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TRAVESSIA LAPINHA - CIPÓ: NOVA ROTA ATRAVÉS DO ESPINHAÇO

Inserido no município de Santana do Riacho, o vilarejo da Lapinha descobriu sua vocação trilheira com o “boom” de sua travessia mais ilustre, q o interliga a Tabuleiro. Entretanto, são inúmeros os caminhos q circundam o pacato arraial, situado a 140km de BH. Se indo pra leste temos a notória pernada rumo Tabuleiro, pro norte temos duas travessias menos conhecidas q desembocam nos arraiais de Fechados e Congonhas do Norte. E pro sul? Pois bem, aí temos a Lapinha-Cipó, pernada árdua de 4 dias q totaliza em torno de 60km atravessando o miolo da imponente Serra do Bréu, morros e descampados da Bacia do Rio Parauninha e da Serra Morena, adentra no PN Cipó e finda em Cardeal Mota, via “Caminho dos Escravos”. No trajeto desta nova e interessante rota no Espinhaço, inúmeras cachoeiras de água límpida em meio à beleza de campos rupestres de perder a vista.

 

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CHEGANDO NA LAPINHA

Feriado prolongado de 4 dias é sempre bem-vindo pois dá motivo pra ir pernar mais longe q o habitual. Decidido em cima da hora de ir pro Espinhaço (MG) e não pro Marumbi (PR) por conta do mau-tempo, nossa opção já previamente engatilhada era a Lapinha-Cipó, pernada q o Antonio já comentara comigo em Carrancas e aguçara bastante minha curiosidade. Trocando infos fomos amadurecendo a idéia, e finalmente juntamos uma turma pequena, unida, ágil e coesa pra empreitada. Até pq minha experiência já constatou q grupos com mais de 8 pessoas são dor-de-cabeça na certa. Era o caso deste Corpus Christi.

Sendo assim deixamos Sampa em meio à madrugada de quarta pra quinta eu, Zé Carlos, Gibson e Danilo, rasgando a Fernão Dias rumo “Beozonte”. Passada a capital mineira, logo depois chegamos numa padoca em Lagoa Santa onde encontramos nossos colegas mineiros, Paulo e Antonio. Após saborear um delicioso café-da-manha regado a legitimo pão-de-queijo, zarpamos pelo asfalto sentido Serra do Cipó (ou Cardeal Mota, para os mais velhos), onde chegamos por volta das 12:20, sendo recebidos por um tempo estupendo, com direito a muito sol e céu azul. Pra facilitar a logística do resgate dos veículos no final, deixamos o carro do Zé no estacionamento do Camping Véu da Noiva (aquele da ACM). Daí nos dividimos nos veiculos do Paulo e Antonio, e prosseguimos viagem rumo à Lapinha, agora através de precária, trepidante e sinuosa estrada de terra.

Chegamos no pacato arraial por volta das 13:45, onde largamos os veículos encostados num canto qq. A Lapinha continua sendo o vilarejo q conheci mtos anos atrás, esparramando-se ao sopé da imponente Serra do Bréu, q por sua vez se eleva tal qual um vigia observando a vida correndo mansamente lá embaixo. Hj esta bem movimentado,com alguns turistas ocasionais dividindo espaço nos botecos e pequenos bares (onde servem refeições fabulosas!) com o povo local, gente simpática de se prosear.

 

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O DIA NO ALTO DA SERRA DO BRÉU

Ajeita aqui, belisca alguma coisa ali e pronto. Jogando ao ombro as mochilas a exatas 14hrs, tomamos a estreita rua de terra saindo da igrejinha central através de meia dúzia de casas, e saímos para campo aberto indo em direção à serra, mais precisamente ao Pico do Falso-Bréu, cujo cume ainda se esconde numa bruma incerta. Logo de cara atravessamos uma ponte sobre o largo e manso Córrego da Lapinha, q por sua vez abastece a enorme Lagoa do mesmo nome, logo ao lado. Daqui em diante não tem erro, pois os carreiros são visíveis de longe nos paredões da serra: há os da extrema direita q contornam a cadeia de montanhas pela base; e os da esquerda, q apenas sobem a dita cuja aos poucos, q é o rumo q tomamos.

