Membros de Honra michel Postado Dezembro 6, 2008 Membros de Honra Postado Dezembro 6, 2008 (editado) [t1]Atacama, Uyuni e Mendoza[/t1] Olá Galera do mochileiros.com !! Estarei aqui relatando uma viagem de 17 dias que fizemos, eu e minha namorada Adriana, agora em novembro/2008 e que os principais pontos foram: [t3]Deserto do Atacama, Chile Salar de Uyuni, Bolívia Mendoza, Argentina[/t3] Chegamos a San Pedro de Atacama depois de um vôo de Santiago à Calama pela Lan (http://www.lan.com) e uma hora de estrada asfaltada em uma van do transfer Licancabur (8000pcl/pessoa, 56-55-334194 / transfer@sanpedroatacama.com). [t3]San Pedro de Atacama[/t3] É um pueblo, um povoado no meio do deserto que serve de base para os passeios; vive praticamente do turismo, suas ruas poeirentas são cheias de hostals, restaurantes, mercados, casas de câmbio, lan houses e operadoras de turismo onde podemos ouvir muitos de sotaques: francês, alemão, português, inglês etc... Depois de rodar pelo povoado deixando todos, a van nos deixou no Hostal El Monte (elmonte@sanpedroatacama.com / (56-9) 93963619 - (56-9) 87024426), nossa casa em San Pedro. Fiz reserva no hostal depois de olhar as fotos na net e ver as tarifas acabei escolhendo por só um motivo: era o que respondia aos meus e-mails de maneira mais rápida. Esse hostal é legal, simples mas muito limpo, tranquilo e familiar, seus proprietários Ester e Felix são muito simpáticos e prestativos, ficamos em uma habitación matrimonial con baño privado com boa cama e bom banheiro. O café-da-manhã é bacaninha com café, leite, chá, suco, sanduíche e iogurte, nas manhãs que saíamos mais cedo Felix ou Ester nos preparavam um lanche para levar para o passeio. O único problema do hostal é que ele não é muito próximo do centro, tendo que caminhar uns 10min para chegar a calle Caracoles e as vezes dá um pouco de preguiça pra ir jantar por exemplo. Em nosso primeiro dia caminhamos pelo pueblo e nos ambientamos, vale lembrar que San Pedro está a 2400m acima do nível do mar e não é recomendado fazer muito esforço físico nas primeiras 24h para a aclimatação, o clima é seco e é necessário estar sempre com uma garrafa de água (a água mineral por lá é cara, cerca de 2usd a garrafa de 1,5L). Também corremos atrás de uma operadora para vermos os passeios que iríamos fazer. Escolhemos a Maxim Experience (Calle Caracoles 174 / maximexperience@hotmail.com) onde Edith nos atendeu muito bem explicando os passeios inclusive com fotos e nos ajudou muito, os preços normais dos passeios eram: Tours Regulares (tem todos os dias independente do número de pessoas) Geisers del Tatio: 4h às 12h, 15.000pcl (c/ desayuno) Valle de La Luna: 16h às 20h30, 5.000pcl (s/ entrada) Lagunas Altiplánicas: 8h às 17h, 25.000pcl (c/ almuerzo) Tours Exclusivos (só saem com um determinado número de pessoas) Salar de Tara: 8h às 18h30, 35.000pcl (c/ almuerzo) Lagunas y Salares Altiplánicos: 8h às 17h30, 35.000pcl (s/ entrada, c/ almuerzo) Valle del Arcoiris/Petroglifos: 8h às 14h ou 14h às 20h, 25.000pcl Geyser y Pueblos: 4h30 às 17h, 35.000pcl (c/ desayuno, c/almuerzo) Ojos del Salar - Cejar: 8h às 14h ou 16h às 20h30, 15.000pcl (s/ entradas) Termas de Puritama - Guatin: 8h às 13h ou 14h às 18h, 15.000pcl (s/ entradas) Amanecer en el Valle de La Luna: 6h às 11h, 15.000pcl (c/ desayuno s/ entradas) Ascenso Volcanes (só saem com um determinado número de pessoas, exige aclimatação) Lascar: 5h às 17h, 80.000pcl (c/ desayuno c/ almuerzo) Licancabur: 2 días, 140.000pcl (c/ desayuno c/ almuerzo) Sairecabur: 6h30 às 17h, 90.000pcl Cerro Toco: 8h às 17h, 60.000pcl Fechamos um pacote com 5 passeios e a Edith deu um desconto de 10%, não precisamos pagar tudo de uma só vez, só deixando sinal para o primeiro. Por conta desses 5 passeios precisamos alterar nosso vôo de volta adiando em 2 dias, Edith se encarregou de fazer o favor de ligar para a Lan e mudar as reservas, achei bacana da parte dela ! [t3]Valle de La Luna[/t3] Depois de agendar os passeios ficamos com a tarde livre, resolvemos alugar bicicletas e seguir para o Valle de La Luna. O alquiler de bicicletas é meio que tabelado, como os passeios então fechamos com a Maxim mesmo, 1/2 dia custou 2500pcl por duas ótimas bikes da marca Giant com 21 marchas shimano alivio, suspensão dianteira e selim de gel. Pedalar pelo pueblo é tranquilo apesar de ter que ficar desviando dos turistas nas ruas, paramos em um mini-market para comprar água e umas guloseimas para comer pois não existe nenhuma lanchonete ou coisa parecida por lá !! ... para ir até o Valle de La Luna é preciso pegar a carretera para Calama. Estavamos empolgados pois ouvimos que o passeio era tranquilo e não exigia muito esforço, doce ilusão !! Logo na primeira subida senti o poder da altitude !!! Nossa como é difícil qualquer esforço físico ... Mas logo a subida forte termina e temos um longo trecho asfaltado com uma subidinha mais amena, quase plana. Muito