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Los Roques, Venezuela - Uma semana no paraíso caribenho


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Pessoal, para retribuir toda a ajuda que recebi aqui, resolvi criar um tópico com meu relato de viagem a Los Roques em dezembro de 2010.

É um misto de relato de viagem com dicas gerais sobre LR. Este relato é super longo... Uma versão em formato mais fácil de ler, com fotos e videos, está no blog: http://kk-vision.blogspot.com/2011/01/los-roques-venezuela.html (são seis posts para contar a história toda)

 

Los Roques? O que é isso? Onde fica?

Muita gente me perguntou isso quando falei da minha viagem... Para quem ainda não sabe, Los Roques é um belíssimo arquipélago venezuelano, formado por 42 ilhotas e mais de 250 bancos de areia e recifes de corais. As ilhas e barreiras de coral formam um anel de águas claras com cerca de 24km (sentido norte-sul) por 36km (leste-oeste). A área toda é designada como “Parque Nacional Archipiélago de Los Roques”, e a visitação é restrita em algumas ilhas. A população total do arquipélago é de apenas 1.200 habitantes. A maior parte das ilhas é desabitada ou contém alguns ranchos de pescadores, com exceção de El Gran Roque, onde fica o aeroporto e um povoado, onde estão as pousadas, pequeno comércio e serviços básicos. El Gran Roque fica a 80 milhas náuticas (120 km) ao norte do aeroporto de Caracas, uns 30 a 40 minutos de vôo nos pequenos aviões que fazem voos regulares para lá. A localização próxima à linha do Equador (11o52' N e 66o42' W) e a ausência de montanhas garantem um clima quente e pouco chuvoso o ano inteiro .

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110206013203.jpg 500 333.333333333 As cores do mar em Cayo de Agua]As cores do mar em Cayo de Agua.[/picturethis]

 

Por que ir para Los Roques?

* A natureza quase intocada é um dos maiores atrativos do arquipélago. Praias de areia branca, o mar absurdamente transparente, uma grande variedade de fauna marinha, corais e pássaros, com pouca gente e muita tranquilidade.

* A tranquilidade do lugar: não existem grandes hotéis , restaurantes ou casas noturnas, somente pequenas pousadas e comércio básico. As ruas são de areia, não há veículos no local, exceto o caminhão de coleta de lixo! As pousadas são em geral bem simples, o pessoal é muito gentil e hospitaleiro.

* Segurança: embora faça parte de um país sul-americano, com todos os problemas que conhecemos bem, e a pobreza seja visível no pequeno povoado, não há sensação de insegurança. As pessoas costumam deixar as portas abertas nas casas e pousadas, e você pode deixar as suas coisas na praia enquanto dá o seu mergulho, sem sustos. Los Roques é considerado um dos destinos turísticos mais seguros do mundo.

* Clima: é um dos maiores atrativos do local. O clima é quente (em torno de 26 a 28 graus o ano todo), chove pouco, e a temperatura da água é quase igual à temperatura do ar!

* Atividades: Além dos dias relaxantes na praia, Los Roques é ideal para snorkeling e mergulho, com suas águas cristalinas e visibilidade excepcional. O local também é muito procurado por pescadores e praticantes de kite surfing.

* Acesso: Existem voos diretos de São Paulo a Caracas, são 5 horas e meia de voo, mais o pequeno trecho de Caracas a Los Roques. Para os brasileiros, se tornou um destino interessante, e uma boa alternativa - ou escala de viagem - para outros lugares no Caribe (como Aruba e Curaçao), principalmente com a utilização de milhas da Varig ou TAM até Caracas. O Brasil está descobrindo Los Roques. Além de turistas europeus, principalmente italianos, encontramos muitos brasileiros lá.

 

Por que não ir para Los Roques?

* Custo: Na minha opinião, é uma viagem que oferece uma excelente relação custo-benefício. O lugar é lindíssimo, apesar de ser bastante rústico. Porém, não é exatamente um destino tipo “mochilão”. Somando os custos com voos, passeios e pousadas, a viagem pode ficar cara. Faça bem as contas antes de ir. Nossa viagem de uma semana custou uns R$2100 por pessoa, ou R$300 em média por dia. O custo de hospedagem é alto por causa das leis ambientais, que restringem a construção e ampliação das pousadas e limitam a oferta de vagas no arquipélago.

* Simplicidade: Se você está acostumado com resorts, baladas, restaurantes, compras e hotéis sofisticados, Los Roques não faz o seu tipo. As pousadas são agradáveis, a comida é boa, mas tudo é muito simples. A infraestrutura da vila é bem precária, a água do banho é fria, existem poucos restaurantes, quase nada de comércio, o sistema de telefonia mal funciona, e não há vida noturna. Mas se você quer se desligar um pouco do mundo, curtir o mar transparente e ficar tranquilo, Los Roques é a sua praia.

* Saúde: Eu ficaria receoso de viajar com crianças pequenas ou pessoas com qualquer problema de saúde, porque não há hospital na ilha, apenas um pequeno posto de saúde e um único médico. Em caso de emergência as coisas podem se complicar. Não esqueça que o continente fica a mais de 100km de distância, e o aeroporto só opera durante o dia. Pudemos constatar isso de perto: minha filha teve uma reação alérgica, felizmente nada sério, mas deu pra perceber como as condições são precárias. Fomos bem atendidos, de graça, mas faltava um medicamento apropriado no posto de saúde e na única farmácia do local.

* "La Plaga": A sua estadia em Los Roques pode ter zero mosquitos ou milhões deles, dependendo da época. Nós chegamos após uma temporada de chuvas, e pegamos muitos deles, que os locais chamam de “la plaga”. Além das moscas e pernilongos, eles tem o puri-puri, um inseto minúsculo que incomoda muito. O problema é maior nas áreas com vegetação e mangues. Na ilha de Francisquí, o ataque dos mosquitos foi brutal. Uma preocupação adicional é a dengue... Prepare-se com repelente e inseticida. Usamos também aqueles de colocar na tomada.

 

Quantos dias devo ficar?

* Recomendo no mínimo 4 dias. A viagem é longa e um pouco cansativa para ficar apenas um final de semana. Nós ficamos lá uma semana e achamos pouco, pois são diversas ilhas e queríamos visitar todas. Se você for mergulhar, com certeza vai querer ficar pelo menos seis ou sete dias, porque cada saída para mergulho toma um dia inteiro.

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110206014017.jpg 500 281.25 Praia de Madrizquí]Praia de Madrizquí.[/picturethis]

 

Quando é melhor para ir?

* O clima de Los Roques é bom o ano inteiro. A época mais chuvosa é nos meses de outubro e novembro, porém as chuvas tendem a ser rápidas. A alta temporada corresponde ao verão no hemisfério norte, e os feriados de fim de ano, Semana Santa e Carnaval. A baixa temporada vai de 15 de Janeiro a 1 de agosto e de 1 de Setembro a 15 de dezembro.

