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Por que Equador?

A escolha da vez para nossas férias de 10 dias estava entre Equador e África do Sul. Equador era um dos poucos países em que não havíamos colocado os pés na América do Sul (os outros são a Venezuela, e infelizmente acho que vai demorar para irmos lá, e aqueles 3 menos conhecidos ao norte), é o país de Galápagos, de Quito e seu belo centro histórico. África do Sul teve bastante promoção por conta de a TAM inaugurar rota para lá, mas a logística era bem ruim, nos faria perder uns 2 dias de viagem (1 ida, 1 volta), o que é precioso numa viagem curta. Acabou que a Copa lançou promoção para Equador e fechamos.

 

Se vamos ao Equador, teríamos de ir a Galápagos. Isso era lei. Então decidimos que a viagem seria a Galápagos, o máximo que fosse. Mas com ao menos um dia em Quito tb.

 

Eu tinha tentado bastante com TAM e Avianca um bilhete ida e volta até Galápagos com pausa de 2 noites em Quito. Os preços em ambas eram exorbitantes. Maiores que se comprasse separado a ida e volta para o Equador com Copa e Galápagos com eles. Então assim fiz, comprei separado. Não que tenha ficado barato, pelo contrário – Galápagos é uma viagem cara – mas saiu mais em conta do que priorizar uma das duas cias aéreas. Promoções para Galápagos são relativamente raras, e nós tínhamos datas específicas para viajar. Ou seja, os custos aéreos foram altos.

 

Roteirizando

Para curtir Galápagos a ideia era arrumar algum barco cujo roteiro nos satisfizesse e que coubesse no prazo em que estaríamos por lá. Chegar em Puerto Ayora, descolar esse barco, e curtir os dias que restassem fazendo passeios. Esse era o Plano A. Caso não rolasse, eu teria um plano B já pronto para rodar entre as 3 ilhas principais (Santa Cruz, Isabela e San Cristobal) durante os nossos dias por lá. Mas acabei não fazendo esse plano pormenorizadamente antes – na verdade bolei +- um roteiro enquanto esperava a conexão no Panamá! Mas não haveria erro.

 

A minha ideia é sempre maximizar o tempo disponível, pq sei que, por mais que se queira voltar a um lugar, raramente se volta. Lembro-me de ter ido a Torres Del Paine em 2008 e de ter ficado maravilhado com o lugar, de fazer planos de voltar e percorrer o circuito W do parque. Até hoje não voltei – a prioridade é conhecer novos lugares. Daí maximizar o tempo disponível onde quer que eu esteja. E o plano B traçado para Galápagos nos proporcionaria o melhor das três ilhas mais habitadas da região, já com passeios pré-determinados para cada dia. Fomos, então, confortáveis para lá: qq das opções nos atenderia.

 

Por acreditar que conseguiríamos um barco saindo de Puerto Ayora, acreditei que o barco retornaria e terminaria no mesmo lugar, então comprei passagem de ida e saída para lá. Mais tarde consegui trocar para sair de San Cristobal, que foi onde ficamos depois do cruzeiro (sim, nós descolarmos um!).

 

Roteiro bem resumido

D1 – Guayaquil (chegada à tarde)

D2/4 – Galápagos - Puerto Ayora

D4/7 – Cruzeiro por Galápagos

D7/10 – Galápagos – San Cristobal

D10/12 - Quito

 

Tínhamos 10 dias de férias, com 2 do fim de semana, 12. Saímos na madrugada do 1º dia e chegamos na manhã do dia seguinte ao 12º, já dia de trabalhar.

 

Orçamento

Eu teria chutado a faixa de 75USD/dia para o Equador, não fosse por Galápagos. Com Galápagos o orçamento precisa de reforço. Sobretudo se vc quiser fazer cruzeiro, o que era nosso objetivo. Aí precisa de muito reforço! Em 12 dias gastamos 1.600 USD cada, incluindo 700 USD de cruzeiro. Isso inclui todos os gastos de viagem no local (alimentação, passeios, hospedagem, transporte e as cervas nossas de cada dia), exclusive passagens aéreas, que foram compradas antecipadamente.