Assim, ganhamos um primeiro degrau serrano após íngreme piramba vencida em árduos ziguezagues através de um carreiro pedregoso, acompanhando um cano de captação. No caminho, um belo córrego à nossa esquerda despeja suas águas acobreadas num plácido laguinho, q deve ferver de gente no verão. Neste primeiro nível serrano tomamos rumo nordeste no plano, agora em meio à vasta campina q é varrida pelo vento forte e nos obriga a vestir anorakes. A trilha é obvia e bem batida, deixando o Pico do Falso-Bréu (1.641m) pra trás e segue em direção ao Pico do Cruzeiro (1.686m), tb conhecido como Pico da Lapinha, q seguramente vamos contornar pela sua encosta esquerda por longa volta ate alcançar o alto platô. Ao invés disso, pra ganhar tempo deixamos a trilha e tentamos audaciosamente enfrentar a encosta esquerda do Pico do Cruzeiro, num trecho menos inclinado. Atravessamos o descampado, um curto trecho de brejo e pequenos arbustos ate começar a galgar efetivamente a dita ingreme encosta, onde felizmente encontramos um discreto trilho. E tome piramba costurando serra acima acima! A subida é forte e nos distanciou uns dos outros (q o diga o Zé e sua mega-mochila!), mas nela ganhamos altitude num piscar de olhos, pois olhávamos por sobre o ombro e tínhamos um belo vislumbre do vilarejo da Lapinha às margens da lagoa homônima, q por sua vez despeja suas águas no enorme espelho d´água do reservatório Cel. Américo Teixeira.

 

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Ao alcançar um largo colo de serra, já no descampados q sinalizam o alto do platô, encostamos o esqueleto pra descansar numa confortável rocha, bem na base do Pico do Cruzeiro, cujo cume devia estar a apenas uns 150m de onde estávamos. Após beliscar algo e recuperar fôlego, prosseguimos nossa jornada - sempre capitaneados pelo Antonio - agora no alto da serra, dominado principalmente por abaulados descampados de capim. No caminho encontramos um trio fazendo a tradicional pernada rumo Tabuleiro, com quem trocamos algumas palavras e depois não vimos mais.

Pois bem, inicialmente indo pro norte, logo desviamos naturalmente sentido sudeste, evitando um fundo vale ao sul. Mas logo interceptamos a picada oficial, q vinha em diagonal de algum lugar entre o Pico do Cruzeiro e o Pico do Calçado (1.681m). À noroeste tb podemos ver picos menores se debruçando serra abaixo e com nomes pitorescos como Brumado, Ermoacu, Seu Mundinho e Seu Eli. Mas como nosso rumo é sudeste, nossa paisagem recorrente é dominada por campos rupestres entremeados de vasto capinzal, q agora reluz dourado ao sol do fim de tarde. À nossa frente, nosso objetivo e local de pernoite é o largo colo entre o Falso Bréu e o Pico do Bréu (1.687m), cujo cume agora encontra-se totalmente encoberto naquele momento. Felizmente, água aqui é o q não falta pois sempre tropeçávamos com algum correguinho brotando da rocha pronto pra abastecer nossos cantis.

Apesar de distanciados uns dos outros, o sentido a seguir não tem erro pois a trilha é bem batida. Por volta das 17hrs alcançamos o vasto selado ao lado dos suaves paredões lajotados do Pico do Bréu, no exato momento em q baixou um nevoeiro infernal q impediu qq possibilidade de ataque ao cume do Bréu, q deixamos pra manha sgte. Mesmo assim, isso não impediu o Danilo de dar um tchibum numa água empoçada nos lajedos próximos. Após armar acampamento na cota dos 1.430m, nos recolhemos às barracas, onde não demorou pra fogareiros ronronaram isoladamente propiciando janta farta e deliciosa, com direito ate a pipoca regada a vinho por parte do Zé! Amolecidos não muito pela boa caminhada e sim pela cansativa viagem de carro, mal terminamos de comer buscamos nossos sacos pois a temperatura despencou rapidamente e dormimos a noite inteira um sono repousante.

 

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De madrugada acordei de sobressalto com a subita trepidação da barraca se chocando com um forte vento, q por sua vez trazia rajadas de fina garoa tamborilando o sobreteto intermitentemente. Ouço um “Putaqueopariu!” abafado pelo vento numa das barracas, sinal q a umidade incomodava o sono de um dos meus colegas. Tentei buscar infiltrações tb na minha tenda e constatei as laterais umedecidas, nada tão grave assim. Bastava só me acomodar no centro. E tornei a dormir novamente.

