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IBITIRAQUIRI – Travessia dos 7 Cumes e subida do” Everest Paranaense”.

Ibitiraquiri. Serra formada por montanhas espetaculares, onde uma delas ganhou seu reconhecimento por ser o topo do Estado do Paraná e também a montanha mais alta de toda a região sul do Brasil. Mas muito mais além desta fascinante montanha, esta serra conta com dezenas de outros picos, alguns deles muito distantes e de acesso extremamente difícil, onde somente os montanhistas mais experientes e mais ousados conseguem chegar. Tudo isso está encravado em plena Serra do Mar a não mais que 50 km de Curitiba e aos pouco vai atraindo mais a atenção dos paulistas, não só por causa da sua beleza estonteante, mas também por se tratar de um lugar fácil de chegar para quem está de ônibus e pela falta de burocracia para se acessar essas montanhas. É só chegar, pagar míseros 10 reais e se perder por quantos dias quiser neste paraíso verde.

 

Às 06 horas da manhã, depois de cruzar as pontes do Rio Capivari, e rodar por cerca de 6 km, nosso ônibus que havia partido de Campinas-SP, para à beira da rodovia Regis Bitencourt. Caindo de sono salto para fora e caio com os dois pés dentro do brejo. Putzzz, comecei bem! Do outro lado da rodovia está o Posto Júlio e é lá que paramos para tomar um café, onde outros turistas tentam descobrir onde deixamos estacionada a nossa nave espacial.

 

Com a barriga cheia, pegamos novamente a rodovia e vamos seguindo agora no sentido contrário, ou seja, voltando na direção do Estado de são Paulo. Menos de 15 minutos de caminhada depois, viramos a direita na primeira rua de terra e vamos seguindo em meio à área rural. Desprezando todas as saídas, logo chegamos a um orelhão público, onde logo acima já podemos avistar uma araucária que parece ter sido plantada no meio da rua. É para lá que nos dirigimos e às 07 horas da manhã já estamos atravessando a ponte de madeira sobre um riacho de águas cristalinas. Logo depois passou um montanhista solitário e nos ofereceu uma carona em sua pick-up. Segurei na borda da caçamba e me joguei para dentro, mas havia me esquecido da enorme mochila que carregava nas costas e o movimento me fez bater a canela, onde abriu um rombo. Cinco minutos depois desembarcamos na sede da Fazenda Bolinha, que estava vazia, sem nenhum montanhista. Parece mesmo que a chuva que caiu a semana toda espantou os caminhantes. Antes de partimos, apareceu a dona da Fazenda e nos cobrou a taxa de 10 reais pelo uso da trilha. Jogamos as mochilas às costas e partimos às 08 da manhã. O tempo ainda estava meio fechado, mas não chovia, então aproveitamos e seguimos em passos acelerados pela mata cerrada e úmida. A trilha é bem larga e demarcada. Várias vezes o rio Samambaia é cruzado e meia hora depois estacionamos enfrente a gigantesca árvore em forma de estilingue para um descanso e para abastecermos os cantis. Neste momento somos três montanhistas: Eu, meu amigo Dema e o montanhista que nos deu carona. Mas como o outro montanhista veio só para fazer “um bate-volta”, indo somente até às montanhas próximas e está com uma pequena mochilinha, logo se distancia de nós e some na vegetação. Eu e o Dema vamos no nosso ritmo, guardando energia para as dificuldades futuras. Uma hora ou pouco mais, de termos deixado a sede da fazenda, chegamos a bifurcação. Nesta bifurcação pegamos para a esquerda, a da direita irá para o longínquo e distante Ciririca, caminho que havíamos feito em 2011.

 