 

Voos (rota – aérea – preço por pessoa)

Rio – Panamá - Guayaquil / Quito – Panamá – Rio (Copa) – 1.600 BRL

Guayaquil – Baltra (Latam) – 1.400 BRL

*Baltra – Quito (Avianca) – 1.700 BRL

 

*Compramos o voo direto da Avianca para Quito, mas eles cancelaram o voo, nos jogando em outro com escala em Guayaquil. Até foi bom, pq isso nos permitiu alterar o aeroporto da volta para San Cristobal.

 

 

Hotéis

Dessa vez com breves comentários. Como sempre, priorizamos a localização, em seguida o menor preço (aliado a boas avaliações; ou ainda, aliado a não muitas avaliações ruins)

- Malecon Inn (Guayaquil) – 40 USD – bem guerreiro. Talvez existam melhores opções de custo-benefício na região próxima ao Malecon. De qq forma, nos atendeu.

- El Descanso del Petrel (Puerto Ayora) – 45 USD (depois um downgrade para 30 USD) – galera muito legal, mas acho que há opções com melhor custo-benefício na região.

- Hostal San Francisco (San Cristobal) – 25USD – guerreiro, de frente para o malecon, ótimo preço!

- Posada del Maple (Quito) – 37 USD – simples, aconchegante e numa rua muito calma de Mariscal. O melhor da viagem.

 

Com exceção de San Cristobal, todos os outros foram reservados previamente via booking.com.

 

Leituras de viagem

- Lonely Planet - Ecuador

- Relato da deiafranzoi – Deia está sempre à minha frente!

- Relato do Fmatsusaki – Esse cara deve ser uma ótima companhia de viagem, altíssimo astral.

- Relato do EdJr – Pouco tempo antes de ir, deparo-me com esse excelente relato!

[há outros ótimos relatos no mochileiros, e acho que li todos; os 3 acima foram referenciais e os levei impressos – me acompanharam por quase toda a viagem]

- Vanessa Barbara – No zoológico de Darwin – Cerca de um mês antes da viagem eu estava folheando a Revista Piauí que acabara de comprar qdo vejo essa matéria. Foi outro texto que li, reli e imprimi para levar para a viagem, onde reli mais vezes.

(tenho certa mania de reler ótimos relatos, sobretudo depois de ter ido nos lugares)

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Chegamos em Guayaquil às 12hs. Pegamos um tai para o hotel (6USD, mas acho que era pra ser 5) e saímos para passear. Em Guayaquil não tem muito erro: é ir para o Malecon e curtir o longo passeio por lá. Belos visuais, bares e restaurantes, monumentos, parques, mirantes, museus, tem de tudo naquela longa faixa para pedestres. Com segurança onipresente ao longo de todo o trajeto. Fomos andando em direção a Las Peñas, o bairro/morro que fica logo ao fim (ao norte) do Malecon.

 

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O charme de Las Peñas

 

Las Peñas é um bairro bem pitoresco da cidade. É onde nasceu a cidade, fica num morro e tem casas centenárias. É a atração principal da cidade. A prefeitura passou a década passada restaurando e regenerando o lugar. Há segurança (pareceu-me privada) em diversos locais, inclusive orientando os turistas sobre a melhor rota para subir (há uma principal, mas pegamos uma escadaria que sai de outro lugar). Como foi todo reformado, está bem turístico também. Rodamos bastante por lá, inclusive subindo ao Cerro Santa Ana, que tem vista panorâmica da cidade, e que talvez seja um dos grandes baratos do que se fazer por lá. Muito bacana. Mesmo com tempo nublado. Tive a impressão de que a área empobreceu, talvez tenha se tornado perigosa (não pesquisei sobre isso, é chute!) e foi revitalizada.