 

O DIA DOS DESCAMPADOS DAS NASCENTES DO PARAUNINHA

A sexta rompe fria e incerta, aparentemente trazendo mau tempo. Espio pra fora e vejo td ainda encoberto por espesso nevoeiro, q alem de varrer o platô com forte vento ainda por cima traz uma fina garoa q dilui por completo nossa esperança de apreciar do topo do Bréu uma bela alvorada. O termômetro do Zé marca 10 graus, mas a sensação térmica é menor por conta do vento. Ainda assim, nos permitimos tomar desjejum prolongado nas barracas até umas 8hrs, crentes de q o tempo abriria depois. Ledo engano, o tempo manteve-se irredutível nos concedendo apenas a gentileza de não garoar mais. O cume do Bréu fora abortado mas a trip não, razão pela qual nos apressamos em levantar acampamento, mesmo com as mãos entorpecidas pelo frio.

Zarpamos as 9hrs tomando a direção sudeste abraçados pelo denso nevoeiro, mas conforme descíamos suavemente a serra as brumas iam ficando pra trás, mais precisamente no cume do Bréu. Ora indo por rabichos de trilha ora apenas norteados pelo bom senso em meio ao capinzal, fomos perdendo lentamente altitude até nos espremer por campos rupestres e suas típicas escarpas do Espinhaço, sempre emergindo do leste num ângulo de 40 graus, tal qual misseis rochosos prontos pra decolar pralgum canto qq. Assim, cruzando brejos, pequenos córregos de água acobreada e desviando de pequenos morrotes, acabamos caindo numa funda e enorme garganta q nos separava da planicie, q apenas o Antonio decidiu encarar corajosamente. Eu e o resto decidimos nos valer de bom senso e desviar dela, descendo pela encosta rochosa do ultimo gde morro à nossa direita, q embora tb íngreme bastou apenas descer escalaminhando com cautela seus sucessivos patamares rupestres, tal qual um bolo folhado.

 

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Uma vez no plano, reencontramos o Antonio e prosseguimos agora a pernada desimpedidamente através do capinzal q forrava o vasta e gigantesca planicie q se seguiu. O trecho inicial interceptou a famosa picada vindo de Tabuleiro, na junção com o pequeno Morro do Cruzeirinho, mas qdo esta desviou pra leste a deixamos em favor das campinas à sudeste,onde sempre-vivas dançavam ao vento. E la fomos nós, andando indefinidamente pelo pasto ralo deixando a Serra do Bréu pra trás.

As 12:30 e com o sol ameaçando dar às caras em meio a um céu parcialmente nublado, tropeçamos numa (precária) estrada de terra q ia no sentido desejado q bastou apenas acompanhar, mas q abandonamos assim q esta desviou pra leste. Sempre buscando nos manter por onduladas cristas de pasto ralo, passamos por algumas cercas ate reencontrar a mesma estrada anterior, mas q abandonamos outra vez um tempo depois.

Após uma breve parada de lanche as 13hrs, bordejamos um pequeno trecho de mata ciliar pela direita em meio aos descampados, pra novamente rasgar a campina desimpedidamente, tendo à direita (oeste) largas vistas dos campos rupestres ao longe q nos separavam do largo vale do Rio Mata-Capim; e à esquerda (leste) alguns morrotes impediam vislumbrar a represa Vau da Lagoa, onde o Parauninha despeja suas águas. Aqui cruzamos com um motoqueiro q era apenas um “guardinha” e nos disse de ser proibido transitar ali por ser propriedade da Cedro Textil. Após convence-lo q éramos meros trekkeiros e não “sem-terra” dispostos a tomar posse de qq coisa q seja, conseguimos algumas infos da parte dele q pelo visto nos queria bem longe dali.

 

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Prosseguimos então ate cruzar uma porteira e dar, literalmente, na beirada da serra onde qq caminho q tomássemos iria convergir nos vales à sudeste. Dando as costas à Serra do Bréu, q ainda continuava encoberta, começamos a descer a suave encosta serrana e serpenteando afloramentos rochosos, onde tb cruzamos com um córrego q reabasteceu nossos cantis já com sede faz tempo, la pelas 15:45. Conforme perdíamos altitude por sucessivos campos rupestres, íamos divisando já nosso próximo destino logo adiante, assim como uma estrada com postes rasgando o vale q seguramente vinha de alguma usina próxima.