bacana essa pedalada em pleno deserto, a visão de 360 graus só com as montanhas longe no horizonte, uma baita sensação de liberdade !! Tava uma tarde de tremendo sol, que castiga um pouco, mas tem um baita ventão (que as vezes até te desequilibra) pra amenizar. A primeira parada foi na portaria do parque onde se paga uma taxa de 2000pcl por pessoa e eles te entregam um mapa do que pode ser conhecido, além de te dar um explicação de todos os sitios. Eu reclamei da primeira subida na estrada para Calama porque não sabia o que estava por vir... Depois do Cañon tem uma subida animal, muito, muito forte !!!! Teve horas que tive que descer da bike e empurrá-la... Mas depois veio a recompensa... um vale com a duna do seu lado esquerdo, o anfiteatro ao fundo e o licancabur a sua direita... lindo ! Estacionamos as bikes e seguimos duna acima... putz... novamente a altitude se fez sentir !! me senti um ancião fumante, hehehehe.... Ficamos um tempo lá em cima apreciando a incrível paisagem e recompondo o fôlego. Ao descer sabíamos que ainda tínhamos um longo caminho pela frente para terminar o circuito do Valle de La Luna até Tres Marias mas também tínhamos o caminho de volta e começamos a ficar preocupados com o horário pois não queríamos voltar no escuro apesar das lanternas emprestadas pela Edith. Resolvemos então iniciar o caminho de volta, que pra mim foi o melhor do passeio !! Aquelas p... subidas se transformaram em mergulhos alucinantes que chegou a me dar um p... medo por conta da velocidade atingida !! As 3 horas que demoramos pra ir se tranformaram em 1h de volta !!! No início da noite estávamos no pueblo, mortos mas felizes, deixamos as bikes com a Edith e fomos ao hostal tomar um banho e tirar a poeira seca que fez minha camiseta branca ficar laranja... hehehe. CONTINUA... Editado Fevereiro 23, 2009 por Visitante Citar
Membros de Honra carlanog Postado Dezembro 8, 2008 Membros de Honra Postado Dezembro 8, 2008 Que coragem ir de bike... Mas deve ter sido lindo! Continue postando, vou curtir demais essa viagem... Estarei lá em maio de 2009... Abç Carla Citar
Membros de Honra carlanog Postado Dezembro 8, 2008 Membros de Honra Postado Dezembro 8, 2008 Ah! Obrigada pelos preços atualizados! Valeu! Citar
Membros de Honra michel Postado Dezembro 10, 2008 Autor Membros de Honra Postado Dezembro 10, 2008 [t1]Lagunas Altiplanicas[/t1] Pro terceiro dia marcamos um passeio conhecido como Lagunas Altiplanicas que compreende: - Salar de Atacama - Lagunas Altiplanicas - Pueblo de Toconao Acordamos às 7h e tomamos nosso café no quarto (Ester tinha preparado o lanche, suco de caixinha, iogurte, sanduíche e barrinha de chocolate na noite anterior) e lá pelas 8h30 a van passou no hostal para pegar a gente. Depois de parar em um mercadinho, Fred, nosso guia, rumou até o Salar de Atacama. O salar fica na mesma altitude de San Pedro e trajeto dura em torno de 1h todo em asfalto, Fred vai dando algumas informações da geologia, flora e fauna no caminho... A van dele é muito confortável, com ar condicionado e o mais importante, SEM POEIRA. [t3]Salar de Atacama[/t3] A primeira visão de um salar foi chocante, aquela imensidão branca e seca, com uma lagoa no meio... bem legal ! Antes de ir ver o salar e a lagoa tivémos uma pequena explicação de como se forma o salar, o crustáceo que vive na lagoa e alimenta os flamingos etc... Depois de ouvir as explicações caminhamos por uma pequena trilha no meio do salar onde é possível ver diversas formações de cristal de sal. O final da pequena trilha fica entre duas lagoas, um bom ponto para observação dos (poucos) flamingos que ficam voando entre uma lagoa a outra. Enquanto observávamos os flamingos Fred se encarregou de preparar o "pequeño desayuno": chá, café, suco, biscoitos e batata chips (!?). De barriga cheia rumamos para as Lagunas, no caminho passamos por Toconao, lugar que pararíamos na volta. [t3]Lagunas Altiplanicas[/t3] As Lagunas Altiplanicas (Miscanti e Miñique) estão localizadas a cerca de 90km de San Pedro, a mais de 4000m de altitude !! Fred continuou seguindo a "carretera" asfaltada, a subida começa quando a van deixou a estrada principal e pegou uma estrada de rípio (uma poeira só). No caminho, cheio de curvas, Fred mostrou diversas pedras de origem vulcânica, resultado de erupções que aconteceram a milhares de anos atrás. Depois de cerca de 2 horas de estrada se chega a portaria do parque... ao sair da van sentimos a diferença do clima na altitude, um baita vento frio que exigiu nos agasalharmos. Desse ponto resolvemos ir caminhando... aos poucos fomos avistando a primeira lagoa, verde, linda !!! Continuamos a caminhada até a próxima lagoa, enquanto isso Fred foi na frente com a van... quando chegamos nosso almoço já estava pronto: arroz, salada de alface e tomate, tortilla e frango assado, uma delícia !! Depois de comer voltamos caminhando para a primeira lagoa, pegamos a van e iniciamos