 

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Do alto do Cerro Santa Ana, Las Peñas

 

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Farol no Cerro Santa Ana, Las Peñas

 

Descemos e voltamos ao Malecon. Fomos andando até a outra ponta. Há um mercadinho e uma enorme estrutura metálica que não estava sendo aproveitada na época. O Malecon é mesmo um grande barato em termos de renovação de uma cidade. Mas eu esperava que as fachadas de frente para o Malecon fossem mais valorizadas. Pelo estado de algumas, não são.

 

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Malecon Simon Bolivar

 

Fomos então explorar a parte de dentro de Guayaquil, sair do Malecon. O principal talvez seja a Plaza Bolivar, onde vc convive com iguanas (e pombos!) tranquilamente. A praça é delas, das iguanas. E, embora não tenha visto ninguém tocando nos bichos, vimos gente dando comida – a despeito das placas pedindo para que não o fizessem. Aquela coisa que já conhecemos. De qq forma é bem bacana andar num parque com as iguanas soltas! Em frente à Praça tem a catedral da cidade, que fomos conferir. Conferimos tb outras atrações que eu havia listado – uma delas era subir a torre do relógio, que estava fechada de manhã.

 

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A catedral de Guayaquil, vista da Plaza Bolivar

 

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Plaza Bolivar: iguanas, pombos e pessoas

 

Bateu a noite e fomos fazer nossa refeição do dia. Escolhemos um restaurante de comida local meio padrão médio, que ficava nos arredores, Cocolon. Vazio, talvez por ser muito cedo tb. Comida muito boa, pelo menos!

 

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Palácio Municipal de Guayaquil, de dia e de noite

 

Após a janta fomos anda mais. Refazer todo o caminho até Las Peñas, ver como a coisa rola de noite. Várias das casas em Las Peñas anunciavam bares e clubes noturnos, então era sinal de que a vida noturna por lá era agitada. E, claro, curtir o visual noturno lá no alto. O caminho pelo Malecon, mesmo de noite, era bem tranquilo. Seguranças por toda parte.

 

Las Peñas era outro lugar de noite. Bem mais agitado, bares e inferninhos chamando vc pra entrar. Na rua principal, a que todos tomam pra subir, é onde estão concentrados. Naquela hora, ainda relativamente cedo, os lugares me pareciam ainda vazios. Não sei como é tarde da noite. Curtimos o visual do alto da cidade, tomamos umas cervas e descemos para nosso caminho de volta. Precisávamos do sono dos justos pq o dia seguinte já era de Galápagos!

 

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O belo visual de Guayaquil à noite (a partir do Malecon e Cerro Santa Ana)

 

Voltamos bem cansados – como deve ser!

 

[todas as fotos são do Instagram da Katia]

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Acordamos cedo para o café do hotel. Guerreiro, como o hotel. Fomos direto para o aeroporto. Achava que era necessário dar mais tempo para voos para Galápagos, tinha lido sobre filas, checagem de malas e etc. Então fomos cedo. Taxi 5 USD, preço fechado.

 

Foi tudo bem rápido no aeroporto. Tem a fila da taxa e a fila da checagem da bagagem. Talvez nem precisávamos fazer, já que não despachamos nossas mochilas. Ou melhor, praticamente não havia fila. Pagamos a taxa de 50 USD por pessoa para Galápagos. E fomos fazer hora no aeroporto, até a partida.

 

Curioso: ao meu lado no voo para Baltra um senhor equatoriano puxou assunto. Ele estava com a esposa, foi simpático. Começamos a conversar, falamos de viagem, Brasil, Equador e tal. E aí ele me pede meu contato. Estranho. Mas vamos lá. Logo a seguir ele entrega e começa a falar de marketing de rede e etc. Hmmm, amway total, captei a mensagem, entendi o propósito. Parei de dar corda +- delicadamente e voltei a ler meus guias de Galápagos.