Enfim, qdo chegamos bem perto da estrada, já no fundo do vale, mas como a tarde logo morreria resolvemos jogar as mochilas no chão em definitivo um pouco antes dela, as 16:30, numa clareira protegida de vegetação alta às margens de um córrego - provavelmente o Córrego do Sapé - q por sua vez formava um piscinão numa rústica represinha de pedras q servia aos nossos propósitos de pernoite. Montamos acampamento na cota dos 1140m ao mesmo tempo em q os mosquitos endoideceram, fazendo com q quase tds fossem dar um tchibum na represa no melhor estilo “Brobeck Mountain”, banho q dispensei pois a temperatura caia rapidamente.

 

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Dito e feito, assim a o sol se debruçou atrás da morraria a temperatura caiu consideravelmente nos obrigando a trajar vestes apropriadas. Na sequencia fizemos uma rodinha onde preparamos nossa janta, enqto o Danilo contava suas inúmeras e divertidas estorias, com destaque pra do seu “Vô Rafael”, da “Dna Concheta”, alem de causos de sua “infância traumática”, permeada de linchamentos e bullying. Mas logo o longo dia de caminhada cobrava seu tributo e não demorou a tds se recolherem a seus respectivos sacos-de-dormir, mas não sem antes apreciar a bela noite q se seguiria antes de entrar na barraca. A noite nas montanhas é sempre uma experiência deslumbrante, principalmente qdo o céu está isento de nuvens. Era o caso. Nenhuma cidade ou vilarejo próximo mancha o horizonte com qq poluição luminosa. E sem brumas, o cinturão prata de incontáveis estrelas rasga o horizonte de ponta a ponta, logo acima das arvores ou da silhueta recortada das montanhas vizinhas.

 

O DIA DA CAVERNA E DA MORENA

O sábado amanhece nublado, mas é apenas uma cobertura de nuvens q se dissiparia na hora sgte, permitindo os primeiros raios de luz tocar as barracas e desfazendo a pouca umidade nelas depositada. Depois de um desjejum sem pressa, as barracas são desmontadas e td equipo some, engolido pelas mochilas.

Nos lançamos então à estrada de terra bem dispostos, as 8:30, agora acompanhando o vale rumo a uma cadeia de montanhas ao sul, onde podemos avistar uma ou outra casinha ao longe. Mas após cruzar uma ponte, provavelmente sobre o manso Córrego do Sapé, tropeçamos numa porteira ao lado de uma placa q laconicamente proíbe a entrada pois trata-se de propriedade particular da Cedro. Olhamos pra ambos lados e, sem ver ninguém, passamos pela porteira onde outra placa (sentido contrario), complementa nossa posicao afirmando q estamos saindo do Sitio Mirante, propriedade de uma tal família Alcântara Gamboa.

 

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Ainda acompanhando o vale logo a estrada desvia pra direita, adentrando em terreno bem mais aberto onde as vistas se ampliam, q nos permitem ver a confluência dos rios Parauninha e Sapé, pra ambos abastecerem o reservatorio Váu da Lagoa, ao sopé da cadeia montanhosa supracitada. Vemos tb uma gde fazenda, provavelmente a sede da Cedro, pela qual buscamos passar o mais longe possível, mas a própria estrada se encarrega disso ao ir cada vez mais pra noroeste.

Mas passada a fazenda, já quase ao sopé da serra, ignoramos o cruzamento da “ponte molhada” – q deve levar à usina e fazenda propriamente dito - e acompanhamos o rio mediante uma trilha q nos leva a mais uma barragem sobre o mesmo, q cruzamos cuidadosamente. Agora na outra margem do Parauninha, vemos o rio despencar furiosamente pro vale do mesmo nome pro sul. A picada bordeja um bosque de eucaliptos e nos joga noutra estrada de terra, q aparenta acompanhar o vale pela esquerda, onde vemos aqueodutos atravessarem a mata retorcida do cerrado.

 

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Após uma subida forte pela estrada logo alcançamos o alto da serra, as 10:30, onde podemos estudar a rota a seguir, sempre tendo como objetivo um punhado de casas ao sul. O vale do Parauninha continua sinuoso à nossa direita, ligeiramente afastado uns 300m abaixo, à noroeste. E outra vez abandonamos a estrada pra ganhar as cristas de pasto dos morrotes sgtes paralelas à mesma, q nos poupam de dar longa volta pela esquerda ate o fundo do vale. Mas após um tempo rasgando campinas caímos novamente na estrada pra depois cruzar uma ponte metálica sobre o plácido Ribeirao do Curral, de tb onde pudemos avistar o risco branco da Cachu da Capivara, ao longe. Ate então o Danilo tava falando pelos cotovelos, metralhando-nos com uma piada atrás da outra, mas sossegou qdo combinamos em silencio de não rir mais das piadas dele, tática q revelou-se acertada.