o retorno... [t3]Toconao[/t3] Sinceramente não sei porque tem essa parte de Toconao no passeio, pra gente é totalmente dispensável... Depois de parar na estrada para tirar fotos da igreja, Fred parou no meio da praça do Pueblo... Iniciamos uma pequena caminhada junto a um riacho canalizado que os habitantes utilizam para plantar algumas árvores frutíferas, eles também usam a água em algumas pequenas represas para armazenamento... bom, o passeio foi pra ver isso !!! Ahh ! vale lembrar que estava um sol de rachar e um calor insuportável. Depois voltamos para a praça e visitamos umas lojinhas de souvenirs, coisa que tem de monte em San Pedro... aproveitei pra ver a praça e tirar a foto do campanário, outra atração de Toconao. Esperamos o povo entrar na van e iniciamos a viagem de volta, cansados mas contentes !! Procuramos descansar bem essa noite pois teríamos que acordar às 4h da manhã para ir ao tour mais popular de San Pedro, os Geisers del Tatio !!! Citar
Membros de Honra michel Postado Dezembro 17, 2008 Autor Membros de Honra Postado Dezembro 17, 2008 [t1]Geisers del Tatio[/t1] Acordamos 4h da manhã, meio sonolentos fomos em direção a rua ... não tinha ninguém... voltei correndo por conta do frio. Esperamos uns 20min e ouvimos a voz do Vitor, nosso guia: "Tatio, Tatio". Entramos calados na van, todos pareciam dormir e aguardamos um grupo de garotas, depois de alguns minutos e tentando se desculpar elas foram chegando, barulhentas e espaçosas... Não consegui descobrir a nacionalidade delas, só sei que são muito barulhentas... A jornada havia começado, todos calados, sonolentos e com frio...e as matracas falando, falando... se mexiam, riam... queria um pouco da energia delas (ou do que elas tomaram !!) !! Vitor segue o caminho, escuro, no meio da neblima, uma estrada de chão, não se enxerga mais que 3m a frente... 2h e 2000m acima depois se chega a portaria... a porta se abre, um frio que nunca tinha sentido antes... nem na Patagônia !! Sou o primeiro a descer e ir a guarderia pagar a taxa de 2000pcl (acho q é isso mesmo) ouço a guarda-parques falar, "7 grados negativos" !!! volto correndo a van ! Todos de volta Vitor volta a guiar... agora podemos ver a fumaça dos geisers... Mais uns 10min na van, durante esse tempo Vitor vai dando explicações sobre os geisers, temperatura, composição, geologia, experiências exploratórias etc... Enfrentamos o frio e caminhamos pelos buracos cuspidores... a água e o vapor são quentes e mais próximo o frio é menor... Sério mesmo, nunca senti tanto frio, eu estava de gorro, luvas, underwear, polar, parka e com frio... Conforme vai amanhecendo, o fluxo vai diminuindo mas a beleza do lugar aumentando. Voltamos a van e nosso café da manhã estava pronto, segundo Vitor o leite (longa vida) foi aquecido no próprio geiser !! Algumas pessoas de nosso grupo se dirigiram as termas e nós ficamos andando olhando cada um das dezenas de buracos, com o sol a temperatura foi subindo e ficando bem agradável. Às 8h30 partimos dos Geisers tomando o rumo de volta a San Pedro, no caminho vimos vários animais: vicunhas, flamingos, lhamas... Durante a volta paramos em um pueblo típico do altiplano: Machuca. Lá pelas 12h estávamos de volta a San Pedro aproveitamos para descansar. Os geisers são realmente fantásticos vale todo o esforço e não é a toa de ser o passeio mais popular do Atacama ! Citar
Membros de Honra michel Postado Dezembro 22, 2008 Autor Membros de Honra Postado Dezembro 22, 2008 [t1]Salar de Tara[/t1] Pelas fotos que vimos na agência, o Salar de Tara nos reservava belas paisagens e um passeio emocionante, não é um passeio dos mais baratos (35000pcl), sendo um "tour exclusivo". Para que o passeio seja feito é preciso no mínimo 3 pessoas, como só estávamos em 2 fomos no dia anterior na Maxim confirmar com a Edith a saída do passeio, confirmado !!! Às 8h da manhã a pick-up 4x4 vermelha da agência veio nos buscar, um simpático guia, Felipe, iniciou as apresentações, conosco iria um casal de franceses: Edie e Veronike. Felipe pegou a carretera que leva ao Paso Jama, que faz fronteira com Argentina e leva até Juy Juy e Salta. A estrada, toda asfaltada também leva a fronteira com a Bolívia, caminho para Uyuni. Em boa velocidade (pela qualidade do asfalto e da caminhonete) fomos ganhando altitude e em 50 minutos já estávamos acima dos 4000m, em um mirante a beira da estrada paramos para tomar nosso desayuno. Felipe baixou a portinhola traseira da pick-up, estendeu a toalha e lá podemos tomar nosso té de coca, café argentino em saquinho (muito interessante), leite e cookies e sanduíche. A paisagem na estrada é muito bonita já valendo o passeio, no caminho é possível observar diversos animais do altiplano, aves como o flamingo e o pato andino, as vicunhas, lhamas e um roedor que acabei esquecendo o nome. A certo ponto Felipe freia e sai fora da estrada, percorrendo o campo com a caminhonete, nessa hora que