 

Chegamos em Baltra sob sol. Estava nublado em Guayaquil. Chegamos e já pegamos o primeiro ônibus (que, aliás, era da Avianca) que faz a rota até o canal. O visual do canal já é espetacular!! Caribenho, eu diria. Chegando do outro lado, ficamos na fila a esperar o busum que custa 1USD cada. O taxi sai por 18USD. Fui então comprar uma água e já tomei conhecimento dos preços galapageños: 1,5 USD (claro que naquele local específico ainda tem o adicional da ausência de concorrência). Em Guayaquil era 0,50USD.

 

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Cruzamos o canal e já nos deparamos com essa cor de água

 

Eis que chega o busum e assistimos a um espetáculo deprimente da correria e furação de fila. Felizmente fomos sentados, mas teve gente que foi em pé (os que tiveram de colocar as malas grandes no bagageiro – mais um bom motivo para viajar leve!). Ao longo da viagem (Puerto Ayora fica do outro lado da ilha), o tempo nublou completamente. É comum por lá essa mudança brusca. Vc está na praia e está sol, vc entra 10km adentro da ilha e está nublado e até chovendo.

 

Chegamos, achamos nosso hostel, largamos nossas coisas e partimos para curtir Tortuga Bay, que era nossa programação para o dia. Longa e agradável caminhada até lá. Trilha toda urbanizada até a praia. A partir de Puerto Ayora o caminho não é sinalizado, mas a galera informa na boa. No caminho compramos um filtro solar pela facada de 20USD (!!).

 

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Caminho todo urbanizado

 

Tortuga Bay estava bem nublada qdo chegamos. Como tantas vezes já havia lido, não há tartarugas, o que há são iguanas. Que não estão nem aí pra vc. Como a praia brava estava fria e brava, seguimos para a mansa, que estava calma e com uma galera curtindo. Fomos para uma parte mais alta, do alto de umas pedras que ficam no canto. É onde chegam os taxi boats. De lá conseguimos ver, num relance de 1 segundo, um tubarão martelo! Uau! Voltamos para a praia e fui snorkelar, talvez ainda encontrasse outros! Mas nada, a visibilidade estava bem ruim. Em parte pela água mesmo, em parte tb por estar bem nublado. Paradoxal um mar estar bonito e a visibilidade não estar boa. Ficamos então curtindo as iguanas e os espetaculares caranguejos locais (Grapsus grapsus?) e voltamos para a cidade.

 

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Fim de tarde em Tortuga Bay

 

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Os habitantes da praia

 

Nossa meta daquela noite era percorrer as agências para descolar um cruzeiro. Ou para ver as opções disponíveis (se houvesse!). Várias delas anunciam ofertas “Last minute” para cruzeiros, mas acabamos entrando numa delas que colocava os preços na chamada. Dada a nossa disponibilidade de dias, o cara nos ofereceu duas opções: uma com um barco categoria luxo (luxury) de 4d/3n por 700 USD cada. Roteiro era pelas ilhas Mosquera, Santiago, Bartholomé, Genovesa e San Cristobal, onde encerraria. Ele dizia que esse estava sob desconto pesado. A outra tb era de 4d/3n, barco categoria turístico-superior (ou coisa parecida), que é um degrau abaixo do luxo, mas começava na primeira noite e seguia para as ilhas do sul, voltando a Puerto Ayora. Saímos para avaliar. A 2ª opção eu teria pego se fosse a única disponível, sobretudo pq queria conhecer a Isla Española. Mas a 1ª opção atraía bastante. Os preços estavam na faixa do que tínhamos em mente (era caro, mas já fomos preparados para o orçamento galapageño); tinha Genovesa no roteiro, uma ilha que geralmente só se acessa em viagens de barco; e o barco era tipo luxo (esquema patrão!!) e parecia mais largo, o que daria maior estabilidade. Além disso, só viajaria de noite, qdo estivéssemos dormindo. Eu não gostaria, e Katia realmente não queria barco sacolejando, então estabilidade era algo a ser considerado. Era uma quinta-feira e ambos sairiam somente no sábado. Depois de rápida avaliação na pracinha de Puerto Ayora, decidimos por esse roteiro mesmo. Talvez devêssemos verificar em mais agências, mas, no geral, elas vendem as mesmas saídas. Voltamos lá e fechamos. Plano A ativado!