 

Quanto custa?

* Existem operadoras de turismo que oferecem o pacote de 7 dias a partir de US$ 1300 a 1600 por pessoa (sem o aéreo). Se você for por conta, pode economizar, mas dá trabalho. Para evitar a incerteza quanto à hospedagem e horários de voos, nós acabamos fechando a hospedagem em pensão completa na excelente pousada Guaripete, com alguns passeios inclusos e os voos de/para Los Roques por US$880 por pessoa, para uma semana.

* Se você optar por ficar em lugares mais simples, pode economizar ainda mais. Mas não se esqueça de contabilizar os passeios, refeições, mergulhos e outras coisas! Além do incômodo e perda de tempo de arranjar tudo isso por sua conta, também corre o risco de não encontrar lugar na pousada desejada. Isso aconteceu com algumas pessoas que encontramos lá.

* Hospedagem: As pousadas mais simples cobram diárias a partir de US$ 35 por pessoa. As pousadas melhores (dependendo da temporada) variam tipicamente de US$75 só com café da manhã (Bed & Breakfast) até US$ 200 para pensão completa. Para maior tranquilidade, é melhor ficar em uma boa pousada com ar condicionado e pensão completa, que vai ficar em torno de US$120 por pessoa.

* Passeios:

Os preços dos passeios são mais ou menos "tabelados"; não vale muito a pena ficar negociando, dá para deixar que a pousada providencie. A gente combinava na véspera o destino desejado para o dia seguinte e eles faziam os arranjos. Depois acertamos tudo no checkout.

Para as ilhas mais próximas, como Madrizquí, Francisquí e Rasquí, e os bancos de areia como Cayo Muerto, Fabian e Vapor os passeios ficam em torno de BsF 30 a 40 (aproximadamente R$7,00 a 10,00). Ficando na pousada com pensão completa, esses passeios estão inclusos na diária.

Para as ilhas de média distância, como Crasquí, Noronquises, Rabusquí, Sarquí, Espenquí e Carenero, de BsF 60 a 80 (cerca de R$15,00 a 20,00).

Existem diversos passeios combinados, ou “tours”, que ficam em torno de BsF 80 a 160 (R$ 20,00 a 40,00), bem como os destinos mais distantes: Cayo de Agua, Boca de Sebastopol, Boca de Cote... Você também pode combinar um roteiro específico com o capitão da lancha. Por exemplo, em vez de fazer o roteiro padrão Cayo de Agua + Dos Mosquises, preferimos fazer Cayo de Agua + Carenero, que achamos mais bonito e interessante.

* Aluguéis: Barco por dia: BsF 1200. Sombrinhas: BsF 25. Cadeiras: BsF 5. Snorkel e Nadadeiras: BsF 40. Se ficar em pousada com pensão completa, eles fornecem cadeiras, toalhas, guarda-sol e a “cava “ (cooler) com comida e bebida.

* Mergulhos: Na Ecobuzos, o batismo (“discovery”): BsF 665 (equivalente a U$ 95 pela taxa que eles estavam usando em dezembro de 2010, de BsF 7 por 1 dólar)

 

Antes de ir

* Recomenda-se que os viajantes tomem a vacina contra a febre amarela pelo menos 10 dias antes de embarcar, e levem o certificado internacional de vacina (CIV). Este pode ser obtido no aeroporto ou em um posto da anvisa. Porém, nós não tomamos a vacina e ninguém pediu o CIV em nenhum lugar...

 

Como chegar a Caracas

* Nós viajamos pela Gol-Varig, utilizando milhas (10 mil por trecho). No nosso caso, o bilhete Smiles cobriu os trechos Curitiba-Guarulhos e Guarulhos-Caracas. O voo saiu de Guarulhos ao meio dia (com uma hora de atraso, era para ser às 11h); chegamos em Caracas por volta de 15:00. Foram cinco horas e meia de voo, menos 2 horas e meia de diferença de fuso horário na ida.

* Na volta, o voo sai de Caracas às 22:45 e chega em Guarulhos às 6 da manhã. Também há a opção de viajar pela TAM. Se você não utilizar milhas, fique de olho nas tarifas. Dependendo da época e da antecedencia da viagem, você pode conseguir passagens bem baratas.

* Se você vai usar suas milhas, não esqueça de incluir as taxas de embarque no seu orçamento. No nosso caso, foram duas taxas domésticas e uma internacional: somando tudo, deu mais de R$500 para três pessoas!

 

O que levar?

* Leve pouca bagagem. Nos voos para Los Roques, existe um limite de 10kg por pessoa, e até mesmo de tamanho das malas, porque os aviões são muito pequenos.

* Leve roupas leves: Biquínis/sungas, saídas de banho, camisetas, shorts, vestidinhos, bermudas, havaianas. Não precisa sapato, as ruas da ilha são de areia! Além das roupas de praia, cada um de nós só levou uma calça jeans e um par de tênis, para a viagem.

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110206015027.jpg 500 281.25 Legenda da Foto]Curtindo o sol em Sebastopol.[/picturethis]

* Não subestime o sol de Los Roques, é muito intenso, o dia todo. Leve protetor solar, chapéu, óculos de sol e loção pós-sol. Se faltar, não se preocupe, você encontra protetor, pós-sol e repelente na ilha a preços similares aos do Brasil.

* Repelente – Levamos repelente e aparelhos de tomada. Também é bom ter alguma pomada para picada de insetos.

* As tomadas em Los Roques são no estilo americano, com fendas para dois pinos chatos. Se o aparelho contra insetos , ou seu carregador de baterias, etc, for no padrão brasileiro (dois pinos roliços), não serve. Então é bom levar um adaptador. A nossa pousada tinha e nos emprestou. Normalmente, eles também tem repelente e inseticida. A eletricidade lá é 110V.

* Lanterna – Frequentemente falta energia na ilha. As pousadas em geral têm gerador. No nosso caso, faltou energia só uma vez, durante o dia.

* Kit para snorkel (máscara, respirador e nadadeiras). Indispensável! É uma das melhores coisas para fazer em Los Roques. A variedade da vida marinha e a visibilidade são fantásticas. Você pode alugar o equipamento lá, mas eu prefiro usar o meu... Para os míopes como nós, a máscara de mergulho com lentes corretivas é essencial!

* Se você tiver, sapatilha de borracha para proteger seus pés na hora de andar até chegar a área de fazer snorkel. Não é essencial, mas é bem útil em alguns lugares, como a piscina natural de Francisquí, que tem o fundo muito pedregoso.

