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Caro Juba

Boas dicas, é importante estar bem informado, pois o mal agudo da montanha pode atacar qualquer um.

Estive no Aconcagua na temporada passada(05/06), e ocorreram 3 mortes, nenhuma por queda, uma por ataque cardíaco, e duas por edema, inclusive de um suiço que era guia de escalada nos Alpes. Os médicos e guarda-parques recomendam seguir a seguinte tabelinha:

Dor de cabeça 1 ponto

Náuseas ou perda de apetite 1 ponto

Insonia 1 ponto

Vertigem 1 ponto

Cefaléia resistente a aspirina 2 pontos

Vômitos 2 pontos

Falta de ar em repouso 3 pontos

Fadiga anormal 3 pontos

Oligúria (falta de urina) 3 pontos

1-3 pontos MAM LEVE aspirina ou paracetamol

4-6 pontos MAM MODERADO aspirina, repouso e suspender subida

+ de 6 pontos MAM SEVERO abaixar rapidamente

Eles não aconselham a tomar diamox, pois há vários casos de desidratação aguda.

E o principal, tomar muita, mas muita água, pois só na respiração, pela diferença de umidade do ar na atmosfera e no pulmão, perde-se cerca de 3 litros por dia, sem falar da diarréia que também é comum.

Valeu

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Obrigado pelo complemento!!! Essa tabela é muito útil para se ter uma idéia de que se o que você está sentindo é "normal", ou seja, o mal agudo na sua forma mais leve, ou algo mais grave, como edema pulmonar e cerebral.

 

Com relação ao diamox, realmente, para quem vai fazer uma escalada e não tem tanta oportunidade para parar e descansar ou beber 3 a 4 litros de água na hora que quiser, com acesso fácil, eu também não recomendo o diamox...aliás, a única situação que recomendo o diamox é na prevenção, já constatada cientificamente, com 125 mg duas vezes ao dia, um dia antes do embarque para a altitude e nos 3 dias seguintes, já na altitude (por exemplo, se você vai sair de São Paulo para La Paz logo de cara...). O diamox também é usado no tratamento, não só na prevenção, desse mal (250mg de 2 a 3 vezes ao dia)... mas não recomendo ninguém a tomar essa dosagem por conta própria, sem supervisão médica; o risco de desidratação grave é grande...se você estiver muito mal, não se auto medique, procure ajuda especializada!!

 

Para os que vão fazer uma escalada, a melhor prevenção ainda é a subida gradual, com bastante hidratação e uso de sintomáticos (aspirina, ibuprofeno...) caso necessário.

 

Só para lembrar, se você é alérgico a sulfa, não tome Diamox!!!

 

A minha idéia aqui não estimular auto-medicação de ninguém, seria contraditório para um médico, o que quero é esclarecer e informar, fornecendo alternativas para aliviar o sofrimento e, principalmente, evitar o pior para quem vai, como eu agora em maio, viajar para elevadas altitudes.

 

Mais uma vez, obrigado pelo complemento, "tontonmacoutes" (desculpe, não sei seu nome...), quanto mais informações pudermos disponibilizar, principalmente de quem já passou pela situação e já tem experiência como você, melhor!! Espero outras contribuições!

 

Abraços

 

Juliano Paes

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  • 1 mês depois...
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Fala Pessoal! Especialmente Juba, Hendrik e ABJ.

 

Estava lendo o tópico desde o início e acho que, com todas as informações postadas aqui, qualquer viajante que vá se aventurar por grandes altitudes conseguirá boas informações para um planejamento legal.

 

Como o Juba falou, acho que, no meu caso, o ideal é esperar esses 2 dias, ver como o grupo estará (vamos em 4 pessoas) e, estando tudo bem, subir numa boa.

 

No mais, seguir as recomendações das medicações, de beber muita água e, principalmente, ter bom senso.

 

Estava lendo uma revista agora e tinha uma matéria legal sobre "medicina do viajante". Existem 2 centros especialistas nesse assunto (RJ e SP). Os caras são especialistas e conhecem todo tipo de doença em vários roteiros. Antes de viajar, pretendo me consultar com o que tem aqui no RJ. Seguem os contatos:

 

SP: (11) 3896-1400

RJ: www.cives.ufrj.br

 

Espero que ajude.

 

Grande abraço a todos e obrigado pela ajuda.

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No Nepal, antes do trek, fomos a algumas farmacias em Thamel, bairro turistico de Kathmandu, capital do Nepal, de onde saem praticamente todas expediçoes e trekkers. Bastavamos abrir o capitulo do Lonely Planet com a lista de remedios para as diversas situaçoes que o guia listavam como possiveis e o "farmaceutico" nos vendia tudo. Ate mesmo as drogas mais potentes.

 

Mas estavamos decidido em aclimatizar com o minimo de remedio. Por isso saimos de Jiri, que nos deu 7 dias de caminhadas subindo e descendo dos 1800 aos 3400 metros. Fora isso, cada dia de aclimatizaçao do guia era dobrado ou redobrado. Ao inves de 2 noites em Namche, ficamos 4. E sempre realizando curtas caminhadas durante o dia. E sempre comendo e bebendo muita agua.

 

Pode ser que tivemos sorte, mas eu acho que nossa rotina de aclimataçao foi boa.

 

Agora planejo ir ao Aconcagua, sem mulas, claro. Ao contrario do trek ao EBC, o cume do Aconcagua vai exigir mais esforço porque nao teremos os lodges que as trilhas ao EBC tem. Os desniveis sao, pelo pouco que li, mais acentuados. Isso me parece significar a possibilidade de subir muito em "pouco" tempo. Mais cuidados com aclimatizaçao, entao.