 

Se eu pudesse escolher um lado, escolheria sul. Mas achei que o outro barco oferecia mais, e pelo mesmo preço. E tinha Genovesa! E Bartholomé, um dos mais famosos cartões postais de Galápagos. Sempre temos de fazer escolhas, não haveria como visitar tudo, e acho que escolhemos bem. A consequência disso seria retirar Isabela do nosso roteiro. Ok, fica para uma outra ocasião – e espero que haja outra ocasião! Ah, e acabamos visitando a Isla Española, a partir de San Cristóbal.

 

Fomos então celebrar nossa escolha com mais cerva na orla (Cerva em Guayaquil: 1,25 USD x Cerva em Galápagos: 2,50 USD), depois fomos jantar na famosa rua cheia de restaurantes guerreiros, onde vc pode escolher o peixe brujo que quiser ou a lagosta (viva! :0) que desejar. Pratos na faixa de 10 USD, lagosta custa mais caro (acho que até 25USD). Comida guerreira boa. Depois de batermos um pouco de perna pela cidade para curtir a noite, fomos dormir. Puerto Ayora encerra suas atividades muito cedo.

 

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A rua dos restaurantes de rua

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Choveu de madrugada. Na verdade já serenava qdo voltamos pro hostel no dia anterior. Acordamos cedo, pedimos para ficar uma noite adicional, mas nosso quarto seria ocupado naquele dia. Nos ofereceram um quarto guerreiro por 30 USD, sem ar condicionado nem tv. Não precisava de ar condicionado naqueles dias, não ligo pra tv e a redução de preço foi muito bem aceita! Ótimo downgrade!

 

A ideia era ir para Las Grietas, mas o tempo muito nublado mudou nossos planos. Deixamos para mais tarde, apostando que o sol surgiria ao longo do dia. Fomos passear pelo mercado de peixe, onde ficam leões marinhos, pelicanos e outros bichos locais (comuns por lá, cativantes para nós de fora). Fica a turistada (nós!) admirando (e fotografando). A bicharada fica de olho nas sobras de peixe, e isso faz a festa da galera de fora. E tem tb as lagostas vivas que chegam pescadas e são vendidas ali mesmo, ainda vivas. Parte delas estarão expostas logo mais naquela rua dos restaurantes guerreiros. Aliás, do mercado nós seguimos para essa rua guerreira para tomarmos um café da manhã, guerreiro tb.

 

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Mercado de peixes de Puerto Ayora

 

Descolamos um taxi (taxis em Galápagos são sempre pick-ups) para fazermos o tradicional roteiro que vai a Los Gemelos e um rancho onde ficam as famosas tartarugas gigantes galapageñas e os tuneis de lava. Sai a 40 USD e seguimos uma recomendação da menina do hostel, que ligou para um motorista que ela conhecia, Javier. De fato, foi muito bom. Los gemelos são dois grandes buracos que a galera se ilude (e eventualmente se decepciona) achando que são crateras de vulcão. É bacaninha, curtimos rapidamente e fomos para o rancho. Em termos de rancho, existem dois, que ficam próximo um ao outro. Primícias e El Chato. Por sugestão do Javier, fomos no El Chato. E aí nos maravilhamos com todas aquelas tartarugas enormes! Aquilo sim, é Galápagos! Lá tb tem os tuneis de lava. Percorremos os dois que vimos. É interessante, mas o barato mesmo são os tararugões. Ficamos um bom tempo admirando a galera.