* Outra coisa extremamente útil é uma camisa para proteger suas costas na hora do snorkel. Levamos camisetas próprias para isso da O'Neill e Speedo, de lycra. Caso contrário, você pode queimar muito as costas. As mulheres devem tomar cuidado também com o sol no bumbum durante o snorkeling :)

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110206015337.jpg 500 333.333333333 Legenda da Foto]snorkeling em Cayo Vapor.[/picturethis]

* Câmera/filmadora para fotos e videos subaquáticos. A descartável (de filme) vende-se na ilha. Nós levamos uma compacta Canon D10, que filma e fotografa até 10m de profundidade. Levamos também uma filmadora, com uma bolsa estanque, e fizemos muitos videos dos peixinhos e corais!

* Leve também livros para ler ou cadernos para escrever ou desenhar, pois você vai passar o dia todo em alguma ilha e vai querer algo para passar o tempo!

 

Limite de Bagagem

* Trecho internacional Sao Paulo-Caracas: 32 kg.

* No trecho nacional Caracas-Los Roques, o limite é de apenas 10 kg por pessoa incluindo bagagem de mão (eles pesaram tudo junto, só na ida). O excesso é cobrado à base de BsF 4,00 por kg. No nosso caso, o total permitido seria de 30kg para 3 pessoas. Nossas bagagens excederam o peso (o total deu 37kg), mas não nos cobraram nada.

* Mais uma vez, atenção para o tamanho das malas. O avião que pegamos para Los Roques era minúsculo, eles reclamaram do tamanho da nossa mala maior, porque o espaço para bagagens é muito pequeno. Dependendo do avião, mesmo as malas de mão e mochilas podem ir para o bagageiro, porque o espaço na cabine é apertado.

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110206015802.jpg 500 281.25 Legenda da Foto]O pequeno avião "Islander": 9 passageiros + piloto.[/picturethis]

 

Imigração

* O Aeroporto Internacional Simon Bolivar fica em Maiquetia, a uns 40km de Caracas. Na chegada, é um pouco estranho ver todos os banners proclamando os ideais bolivarianos e socialistas, exaltando Chavez, além da presença da guarda nacional. Mas o aeroporto é bem tranquilo e agradável, e a imigração foi rápida e sem problemas.

* Não esqueça de levar caneta (bolígrafo em español) para preencher os formulários. Eles deveriam ser distribuídos no avião, mas a Gol-Varig não fez isso e os passageiros tiveram que se amontoar no balcão da imigração na hora da chegada. Aliás, o serviço da Varig deixou bastante a desejar.

* Alguns aconselham a preencher o Formulário de Declaração de Bens ao entrar na Venezuela para não correr o risco de ter que dar explicações, caso seja abordado na alfândega na volta. Nós não preenchemos, mas não tivemos problemas.

 

Taxas

* Importante: troque bolivares para pagar todas essas taxas, pois eles não aceitam cartão de crédito e pagar em dólar fica muito mais caro.

* Taxa Aeroportuária Nacional – É uma taxa de embarque doméstico, paga somente na ida para Los Roques. Depois de fazer o check-in, vá ao balcão Aero Tasas e pague antes de entrar no saguão de embarque. Pagamos BsF 32,50 por pessoa.

* Taxa de Preservação do Parque Nacional do Arquipélago de Los Roques – pago na chegada à ilha. Valor: BsF 130,00 por pessoa.

* Taxa Aeroportuária Internacional – paga no retorno para o Brasil, depois do check-in no balcão da Aero Tasas. Valor: BsF 162,50 por pessoa. Guarde Bolívares para pagar essa taxa internacional no retorno!

 

Câmbio

* Como se sabe, o governo venezuelano exerce um controle rigoroso sobre o cambio, e a diferença entre a taxa oficial (1US$=BsF 4,30 ) e a praticada no câmbio paralelo é grande. Portanto, nada de usar cartão de crédito. O negócio é levar dólares em cash, e trocar pelos bolívares na medida do necessário. Para saber a taxa vigente em Maiquetia, consultei o @chavezparalelo no twitter. No dia da viagem (13/12/2010), estava 1US$=BsF 7,50. Outras fontes para saber a taxa de câmbio: http://www.dollar.nu/paralelo.php ; http://cotacao.eu/

* Em dezembro de 2010, 1 real era equivalente a mais ou menos 4 bolívares, considerando a taxa de BsF 7,50 por 1 dólar, e aproximadamente R$1,75 pelo dólar turismo. Não há risco de pegar bolívares falsos, as cédulas são de boa qualidade e possuem uma tarja de segurança com a inscrição "BCV" e o valor. Além das notas de 2, 5, 10, 50 e 100 bolívares, existem moedas de BsF 1 e 0,50.

* Na saída do desembarque internacional, os “maleteros” (carregadores) uniformizados abordam todo mundo para trocar dólares. A dica é negociar sempre. Decidi que não aceitaria menos do que 7,50. Chutei uma cotação de 8,00, e para minha surpresa, o primeiro cambista topou cambiar por 7,80. Negociando um pouco, com calma, você consegue a melhor taxa.

* Claro que o pessoal no aeroporto fica dizendo que você precisa cambiar ali, pois em Los Roques é só pelo câmbio oficial. É mentira... mas o melhor negócio foi no aeroporto mesmo. Depois descobri que em Los Roques todos estavam trocando por 7,00 e foi um custo para conseguir 7,50. Ao contrário de todas as dicas que recebi antes de sair do Brasil, no aeroporto de Maiquetia o câmbio estava melhor do que em Los Roques. Em todo caso, é fácil trocar dólares em qualquer lugar, e sempre dá pra negociar.

* Vale repetir os avisos: existem muitos malandros no aeroporto, que enganam os turistas: aproveitam uma distração, trocam as notas de dólar e devolvem outras, dizendo que são falsas, ou estão rasgadas.

* No meu caso, foi bem tranquilo. O maletero me encaminhou para um cara que estava por perto, e fomos para um canto do saguão. Primeiro negociei a taxa, e calculei quantos bolívares daria em troca dos meus dólares. Ele puxou um maço de notas e contou. Depois peguei os bolivares, contei e guardei. Por último entreguei os dólares para ele. Não faça as duas coisas ao mesmo tempo que você pode se perder e virar vítima de um golpe. Evite trocar grandes quantidades de uma vez só, troque no máximo uns 200 a 300 dolares.

* Para evitar o golpe das notas falsas, alguns brasileiros usam a técnica de fazer “pacotes” de US$100 com notas de U$20, grampeadas de 5 em 5. Assim, os malandros não têm como trocar as notas, pois estão grampeadas. No meu caso, ficou mais fácil, porque a corretora no Brasil me entregou todas as notas de 100 novinhas, com números de série sequenciais. Escaneei as cédulas e levei o dinheiro embrulhado no papel com as imagens das notas em sequência. Ficou óbvio que não dava para substituir uma delas por uma falsa.