 

Lendo diversos relatos notei que muita gente passa mal nas etapas finais e me pergunto se boa parte nao sera por causa de uma aclimataçao pobre.

 

Outra coisa que li e me assustou muito foi uma "jornalista" de uma revista feminina que resolveu ir ao Aconcagua, a convite de um amigo. Novatos na atividade, como eu, fizeram aquilo que praticamente todo novato numa atividade faz: se informar. Nao foram independentes e pagaram uma pequena fortuna a uma agencia, mas o susto veio de um dos seus "preparativos":

 

Juntaram aos sadios preparatvos fisicos a rotina de tomarem aspirinas todos os dias durante 1 mes. Disseram que isso "afinava" o sangue, facilitando aclimataçao. Ainda nao sei se isso eh fato e eh bem capaz que seja, mas serve para exemplificar o quanto podemos cair no erro de encarar a aclimataçao e seus sintomas como fenomenos naturais. Remedios nao deveriam ser usados para enganar nossa mente sobre como nossa aclimataçao vai mal, mas apenas como ajudantes no processo. Se entupir de remedios para "aclimatar" melhor me parece ser pessima atitude.

 

Se nao nascemos sherpas e nao vivemos desde a geraçoes em alta altitude, entao a regra de ouro continua sendo a mesma que sempre foi:

 

- Caminhar alto, dormir baixo

- Comer bem, beber muito

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existe um outro fator que deve pegar no aconcágua: o psicológico. não que soroche seja psicológico, não é nada disso.

mas na ansiedade, sobe-se demais em pouco tempo. até pq não é qualquer um que pode ficar um mês por lá só pra ir se aclimatando. as janelas de subida são menos de 30 dias depois do natal... o povo passa o natal em casa e vai pra lá. perde-se tempo em viagens até o local, permissos e etc. e 20 de janeiro neguim quer (e tem que) estar no topo da sentinela de pedra.... nem sempre a aclimatação é tão bem feita assim....

 

hendrik, pretende subir quando?

  • Membros de Honra
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Oi, ogum, ao lado do trek ao EBC tem outro trek com situaçao semelhante a que voce descreveu, so que mai curto: o trek ao vale do Gokyo. Inclusive quem tem mais tempo usa um passe montanhoso, o Cho la, e faz os dois. Mas se voce sai de Namche para o Gokyo, sobe-se mais rapido que se for ao EBC. Todos os guias e livros que li advertiam sempre para os perigos de, animados e fresquinhos, os trekkers subirem demais num dia. Eh possivel subir duas e ate mais vezes o adequado.

 

O fator psicologico na verdade eh uma das poucas vertentes que estou menos preocupado. Sou um chato de galocha na trilha e tento fazer tudo de acordo com o manual. No trek na Chapada meus aigos ficaram putos comigo porque eu os acordava cedo, antes mesmo do Sol ter nascido. E olha que, por mim, acordava mais cedo ainda. Acho que a manha eh a parte mais produtiva do trek. A partir do meio-dia vem o Sol forte e so conseguimos nos arrastar pelas trilhas...

 

Ce ja esteve no Aconcagua, ogum? se sim e se puder, da um pulo no topico da seçao sobre a Argentina onde eu coloquei algumas perguntas.

 

P.S.: a caça a barraca ainda continua...

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  • Membros de Honra
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ih, hendrik, aconcágua é plano pra 2011. ou pra mais, depois que minha trip agora em julho pro peru rodou... então, depois vou ver tuas perguntas, mas não sei se vou poder responder a nenhuma não... hahahaha

 

ah, cara, com grana sobrando, eu ia de lightwave. gostei dos modelos. por falar em barraca, ontem fiquei tacando silicone nas costumas da minha manaslu, só por precaução. mas gostei muito da lightwave t0 xt. seja ultra ou trek, a diferença de peso é mínima. mas pra um brinquedo desses, eu preciso viver na gringolândia e ganhar $$$ como gringo.

 

inté!

  • 1 mês depois...
  • Colaboradores
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Olá Dani,

 

Normalmente os atópicos (alérgicos), ou seja, aqueles que tem asma, rinite, sinusite, entre outras; normalmente sofrem mais na altitude...não só pela diminuição na oferta de oxigênio disponível mas também porque, geralmente, são lugares secos e frios, com uma maior concentração de partículas na atmosfera...tudo aquilo que as vias respiratórias de asmáticos precisam para ficarem bem fechadinhas e desencadear uma crise...Sendo assim, leve sua "bombinha" e alguns comprimidos de prednisona ou decadron...poderia até te sugerir um esquema preventivo, mas como não sei qual o seu tipo de asma, prefiro que consulte o seu pneumologista para te orientar quanto à melhor maneira de se precaver!

Qualquer coisa é só escrever!!

 

Abraços

 

Juliano Paes

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  • Membros de Honra
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Meu, e tudo depende mto da pessoa...eu e minha namorada temos rinite, mas lá só ela teve crises de rinite...

 

eu tive mais tontura e - pasmén!!! - desarranjo intestinal (não foi da comida não...a altitude que causou...), qdo eu andava na cidade, blz...mas era só fazer um esforço maior para subir alguma rua mais íngreme, já dava vontade de ir ao banheiro...huáhuáhuá...mó sarro!!!

 

Aí, comia e nada, blz...

 

caminhava pelas ladeiras e pronto: banheiro...mas nada que me atrapalhasse...hehehehe

 

mas como tem asma, o Juliano deu um conselho prudente: procure um profissional para se precaver e levar medicamentos e o mais importante: tente se ambientalizar antes de fazer esforços!

 

abraços

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