A trilha vai seguindo por dentro da mata, alternando subidas e descidas, até que logo saí em campo aberto e nos leva para a rampa do Camapuan. Esta rampa nos engana, não é tão íngreme quanto a rampa do Ciririca, mas é muito longa. A caminhada é lenta, penosa e cansativa. Quando você pensa que chegou e olha para cima para ver o cume da montanha, lá está a rampa, com o mesmo tamanho daquela que você acabou de subir. O caminho é óbvio, parece seguir por um escorrimento de água. Antes da 11 horas da manhã eu e o Dema chegamos ao cume e comemoramos nossa primeira montanha da travessia. O Camapuan está a 1.713 metros de altitude. O tempo abriu de vez, todas as montanhas em volta podiam ser vistas e o mais surpreendente de tudo: podíamos ver todo o litoral. Esta é a quarta vez que venho fazer travessias nas montanhas do Paraná e essa é a primeira vez que consigo avistar o mar. Que lugar lindo! Ficamos no topo do Camapuan por um tempo, admirando as dezenas de montanhas ao nosso redor. Podíamos ver todas as montanhas que passaríamos na nossa jornada e outras montanhas que já havíamos tido o privilégio de ter trilhado em outras ocasiões. Como subir montanhas nos dá um prazer indescritível. Uma satisfação de liberdade e desprendimento do caos em que vivemos. O vento batendo no rosto, a satisfação de ter superado um desnível colossal, enfim, subir montanhas nos devolve a simplicidade que as cidades nos tiraram há muito tempo. Aproveitamos o visual e nos sentamos para fazer um lanche. Logo apareceu um ratinho silvestre e nos acompanhou na comilança. Nosso faminto companheiro pegava comida nas nossas mãos e logo começou a comer sobre nossas pernas. Assinamos o livro de cume e seguimos para o Tucum. A trilha vai na direção da montanha, dá uma pequena viradinha para a esquerda, desce ao vale e sobe de vez até o topo. Ao meio dia já estamos assinando o livro de cume do Tucum e fazendo pose para uma foto a 1.740 metros de altitude. O cume do Tucum é bem espaçoso e como o Camapuan, tem várias áreas para acampar, mas ainda é muito cedo para esticarmos os esqueletos e então seguimos enfrente até a borda da montanha e de lá ficamos admirando a imponência do pico Paraná e também estudando a nossa descida para o nosso próximo objetivo, o Cerro Verde. A saída para o Cerro Verde é para a esquerda, indo em direção ao Itapiroca e foi para essa direção que seguimos. Depois de atravessar um brejo a trilha nos leva para borda do abismo. Parei imediatamente! – Dema, nem ferrando meu camarada, não é por aqui não! – É por aqui mesmo Divanei! Respondeu o Dema. E era mesmo. Uma descida do cacete, íngreme, escorregadia, sem lugar para segurar ou amarrar uma corda. Uma trilha que se precipitava no vazio, onde por causa da chuva, havia uma lama negra. O Dema foi à frente abrindo caminho e eu com o fiofó na mão ia atrás, procurando usar meu freio traseiro para não cair no vazio. Fomos descendo por aquela trilha sem vergonha, até que chegamos á uma corda safada, para depois voltarmos à descida medonha. Sentimo-nos aliviados quando chegamos à mata abaixo. Olhamos para a parede que havíamos acabado de descer e o Dema matemático entrou em ação: - Essa porra deve ter uns 80 graus de inclinação (rsrsrsrs). Ufa! Acabou. A trilha entra na mata, se encontra com um riacho, vira á direita e depois sobe á esquerda, mas antes disso abastecemos nossos cantis com água para nossa janta. Subindo a esquerda, logo saímos no aberto e tropeçamos na bifurcação. Nosso caminho segue á esquerda, porque o da direita vai também para o Ciririca, passando antes pelo Taquapiroca, Pico luar e Cirizinho. Nosso caminho entra nos arbustos e sobe levemente e logo passamos ao lado de um morrote a nossa esquerda e então chegamos à bifurcação, que para a esquerda vai nos levar para o Itapiroca, mas antes vamos ao topo do Cerro Verde. Um pouco mais acima nossa trilha sai na única clareira de acampamento desta montanha. Passamos por essa área de camping e em mais 10 minutos alcançamos os 1.653 metros do Cerro Verde, onde cravamos nosso nome no livro de cume, o terceiro desta travessia.

 

Já passava das 14h30min da tarde quando chegamos ao cume do Cerro Verde. Esta é mesmo uma montanha especial. Quando estive aqui em 2011 com o meu amigo Dema, eu havia dito que o Cerro Verde era o anfiteatro do Ibitiraquiri e hoje com o tempo aberto e o mar aos nossos pés, essa montanha é ainda mais fascinante. O Pico Paraná e o Ciririca são monstruosos vistos daqui e agora, depois de ter estado no topo do Camapuã e do Tucum, rendo minhas homenagens a mais estes dois monólitos de onde as vistas são deslumbrantes.

 

Voltamos para a clareira de acampamento onde decidimos fazer nosso almoço/janta. Para não perdermos muito tempo. Já que também havíamos decidido tentar acampar no Itapiroca, resolvo apenas esquentar um pacote de soja pronta e acrescentar á ela um molho quatro queijos, um pouco de mortadela em cubinhos e um pouco de pimenta suave. Enquanto o rango cozinhava, o Dema puxava uma “paia” (opsss, paia aqui no interior é dormir um pouco e não tem nada a ver com cigarro do capeta,rsrsrsr) e eu tentava me lembrar de quantas horas havíamos gastado para ir do cerro Verde ao Itapiroca em 2011. Acho que foi umas cinco horas, mas também estávamos acompanhados de um amigo melindroso, que andava na trilha como uma gazela dançando balé. O certo é que eu duvidava que chegaríamos antes do anoitecer no Itapiroca.