Pouco depois a estrada cruzou nova porteira - desta vez fechada com grade, chave e td mais – delimitando a outra extremidade da propriedade da Cedro Textil. Mas conversando com o cara da guarita convencemo-lo a permitir nossa passagem.

 

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Num piscar de olhas desembocamos nas casas q havíamos avistado, isto é, estávamos na Faz. Agua Limpa, propriedade de um tal Seu Pedro. Ali q tb se encontra o acesso à Cachu da Caverna q, mediante trilha bem fácil e sinalizada, nos leva à parte alta da mesma, onde o Ribeirao da Água Limpa singra em meio a altos rochedos inclinados formando um mini-cânion, de onde depois as águas despencam num belo poço, 40m abaixo. O acesso à parte baixa se dá por uma bifurcação fácil da picada principal, e permite o vislumbre da mesma cachu de outra perspectiva, q depois deságua no Parauninha mais embaixo.

Pois bem, estavamos ali numa boa, donos absolutos do pedaço sob forte sol qdo surgiu o Lucio, um moleque dizendo ser guia da regiao e q ali era cobrada uma taxa de R$10 de visitação e R$25 pra acampar (!?). Claro q nos mandamos dali rapidinho, mas o melhor foi o Lucio nos indicar um lugar pra tomar e comer algo, a casa da mãe dele, Dna Yolanda, cujos olhinhos transformaram-se em enormes cifrões assim q nos viu. Claro q não nos fizemos de rogado e ao meio-dia estacionamos na varanda da sua casa, onde mandamos ver 5 cervejas gelada, 2 refri, 2 doses de pinga e 2 deliciosas porções de carne-de-panela. Era meio-dia e aquilo lá tava bom demais, so devíamos ter perguntado o preço de td ali, q depois totalizou redondos R$100 (!?). Claro q bastou Dna Yolanda perceber q éramos de fora q nos “enfiou a faca”, mas ao constatar q havia 2 mineiros conosco ficou branca tentando justificar seus preços inflacionados. Fica então a dica de se fingir de mineiro...

 

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Zarpamos dali as 13hrs quase rolando de tão empanturrados q ficamos, mas não sem antes adquirir uma pequena garrafa de pinga local da Dna Yolanda, desta vez a um preço bem mais acessível. Prosseguimos então pela estrada com lentidão mais q justificada, claro, sempre indo pro sul. No caminho, o Zé chegou a ameaçar a integridade fisica do Danilo qdo este demonstrou suas intenções de casar com sua filha dimenor..

Mas voltando à pernada, não demorou pra estrada fazer uma longa curva pra direita, desviando do sentido desejado ao mesmo tempo em q avistamos uma fazenda à frente q se interpunha entre nós e a Serra Morena, onde uma placa (“Sitio do Professor”) indicava q alem dali o acesso era proibido. Logicamente q deixamos a estrada em favor de uma trilha saindo pela esquerda q desviou da fazenda por encostas suaves de pasto ralo. O tempo q já não estava lá essas coisas trouxe um negrume nada animador vindo do noroeste q despejou uma fina garoa sobre nós.

Passada a sede da fazenda galgamos novo morrote e do outro lado desembocamos às margens de um laguinho represado por algum rio, q pela carta revelou ser o Córrego Indequice. Contornando o laguinho, bastou acompanhar o curso natural do rio q em pouco tempo caímos no alto da Cachu da Serra Morena, as 14:30, cujas águas despencavam do alto de quase 50m num enorme piscinão, acessível pela mesma vereda q palmilhávamos. Aí nos separamos por pouco tempo: enqto uns descansavam, outros percorriam as varias direções q a trilha apontava. Eu resolvi descer à base do poção conferir o belo piscinão formado, alem de ver dois turistas atônitos me observar com espanto sair da íngreme encosta ao lado da cachu, provavelmente se perguntando onde estava o “meu guia”.

