diferença do valor do voo... mas o que me deixou p da vida foi a forma como fui tratada....

 

Na mão eu tinha uns 300 pesos, mais uns 300 no Visa Travel e tinha 200 pesos que o Yuri ia me entregar em Buenos Aires. Expliquei ao atendente que tinha ligado na Aerolineas e me informaram apenas uma taxa de US$ 50 e ja havia sido paga no cartao. Que o valor correspondia praticamente a uma passagem nova e que não estava com o dinheiro suficiente. Logo, eu não sabia o que fazer. O cara olhou pra mim (acho que de saco cheio do meu portunhol) e disse na cara larga que eu "Voce então não perguntou o que deveria pagar ao ligar. O engano é seu. Se pretende embarcar nesse voo, pague agora; ou entao, me deixe atender a outra pessoa atras de voce enquanto isso." ::ahhhh::::ahhhh::::ahhhh::

 

Bão... esse infeliz conseguiu me fazer sair da fila e cair no choro, de RAIVA pela forma como ele me tratou. Eu estava sozinha, na po#%a do Fim do Mundo, não tinha dinheiro suficiente pra ir embora, se eu fosse voltar de onibus, nao ia chegar em Buenos Aires antes do domingo, não consegui embarcar naquele voo, nao sabia se aquilo complicava ainda mais a minha situação, não tinha a mímina ideia do que fazer e ainda tinha uma pessoa me tratando com grosseria ao invés de me orientar!

 

Três cigarros e muitos palavrões depois, o meu instinto assassino estava controlado, então fui no balcao do check-in perguntar se tinha alguem que falasse portugues e me explicasse, com calma, o que tinha acontecendo e o que eu tinha que fazer agora. Não tinha, mas de lá me apareceu outro atendente que pelo menos falava devagar e me tratou como gente. Voltou comigo no balcão de venda, confirmou as informações, confirmou que sim, eu tinha que pagar a diferença do voo, era outra taxa - custava terem me informado disso quando troquei a reserva ao invés de me deixar passar por esse stress?! Nesse valor, eu nem teria ido pra Ushuaia! - e que não me preocupasse quanto ao voo perdido, ja tinha mudado a minha reserva para o proximo voo, que sairia as 20h55 "sem taxa adicional" (a nao ser os US$180,00)...

 

Como eu estava sem o cartão de crédito, me orientou a ligar na Aerolineas pra fazer o pagamento com o numero do cartão (isso eu tinha) por telefone. Porém a aerolineas de la nao é 0800... e pra ajudar no aeroporto de Ushuaia não vendem cartão telefonico. Como os orelhoes funcionam com moedas, o cara da lanchonete ainda foi legal e me trocou 2 pesos em moedas... que acabaram rapidamente, porque tomei um chá de cadeira pra ser atendida na Aerolineas da Argentina.

 

Bão... o jeito era ligar pro Brasil e pedir pra minha mãe me ajudar a resolver o B.O por aqui. E quem disse que eu lembrava como ligar a cobrar pro Brasil???!!! ::lol4::::lol4::::lol4::

 

[li=Não Saia de Casa sem ele]0800 999 55 00 . Esse é o numero do serviço Brasil Direto da Embratel.

Com ele, de qualquer telefone do mundo (fixo, móvel ou publico) dá pra ligar a cobrar para o Brasil.

 

Dentro da Argentina, para ligar a cobrar para um numero fixo, basta discar #19 antes do numero. (A Aerolineas, claro, nao aceita chamada a cobrar rs)[/li]

 

Já que eu não lembrava, tinha que perguntar para alguem. E consegui ter o tropeço linguístico mais categórico da história: Toda educadinha, fui perguntar a uma policial se ela sabia como fazer uma chamada internacional a cobrar. Só que ao invés de perguntar como fazer uma llamada, eu perguntei como fazer uma ligacion internacional a recobro, para que me paguem...