vimos a necessidade de um carro alto e com tração 4x4. Me senti em um rally ou coisa parecida (falando nisso o Rally Dakar de 2009 passará por lá !!), muito emocinante !! Ao longe avistamos umas lagunas, Felipe parou o carro a certa distância, daquele ponto teríamos que ir andando... calmamente, sem barulho e contra o vento... Com a proximidade podemos ver o bando de flamingos, muitos, muito mais que no caminho do Tatio... Fomos chegando perto, mais perto, mais perto, quando estávamos bem pertinho os bichos perceberam a presença dos 5 e alçaram vôo, poucos corajosos ficaram... Voltamos para a estrada, ainda seguindo em direção a Argentina... Depois de passar pelo ponto mais alto do passeio (4900m) a visão se abre para uma paisagem, um deserto arenoso com grandes formações rochosas dispersas, pedras aparentemente colocadas de maneira divina !! Mais uma vez saímos da estrada, percorrendo um caminho sobre a areia em meio as formações de pedras. Há muitas dunas no deserto, a velocidade é alta em um emocionante sobe-e-desce, a pick-up as vezes é necessário acionar a tração nas quatro. Depois de mais ou menos 1h percorrendo o deserto Felipe pára em um lugar lindo parecido com aqueles desertos de filme de faroeste, a partir desse ponto nós 4 vamos caminhando, enquanto Felipe vai de carro na frente para preparar nosso almoço. Seguinto o caminho indicado pelo guia, avistamos o Salar de Tara e sua laguna, uma mancha branca no amarelo alaranjado do deserto ! No caminho mais incríveis formações rochosas, lhamas a beira da laguna... tudo impressionante. Caminhamos calmamente por uns 2 quilômetros, beirando a laguna em direção a pick-up. Ao chegarmos nosso almoço estava posto: frango assado, batatas cozidas, tomates, pepinos, suco de laranja. Comemos observando aquele lugar, um almoço muito diferente. Ficamos mais um tempo tirando fotos e conversando quando foi hora de levantar acampamento... Gostei muito desse passeio, as paisagens são lindas, a emoção de estar em um 4x4 no deserto, a experiência dos flamingos, tudo ficou muito vivo na minha memória. Realmente imperdível ! valeu cada centavo ! No dia seguinte mais uma experiência única: subimos em um vulcão ativo, o Lascar !!!! Citar
Membros de Honra michel Postado Dezembro 24, 2008 Autor Membros de Honra Postado Dezembro 24, 2008 [t1]Vulcão Lascar[/t1] Nosso quinto dia começou bem cedo, às 5h da manhã, o frio era intenso e ao avistar a pick-up vermelha fomos sem demora entrando... Dessa vez o guia foi Jesus ! hehehe. O vulcão Lascar está a sudeste de San Pedro e se pega a mesma estrada que se vai as Lagunas Altiplânicas... Até sair do asfalto a viagem demora 1h, aproveitamos esse tempo para tentar dormir um pouco. Não consegui, pois o frio e o nervosismo era muito. Saímos da estrada principal e começamos a subir, subir, subir... o asfalto termina e pegamos uma estrada de chão que no começo é até boa, mas vai ficando ruim e mais ruim, ao chegar o ponto dos solavancos fazer a bunda descolar do banco do carro ! A luz começou a aparecer por entre as montanhas, muito bonito ver o sol nascendo ao lado do vulcão, no vale por onde corria a estrada ! Passadas mais 1h e pouco atravessamos as montanhas para o lado leste do vulcão, a face por onde é escalado. Logo estávamos em um plano, em um terreno arenoso, sem caminho/estrada certa. Logo foi possível avistar a Laguna Lejia. Jesus parou a pick-up próximo a lagoa pra gente poder tomar nosso café da manhã, café, sanduíche, chá, biscoitos... muito bom ! Pegamos nossos lanches, nossa água, tudo fornecido pela Maxim. Voltamos ao carro e subimos mais um pouco em direção ao vulcão, com a subida em terreno arenoso as vezes o carro derrapava muito, sendo necessário acionar a tração nas 4. Quando não foi mais possível subir Jesus manobrou e deixou o carro de frente para descida, para caso o motor não pegasse pelo frio. Pegamos os bastões e iniciamos a ascensão, o vento é muito forte e o frio intenso... a subida é de uma inclinação bem acentuada, a altitude é aproximadamente 5000m !! Seguimos calmamente, bem devagarzinho, o terreno é areia pura, o que dificulta a subida... Jesus foi falando que caso sentíssimos alguma coisa diferente imediatamente o comunicasse. O cansaçoo é enorme, a gente sobe poucos metros e parece que já andamos um montão, a sensação é de faltar o fôlego como se tivésse corrido quilometros... A todo momento pedia para dar uma paradinha para descansar um pouco e recuperar o ar, minha respiração estava ofegante e meu coração a mil por hora... uma sensação muito estranha, nunca tinha ficado assim na vida... Em uma das paradas o Jesus me ofereceu oxigênio (um tubo tipo de spray), dei duas respiradas e me senti novo, o negócio é bom mesmo !! Com fôlego renovado continuamos a subida... dessa vez com paradas menores. Devagar subimos por mais 1h e logo estávamos diante da cratera !! Ficamos muito entusiasmados, uma sensação magnífica de