 

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Me reuni novamente com meus colegas p/ dar continuidade à jornada, ainda fustigados por leves respingos de garoa. Inicialmente indo pro leste mas depois desviando pro sul, ganhamos as suaves encostas de pasto ralo dos morros q se sucederam, mas não sem nos distanciar bastante do Zé e do Gibson, q agora sentiam o peso do bucho cheio na pernada. Mas ainda assim ambos seguiram firmes e fortes respeitando seu próprio ritmo, no exato momento em q a garoa terminou de vez.

As 15:15 alcançamos o asfalto da MG-010 q acompanhamos durante uns 15min, pra depois abandoná-lo rumo sul, passando por baixo da cerca q nos separava do PN Serra do Cipó. Nos lançamos então à novas onduladas pradarias açoitadas por fortes ventos, chafurdando terrenos alagadiço e cortando campos rupestres, avaliamos a rota seguidas vezes até q às 17:30, vencidos pelo cansaço e pelo dia q findava, entregamos os pontos.

Após coletar água numa matinha proxima de um brejo, montamos acampamento num largo ombro serrano lá pelos 1244m e com vista privilegiada pro Travessão, o famoso cânion divisor de águas do Cipó. Apesar do chão pedregoso, conseguimos fincar nossas barracas firmemente auxiliados pelas pedras ao redor, q funcionavam ora como martelos ora como contrapesos. A noite caiu rapidamente e logo o céu cobriu-se de estrelas, cujo brilho era apenas corrompido pela luz difusa de alguns arraiais à oeste (Itambe do Mato Dentro? Itabira?), e o de Cardeal Mota, q por sua vez resplandecia recortado pela serra à oeste. Sendo nosso ultimo pernoite, juntamos as sobras e nos regateamos com uma suculenta janta coletiva. Entre surrupiadas de fatias de salame e goles da birita de Dna Yolanda, ouviamos mais e mais historias de nosso contador oficial, alem dos causos da solteirice pervertida do Ze. Exaustos, capotamos de vez em nossas respectivas barracas apenas pra constatar q a noite não fora tão fria conforme prevíamos, e q no decorrer da mesma o firmamento aos poucos foi se cobrindo de densas e alvas nuvens.

 

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O DIA DAS CACHUS DO CIPÓ

Dito e feito, a manhã de domingo surgiu abraçada por um espesso nevoeiro e castigada por fortes ventos q mantiveram nossas barracas secas de qq umidade. Levantamos à contragosto, claro, mas principalmente pelo som de uma “onça” roncando numa das barracas. Enrolamos nos sacos ate a hora de começar a arrumar as coisas, engolir rapidamente nosso café e levantar acampamento o qto antes, pois ainda havia q pegar estrada pra Sampa.

Partimos exatamente às 8:10 rasgando a campina ainda sentido sul e logo depois desviando pra sudeste, evitando pirambas íngremes. Aos poucos as nuvens foram se dispersando dando lugar a um céu limpo e um sol impar, permitindo assim ótima navegação visual onde nosso objetivo era achar alguma picada q seguisse rumo o Travessão, pois ai fatalmente toparíamos com outra q acompanhava o Ribeirao Congonhas, serra abaixo.

 

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Conforme o previsto, as 8:50 tropeçamos com a dita trilha q bastou acompanhar em forte aclive pro sul, e num piscar de olhos caímos na parte superior da Cachu Congonhas de Cima, onde paramos pra bater algumas fotos e apreciar o visu. Varias lajotas dispostas através do riacho servem de verdadeiros mirantes onde podemos vislumbrar a água despencando mais de 60m em vários niveis num enorme poção, alem de ver o rio se afunilando cada vez mais ao serpentear montanha abaixo (sul).

Depois de breve descanso e de dar um rolê no poço inferior, prosseguimos descendo pelo trilho pedregoso de quartzito claro, sempre acompanhando o rio pela esquerda, ora longe ora afastado. Dessa forma íamos aos poucos nos aproximando do fundo do cânion do Travessão, tendo belos visus do rio despencando encachoeirado em td trajeto, alem de emparedado por lajotas verticais enormes nos trechos recortados em inúmeras fendas e grotas.

Mas bem antes de alcançar o fundo do cânion, la pelas 9:30, a vereda nos leva a um trecho do rio onde os paredões e campos rupestres se alargam, e uma passarela escarpada de lajotas permite cruzar o rio sem problema algum onde podemos vê-lo se espremer cânion abaixo. E ali perto um enorme poção acobreado reluz à luz da manha, aos pés de uma nova gde cachu. Estamos em Congonhas de Baixo e foi aqui q jogamos as mochilas no chão pra um longo e merecido descanso e, claro, um banho bem gelado. E coloca gelado nisso pois a água tava trincando de fria, mas isso não impediu q o Paulo, Gibson e Danilo encarassem a cachu caindo na própria cachola. Eu e o Zé nos contentamos apenas num rápido mergulho (tendo como combustivel um gole da pinga q carregávamos!), e nosso hábil navegador Toninho sequer escaldou os pés.