 

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As tartarugas gigantes de Galápagos, no El Chato

 

No fim, um casal argentino perguntou se havia problema em desviarmos um pouco do nosso roteiro para irmos até a Garrapatera, uma praia que fica do outro lado da ilha. Não estava no nosso roteiro, não queria exatamente ficar curtindo praia. Sem problemas, mas pedimos ao Javier para nos deixar ao menos fazer a trilha até a praia, ao menos para conhece-la. E, de fato, é bem bonita. Melhor ainda que fazia sol naquela hora. Fomos apenas conferir, logo retornamos.

 

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El Garrapatero

 

Passeio com o Javier foi muito bacana, eu recomendo. Conversamos bastante, e ele dava explicações gerais sobre o que víamos, sobre tartarugas, Galápagos, Equador, etc. Acho bacana qdo tem essa interação. Quero dizer, ele não é apenas o taxista que te transporta.

 

De volta a Puerto Ayora, pegamos o taxi boat (0,80 USD) para curtir Las Grietas. Vc desce num píer, segue o caminho, passa por uma praia (de los alemanes) e depois segue por umas salinas bem bacanas. E chega em Las Grietas, que é um barato. Havia uma galera por lá curtindo, uma parte me pareceu ser local mesmo. Fiz bastante snorkel por lá, visibilidade é muito boa. Curti um tempo, depois fomos seguimos a trilha que vai margeando o rio. E retornamos. Ainda demos uma pausa na Playa Alemanes, aquela que fica no caminho. Curtimos o fim de tarde por lá. Esquema relax!

 

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Salinas no caminho até Las Grietas

 

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Las Grietas

 

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Visual da trilha de Las Grietas

 

De resto ficamos batendo perna pela cidade, tomando cervas aqui e acolá, sobretudo nas arquibancadas da pracinha à beira-mar, vendo a galera local. Jantamos novamente na rua guerreira, e dessa vez pedi um peixe brujo encocado.

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Era dia de partir no nosso cruzeiro, então fomos curtir o que faltava na cidade. Fizemos checkout e saímos cedo. Tempo bem nublado. Cidade ainda acordando. Fomos novamente na direção do mercado – o foco era o Charles Darwin Research Station, mas precisávamos fazer hora até abrir. Então curtimos novamente um pouco do mercado de peixes e, um pouco adiante, uma área de mosaicos bem bacana. Outra coisa interessante do dia foi que pareceu rolar uma atividade entre os estudantes de limpeza de áreas públicas, especificamente áreas verdes. Vimos uma galera recolhendo lixo em diversos cantos, sempre onde havia verde. Das coisas que saem (e a quantidade) é que vemos como tem gente sem noção no planeta.

 

O Charles Darwin Research Station é muito bacana. Vc não entra na área das tartarugas, tal qual fizemos no El Chato. Elas ficam separadas, reservadas, tipo zoológico. Mas isso não torna o lugar desagradável, de jeito algum. Adorei ficar observando as tartarugas – que, por sua vez, são de espécie diferente das que vimos no El Chato. O pescoço das do Darwin era especificamente longo. Valeu muito a pena, e é grátis (embora doações sejam sugeridas).

 

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Tartaruga do CDRS

 

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O pescoção da residente

 

Depois fomos na Laguna de las Ninfas, um lago bacana que tem perto do centrinho, com belo visual e mangues a observar. Tb havia estudantes coletando lixo por lá.