* Repito a sugestão de trocar apenas o suficiente para pagar as taxas e pequenas despesas, e no meu caso, para o hotel em Caracas. Eu troquei 300 dólares para as despesas de 3 pessoas. Mais tarde, troquei mais em Los Roques para outros pequenos gastos na ilha.

 

Aeroporto Internacional e terminal doméstico

* Se você vai diretamente para Los Roques, deve ir do aeroporto internacional para o aeroporto nacional, que fica ao lado. Pegue o corredor à esquerda da saída do saguão, depois de pegar suas bagagens e passar pelo raio-X , na direção “conexão nacional”.

* Se você vai pela Sundance-Jomicol, como nós, essa companhia fica no terminal auxiliar, que fica depois do aeroporto nacional. O caminho é longo, uns 700 metros. Dá para ir a pé, mas na volta, é uma subida! Quando voltamos de Los Roques, acabamos pegando um táxi (BsF 40 ou R$10,00), para não carregar as malas.

* Quem não quer pernoitar em Caracas pode ir pela TAM e voltar de Varig. Os horários dão certo com os vôos de Los Roques. Com a ida pela TAM, dá pra aproveitar o dia da chegada, indo para a praia no final da manhã. Voltando pela Varig, dá para ficar na praia até umas 14:30h, pegar o voo das 17h pra Caracas e embarcar à noite para o Brasil.

 

Pernoite em Caracas (Maiquetia)

* Chegando no voo da Gol, fica tarde para ir no mesmo dia a Los Roques. É melhor (e mais barato) dormir em Caracas, sair cedo para a ilha, tomar café da manhã na pousada e ir pra praia!. Fiz a reserva no hotel Catimar pela Internet, e recebi um e-mail com todas as informações para a chegada.

* Na chegada ao aeroporto, fui até a agência Roquemar, que me forneceu os vouchers do voo para Los Roques. Fica ali mesmo no saguão principal, à direita do desembarque internacional. Como o nosso voo tinha chegado com uma hora de atraso, eles ligaram para o Hotel Catimar, e poucos minutos depois a van chegou para nos levar pro hotel.

* O hotel não é grande coisa, mas é barato, limpo, fica próximo ao aeroporto, oferece translado grátis, e o ar condicionado split funcionava bem. No saguão, há uma mini-loja de conveniências e uns computadores com acesso grátis à Internet. A vizinhança (bairro Catia La Mar) é meio sinistra, e não há bons restaurantes por ali. O restaurante do próprio hotel é bem ruim. É só para pernoitar mesmo!

* O problema foi na manhã seguinte. Primeiro, o cara do hotel não me despertou na hora combinada. Ainda bem que acordei na hora. No saguão, estava um caos; Tinha umas 40 pessoas querendo ir para o aeroporto no mesmo horário, e só uma van. Quando a van saiu para a segunda leva, hiperlotada, até com gente em pé, decidimos dividir um táxi com outro hóspede, e pagamos só BsF 20 (R$ 5,00). O táxi foi uma aventura à parte: um carrão americano, ano 1976, sujo e caindo aos pedaços. Uma porta não abria, outra não parava fechada... mas o motorista era muito simpático, o carro não quebrou, e chegamos rapidinho no terminal auxiliar do aeroporto.

* Na hora de sair do hotel, descobrimos que as tarifas haviam subido, mas pagamos o preço que constava na época em que fiz a reserva. Paguei 320 bolivares (cerca de R$ 80,00) por um quarto triplo. Existem outros hotéis nas redondezas, mas creio que são todos mais caros. Confira: Hotel Catimar: http://www.hotelcatimar.com/home.php?idioma=pt e contacto@hotelcatimar.com

* Um alerta: Los Roques é um lugar muito seguro, mas Caracas não é! Se você decidir sair de Maiquetía e conhecer Caracas, tome cuidado. Ouvimos relatos de pessoas que pegaram táxi e foram assaltadas - o motorista era parte de uma quadrilha :( Melhor usar as companhias de táxi autorizadas, que você encontra no aeroporto, e ficar muito atento sempre!

 

Passagem Los Roques/Caracas/Los Roques

* Existem algumas companhias aéreas que oferecem vôos para Los Roques, como a Aerotuy, a Chapi Air e a Sundance-Jomicol. As duas primeiras estão no aeroporto nacional, e a última fica no terminal auxiliar, lá no final do aeroporto.

* Tentei fazer as reservas com a Aerotuy, mas desisti. O sistema de compras online não funcionava, e ouvi vários relatos de atrasos e cancelamentos de voos por problemas nas aeronaves. Você pode tentar no site deles: http://www.tuy.com/los_roques_itinerarios.html

* Acabei fazendo a reserva dos voos da Jomicol através da própria Pousada Guaripete. Paguei tudo junto para a pousada: um adiantamento via Paypal, e acertei o restante no checkout. Tem gente que deixa para comprar lá, mas há um sério risco de não conseguir voo e ficar mais um dia em Caracas sem querer...

* Como é quase impossível negociar com as companhias aéreas via Internet, algumas pessoas compram as passagens antecipadamente de agências. O pessoal tem recomendado o Eric da Avilatur: http://www.avilatur.com.br/ , a LL Tours: http://www.lltoursvenezuela.com/en/tours/los_roques.html , além de ótimas referências sobre o Fabio Blinder, que é muito simpático e prestativo: blinder.fabio@hotmail.com e http://venebrasil.com/index.php/pacotes-turisticos/los-roques. Encontrei o Fábio no aeroporto, na chegada, e depois novamente em Los Roques. Ele comprou a Pousada Sol y Luna e a estava reformando no início de dezembro de 2010.

* Os preços das passagens de Maiquetia para Los Roques são um mistério: há relatos de pessoas que pagaram desde US$55 até US$125 cada trecho. Se você comprar lá mesmo e pagar em bolívares, deve ficar bem mais barato, mas você corre o risco de não conseguir lugar... É mais provável que você pague em torno de $120. Os aviões também variam bastante, desde pequenos teco-tecos para 4 pessoas até os quadrimotores da Aerotuy (LTA), que transportam uns 48 passageiros.

* Fique atento para cancelamentos ou mudanças de horários, principalmente se estiver no voo das 17:30 ou 18:00 da Aerotuy. Não há voos saindo de Los Roques depois desse horário. Cuidado para não perder o vôo para o Brasil.

* Antes de entrar na sala de embarque, pagamos a taxa de embarque no guichê "Aero Tasas". O valor para vôos domésticos é de BsF 32,50, pago somente na ida para Los Roques.

 

Voo para Los Roques

* 7:30 da manhã. Na pista de Maiquetia, ficamos surpresos com o tamanho do avião, um pequeno bimotor. Só 4 passageiros, mais o piloto. Enquanto o avião taxiava, a porta estava aberta, para ventilar o interior, e o piloto distribuiu protetores de ouvido por causa do barulho dos motores... Apesar de um certo receio, o voo foi muito tranqüilo e rápido. Percorremos os 116km até Los Roques em cerca de 30 minutos.