 

Ela me olhou com uma cara que na hora tocou a sirene do "voce acaba de falar alguma merda". E era uma merda com categoria: eu havia acabado de perguntar pra POLICIA como fazer sexo internacional para que me paguem... ::lol4::::lol4::::lol4::::lol4:: Era só o que me faltava aquele dia, ser presa por prostituição !!!! rs Corrigido o engano, ate a policial riu. Me informou o numero de informações (Auxilio a lista) da Telefonica (é 110), que me passou o 0800 do Brasil Direto da Embratel e eu consegui ligar em casa.

 

Só que ai foi a vez da minha mãe tomar um chá de cadeira da Aerolineas... levou 1h30 na espera para ser atendida. E não era meu dia de sorte: ela nao poderia pagar essa diferença da passagem nem por telefone, nem por internet; só na loja da Aerolineas. No Aeroporto de Guarulhos! E para ajudar, naquele dia desabava um pé dagua homérico, minha mãe não dirige e nem tinha como sair de casa. Quando liguei de novo, ela me pediu que ligasse para o meu irmão. A solução que arranjamos, por pior que fosse, foi comprar outra passagem.

 

Mas falei que era meu dia de azar: nao dava pra comprar passagem para aquele voo porque pela net tem que ter no minimo 12h de antecedencia pra reservas por internet... isso o obrigou a comprar a passagem para o dia seguinte e me obrigou a desembolsar mais US$ 25,00 pra adiantar o voo e sair de Ushuaia naquele mesmo dia.

 

US$50 para troca de reserva - que acabou sendo cancelada, sem reembolso + R$500,00 de uma nova passagem, que não precisaria ser trocada se aceitassem pagamento via internet ou telefone no Brasil + US$ 25 pra poder sair de Ushuaia + um dia inteiro que eu perdi presa no aeroporto + um atendente absurdamente mal educado. Tudo isso porque a Aerolineas não me deu a informação correta a respeito de taxas de troca de voo. Quem mais acha que eu devo meter um processo na empresa, levanta a mão ...rs

 

E não é só isso: meu voo ia pro Aeroparque. IIIIA! Aeroparque lotado (era feriadao na argentina toda, Soberania de la nacion + eleicoes), a aterrissagem foi autorizada lano Ezeiza, que fica longe pra caramba do centro. Eu sabia que a Aerolineas disponibiliza onibus de graça entre os dois aeroportos pros seus passageiros, mas nao sabia se ia ter nesse caso. Umas israelenses chatas que estavam no mesmo voo nao sabiam disso, quando fui perguntar (com meu ingles macarronico) se elas queriam rachar o taxi, me ignoraram ate encontrar mais duas israelenses pra rachar. BEM FEITO: o bus ate o aeroparque era de graça, mas como havia uns três voos que foram realocados pra lá, foi mais um chá de cadeira de 1h (nisso ja eram 2 da manha)...

 

No fim das contas, cheguei ao Aeroparque, 2h40 da matina, na situação que eu não queria: dependendo da idoniedade de um taxista. Dei sorte, o taxista foi um anjo, e em bandeira 2, deu AR$ 55 pesos até o hostel . Eu disse ate o Hostel??? NAAAAAO!!!! ::lol3::

 

O Portal del Sur fica no miolão do centro, uma quadra depois da Av. de Mayo e proximo da estação de metro. E por causa dos desfiles de feriado, CARRO NENHUM PASSAVA por cerca de 12 quadras, do entorno da Casa Rosada até San Telmo !!!! O taxista perguntou pra uns quatro policiais antes de me dizer que aquele era o local mais proximo que podia me deixar.... [b a ]7 QUADRAS do hostel [/b] ... agora imagine: 3 da manha, eu andando com uma cargueira por um lugar que parece o centro de sampa ::lol4::::lol4::::lol4::::lol4::

 

Cheguei, viva - que bom - e morta de cansaço. Dei graças a deus por ter essa reserva feita pelo menos, ou teria sérios problemas. Tomei um banho, mandei um email pra família pra avisar que havia chegado e desabei na cama.