vitória... de realizar um feito incomum e de superar limites !!! O cheiro de enxofre é forte, não se pode ficar muito tempo no topo... tiramos nossas fotos e nos preparamos para descer. Infelizmente nessa hora não sei o que deu em Jesus e ele começou a descer o vulcão com uma pressa desmedida ! Tentamos acompanhar o ritmo dele mas cheguei a cair 2 vezes, meus joelhos começaram a doer e as pernas ficaram moles... Reclamei com Jesus, mas ele veio com um papo que era melhor descer rápido que não me convenceu. Ele acabou saindo correndo na nossa frente, deixando a gente bem pra trás... fiquei muito bravo por isso, não achei certo essa atitude dele. Voltamos pro carro e tomamos o rumo pra San Pedro... Chegando ao pueblo ao invés de nos deixar no nosso hostal como é praxe, ele quis nos deixar no centro do pueblo, reclamei e pedi que levasse até o hostal, meio de cara amarrada ele fez isso... Descansamos da nossa empreitada e no final da tarde passamos na Maxim para fazer o pagamento do passeio, ao ser perguntado se gostei do passeio relatei o que tinha acontecido na volta e imediatamente chamaram Edith para ouvir nossa reclamação, Edith chegou e chamou Jesus para se explicar. Achei a atitude da Maxim muito justa, Jesus tentou de desculpar, Edith se desculpou e tentou se retratar... Tudo em pratos limpos saímos com a sensação de ter feito o certo, para isso não aconteça novamente com outros turistas. Tirando esse pequeno problema no final, esse com certeza foi o melhor passeio que fizemos em San Pedro de Atacama !! Foi uma experiência única e inesquecível !! No dia seguinte: início do passeio até o Salar de Uyuni ! Citar
Membros de Honra michel Postado Dezembro 25, 2008 Autor Membros de Honra Postado Dezembro 25, 2008 [t1]Salar de Uyuni[/t1] [t3]Dia 1[/t3] Fizemos a famosa travessia de 4x4 até o Salar de Uyuni a partir do sexto dia, em nossa travessia estava incluída a volta de Uyuni a San Pedro. Para esse passeio só tínhamos referências de duas empresas: Cordillera e Colque. Depois de conversar e tirar dúvidas com as duas ficamos com a Colque (http://www.colquetours.com) , pois nos pareceu melhor estruturada, pagamos cerca de 120usd por pessoa (110 usd pelo passeio + 10usd pela volta), reservamos lugar no passeio com cerca de 3 dias de antecedência. No dia anterior arrumamos nossas mochilas afim de levar somente o necessário, então o excesso de roupas e outras coisas deixamos em umas sacolas no hostal com a Ester, para pegar em nossa volta. Também deixamos já reservado nossa habitación para ter onde ficar no retorno. Às 8h da manhã do sexto dia estávamos na frente da oficina da Colque, que estava fechada mas com cerca de umas 20 pessoas já na espera. La pelas 8h30 o minibus da Colque encostou. Ao entrar no carro achei o perfil dos turistas um tanto estranho, muitos membros da 3a. idade (senhoras com cabelos arrumados, maquiagem e roupas de grife, senhores parecendo indiana jones com roupas timberland) para uma "jornada" pelo agreste do altiplano, sempre descrita como "rústica", "cansativa" e "que vale a pena". O minibus encheu rapidinho e partimos... ao invés de pegar a carretera o motorista, em um serviço exclusivo, foi ainda pegar alguns passageiros em seus hotéis !! Dessa leva um casal de inquiétos americanos (no perfil dos descritos acima) acabou sentando do nosso lado. Enfim o minibus pegou o caminho da fronteira... mas antes teve que para na migração do Chile, em San Pedro de Atacama mesmo. Havia uma fila monumental pois os "aduaneros" estavam em um "paro", ou seja, greve ! Nosso motorista foi pegar a fila e pediu que esperássemos próximo ao ônibus. Nesse meio tempo acabamos conhecendo Alex, um australiano que estava de viagem pela América do Sul há mais de 4 meses e iria ficar por mais alguns... Com muito bom espanhol ele compreendia nosso portunhol... Disse que gostava do Brasil, tinha alguns amigos brasileiros em seu país e que participava de uma escola de samba por lá !! hehehehe Depois de cerca de 1h nosso motorista volta e pede para então entrarmos na fila !! Por que não pediu para entrarmos na fila assim que chegamos ?? Comecei a rir pois esse epsódio me lembrou mais de 10 anos atrás quando estive na Bolívia e Peru e foi meu primeiro contato com o que chamo de "lógica boliviana", ehehehe... Depois de mais 1 hora na fila conseguimos os carimbos para sair do Chile. De volta ao ônibus pegamos a estrada que vai ao Salar de Tara, e sobe, sobe, sobe... parada para tirar fotos do Licancabur e pegamos uma estradinha de rípio até a fronteira com a Bolívia... Chegamos a oficina de migración boliviana, um casebre caindo aos pedaços com uma placa escrita a mão "no hay baños". No pátio diversos "jipes" Toyota Land Cruiser e uma porção de turistas com aparência exausta a espera do minibus que os levaria até San Pedro. Nosso motorista nos orientou que estávamos em um parque nacional e que cobrariam uma taxa de conservação e que essa poderia