 

Comemos e partimos. Partimos pela mesma trilha que havíamos chegado. Seguimos até a bifurcação, onde eu havia deixado um plástico sobre uma pedra para marcar o caminho. Descemos por dentro das caratuvas e viramos a esquerda na pedra marcada. O caminho vai descendo em meios a caraguatás espinhudos e logo sai no aberto quando vira à direita, volta a virar a esquerda e entrar de novo no meio dos arbustos e então não demora muito a chegarmos ao fundo do vale que separa o Itapiroca do Cerro Verde. No fundo do vale a trilha vira à direita e depois de alguns metros vira à esquerda e entra na mata fechada e vai subindo de vez em uma trilha não muito aberta, onde bambus insistem em agarrar nas nossas mochilas. Passamos por uma bica de água, mas sem saber que aquela seria a última água disponível, passamos batidos por ela. Já era muito tarde e já fazia mais de uma hora que eu e o Dema havíamos deixado o cerro Verde. Nossas pernas estavam acabadas. Tentávamos arrancar sei lá de onde, energia para continuarmos á caminhar. Saímos no aberto e voltamos a caminhar entre as caratuvas e enfrentar mais arbustos “pegadores de mochilas”. A exaustão havia chegado e com ela chegou também a noite. Sem forças nem para procurar a lanterna no fundo da mochila, resolvemos parar ali mesmo, em lugar nenhum, no meio do mato- sem- cachorro. Três metros quadrados seria nossa casa naquela noite. Não havia espaço para montar a barraca. Forramos uma lona no chão e estendemos uma lona por cima. Esparramamos nossos isolantes e sacos de dormir e para dentro deles se jogaram dois restos de gente, sem comida e sem água. E esse foi nosso primeiro dia de caminhada, 10 horas de intensas andanças.

 

Ás sete da manhã abri um olho, enquanto o outro dormia. Vi que o Dema havia levado a sério a ideia de acordar só quando o corpo não aguentasse mais ficar deitado. Voltei a dormir e acordamos ás 10 horas da manhã. Voltamos á trilha. Subimos escalaminhando um grande barranco e depois contornamos uma grande rocha pela esquerda e para nossa surpresa, dez minutos depois atingimos o cume do Itapiroca (1.825 metros). Ficamos surpresos. Havíamos chegado tão perto do cume e acabamos dormindo no topo sem saber. Em 2011 chegamos a este cume debaixo de uma chuva gelada e não vimos coisa alguma e eu, quase em estado de hipotermia, queria era sair “vazado “ de lá o mais rápido possível e agora o tempo estava todo aberto e tivemos vistas deslumbrantes de todas as montanhas ao nosso redor. Alguns metros abaixo, em uma grande rocha, está instalada a caixa que guarda o livro de cume. Assinamos o livro e descemos pelo meio dos arbustos até tropeçarmos no acampamento que fica alguns minutos abaixo. Ficamos felizes de termos acampados na floresta antes do cume, pois o acampamento do Itapiroca estava quase todo alagado pelas chuvas dos dias anteriores. Aproveitamos a água acumulada para abastecer nossos cantis e menos de meia hora depois desembocamos na grande trilha do Pico Paraná. Esta é uma grande trilha aberta e bem demarcada. Para a esquerda poderíamos seguir para a Fazenda Pico Paraná, a umas 3 horas de caminhada ou mesmo caminhar uma meia hora e pegar a trilha que nos levaria para o Caratuva e consequentemente para a continuação desta travessia, mas não, a gente tinha que inventar moda e acrescentar a essa caminhada, que já é pra lá de pesada, a subida ao PICO PARANÁ. Pegamos, portanto, para a direita e seguimos em direção ao gigante do Ibitiraquiri.

 

Vamos seguindo por dentro da floresta, pulando de raiz em raiz e tomando cuidado para não torcer o pé. Não demora muito, saímos no aberto, onde encontramos as vistas das montanhas obstruídas pela neblina da manhã. A trilha segue pela crista e uma hora e meia depois chegamos ao vale onde é preciso se pendurar em grampos de aço para conseguir ultrapassar a grande parede rochosa. Além de não ser uma subida fácil, também é uma subida um tanto perigosa e qualquer escorregão pode de resultar em várias fraturas. Passada a parede, fomos subindo pra valer até passarmos por uma decrépita área de acampamento. Com o tempo completamente fechado, não era possível enxergar um palmo à frente do nariz e por causa disso acabamos nem vendo o abrigo de pedra que marca o famoso acampamento conhecido como A-2. Claro, a nossa intenção era acampar no topo do Pico Paraná, mas é no A-2 que está a última água disponível antes do pico. Acabamos passando direto e quando percebemos o erro, já não havia como voltar atrás. Andamos mais uma meia hora lamentando o nosso erro e quando chegamos á uma poça de água suja e barrenta, não pensamos duas vezes, enchemos os nossos cantis com aquela água “sólida”. ( é, a Serra Fina nos ensinou uma bela lição,rsrsrsr).