 

[t3]Dia 22 - Buenos Aires com Muita mostarda e Zoo de Lujan[/t3]

 

Acordei com o Yuri invadindo o quarto feminino e me xingando rs.. Eu não tinha como avisá-lo que estava presa em Ushuaia, e ele estava me esperando desde as 15h, preocupado com toda essa minha desenvoltura em idiomas... Alias, praticamente iniciou uma "busca" pela minha pessoa com todos os contatos que conhecia - principalmente com o LiCo, que tambem estava em Buenos Aires e com contei toda a novela que passei pra sair de Ushuaia enquanto tomávamos café e partimos para o Zoo de Lujan.

 

Já havia saido o resultado das eleições, e com a vitória da Cristina Kirshner, o metrô tava liberado, di grátis, pra todo mundo. Tínhamos que pegar o metrô na estação Av. de Mayo e fazer uma conexão para chegar na Plaza Italia, onde tomaríamos o onibus para Lujan. Com o tumultuo dentro do metrô, tentaram nos passar um golpe : um rapaz muito solicito nos avisou que nossa roupa estava suja - e realmente estava, jogaram Mostarda em nossas costas... sacou do nada um lenço do bolso oferecendo para nos limpar. O Yuri , mais esperto, entendeu a coisa na hora; já eu só percebi a tentativa de golpe quando tentei pegar o lencinho da mão do moço e ele insistiu para que eu deixasse ele me limpar - e ia acabar nos"limpando" mesmo... Acabamos no banheiro do McDonalds da Plaza Italia pra tentar limpar a sujeira - o Yuri que estava de dry-fit, resolveu facil seu problema, mas como a minha regata era de algodão... eu tive que ir pro Zoo devidamente temperada...rs

 

O onibus para o Zoo de Lujan é o 57, mas chegando no local de onde saem os onibus, encontra-se vários onibus nº 57 rs. O correto é o Rapido Lujan. O valor da passagem é de AR$ 20,00 ida e volta, as passagens são compradas em uma banquinha da empresa de onibus junto do primeiro ponto de ônibus e demora mais ou menos 1h30 para chegar até lá. Conhecemos , no onibus, um simpatico casal ( Valdir e Nathália) que acabaram nos acompanhando pelo passeio todo.

 

São AR$ 100,00 de entrada e ainda acho que foi o passeio (caro) mais bem pago da viagem, já que entrar na jaula com tigres, leões, ursos e elefantes é uma experiencia que não se tem todo dia. Eu, que sou maníaca por felinos, fiquei encantada com um tigre lambendo leite da minha mão ... a Nathalia teve um pouco de medo no começo, depois se entregou ao barato da situação... já o Yuri tinha certeza absoluta que o bichano tava encarando ele de modo suspeito kkk O fato de ser feriadão nos ajudou no fim das contas, o Zoo não estava cheio, o que nos permitiu ir em todas as jaulas e repetir as dos leões e tigres.

 

Nãããão, eu não achei que os animais estivessem completamente dopados. Acredito sim, que estejam mais acostumados ao contato humano e vimos que são respeitados os limites dos animais também... Leões de lá tem hábitos noturnos, então os que vimos durante o dia estava ferrados no sono, mas a tratadora nos informou, na jaula dos filhotes , que depois das 18h, eles ficam mais ativos. Os leoes que vimos no fim da tarde estavam mais interativos, mas meio sonados mesmo assim. Um pouco antes de entramos na jaula dos tigres, os adestradores interromperam a fila (muita gente reclamou rs), para que pudessem dar uma pausa e alimentar os animais - um tava até com cara de estressado. No fim da tarde, visitamos a jaula dos tigres novamente e já nao era mais o mesmo que estava deitado para "afagações", eles revesam os bichos ( e mesmo se aquele na nossa frente estivesse dopado, tinha outro que ficava andando pela jaula, solto). Claro que crescendo sendo acostumado a receber carinho e agrados (leite para os tigres, marmelada para o urso - que é um mercenário rs só se aproxima se rolar um doce rs - espigas de milho para as simpaticas elefantas), fica facil aceitar a proximidade de tanta gente.