 

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Revigorados pelo banho retomamos a pernada, agora em sua fase final. Ignorando a continuidade da trilha, q descia cânion abaixo, resolvemos subir o rio através de sucessivos níveis de lajedos, perfeitamente escalaminhaveis com alguma cautela. Foi aqui tb onde a alça da minha mochila resolveu estourar numa hora bem imprópria, mas nada q uma rápida “gambiarra” não resolvesse. O fato é q após subir o rio em pouco tempo caímos noutro poção enorme (q não vimos durante a descida pela trilha por estar afastado da mesma), ao pé de uma pequena cachu. Era a Cachu Congonhas do Meio e o sol forte daquela tarde conferia à suas águas cristalinas uma translucidez maravilhosa, além de refletir o céu azul daquele inicio de tarde.

A partir daqui a pernada apenas acompanhou o carreiro obvio q escapava da cachu, sentido noroeste, galgando suaves e sucessivas encostas se capim ralo q um tempo depois nos levaram a um largo topo de serra, de onde vislumbramos pela ultima vez o Travessão. O forte sol daquele horario era amenizado pela brisa q soprava nossos rostos, e assim q damos às costas ao ilustre cânion passamos a descer pro outro lado da montanha, acompanhando em nível a encosta serrana da mesma e ganhar um enorme platozao de pasto, sob os estridentes protestos de um gavião voando sobre nossas cacholas.

 

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Um jato risca o céu azul no exato momento em q começamos de fato a descida final. Nisso, nos distraiamos apreciando as escarpas abruptas da serra despencando rumo o cânion, ao sul, como ouvindo atentamente novos causos do nosso Forrest Gump, com destaque pras estórias do tio mafioso napolitano e da top-model russa. Mas não deu nem tempo de implorar encarecidamente por um pouco do mel dele, q as 12:20 nos vimos aparentemente fora dos limites do PN, pois casas começavam a pipocar aqui e ali num local chamado de Mãe Dágua, um ultimo platô antes da baixada.

Aqui algumas picadas se entrecruzam mas o sentido é obvio, atravessamos uma matinha sempre acompanhando um pequeno córrego, q cruzamos e descruzamos mais adiante, pra finalmente o carreiro desembocar no calçamento de pedras do tal “Caminho dos Escravos”, um antigo trilho colonial local. Daqui em diante é descida forte, onde cruzamos com os primeiros turistas em sentido contrario, q se arrastam horrores pra subir o tal caminho naquele horário. Numa curva, um mirante rochoso permite um belo visual de Cardeal Mota, se esparramando la embaixo e de onde se eleva o Morro da Pedreira, famoso point de escalada local. Outro mirante saindo pela esquerda já dá uma geral da Cachu Véu da Noiva, despencando verticalmente serra abaixo no camping homônimo, ao sul.

 

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E assim, as 13hrs caímos no asfalto da MG-010 a poucos metros de onde havíamos deixado o nosso veiculo, no estacionamento do Camping Véu da Noiva. Alem de nos fartar com “chup-chups” (geladinhos!) de milho verde de um ambulante, imediatamente encostamos no restaurante do Camping, onde bebemoramos fartamente a empreitada de sucesso e enchemos o bucho com comida mineira feita na hora.

Na sequência, eu, Gibson e Danilo ficamos no restaurante aguardando o restante do pessoal, q foi buscar os veículos na Lapinha. Espera esta q pareceu deveras interminável. Nesse meio-termo ficamos à toa, vendo o movimento da cidade indo e vindo, entornamos mais umas brejas, tomamos banho e surpreendemos carrapatos agarrados ao corpo, q na semana sgte empipocaram meu corpo por conta da alergia q tenho a esses bichos malditos. Claro q tb passamos o tempo tb ouvindo os casos dos inferninhos frequentados pelo Gibson, q abriram os olhinhos do Danilo. Eu me limitei apenas a ouvir ja q desconheco baladas dessa natureza, pois minha vida social e tempo livre sao exclusivamente dedicados a valorizacao da familia e bons costumes, tipo ir a missa e fazer trampos em comunidades carentes, por exemplo. Qto o resto das fofocas, boca fechada. Afinal “ o q acontece na montanha, morre na montanha..” Ainda bem, nao?