* O visual é lindo. Quando o avião se aproxima de Los Roques, voando baixinho, você vê todas aquelas ilhas, a água transparente, os corais... uma experiência inesquecível. Câmera e filmadora a postos, você quer registrar tudo. Na ida e na volta, a vista foi magnífica.

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110206020905.jpg 500 281.25 Legenda da Foto]Vista áerea de uma das ilhas do arquipélago.[/picturethis]

* Após o pouso, você tem a famosa vista da torre de controle em cima de um caminhão velho, e um balcãozinho para pagar a taxa de visitação de BsF 130. Não existe terminal, só a pista de pouso. A “área de embarque” é a sombra de uma árvore :)

* Imediatamente, um rapaz com um carrinho de bagagem se apresentou: Eduardo, da Pousada Guaripete, estava nos esperando. Uma pequena caminhada, e chegamos na pousada. Às 8:15 da manhã, já estavamos saboreando o delicioso café da manhã e nos preparando para o primeiro dia de praia em Los Roques!

 

A ilha de Gran Roque

* O povoado de Gran Roque fica no lado oeste da ilha, em frente de uma faixa de areia que é totalmente tomada por barcos de pesca e de turismo, e de onde se embarca para os passeios. O restante da ilha é ocupado pelo aeroporto ao sul, uma área de mangue, uma lagoa e alguns morros na parte leste, onde ficam o antigo farol, um cruzeiro (“calvário”) e as torres de telecomunicações.

* As casas do vilarejo são pequenas e coloridas. Observamos um costume interessante da Venezuela: Na época do Natal, todas as casas ganham um trato, com pintura nova e decoração natalina.

* Não há muito o que fazer em Gran Roque, porque todos passam o dia nas outras ilhas e retornam no final da tarde para tomar banho e jantar. A rotina diária é: café da manhã às 8:00, saída para os passeios de barco às 9:30, almoço levado no cooler até as ilhas, retorno à pousada às 17:00. Nossa pousada fornecia um ótimo lanche na volta, com sucos, chá e café. Depois, tomar banho e jantar com todos os hóspedes pontualmente às 19:00. Não há muita coisa para fazer à noite. Há uma pizzaria na pracinha e o Aquarena Sushi Bar em frente à orla.

* Nessa época do ano (inverno no hemisfério norte), o sol se põe cedo, às 17:30. Para apreciar o belo pôr-do-sol, um bom lugar é a orla do lado oeste, no Aquarena Café. Também vale a pena caminhar uns 15 a 20 minutos na direção oposta e subir o morro do Farol para ver toda a ilha do alto e o sol se pôr.

* Uma boa dica é comprar o mapa do arquipélago por BsF 20 na Oscar Shop, em frente da pista de pouso e do pier. É um ótimo mapa (tem uma propaganda da Macanao Lodge na contracapa)

* Internet: Há uma Lan house ao lado da pousada Guaripete, cobra BsF 5 por 15 minutos.

* Para ligar para o Brasil há o Centro de Comunicaciones, com cabines telefônicas. As ligações para o Brasil custam BsF 2 por minuto. Também dá para comprar um cartão telefônico por BsF 6 (o valor nominal é BsF 5), bom para 8 minutos de ligação para o Brasil. Bem barato, algo como 19 centavos por minuto. Porém, tentei ligar dos 4 orelhões da ilha, e nenhum funcionava! Comprei dois cartões telefônicos e acabei dando de presente, pois eram inúteis para mim. Usei a Internet pra me comunicar com o Brasil.

 

Pousadas

* Existem diversas opções de pousadas em Los Roques. Várias delas foram recomendadas em relatos no site http://www.mochileiros.com.

* As estimativas de preços a seguir são para o esquema pensão completa, e variam com a temporada. Em geral. os preços são dados em dólares ou euros. Para garantir a reserva, eles pedem um adiantamento. Você pode pagar via Paypal, transferência bancária, e depois pagar o restante em dinheiro. Para se proteger contra a flutuação do Bolivar, eles costumam fixar o preço em dólar.

* Algumas das pousadas recomendadas: Macanao Lodge (bonita, confortável, boa comida, sem ar condicionado, ~US$200), La Cigala (~US$135). Piano y Papaya, Natura Viva (com AC, ~US$ 150), Acuarela (banho quente, AC, boa comida), Acquamarina (sem AC, US$120), Casa del Sol (TV a cabo, AC), La Gaviota (AC, ~US$160), Chez Judith (~US$145) e a ótima Posada Guaripete, onde ficamos.

* Como dá pra perceber, os preços das diárias não são baixos, e são cobrados por pessoa! Variam de algo como 35 a 50 dólares nas pousadas mais simples (só hospedagem ou com café da manhã - quem ficou nessas geralmente não recomenda), até 100 a 150 dólares ou mais na maioria das outras, com pensão completa. Variam também de acordo com a estação, e mesmo a definição do que é alta ou baixa temporada pode variar entre as pousadas! Para ter uma ideia das opções, consulte: http://www.los-roques.com/posadas.htm

* Em setembro de 2010, enviei e-mails consultando várias pousadas. Macanao Lodge e La Cigala não responderam. La Rosaleda e Acquamarina informaram uma tarifa de US$120 por pessoa, e a Guaripete US$108. Acabei fechando com a Guaripete, após negociar um pouco mais, incluindo também os voos Caracas-Los Roques na reserva.

* Recomendo muito a Posada Guaripete! Todos são muito simpáticos e prestativos, o ar condicionado é ótimo, e necessário, porque faz calor dia e noite. Água quente não tem, mas não faz tanta falta. O esquema de pensão completa inclui um ótimo café da manhã, a cava com comida e bebidas (água e refrigerantes) no almoço, o lanche da tarde e um excelente jantar preparado pelo chef Eden, geralmente com entrada, massa, carne e sobremesa, além de bebidas. A Fabiola, gerente da pousada, é muito dedicada e simpática, arranjou todos os passeios, levou minha filha ao médico, comprou remédios na farmácia, enfim, fez de tudo para que a nossa estadia fosse perfeita. Veja o site: http://por.posadaguaripete.com/

 

Comida

* O esquema de pensão completa é o melhor negócio, porque não há muitas opções para comer fora das pousadas. Para quem quer incrementar o lanche que vai na cava para as ilhas , existem algumas pequenas mercearias, uma padaria e uma distribuidora de bebidas. As opções são limitadas: sanduíches da padaria, biscoitos, salgadinhos, Pringles e Ruffles. Os preços em bolivares são bem razoáveis, iguais ou mais baratos do que no Brasil. Fora de Gran Roque, só existem restaurantes nas ilhas de Francisquí e Crasquí, mas nem sempre estão abertos...