ser paga na migração em qualquer moeda (Bolivianos, Pesos chilenos, Euro ou Usd). Entramos na oficina e me pareceu que estávamos há uns 20 anos atrás, época onde máquina de escrever ainda éra usada, tudo é manual, um livrão de registros, formulários preenchidos a mão, papel carbono etc... computadores ? nada... nos cobraram 10.000pcl pelos dois. Ao saber que haviam americanos no nosso grupo (aquele casal do nosso lado) separaram os passaportes pois cidadãos americanos devem pagar 150usd de visto. Logo descobri que a maioria dos passageiros do minibus não fariam a travessia, somente o passeio até as lagunas Blanca, Verde e Colorada. Saindo do escritório fomos abordados pelo Alex para irmos no carro com ele mais 3 rapazes: Rulf e Ariel (holandeses) e Marcos (Suiço), aceitamos o convite. Colocadas as mochilas no teto da Toyota, cobertas com uma lona plástica partimos em direção a Laguna Blanca. Nosso chofer, o boliviano Saturnino (que os europeus chamavam de "Saturno") parou em outra oficina a poucos metros da migração... Éra necessário pagar a taxa de migração do parque !?!?! Dissémos a moça que já háviamos pago na migração ela disse que a taxa deveria ser paga a ela. Depois de tentar se explicar logo lembrei novamente de minha viagem anterior a Bolívia, nesse país não somos turistas e sim uma caixa de dinheiro que quem pode pega uns trocados. Tentamos pagar em Usd, Pesos Chilenos, não aceitava... Troquei um dinheiro com Rulf... Nessa altura minha namorada Adriana que pela primeira vez estava na Bolívia já estava com uma péssima impressão do país e seu povo... [t3]Laguna Blanca[/t3] Laguna Blanca foi o primeiro ponto de parada de apoio onde tomamos nosso café da manhã. A lagoa é branca mesmo, um branco leitoso parecendo água com cal... muito bonito o contraste entre suas águas e o restante das cores do altiplano. As instalações do abrigo realmente são extremamente rusticas conforme os relatos aqui do fórum. Tomamos nosso café (na hora do almoço) que compreendia em: chá, leite em pó, café solúvel, pão, margarina e geléia. Na mesa conhecemos os viajantes do outro carro que nos acompanhava: os franceses Didier e Sabrine, franceses porém fixados na Bahia, mais precisamente Itacaré e um casal de ingleses não recordo o nome. De café tomado entramos no carro novamente e rumamos a Laguna Verde... [t3]Laguna Verde[/t3] Uma rápida parada para sacar fotos e retornamos ao carro, nossa faz um vento forte e frio nessa parte do Altiplano, é necessário sempre estar com um agasalho a mão. [t3]Termas[/t3] Fizemos nossa parada para almoço nas tais Termas... As termas ficam a beira de uma lagoa que é realmente muito bonita mas as termas mesmo é algo tipo as do Tatio, ou seja, um poço de poucos metros quadrados menor que piscina de criança. Os europeus adoram, nós só ficamos fotografando a lagoa e seus pássaros. O almoço foi servido no refúgio, uma construção feita com financiamento japonês bem estruturada, porém parecia meio abandonada já que as coisas estavam velhas e sem manutenção. Uma cena especificamente nos chocou: as cozinheiras faziam nossa comida no chão sendo que haviam muitas mesas disponíveis para esse fim... Nosso almoço foi: arroz, tomate, atum e legumes cozidos (batatas, cenouras) e maionese para temperar. [t3]Geisers Sol de Mañana[/t3] O passeio realmente "vale a pena" pois a paisagem do altiplano boliviano é fascinante... Depois de mais um tempo de estrada estávamos nos tais geisers (que nada se assemelham com o Tatio) Sol de Manãna. São uns buracos onde tem uma lama cinzenta que soltam um cheiro muito forte de enxofre... Depois de ter visto um buraco enorme com cheiro de enxofre chamado Lascar, isso passou de interessante para "valeu para esticar as pernas". hehehe... Sério mesmo, tem gente que deixa pra ir no Tatio pois acha que já viu esses "geisers" aqui... [t3]Laguna Colorada[/t3] Essa é com certeza a lagoa mais bonita que vi em toda a viagem, linda mesmo !! Suas diferentes cores, as centenas de flamingos, incrível ! Pena que não tivémos tempo para apreciar essa maravilha já que estávamos atrasados por conta da migração . Depois da Laguna Colorada vem um trecho muito cansativo e sem nenhum atrativo até o refúgio da primeira noite. [t3]Primeira Noite[/t3] Depois de horas sacolejando na Land Cruiser chegamos em nosso refúgio para a primeira noite, como foi dito na oficina da Colque o refúgio é "mucho basico", são cerca de 6 quartos com 4 a 6 camas cada, 2 dos quartos na parte superior. Nos deram um quarto na parte superior com 6 camas, até que o quarto não era tão ruim, as camas são novas mas os colchões daqueles molengões. O problema foi o banheiro, um só para todo mundo (sem diferenciar homem e mulher): haviam 2 "cabines" com vasos, 2 "cabines" com chuveiros e 1 pia, tudo muito sujo. Não havia água quente, e pela hora que chegamos a água estava estremamente fria, ou seja, nada de banho. Só nos restou esperar pela janta... Lá