 

Subir ao Pico Paraná com uma mochila de 20 kg nas costas não é para qualquer um. Há muito lugar para escalaminhar e qualquer desequilíbrio pode ser fatal. A trilha está bem demarcada e só em alguns momentos é preciso subir em grandes matacões e descobrir o seguimento do caminho do outro lado. Menos de 15 minutos antes do topo existe uma clareira de acampamento com capacidade para umas 2 barracas, mas quando chegamos lá, ela estava tomada por uma piscina, pra nossa sorte, de águas cristalina. Foi a nossa salvação! Jogamos fora o nosso barro e reabastecemos nossos cantis. Juntamente com uns malucos que estavam junto à clareira, escalamos os metros finais e ás 15h30min da tarde atingimos os 1.876 metros da mais alta montanha do Estado do Paraná e também da mais alta montanha de todo o sul do Brasil.

 

No topo do PICO PARANÁ o tempo se abriu e por baixo das nuvens foram surgindo cenários fascinantes. Montanhas escarpadas, cristas esverdeadas, formações rochosas impressionantes. O mar apareceu e nós ficamos ali, boquiabertos com o show que a natureza estava nos apresentando. Antes que o sol se jogasse a oeste, tratei logo de preparar a janta, pois já havia muito tempo que não comíamos algo quente. Enquanto isso o Dema montava nossa barraca, procurando posicioná-la em um lugar o mais confortável possível, já que além de nós, outras 4 barracas estavam no topo. De vez enquando um rato ou outro passava correndo pela área de camping. Essa havia se tornado uma reclamação frequente pelos montanhistas que frequentam estas áreas. Muitos afirmam que no A-2 a infestação anda insuportável, tudo pelo excesso de comida deixado pelo alto número de visitantes ao pico.

 

Depois de uma noite muito bem dormida, acordamos antes de o sol nascer e fomos agraciados com mais um espetáculo. O astro rei surgiu deslumbrante e encheu de calor e vida tudo que estava a sua volta. Aproveitamos para assinar o livro de cume e tirarmos a foto clássica encima da pedra que marca o cume da montanha. Às 08 horas botamos as mochilas nas costas e abandonamos tudo. Imaginamos que teríamos um dia duro de caminhada pela frente. Estávamos errados, foi um dia desgraçadamente duro.

 

Sem perder tempo, mas tomando muito cuidado, chegamos ao acampamento base (A-2) em uma hora de caminhada. Ao lado direito da trilha está o abrigo de pedra, uma construção muito sólida e com certeza um bom abrigo para os dias de tempestade e ventos. Ao lado deste abrigo é que parte uma trilha que serpenteia pela parede rochosa até uma pequena bica de água, a única disponível no lugar. De volta para trilha logo chegamos á descida com os degraus de ferro e passamos por eles sem maiores problemas. Subimos a crista e paramos alguns minutos no acampamento conhecido como A-1. É daqui que supostamente partiria uma trilha alternativa até o cume do Caratuva. Como eu não sabia onde pegar a tal trilha e as pessoas que estavam acampadas no A-1 também não, resolvemos partir e seguir pelo caminho tradicional, ou seja, voltando pelo mesmo caminho que havíamos tomado desde que saímos do Itapiroca. O caminho é duro e gastamos 04 horas de caminhada até a entrada do Itapiroca. Claro, nossa intenção era seguir em direção á fazenda e depois da bica de água, meia hora após a bifurcação, virar a direita e seguir em direção ao topo do Caratuva. Na famosa bica de água paramos para reabastecimento. Já era quase 11h30min quando abandonamos a trilha principal e seguimos para o Caratuva. A trilha é aberta, mas depois de alguns minutos sobe sem dó. Deixa de ser uma caminhada para se transformar no desgastante trepa pedras, onde os joelhos quase batem no queixo. Em pouco mais de uma hora de subida deparamos com uma grande pedra em meio a um mar de caratuvas que da nome ao pico e em mais uns 15 minutos botamos os pés no cume, bem embaixo da antenas de retransmissão dos radioamadores, a 1850 metros de altitude.

 