* Em geral, come-se muito bem nas pousadas, e a Guaripete não decepcionou. No café da manhã, o forte são as típicas arepas, umas panquequinhas feitas com farinha de milho, e as panquecas americanas. No almoço (pra levar nas geladeirinhas), sanduíches, quiche, salada, biscoitos e frutas. No lanche da tarde, pizza, empanadas, fogazza. E o jantar, sempre sofisticado, com entrada fria e quente, prato principal e sobremesa. Em todas as refeições, sucos naturais e bebidas à vontade.

 

Passeios / Ilhas

* Dicas sobre os passeios: É melhor ir para as ilhas próximas (Francisquí, Madrisquí e cayos próximos) no meio da semana, pois são mais frequentadas pelos venezuelanos nos finais de semana e feriadões. Você arrisca encontrar lanchas com som alto, um bocado de gente bebendo e ouvindo reggaeton... mas nem se preocupe muito: uma praia movimentada em Los Roques equivale a uma praia quase vazia no Brasil :)

* Se puder escolher, prefira um barco rápido, principalmente para os passeios mais longos. Só tivemos uma experiência ruim com um dos barqueiros, que não foi nos buscar na hora combinada. Acabei pedindo para outro barco nos levar de volta. A Fabiola, da pousada Guaripete, ficou indignada e arranjou outro barqueiro para os próximos passeios. Gostei muito do “capitão” Frenchy (ou algo assim), que nos levou para vários passeios; o barco dele tem a inscrição“Los Roques – Venezuela” bem grande nas laterais. O cara é gente fina e muito competente. Outro bom capitão é o do barco “Furioso”, uma lancha com dois motores Yamaha de 115 HP.

* Você pode combinar com outras pessoas e alugar um barco para ir no local que mais desejar. O aluguel custa BsF 1500. Ou, se todos concordarem, podem pagar o preço normal do passeio “padrão” e estabelecer um roteiro diferenciado, com paradas em outras ilhas.

* Uma sugestão para os casais que querem um pouco mais de privacidade: Quando o resto do pessoal do barco for para ilhas mais conhecidas, pedir para ficar em uma pequena ilhota ou banco de areia, como a Pelona de Rabusquí, ou Cayo Sardina. Claro que sempre pode aparecer mais gente depois...

 

Nossos passeios:

 

* Madrizquí

No primeiro dia, chegamos a Los Roques, deixamos as coisas na pousada e fomos em seguida para Madrizquí, que geralmente é a primeira opção de quem está chegando ao arquipélago, pois fica a poucos minutos de Gran Roque.

Esse passeio estava incluso no valor da pousada, mas custa em média BsF 25 a 30. É um lugar bem tranquilo, praia bonita de águas claras, tinha pouco movimento de pessoas naquele dia.

A quantidade de pequenos peixes nas águas rasas é impressionante, os cardumes tem milhares deles; você mergulha e fica completamente cercado pelos peixinhos, que parecem feitos de vidro!

É interessante observar os pelicanos com seus mergulhos certeiros, e as gaivotas acompanhando e tentando roubar os peixes dos pelicanos. Na hora do almoço, as gaivotas nos cercaram para ganhar umas migalhas.

Caminhamos para o sul e atravessamos uma parte rasa a pé até a ilha vizinha, Cayo Pirata. Ali existe uma colônia de pescadores, e ficamos observando a retirada de uma armadilha repleta de lagostas, sob o olhar atento de fiscais que verificam se os bichinhos atingiram o tamanho mínimo para pesca. Cayo Pirata não tem muitos atrativos, e logo retornamos para Madrizquí, onde ficamos até o final da tarde.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110206021922.jpg 500 281.25 Legenda da Foto]Praia de Crasquí.[/picturethis]

* Crasquí

Para mim, uma das praias mais bonitas de Los Roques. Fomos para lá no segundo dia, um trajeto de 20 minutos com um barco rápido. A praia é ampla, uma verdadeira piscina de mar calmo, com areia branca e água totalmente cristalina.

Na ponta sul da ilha, existe um lugar chamado Bajo los Venados, com algumas árvores e montanhas de conchas (botutos). É uma das melhores áreas para snorkel, cheia de corais. No momento em que entrei na água, vi uma arraia enorme e muitos peixinhos. A variedade de peixes é incrível: vi pargos, peixe-trombeta, peixe-papagaio, e o belo peixe-cofre.

A ilha tem uns 2 ou 3 restaurantes, e é um dos poucos lugares em Los Roques onde se pode alugar equipamentos aquáticos como caiaques. A área também é bastante procurada por praticantes de kite surfing. Mas nesse dia não havia vento, nem ondas, e o silêncio na praia era total.

 

* Boca de Cote

No terceiro dia, com chuvas intermitentes, fizemos um roteiro mais movimentado. Primeiro, um longo trecho até Boca de Cote, no extremo sul do arquipélago – quase uma hora de barco.

É um lugar magnífico para mergulho e snorkeling: na minha experiência, o melhor de todos! Tem uma grande quantidade e variedade de peixes e corais, e visibilidade perfeita. Ali não tem praia, e não dá pé, então a lancha fica ao largo, e o pessoal usa os coletes salva-vidas para o snorkeling. Depois de uns 45 minutos, voltamos para o barco e seguimos para Rabusquí.

 

* Rabusquí

É uma área bem rasa, junto aos mangues da ilha, onde você pode ver e pegar estrelas do mar. As estrelas são enormes, você pode tirá-las da água por alguns segundos para tirar fotos.

No caminho, passamos pelos palafitos, que são ranchos de pescadores no meio do mar. Como era época da lagosta, os palafitos estavam ocupados, e os pescadores ficam lá durante toda a temporada.

Ainda fizemos uma parada não programada em Crasquí, porque uma nuvem de chuva se aproximava. Aproveitamos para almoçar nos abrigos junto aos restaurantes. Logo a chuva passou e continuamos nosso roteiro.

 

* Noronquises

É um conjunto de três ilhotas, onde se concentram as tartarugas marinhas. Quando o barco chega, elas começam a se afastar para águas mais profundas, mas conseguimos ver algumas. O barqueiro também mergulhou, avistou uma tartaruga e me chamou, e no fim consegui fazer snorkeling acompanhando uma delas.

Os pequenos lagartos (guaripetes) estão por todo lado, nessa e em todas as ilhas. Eles são inofensivos, mas de vez em quando dão um susto no pessoal, pois são muito curiosos e ficam passeando por cima das suas coisas - até em cima de você, se bobear!

 

* Francisquí

Fomos para lá no quarto dia. Essa ilha fica bem perto de Gran Roque, e tem a injusta fama de não ser tão boa, porque recebe muitos turistas venezuelanos nos fins de semana. Como era uma sexta-feira, em baixa temporada, tinha umas 30 pessoas na praia... Na verdade, o lugar é lindo e vale muito a pena visitar.