pelas 20h descemos para jantar, depois de mais 1/2 hora o rango chegou: pão, sopa maggi incrementada com batatas e cenouras, spaghetti com massa de tomate, chá e água para beber. Como no almoço comemos toda a comida, sem deixar uma migalha e mesmo assim ficamos com fome, o jeito é atacar o nosso estoque de emergência (Edith da Maxim recomendou que levássemos) que tinha biscoitos, chocolates e barras de cereais. De barriga cheia fomos dormir... esticamos nossos sacos de dormir sobre a cama... e quem conseguia dormir ? Acontece que estava ventando muito e o teto do nosso quarto era de telhas de amianto que estavam soltas, ou seja, a cada vento mais forme um barulho semelhante a um trovão nos despertava. Fui cochilando assim até de manhazinha, quando o sol entrou pela janela e iluminou todo nosso quarto... Citar
Membros de Honra michel Postado Dezembro 27, 2008 Autor Membros de Honra Postado Dezembro 27, 2008 [t1]Salar do Uyuni[/t1] [t3]dia 2[/t3] Com todos do quarto ainda dormindo levantei e fui ao banheiro, ao entrar me deparei com uma nuvem de vapor, alguém tomava banho e com água quente !! Fiquei tomando sol sentado na escada enquanto aguardava todos acordarem e vejo nosso motorista sair do banheiro... perguntei a ele se já tínhamos água quente e se poderia tomar um banho, ele respondeu "no hay agua caliente, solo fria" !!! Argumentei que havia visto vapor ao entrar no banheiro mas ele respondeu "o calentador esta roto" Ou seja, fiquei sem banho quente pois o "aquecedor dos turistas" estava quebrado... Nosso café da manhã foi igual ao do dia anterior: pão, margarina, geléia, leite em pó, café solúvel e chá... Arrumamos nossas coisas e partimos. Pouco mais de 1h depois as caminhonetas entram por umas formações rochosas impressionantes, fizemos nossa primeira parada. Pelo que me lembro Saturnino nos explicou que aquelas formações já foram alvo de estudos europeus, sendo os últimos italianos por isso ficou com o nome de "Ciudad Italia". Aproveitei para escalar uma das formações e sacar umas fotos... De volta ao carro e mais 1h e pouco, passando por algumas pequenas lagunas, penhascos e planícies estávamos diante de outras formações rochosas, tão impressionantes como a anterior. Como o sol estava forte e bem do meu lado do carro aproveitei para encontrar uma sombra no meio das pedras e apreciar a paisagem, o restante do povo dispersou para tirar fotos... A nossa próxima parada foi em uma "quebrada" (uma fenda ou canion)... No meio do caminho até Villa Alota, onde seria nosso almoço, tive a visão mais surreal de toda a viagem: uma piscina cheia de água no meio do nada... uma piscina com escadinha e tudo e não havia ninguém, nem casa, nem qualquer outra construção por perto... muito estranho !! Pena que não consegui fotografar pois nosso chofer estava com pressa de chegar em casa. Almoçamos em Alota: arroz, salada de tomate e pepino, salsicha frita e ovo cozido. Esse nosso almoço demorou umas 3 horas pois nosso motorista é de Alota e foi até sua casa ver como estavam as coisas... o pior que Alota não tem nada para ver, é uma vila minúscula com nada de interessante... um baita tempo perdido. Depois de algum tempo de estrada paramos em um povoado fantasma com diversos equipamentos de ferrovia abandonados. Saturnino explicou que aquele povoado já foi um grande entroncamento ferroviário quando os trens eram a vapor, mas quando foi privatizado os trens passaram a ser a diesel e deixaram de parar naquele lugar. Desse ponto já podíamos ver um horizonte branco, ou seja, já estávamos bem próximos ao Salar. Ao invés da estrada Saturnino pegou umas trilhas na borda do salar para chegarmos ao abrigo que passamos a segunda noite. [t3]Segunda noite[/t3] Na agência nos venderam que esse refúgio era todo estruturado, com baños privados, duchas calientes, minimarket, sala de jogos etc... de longe pareceu até um hotel 5 estrelas, mas ao entrar vimos que a realidade era outra... Um lugar de chão e paredes sujas, vidros quebrados, a porta de nosso quarto estava quebrada, a porta do banheiro do quarto não fechava, a privada estava solta, ralo entupido, tudo sujo... Ahh ! Não havia luz elétrica pois o gerador também estava quebrado. Novamente ficamos os 6 no mesmo quarto. Nós estávamos super cansados e fomos tomar banho... água quente ?! não havia... Fui reclamar que nosso banheiro a água não esquentava... ou a pessoa me ignorava ou falava que não era com ele apontando outra pessoa... foi assim até que cheguei em um senhor que falava no rádio com os carros. Depois que fiquei de guarda do lado dele ele resolveu me atender. Disse que só havia um butijão de gás para aquecedor de água e que deveria esperar que os outros quartos tomassem banho para colocar o butijão no nosso aquecedor. Adivinha em qual quarto estava o butijão ? No do casal de americanos (madame e indiana jones), eles ficaram tomando banho por uns 40min !! Depois ligaram o aquecedor do quarto dos franceses e ingleses, mais 1,5h de demora... quando ligaram no nosso já passada das 20h e estava escuro !! Tivémos que tomar banho segurando a lanterna e em um frio pois a janela do banheiro estava quebrada. Péssima experiência ! Uma coisa se salvou nesse refúgio, a comida, melhor (em quantidade e qualidade) que a das outras refeições que fizémos ... comemos bem na janta e no café da manhã. De jantar tivémos a sopa, arroz, batatas, e frango frito ! Chá e suco (de caixinha) !! No café suco de laranja (novamente de caixinha), leite, café, geleia, pão e biscoitos. Citar