Deixamos nossas mochilas junto às antenas e fomos conhecer a montanha. No local havia umas duas dezenas de pessoas e nenhum deles soube nos informar onde ficava a trilha para o Taipabuçu. Era a primeira vez que eu subia o Caratuva e realmente me surpreendi com a beleza deste pico de onde a visão do Pico do Paraná era realmente monstruosa. Há várias clareiras para se acampar no topo e o fácil acesso faz desta montanha uma das mais preferidas da região. Eu e o Dema voltamos para junto das nossas mochilas, onde pretendíamos preparar um rápido almoço antes de partirmos para a nossa procura da trilha para o Taipabuçu. Enquanto o nosso macarrão cozinhava, pequei o livro de cume que fica dentro de um cano de PVC, instalado junto da antena de entrada. Quando pequei o livro nas mãos percebi que ele acabará de ser trocado por um livro novo onde eu pude ler as letras que designava se tratar do clube dos Montanhistas de Cristo. – “Puxa Dema, tenho um amigo virtual que faz parte deste grupo e eu até o tinha convidado para fazer a travessia com a gente”. Antes mesmo que o Dema me disse alguma coisa, vi que era o próprio Getúlio que havia deixado o livro umas três horas antes e conforme ele mesmo havia escrito, ele e mais um amigo estavam também fazendo a travessia. Apesar de estarmos muito cansados, eu e o Dema decidimos ir ao encalço do Getúlio, pois já havia muito tempo que eu queria transformar essa amizade virtual em real. Engolimos nosso almoço às pressas e partimos. Da clareira junto às antenas seguimos pela trilha passando pela antena mais alta e menos de 50 metros depois chegamos à outra clareira. A serração encobria o Taipabuçu e o Ferraria, mas como tinham nos dito uns montanhistas no dia anterior, pegamos uma trilha que sai direto dessa clareira. No começo é uma trilha pouco definida, mas depois de uma descida muito perigosa, onde um descuido fez com que eu escorregasse por uns 4 metros e só parei porque usei novamente o freio traseiro, a trilha se consolida e vai seguindo pela vegetação fechada até que algum tempo depois sai no aberto. De lá conseguimos avistar um maluco à beira do abismo do cume do Taipabuçu. Era o Anderson Liu, que até então nós não conhecíamos. Apertamos o passo para ver se alcançávamos o Getúlio e o Liu, após o selado, chegamos ao fundo do vale e logo nos deparamos com a grande subida do Taipabuçu. Já estávamos no bagaço, mas seguimos firmes no propósito de alcançarmos os nossos novos amigos. Vinte minutos antes do topo dei uma bobeira e perdi a trilha, o que nos fez perdermos mais tempo ainda. Eu já estava a fim de jogar o elefante que eu carregava na mochila fora quando finalmente atingimos o cume do Taipabuçu (1.732 metros).

 

Ao chegarmos ao topo ficamos muito decepcionados ao não encontrarmos mais o Getúlio e o Liu. Na minha cabeça os dois estariam acampados por lá e não encontra-los mais, significava um grande problema, mas por hora tínhamos também a nossa frente uma paisagem deslumbrante e o mirante à beira do abismo de centenas de metros é realmente estonteante. O tempo se abriu de novo e aproveitamos para descansar por uns 15 minutos, enquanto fazíamos pose para as clássicas fotos com as pernas balançando no vazio. O Taipabuçu tem na verdade três cumes e é do último cume que sai a trilha para o distante Ferraria. Já passava das 4 horas da tarde quando tivemos a ideia estúpida de continuar até o Ferraria. Parece haver uma hora na travessia que é necessário alguém de sensatez para dizer que chega, que é hora de parar, que é hora de dar um basta, um stop. Mas como só estávamos eu o meu amigo Dema, dois indivíduos sem o menor senso de limite, resolvemos mesmo seguirmos enfrente (rsrsrsr). Continuamos pela trilha até o segundo cume e de lá tomamos a trilha que vai seguindo meio pela esquerda, desce a um pequeno vale e sobe bordejando o terceiro cume pela esquerda. Na verdade a trilha não chega nem ir ao terceiro cume e logo vira de vez à esquerda e começa a descer para o abismo perigoso, onde todo cuidado é pouco. Entra na mata e segue sempre descendo. Nós sabíamos que seria quase impossível chegar ao Ferraria pois logo a noite cairia e encontrar a trilha não seria tarefa fácil, mas mesmo assim fomos seguindo, um pé à frente do outro, esperando o que o caminho nos reservaria.

 

Ao longo do caminho nos deparamos com uma pedra que interceptava a trilha. Uma pedra fina, onde era preciso montar sem as mochilas. O Dema passou pela pedra, depois eu passei a mochila para ele e então ao colocar a mochila no chão, a dita cuja rolou trilha abaixo e despencou em um buraco. O Dema desesperado, achando energia não sei de onde, desembestou atrás dela e sumiu no abismo. Eu fiquei lá, tentando resolver o problema da minha mochila e preocupado com meu amigo que havia desaparecido. Gritei por ele e nada. Dei mais um grito e só ouvi um gemido. Pronto! O Dema se lascou todo, pensei logo. De repente vi o cara emergir do buraco com a mochila na cabeça e apesar da situação tive que rir do ocorrido. Deixando para trás o buraco comedor de Dema, continuamos seguindo pela trilha, tentando localizar o ponto de água descrito no meu mapa. Colhemos a água e logo abaixo começamos a ouvir vozes. Foi quando de supetão demos de cara com o Getúlio e o Liu. Anos depois de manter um contato somente virtual e por muitas vezes ter recebido dicas e conselhos, eu estava honrado de ter podido conhecer um dos ícones do montanhismo paranaense.