Na praia principal, voltada para Gran Roque, há uma grande extensão de água bem rasa, que parece uma imensa piscina. No lado oeste, fica a barreira de corais e praias bem tranquilas: estavam desertas. Tem também um restaurante que serve peixe e lagosta.

Caminhando para o interior da ilha, há uma piscina natural gigante, que é excelente para snorkel. O barqueiro nos indicou a trilha. Vimos muitos tipos de peixes, enormes barracudas - com dentes enormes e aspecto feroz - e até uma estrela-do-mar magrela andando pelo fundo. O maior problema foi chegar até a piscina, porque precisamos caminhar numa área semi-alagada pelas chuvas da noite anterior, e fomos quase devorados pelos mosquitos!

 

* Cayo de Água

Esse é o passeio mais recomendado para quem vai a Los Roques. Como é a ilha mais distante, consultamos os barqueiros sobre as condições do mar antes de ir, e resolvemos adiar a ida para o quinto dia.

Vi relatos de pessoas que fizeram uma viagem muito desconfortável e ficaram mareadas nesse passeio. Tinha chovido bastante na noite anterior, mas o capitão “Frenchy”nos assegurou que o mar estava bom para aqueles lados. Realmente, o trajeto foi tranquilo, e durou exatamente uma hora.

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110206022400.jpg 500 281.25 Legenda da Foto]Cayo de Agua.[/picturethis]

A praia é muito bonita, principalmente o encontro do mar na faixa de areia (istmo) que liga as duas ilhas. Cayo de Água tem esse nome porque é o único lugar do arquipélago que tem água doce. Antigamente, era a fonte de abastecimento de água para as outras ilhas, mas foi substituído pelas usinas de dessalinização.

A cor do mar é uma coisa irreal, com muitos tons do verde claro, turquesa e azul profundo. Realmente é imperdível. Ali não fizemos snorkel, só ficamos na praia, curtindo o visual e a água quentinha, e fugindo das nuvens de chuva ocasionais, que passavam rapidinho.

Alguns poréns... primeiro, tinha mais gente lá do que eu esperava, talvez por ser sábado, e porque o tempo havia melhorado naquela área. Outra coisa: as chuvas fortes da noite anterior tinham jogado algas sobre a praia, prejudicando um pouco o visual das areias brancas. Pior, havia bastante lixo acumulado nas praias do lado leste, muitas garrafas plásticas e todo tipo de tralha, provavelmente por causa das chuvas. Foi triste ver aquilo, porque todo o arquipélago transmite uma imagem de natureza quase intocada, e o único lugar com lixo visível era Cayo de Água! Nos despedimos da famosa ilha com o arco-íris de mais uma nuvem passageira...

 

* Carenero

Em vez de fazer o passeio convencional, que combina Cayo de Água com a ilha de Dos Mosquises (que tem um projeto de proteção das tartarugas e museu arqueológico), fomos diretamente para Carenero.

É uma ilha linda, com várias praias espetaculares. Tem uma piscina natural muito boa para snorkeling, mas nesse dia a água estava um bocado agitada. Além de prejudicar um pouco a visibilidade, a correnteza puxava em direção à barreira de corais. Para evitar acidentes, saímos logo e fomos passear pelas belas praias da ilha.

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110206022544.jpg 500 281.25 Legenda da Foto]Final de tarde em Carenero.[/picturethis]

 

* Esparquí

No sexto dia, fizemos outro passeio longo, até Sebastopol, no extremo sudeste do arquipélago. A primeira parada foi para ver as estrelas-do-mar perto da ilha de Esparquí.

O lugar é lindo, uma área imensa de águas transparentes e rasas. O local tem muitas estrelas-do-mar, e você não cansa de admirar a cor da água...

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110206022839.jpg 500 281.25 Legenda da Foto]Indo para Sebastopol.[/picturethis]

 

* Boca Los Bobos

Foi a segunda parada do passeio. É uma área protegida, uma espécie de santuário ecológico para a reprodução dos pássaros. Não dá para descer do barco, você fica ali parado, ouvindo o barulho de milhares de pássaros que fazem ninhos nas árvores próximas ao mar. Nas águas transparentes, dá para ver muitos peixes.

 

* Boca de Sebastopol

Outro lugar excelente para snorkeling, com muita variedade de peixes e corais. Não tem praia; o barco fica ancorado na água rasa e você nada até a área de corais.

No caminho de volta, o barco passa por pontos muito rasos, onde a água fica quase branca de tão clara, e as tonalidades de azul variam conforme a profundidade. Um passeio belíssimo.

 

* Cayo Fabian

Ali montamos nossos guarda-sóis e cadeiras, e passamos o resto do dia.

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110206023120.jpg 500 281.25 Legenda da Foto]Cayo Fabian.[/picturethis]

É um banco de areia minúsculo, sem vegetação, cercado de águas rasas e muito transparentes. A areia se eleva a apenas alguns centímetros acima do nível do mar, e os únicos habitantes são uns sirizinhos. A ausência de vegetação significa que também não há mosquitos! Um lugar lindo e tranquilo, pra fazer muitas fotos e deixar o pessoal babando de vontade de conhecer!

Ali os barqueiros prepararam uma espécie de carpaccio de “botuto”, um molusco típico do local com jeito de escargot. As conchas de botuto formam verdadeiras montanhas em diversas ilhas de Los Roques. Na verdade, a pesca do botuto é proibida, pois está em risco de extinção, mas o pessoal come assim mesmo. Alegam que é um prato tradicional deles.

 

* Cayo Vapor

No sétimo e último dia escolhemos um destino próximo, pois precisavamos retornar mais cedo para pegar o voo de volta para Caracas. Este passeio estava incluso no valor da pousada.

Também é uma ilhota bem pequena, com alguma vegetação rasteira. De um lado, tem a praia e uma espécie de baía de águas calmas. Do outro lado, fica a barreira de corais. Ali também é um bom lugar para snorkeling, com boa variedade de peixes, mas a água é bem rasa, com muitos corais: é preciso ter cuidado para não se machucar.

 

Para quem quer mergulhar

* Existem três operadoras de mergulho em Gran Roque: Ecobuzos, Aquatics Diving Center e Arrecife Reef Divers. O pessoal que usou diz que todas são boas, com pessoal treinado e sério. Os mergulhos custam em torno de 90 dólares. Na Ecobuzos, deram o preço de BsF 665 para fazer o batismo, ou 95 dólares, com todo o equipamento. Infelizmente, não conseguimos fazer durante a nossa estadia. Fica para a próxima! Como consolo, podemos dizer que o snorkeling em Los Roques foi além de todas as expectativas: vimos arraias, tartarugas, muitos peixes grandes como barracudas, garoupas, moréias, frades, baiacus e muitos peixes coloridos de arrecifes.