Membros de Honra michel Postado Dezembro 31, 2008 Autor Membros de Honra Postado Dezembro 31, 2008 [t1]Salar de Uyuni[/t1] [t3]Dia 3[/t3] Colocadas as mochilas sobre o carro, partimos em direção ao horizonte branco aberto em nossa frente... poucos quilômetros estávamos sobre a maior planície salgada do mundo ! Segundo informações do Saturnino, muito antigamente alí era um gigantesco lago, maior que o Titicaca, que depois de secar deu origem ao salar. A visão do Salar é espetacular, aquela imensidão branca é surreal... Pedimos para Saturnino parar o carro, primeira coisa que fiz foi ajoelhar e tocar aquele chão, um cristalzão de sal, hehehe. Na sequência, muitas, muitas, muitas fotos. Percorrer o Salar de carro também é muito legal, aquela planície parecia uma enorme rodovia asfaltada, principalmente em vista das estradas que tínhamos passado nos últimos 2 dias... Saturnino nos mostrou 2 cruzes que marcavam dois lugares onde ocorreram acidentes com carros da Colque, em ambos houveram mortes por conta de excesso de velocidade. Com Saturnino não teríamos esse problema, por definitivamente ele não tinha muita força para pisar no acelerador [t3]Isla del Pescado[/t3] No meio do salar há uma ilha, a Isla del Pescado. Sua superfície é cheia de rochas e cactus com mais de 900 anos... Ficamos passeando pela ilha por cerca de 1,5h em uma senda que percorre toda a ilha. Pegamos o carro novamente em direção a cidade de Uyuni, nossa jornada estava chegando ao fim... no caminho paramos para ver uns buracos no chão do salar e o Hotel de Sal. Antes de chegar a cidade paramos por um bom tempo em uma vila para comprar souvenirs. Nessa vila nosso chofer sumiu, simplesmente desapareceu... ficamos junto ao carro esperando por ele, nesse meio tempo deu para contar dezenas de caminhonetas abarrotadas de turistas indo em direção ao Salar... [t3]Cidade de Uyuni[/t3] Na hora do almoço chegamos a cidade de Uyuni... Todos deixaram suas bagagens na oficina da Colque, dos dois carros somente eu e a Adriana voltaríamos para San Pedro, os demais iriam seguir viagem para Potosi e o ônibus só sairia a noite. Nos levaram para almoçar pois estava incluído no retorno... não comemos nada pois era um frango ensopado. Pensamos em ficar uma noite na cidade para descansar um pouco e fomos procurar algum hostal para ficar, todos estavam na faixa de 100 bolivianos... voltamos a Colque. Ninguém atendia a campainha, batemos na porta, nada, ficamos 1h aguardando até que um senhor apareceu e explicou que a Colque não tinha motorista para nos levar pois era domingo e perguntou se poderíamos ir no dia seguinte, ficando no hotel da Colque, sem nenhum custo para gente. Que sorte ! Aceitamos. Aproveitamos para conhecer Uyuni, sinceramente nada de especial... nada mesmo... voltamos ao hotel para descansar. O Hotel da Colque pareceu meio abandonado, não havia ninguém, nenhuma movimentação... mas até que a estrutura é boa, chuveiro quente, tv a cabo, o colchão de molas novo... valeu a pena ! Saímos para jantar, difícil encontrar lugar para comer, muitas pizzas, nada de diferente... sem ter nada para ver na cidade o jeito foi ir dormir. De manhã tomamos um bom café da manhã, o melhor de toda nossa passagem pela Bolívia. Saímos para comprar água e algo de comer para a volta, como as coisas são baratas na Bolívia, cerca de 1/3 dos preços de San Pedro ! Somente nos retornaríamos a San Pedro naquele dia, o carro era similar ao da ida, um pouco mais velho... o motorista era outro, Saturnino deve ter retornado a Alota... Já ao engatar a primeira marcha percebi a diferença do condutor, a viagem que demorou 3 dias de ida foi feita em 6 horas na volta !!! hehehe ... Sério mesmo, me senti em um rally Dakar ! O cara corria muito, derrapava, levantava muita poeira, em certos momentos fiquei com muito medo de capotar !!! Foi muito mais emocionante que o passeio do Salar de Tara... Chegamos em Laguna Blanca pelas 14h onde almoçamos... depois de comer seguimos a fronteira, feito os tramites burocráticos tivemos que esperar por cerca de 2h pois o carro da Colque só chegou às 17h ! De volta a San Pedro nos sentimos em casa, reencontramos Ester e nossa habitacion no Hostal El Monte... Ficou a sensação de experiência intensa, aquelas que vc jamais esquece. CONTINUA... Citar
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