 

Agora éramos um grupo de quatro pessoas, quatro montanhistas imbuídos do mesmo objetivo: Terminar uma grande travessia e não sucumbir diante das dificuldades que estavam por vir. E a primeira dificuldade era conseguir chegar inteiro até o cume do Ferraria, caminhando á noite, com frio, com fome e rezando para não perder o caminho e para não chover. Não demorou muito e a noite chegou e com ela a escuridão da floresta. Fui à frente com minha lanterna xing-ling. A caminhada era meio pelo rumo, íamos nos guiando puramente pela experiência adquirida pelos anos de montanhismo, mas chega uma hora que a experiência vai para o espaço e logo estávamos todos procurando para onde foi parar o diabo da trilha. O caminhar é penoso, sofrido, um galho no olhou, uma canela em uma pedra faz até o mais puritano soltar um palavrão cabeludo. Chega uma hora que ninguém mais caminha, se arrasta. De repente me vejo com os dois pés atolados no brejo a meio caminho de lugar nenhum. Nossas forças e energia chegaram ao fim e agora são quatro zumbis na encosta íngreme do Ferraria, vagando pelo mato e na mais completa escuridão, tendo como tábua de salvação apenas a vontade incontrolável de sair da situação em que se meteram. A subida é um terror, vamos nos segurando em raízes e pedras de difícil e perigoso progresso até que uma parede fecha nossa passagem de vez.

 

Maldita hora que eu inventei de seguir à frente. Coube a mim a tarefa de encontrar uma solução para escalar a grande pedra que estava a nossa frente. Não era uma pedra tão alta, talvez uns dois metros, mas era uma pedra arredondada que não nos deixava colocar os pés para dar um impulso e no escuro não era possível deslumbrar qualquer outra ação. Não tinha jeito, eu tinha que tentar alguma coisa. Não havia lugar para colocar a mochila, portanto qualquer ação deveria ser tomada com ela nas costas. Dei um impulso e grudei todo o meu corpo na pedra, aproveitando cada centímetro do corpo para conseguir uma melhor aderência, meio como faz uma lagartixa. Pronto! Foi aí que eu me fodi de vez. Não conseguia ir para frente e nem conseguia voltar para trás. Tive que ir rastejando feito uma cobra e cheguei encima da pedra todo ralado e amaldiçoei toda a geração do cara que abriu aquela trilha e não colocou uma corda naquele trecho. O Dema, que vinha logo atrás de mim, deu mais sorte, pois ao passar a mão pela pedra, encontrou um pedaço de corda. Mas a corda era tão mequetrefe, que a minha maldição não foi retirada. Subiram o Dema e o Liu e logo atrás, depois de ser desentalado pelo próprio Liu, chegou o Getúlio, que apesar das suas convicções religiosas, não estava nada contente com este trecho da trilha e também fez um elogio para mãe de alguém (rsrsrsr).

 

O próximo obstáculo, outra pedra alta, contava com uma corda sem vergonha, onde era preciso confiar sua vida em barbante gosmento, sem saber se aguentaria seu peso e pior, na total escuridão. Acima outro obstáculo e outra corda velha. Poucas vezes na minha vida eu quis tanto estar acampado em uma barraca quentinha e me parece que esse era o desejo de todos que estavam ali. A situação estava realmente crítica, a chuva já se avizinhava e nada de a gente atingir o topo. Subimos mais uma pedra e viramos a direita em um corredor com uma grande fenda. Escalamos mais uma grande rocha e logo quando chegamos em meio as caratuvas e arbustos pequenos, perdemos a trilha. Pergunto para o Getúlio se o GPS pode nos dizer para onde fica o caminho e ele me diz que são tantos caminhos que é impossível dizer qual seguir. Minha vontade é de me deitar entre as caratuvas e esperar o dia amanhecer, não tenho mais vontade de dar mais um passo adiante, mas parece mesmo que as reservas psicológicas ainda é mais importante que as reservas físicas e a capacidade de dar mais um passo quando tudo parece acabado é coisa que ainda me surpreende. Agarramo-nos a essas reservas e nos rastejamos mais uns cinco minutos até a primeira clareira. Passava das nove da noite quando atingimos o topo do Ferraria (1724 metros). Eu e o Dema já estávamos caminhando a mais de 13 horas, a canseira era tanto que não houve espaço para comemoração, não houve espaço para euforia, não houve espaço para qualquer tipo de alegria, não houve espaço nem para as barracas, que foram montadas de qualquer jeito, uma remontada sobre a outra. Eu e o Dema não tínhamos forças nem para amarrar as cordinhas e antes que o temporal desabasse sobre nossas cabeças, nos rastejamos para dentro da barraca e fomos dormir sem comer, já que não tínhamos forças nem para segurarmos as colheres (rsrsrsr).

 

A chuva veio, não era uma chuva qualquer, era uma tempestade e eu me senti feliz de não estar vagando pela trilha naquela hora, mesmo tendo que ficar escapando dos pingos de chuva que entravam na barraca. Foi mancada nossa não ter esticado as cordas da barraca, mas sair lá fora para fazer isso debaixo de chuva era que não ia rolar mesmo. O dia amanheceu chuvoso e eu dei graças por não ter que acordar cedo, mas chega uma hora que é preciso abandonar o ninho e assim que a chuva parou, desmontamos tudo e ficamos prontos para partir.