 

Saimos de Lujan por volta das 18h30. Ainda paramos num restaurante qualquer em Palermo para comermos. Qualquer mesmo, era um tenedor libre com parrija (um rodizio com buffet rs). Acabamos nao comendo tanta carne assim, mas acho que o Yuri, sozinho, deve ter comido 1kg de sorvete de doce de leite ::otemo::::otemo::::otemo:: Voltamos pro Hostel, mandei um email pra minha família e pro LiCo, que tambem estava na cidade e eu tinha combinado de encontrar.

 

(Esqueci de comentar que o meu cabelo virou atração do Zoo de Lujan ::lol4::::lol4:: Minhas trancinhas fizeram sucesso, volta e meia alguem me olhava perplexo até me perguntar sobre meu cabelo kkkk e olha que eu uso um kanikalon vagabundo, hein? rs )

 

[t3]Dia 23 - Feira de San Telmo e hora de voltar pra casa[/t3]

 

O voo do Yuri de volta pra Sampa saia as 10h; o meu, só as 16h. Então minha despedida foi um abraço meio sonado e só (foi mal rs). Levantei por volta das 9h30, subi pra tomar café e quando desci, dei de cara com LiCo, que tambem quase me bateu por passar o dia anterior sem dar notícias ::lol3::::lol3:: Tinhamos pensado em fazer um tour saindo da Iglesia San Ignácio pelas Manzanas de las Luces e os caminhos de túneis do séc. 18 (visita guiada, AR$12,00) mas o passeio só começava as 15h, o que nao dava para nenhum dos dois. Sendo assim, plano B: fomos conhecer a feira de San Telmo.

 

Foi pouco tempo, mas o suficiente pra ficar com um gosto de "quero mais". Alias, quero mais de Buenos Aires inteira, pra conhecer a cidade não adianta só "passar por ela" rs... A feira é bem bacana e tinha milhares de coisas que pensei em comprar - e que nem tive tempo! Quando vi ja era hora de voltar pro hostel, pegar a mochila, partir pro Aeroparque e de volta pra casa.

 

[t3]Em resumo...[/t3]

Que o ano que vem chegue logo pra que eu possa viajar de novo kkk

Editado por Visitante
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  • Membros

Olá, estou adorando seu relato e aproveitando pra relembrar algumas coisa que eu fiz e adorei, mas eu tenho uma pergunta!!! se permite? vc não foi ao Glaciar Perito Moreno???

Eu achei um espetaculo, acho até que a parte mais bela do passeio e adorei El Calafate pena que é uma cidadezinha bastante cara!! Quanto ao onibus eu comprei do Brasil pela internet e não tive nenhum problema, ja tinha lido que os preços eram os mesmos.

Mas continue o seu relato que esta muito bom, assim eu me encho de coragem e coloco o meu também!!!! :wink:

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  • Membros de Honra

Olá Cris!

 

Belíssima viagem. Não sei se merece o qualificativo de "pantufada", foi muito mais do que isso. ::lol4::

De qualquer forma, parabéns pela trip e pelo relato, muito divertido e bem humorado, como sempre!

 

Abraço!

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  • Membros de Honra
Cris, continua!!!! Estou adorando!

 

::otemo::

 

Ah, e coloca fotos!

x2!!!

Mandou bem Cris, patagônia é sonho... ::cool:::'> ... e pra variar o relato tá show.

E pensar que essa menina começou assim...http://www.mochileiros.com/dicas-para-iniciantes-percursos-para-fins-de-semana-t36268.html

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