 

E enfim fomos para a agência pouco antes da hora marcada. Chegando lá o cara logo chamou um taxi e nos mandou para o porto. Disse que alguém havia se atrasado no voo e que era para encontramos o grupo no aeroporto. Nosso taxi pifou no meio do caminho! Ahahaha, simplesmente o motor pifou. Não seria problema, pq rola camaradagem e eventualmente haveria taxis passando. E foi o que ocorreu. E tínhamos folga para o horário que estava estabelecido para nosso encontro no aeroporto. Enfim, chegamos e havia um cara da tripulação nos esperando. E então descobrimos que éramos os últimos, e que todos os demais do grupo já estavam no barco! Mais tarde apuramos que deve ter ocorrido algum telefone sem fio na história. Possivelmente o horário de apresentação foi adiantado, ou retificado, e não fomos informados a tempo – na verdade, não deixamos qq contato (não nos foi pedido!) na agência. Enfim, depois de alguma demora, chegamos ao barco. E que barco!

 

Era um Galaxy, tipo luxo. Galera já tinha almoçado, nós fomos apresentados e já chegaram nossos pratos. Total de 17 passageiros. Depois ficamos explorando o barco e nossa habitação – não estamos acostumados a tanto luxo, ehehehehe. Finesse, esquema patrão total. E ficamos tb conhecendo a galera. Não tinha certeza se seria um grupo fechado, de tour, ao qual nos integraríamos, ou se seria galera independente. Era galera independente. A maioria mais jovem, mas havia um casal alemão mais velho (nos 50s). A nacionalidade seguia o padrão Europa/Estados Unidos. Mas tinha uma dupla de Israel, um cara muito legal da Indonésia (que namorava uma brasileira) e outro da Coreia. Somente nós éramos da América Latina. A língua oficial, então, era o inglês.

 

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Esquema-patrão no Galaxy I!

 

Algum tempo depois do almoço fomos para a Isla Mosquera. Era a primeira atividade. Ficamos duas horas por lá. Muitos leões marinhos, uma enormidade de caranguejos de coloração alaranjado-vermelha (depois passamos a ver esses caranguejos em toda parte, mas eu adorava admirá-los -- são praticamente os únicos bichos da região que se afastam de vc ao menor sinal de encurtamento de distância). Rola uma praia na ilha, mas ficamos curtindo os bichos mesmo. Isso é Galápagos! E naquele lugar, naquela hora, havia sol, muito sol. Amem!

 

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Isla Mosquera

 

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Alta densidade demográfica caranguejeira na pedra

 

Aliás, como estava sol, curtimos nosso primeiro pôr do sol com sol na viagem. Nesse dia conhecemos a tripulação na janta, com apresentação individualizada. Depois da janta foi aquele social de conhecer a galera. Cervas a 3 USD no barco. Caro, claro. Mas esperava que fosse ainda mais.

 

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Pôr do sol em Galápagos

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Barco partiu umas 4 da madrugada e navegou até umas 6. Balançou um pouco, nada que incomodasse. Estava nublado nessa manhã. Era dia de conhecer as Ilhas Santiago e Bartholomé.

 

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Nosso barco (esquema-patrão!!)

 

Primeira atividade, logo depois do café da manhã, era conhecer a Isla Santiago. O barco nos leva e fazemos uma trilha por lá. Achei o visual da ilha qq coisa de sensacional. Caminhávamos sob lava vulcânica empedrada. Curti demais aquele visual. De alguma forma eu acho que vulcões e atividades correlatas me fascinam.

 

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Trilha de lava na Isla Santiago

 

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Tudo de lava na Isla Santiago

 

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Pé na lava (solidificada)

 

Aliás, vale dizer que em todas as ilhas não habitadas que fomos há trilhas demarcadas e sinalizadas, e há grande respeito pelas regras em cada uma delas. Existe um tempo máximo que se pode ficar e não é permitido caminhar fora das trilhas.

 

Depois da trilha, voltamos para o barco pq rolaria um snorkel numa região da mesma ilha Santiago. Havia wetsuits para alugar por toda a viagem, ao custo de 35 USD. Achei muito caro e decidi tentar encarar a água sem isso, mas quase todos alugaram (somente eu e mais 2 que não). E deu numa boa. A água é bem fria, não se iluda. Obriguei-me a me movimentar sempre enquanto nadava e, qdo voltava do snorkel, ia direto para uma chuveirada quente.