 

Nós havíamos acampados na primeira clareira, mas o livro de cume ainda estava uns 100 metros à frente e antes de partirmos para o último dia da nossa travessia fomos até o cume assinar o livro. No livro, a última assinatura datava de quase dois meses atrás. É realmente nessa montanha os ratos morreriam de fome. Voltamos para a clareira e pegamos a mesma trilha que havíamos chegado. Menos de 20 metros depois, abandonamos a trilha e saímos para a esquerda como se estivéssemos indo para onde acaba o Pico Paraná e lá localizamos o inicio da descida, no começo meio apagada, mas depois um pouco mais aberta. Não demora muito e começa a pirambeira, é preciso ir se agarrando a vegetação para não despencar no vazio. O caminho é difícil e só lá pelas dez horas da manhã é que chegamos ao campo aberto, marcado por um ou dois pinheirinho isolados.

 

Essa descida do Ferraria é conhecida como face leste e só a pouco tempo ele foi aberta pelos montanhistas paranaenses, aliás, mais uma vez um grande trabalho pelo pessoal do Paraná. Dá gosto de ver o quanto essa gente se dedica em pró do montanhismo brasileiro. Claro que essa trilha ainda não está pronta, será preciso alguns anos até que ela se consolide e espero que outros montanhistas ajudem nisso, indo lá e pisando nela, essa é a maior ajuda e o melhor jeito de homenagear esses competentes montanhistas paranaenses.

 

O nosso caminho segue mato adentro, passando por um número sem fim de bambuzais e outras plantas que vão agarrando nas nossas mochilas, até que chega a um trecho de descida onde parece ser impossível prosseguir por causa do desnível a ser descido. É um trecho muito perigoso e faz com que até montanhistas experientes como nós sinta muito medo. Hora ou outra um pedaço de corda da uma ajuda. Mas uma dezena de outros trechos igualmente perigoso são totalmente desprovidos de qualquer sistema de segurança. Em alguns trechos a trilha simplesmente desaparece e em outros não há qualquer trilha, somente fitas coloridas amarradas em lugares estratégicos junto às árvores e nesse momento ou você enxerga as fitas ou você está perdido no meio da floresta. A trilha é longa, o dia vai passando e a sensação de que nunca chega vai aumentando. A mochila vai destruindo os ombros, já totalmente arrebentado por causa da longa travessia e a gente não vê a hora de chegarmos ao rio para um banho e um gole de água gelada. Finalmente lá pela 16h00min horas avistamos um pneu enfiado em um tronco, junto à estrada/trilha da Conceição. Na estrada abandonada pegamos para a direita e em meia hora chegamos à ponte do Rio cotia. Eu e o Dema largamos as mochilas e fomos ao rio tomar um banho, já o Getúlio e o Liu seguiram enfrente. A TRAVESSIA DOS SETE CUMES está quase no fim, mas ainda falta mais uma hora e meia de caminhada até o Bairro Alto, um pequeno vilarejo pertencente ao município de Antonina-PR. E ás 18 horas desembocamos no singelo vilarejo, para descobrir que o próximo ônibus para Antonina só sairia às 09 da noite, o que obrigou o Liu a “calçar a cara” e pedir uma carona para um ônibus de uma igreja adventista que acabará de deixar uns desbravadores no vilarejo e estava retornando para Antonina.

 

Ao chegar a Antonina descobrimos que nosso ônibus para Curitiba demoraria mais de uma hora, então tratamos de encontrar um restaurante para matar a nossa fome. Encontramos um excelente lugar, que por uns quinze conto ( 15 reais, na cotação do dia) servia até frutos do mar. Comemos até ficarmos estufados e o Dema mandou sua atual convicção vegetariana para o espaço e descontou toda sua fúria na costela de uma pobre vaquinha inocente (rsrsrsrsr).

Chegamos a Curitiba lá pelas onze da noite, onde nos despedimos dos nossos amigos paranaenses e eu e o Dema embarcamos em seguida para São Paulo e de lá para Campinas.

 

Foi uma Travessia extremamente corrida, um roteiro longo de mais para apenas 04 dias de caminha. Desta vez exageramos na dose, extrapolamos o bom senso, mas no fim tudo acabou dando certo. Fica aí a nossa dica : jamais deve-se juntar essa travessia com a subida do Pico Paraná pois é uma caminhada muito longa e fisicamente extenuante, mas a TRAVESSIA DOS SETE CUMES, aqui apresentada, eu não tenho dúvida nenhuma que acabará se tornando umas das mais clássicas travessia do sul do Brasil. Bastará que ela seja consolidada, mais cordas e outros equipamentos de segurança, sejam instalados. Será necessário muito mais montanhistas experientes frequentando suas trilhas para que o caminho se abra e os obstáculos sejam tirados do percurso. Infelizmente por enquanto, essa é uma travessia somente, digamos, para os montanhistas “PADRÃO FIFA”.