 

Volta para o Brasil

* Volta de Los Roques: O check in da Jomicol é ali mesmo, ao lado da pista de pouso, não demorou nem dois minutos, nem pesaram as malas. Para quem viaja pela Aerotuy, tem que ir até o escritóriozinho deles na praça central, reconfirmar, pesar bagagens, tem toda uma burocracia. Nosso voo de volta foi com um aviãozinho “Britten-Norman Islander” para 9 passageiros, parece uma kombi com asas:)

Foi um voo tranquilo e lindíssimo, a visão do arquipélago na saída é espetacular, dá vontade de fazer meia-volta e ficar lá!

* Chegando no terminal auxiliar, precisamos pegar um táxi até o terminal internacional, porque não dava para encarar o caminho a pé! A tarifa mínima do táxi era BsF 50, mas ele topou fazer por BsF 40, afinal são uns 700m de distância.

* Fomos diretos para a fila do check-in da Varig. Uma fila enorme. O atendimento era lerdo, com poucos atendentes nada gentis. Mais uma vez, a Varig não honrou as reservas de assentos que eu havia feito.

* Após o check-in, pagamos a taxa aérea internacional na “Areo Tasas”, no valor de BsF 162,50 por pessoa, e gastamos o resto dos bolivares no lanche, esperando a hora do voo na pracinha de alimentação. O Free Shop não é muito interessante, só é vantagem se pagar em bolívares.

* Ao contrário do que havia lido, o esquema de segurança era meio fraco e não nos incomodou. Não vi ninguém da Guarda Nacional revistando malas, ninguém tirou sapatos, nada disso. Só passamos por uma máquina de raio X, e depois uma revista mal feita no corredor de embarque. O pessoal da segurança não parecia muito empenhado...

* O resto da viagem para o Brasil foi tranquilo. Chegamos cansados, mas felizes por conhecer um cantinho do mundo que é um verdadeiro paraíso!

* Se quiser saber mais, entre em contato comigo. E você pode ver todos os meus videos de Los Roques em http://www.youtube.com/user/kakaphotos

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Parabéns, seu relato ficou ótimo, aliás, perfeito. Você achou a câmera Canon D10 boa para as fotos?? Tenho interesse por uma, porém algumas pessoas me disseram que a imagem não fica tão boa!!!

Olha, fiquei um pouco decepcionado. As fotos ficaram razoaveis (a D10 tem um modo "underwater"), mas nada excepcional. Bom, estou acostumado com a qualidade da Canon 7D, que é outra categoria -- mas não dá pra entrar na água com ela! Nas fotos que postei no meu relato acima, só a foto da moça mergulhando (a do "bumbum") foi feita com a D10, as outras foram com a 7D.

O bom da D10 é que ela é super resistente. Vc joga de um lado pro outro, entra na água despreocupado, é ideal pra levar pra qualquer lugar.

A D10 faz videos também, mas não é HD, é 640x480, e não gostei muito. A maior parte dos videos subaquáticos eu fiz com a minha filmadora Canon Vixia HF-20 usando uma bolsa estanque Dicapac, que nada mais é do que um saco plástico com um vidro na frente :)

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Tiago, desculpe a demora.

Vou colocar aqui a minha planilha de gastos (com base na minha viagem, 3 pessoas, 7 dias e 6 noites em Los Roques)

Planilha de custos para uma semana em Los Roques (dezembro/2010), valores em US$

Voo Curitiba-Guarulhos-Caracas (usei milhas)______________________________________________0

Taxa Aeroportuária Nacional (BsF 32,50)__________________________________________________US$ 5

Taxa de Preservação do Parque Nacional do Arquipélago de Los Roques (BsF 130)________________US$ 17

Taxa Aeroportuária Internacional (BsF 162,50)_____________________________________________US$ 22

Excesso de peso na bagagem para Los Roques (Bf$ 4,00 por kg excesso)_______________________0

Pensão Completa em Pousada Intermediária a Superior (US$ 70 a $150)________________________US$ 600

Passeios (variam de BsF30 a BsF 160, os mais curtos estão inclusos na diária da pousada)________US$ 60

Mergulhos: Batismo: BsF 665___________________________________________________________0

Pernoite em Caracas (Catimar)__________________________________________________________US$ 20

Táxi / Translados_____________________________________________________________________US$ 8

Passagem Los Roques/Caracas/Los Roques________________________________________________US$ 250

Diversos (lanches, gorjetas, lembranças, etc)______________________________________________US$ 70

Total em USD para 7dias / 6 noites_______________________________________________US$ 1052

Total em USD por dia / por pessoa_______________________________________________US$ 150

 

Cambio BsF / dolar estava entre 7,50 e 8,00.

Somar também as taxas de embarque brasileiras.

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Estava pensando em ir p/ Ushuaia nesse ano de carro,

Ah, um dia quero fazer essa viagem de carro também... Mas recomendo muito Los Roques, foi uma das melhores viagens que já fiz!

Pretendo passar 3 dias en LR, quais passeios recomenda?

É até difícil recomendar, porque todos os lugares são bonitos. Em todos eles, achei que o tempo e dinheiro foram muito bem gastos!

- Gostei demais de CrasquÍ (ou Krasky, como dizem alguns). Praia linda e calma, ótimo snorkel, a 20 minutos de Gran Roque.

- Cayo de Agua e Carenero são demais, todo mundo recomenda. Cayo de Agua tem a água mais bonita, parece irreal. As praias de Carenero são espetaculares, e também tem lugar para snorkel.

- O passeio pra Sebastopol foi bom demais, finalizando em Cayo Fabian. Belas paisagens e o mar mais transparente do mundo!

- E não despreze Francisquí, por ser um lugar próximo e muito frequentado. Também é muito bonito, e dá pra comer lagosta no restaurante da praia! Só não gostei dos mosquitos...

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Viajei na sua viagem..rss

 

Estou com viagem marcada para Los Roques 20/04 e retorno 25/04.

Estou lendo bastante e pesquisando sobre tudo.

Ainda não fechei a pousada e nem o vôo Caracas-Los Roques.

Enviei email para a Guaripete, mas eles não respondem.

Falei com o Fábio por email e ele pediu pra eu entrar no site dele, porém nada de respostas.

Não quero esperar muito tempo, pq o pessoal já descobriu Los Roques e acredito que na data q eu vou,´corre-se o risco de não conseguir pousadas por preços bons em última hr.

Entrei no site da L&L Tours e o preço das passagens não está tão ruim, será que é seguro comprar por lá, são voos da LTA.

To com um pouco de receio do horário do voo de retorno, só tem 17:30 (ultimo) e o meu voo para o Brasil sai as 20:30hr. Vi seu conselho e me deu medo..heheh

Como você fechou com a Guaripete, email, telefone?

 

Parabéns pelo relato...arrasouuuuuuuuuu

 

Abraço.

Sandra

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