 

O snorkel na Ilha Santiago foi muito bom, com muito boa visibilidade. Vimos três tartarugas galapageñas, além de uma grande variedade de peixes.

 

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Tartarugão

 

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A abudante fauna marítima local

 

Depois do almoço rolou o 2º snorkel, agora nos arredores da Isla Bartholomé, onde poderia haver pinguins. Logo que mergulhei, vi duas coisas, e aos montes: estrelas marinha e água-viva. As estrelas era um grande barato, as águas-vivas eram um grande problema. Eu ficava tentando me desviar delas, ou seja, isso tomava minha atenção – e não as estrelas, que era o que eu deveria estar curtindo naquele momento! Mas relaxei e logo me acostumei – às águas-vivas, por bem dizer! Vimos dois tubarões, mas ambos escondidos sob rochas. Eles pareciam esconder-se de nós.

 

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Água-viva de sei lá qual tipo, só sei que tinha de desviar delas o tempo todo

 

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Estrelas do mar, abudantes na área

 

Eu ficava sempre para trás do grupo, que avançava com muita rapidez pro meu gosto (eu curto ficar admirando meio que longamente algum peixe). Eis que, num determinado momento, eu estava fotografando uns peixes e eles simplesmente disparam para longe de mim. Oh, oh, sinal de que vem algo atrás de mim! Qdo viro para trás, um susto. Era um leão marinho, olhando bem para mim! E logo se mandou. Refiz-me rapidamente do susto e, ingenuamente, disparei a seguir o bicho. É inútil, qdo ele dispara vc não tem vez. O susto foi pq, no dia anterior, o guia havia nos recomendado não nadar com os leões marinhos na Isla Mosquera, pq havia um macho dominando a área. De qq forma, mais à frente havia outros leões marinhos nadando com a galera.

 

Fora isso, vimos alguns escassos pinguins numa região. Disseram que há algumas poucas dezenas deles por ali. Vimos algumas poucas unidades. Nenhum deles nadando.

 

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Pinguim solitário

 

Depois de uma horinha de snorkel, o barco começa a chamar a galera para voltar. Uma hora é um tempo razoável, sobretudo por conta da temperatura da água. No entanto, naquele momento fazia sol, o que melhorava muito as coisas.

 

Às 16hs partimos para fazer uma trilha na Isla Bartholomé. É, na verdade, o clássico caminho que termina no alto de um morro e que proporciona fotos do que talvez seja o grande cartão postal de Galápagos. A trilha é toda urbanizada com madeira. Ah, no caminho até lá, de barco, vimos pinguins nadando. Muito bacana! Poderiam ter nadado antes, né? Eheheheh.

 

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Pinguim nadando

 

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Isla Bartholomé

 

Qdo chegamos lá em cima, havia um outro grupo, que logo desceu. Ficamos, então, com o pedaço inteiramente à nossa disposição. Joguei a ideia de ficamos por lá até o sol se pôr e, talvez por não haver oposição à ideia, foi o que rolou. Ainda bem! Curtimos um entardecer dos mais espetaculares.

 

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Pôr do sol clássico na Isla Bartholomé

 

Voltamos para o barco já anoitecendo. Era noite de lua cheia (de vez em qdo damos sorte de ter uma lua espetacular assim, em lugares mágicos!), curtimos o céu estrelado. Foi um dia ótimo, com visuais extraordinários, ótimo snorkel, social com a galera, e muito boa comida. O barco partiria de madrugada para a Isla Genovesa.

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Valeu, Fábio!

Genovesa foi sublime. Piqueros Nazca, de Patas Rojas e tantos outros (MUITOS) pássaros. Além de ter sido o único lugar que consegui ver um tubarão martelo fazendo snorkel.

Genovesa é o tema do próximo dia a publicar (devo publicar hoje ou amanhã).

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