 

 

Divanei Goes de Paula - junho/2013

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Caso tenha ficado alguma dúvida sobre o roteiro, principalmente nas saída das trilhas, é só falar e eu tentarei passar melhores informações, mas acho que o Getúlio é o cara mais indicado, já que ele é nativo daquelas bandas e conhece quase tudo.

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  • Membros de Honra
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Show de bola!!! ::otemo::::otemo::::otemo::

Grande travessia, parabéns!!! É uma pernada para poucos, ainda mais juntando o PP aos 7 cumes (Camapuã, Tucum, Itapiroca, Caratuva, Taipabuçu e Ferraria). E de brinde ainda o Cerro verde... ::cool:::'>

  • Membros de Honra
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Grande Divanei!!!

 

 

Prazer enorme encontrar com você e o Dema nessa pernada. Como sabem, era para estarmos em outras bandas naqueles dias, mas acabou acontecendo uma mudança de planos e lá fomos nós...

 

[...]

Foi uma Travessia extremamente corrida, um roteiro longo de mais para apenas 04 dias de caminha. Desta vez exageramos na dose, extrapolamos o bom senso, mas no fim tudo acabou dando certo. Fica aí a nossa dica : jamais deve-se juntar essa travessia com a subida do Pico Paraná pois é uma caminhada muito longa e fisicamente extenuante, mas a TRAVESSIA DOS SETE CUMES, aqui apresentada, eu não tenho dúvida nenhuma que acabará se tornando umas das mais clássicas travessia do sul do Brasil. Bastará que ela seja consolidada, mais cordas e outros equipamentos de segurança, sejam instalados. Será necessário muito mais montanhistas experientes frequentando suas trilhas para que o caminho se abra e os obstáculos sejam tirados do percurso. Infelizmente por enquanto, essa é uma travessia somente, digamos, para os montanhistas “PADRÃO FIFA”.

 

Tô te estranhando homem... Que história é essa de equipamentos de segurança? Tá bom como está. Assim só quem "é do ramo" se aventura por lá. Se facilitar muito vira passeio de parque. ::grr::

E essa história de padrão FIFA??? ::lol4::

 

Grande abraço!

  • Membros de Honra
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Fala Getúlio e Otávio !!!!!

É realmente vocês tem razão, mas essa travessia em algum tempo acabará se tornando um caminho clássico. Para mim poderia ficar como está, mas como não é possível evitar que pessoas com pouca experiência acabem indo para lá, vai chegar uma hora que será necessário fazer algo para se evitar acidentes. Padrão FifA(kkkkkk), foi só uma bobagem que inventarão para dizer que uma coisa é top.Padrão FIFA de qualidade foi usado pela própria entidade para dizer se uma instalação futbolistica servia ou não para fazer parte dos seus eventos. E o prazer foi todo meu te-lo encontrado no quintal da sua casa. Agora falta conhecer o Otávio. Abraço aos dois.

  • Membros de Honra
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Caro Divanei,

 

Haha, boa essa de padrão FIFA... Agora entendi. ::putz::

Para mim esse padrão deles não é assim tão "top" não, e, por mim, como você disse, prefiro que fique como está: selvagem e bruta. Assim a aventura fica preservada e a diversão, garantida! ::otemo::::ahhhh::

Não creio que essa travessia desperte assim tanto interesse nos consumidores de 'turismo de aventura'. Turista de aventura quer glamour com facilidade, coisa que ali não tem. Se ela "oficialmente" passasse pelo cume do PP até concordo. É pernada e mais pernada, sobe, desce, sobe de novo... Claro, alguns desses "turistas" acabam evoluindo e podem se interessar, mas aí já estarão em outro patamar.

Para isso basta ver a maioria das trilhas para as outras montanhas da região. O PP virou uma avenida e de cada 100 que entram pelo Dílson, 90 (ou mais) vão para lá. Ele chama a atenção, ponto mais alto do sul, etc. Tem o "glamour", o "apelo". O Ciririca tá indo pro mesmo caminho. Todo mundo quer ir prá lá, alguns até mesmo sem conhecer o PP... Criou uma espécie de "aura" com aquela história de "K2 Paranaense". Já os outros, tirando o Caratuva, Itapiroca e Camapuã, que são carne de vaca por conta da facilidade de acesso só quem curte mesmo é que frequenta.

 

Abração!

  • Membros de Honra
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.........Agora falta conhecer o Otávio. Abraço aos dois.

Pretendo viver até os 120 anos, e caminhar pelas montanhas até os 100... pelo menos. :mrgreen:

Teremos outras chances, com certeza!!! ::otemo::

Grande abraço e que Deus te abençoe.

  • 2 semanas depois...

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