O certo é q qdo o povo chegou, por volta das 17:50, nos despedimos dos nossos colegas mineiros e tomamos o asfalto imediatamente em direção à “Terra da Garoa”, onde chegamos apenas às 3 da madruga de segunda-feira graças à persistência do nosso motora Zé. Claro q chegamos cansados e quase sem tempo até de dormir, mas voltamos espiritualmente refeitos pra mais uma semana de labuta.

 

DSC00238.JPG?et=CHr9OMdTVcCn1H%2CCZJBQhA&nmid=341632798

 

 

E assim transcorreu nosso feriado por esta rota menos conhecida em meio às entranhas da Serra do Cipó. É bem verdade q ela é apenas “mais uma”, pois a td hora surgem novas surpresas em torno do pacato vilarejo da Lapinha. Por exemplo, ontem mesmo um passarinho me soprou informações de outra árdua pernada de vários dias rumo Conceição do Mato Dentro saindo do arraial, passando por varias cachus nada visitadas. Mas esta dica é apenas motivo mais q justificado pra lá retornar pra explorar as outras direções do pacato vilarejo e as vastas paisagens q o Espinhaço oferece. De fato, os caminhos da Lapinha são realmente inúmeros.

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Legal Jorge! Muito bem descrita nossa pernada! ::otemo::

 

Mas aquela boca minha cheia de pão com carne de panela ficou como se eu tivesse arrancado os sisos... :lol:

 

E vamos desbravando esse espinhaço...

 

Abs

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Jorge Soto e Paulo:

 

Acho que foi por questão de minutos que a gente não se bateu na Lapinha! Eu e Edver fizemos a tradicional Lap-Tabuleiro pois era o 1.o trekking em terras mineiras. Acho que se tivéssemos nos encontrado e com comida para 4 dias iríamos com certeza com vcs!

 

Beleza de trekking! Devem ter passado muito frio na 1.a noite! Acampamos perto do Parauninha mas lá em cima deve ter sido bem mais frio! Tb desistimos de subir o Breu devido ao topo nublado, na manha de sexta , 04.06.

 

Paulo: o Jorge já conheço pessoalmente quando ele esteve aqui em SSA. Quem é vc na foto em volta da mesa (int)

 

Da próxima vez não vou ser vacilão. Contato com vcs antes!

 

Abs, peter

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Eu viajo nestes teus relatos. Jorge. Muito bons, a trip parece ter sido quase perfeita, exceções ao tempo e aos hábitos dos companheiros de tomar banho pelado tudo junto, Brokeback Moutain, não ir à missa todo domingo.. hahahaha

Show!

Peter, tu e o gringo tão devendo um relato da Lapinha-Tabuleiro!

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Jorge Soto e Paulo:

 

Acho que foi por questão de minutos que a gente não se bateu na Lapinha! Eu e Edver fizemos a tradicional Lap-Tabuleiro pois era o 1.o trekking em terras mineiras. Acho que se tivéssemos nos encontrado e com comida para 4 dias iríamos com certeza com vcs!

 

Beleza de trekking! Devem ter passado muito frio na 1.a noite! Acampamos perto do Parauninha mas lá em cima deve ter sido bem mais frio! Tb desistimos de subir o Breu devido ao topo nublado, na manha de sexta , 04.06.

 

Paulo: o Jorge já conheço pessoalmente quando ele esteve aqui em SSA. Quem é vc na foto em volta da mesa (int)

 

Da próxima vez não vou ser vacilão. Contato com vcs antes!

 

Abs, peter

 

Peter, não tenho dúvida que vcs iriam nos acompanhar! Quanto a comida a gente arrumava uns quebra galhos na lapinha. Sempre que descer da bahia deve nos dar um toque, combinamos fácil umas pernadas.

 

Na primeira noite acho que estava uns 11 ou 12 graus pelo que me lembro, mas muito úmido e com vento no acampamento ao pé do breu.

 

Sou o de boné de couro marron e camisa azul, nas fotos de boteco de boca cheia na primeira e brindando na segunda. Estou caminhando com a minha inseparável bora 50 azul.

 

Cacius, rapaz, apesar da má impressão te digo que o banho "brokeback mountain" valeu demais! Esquisito foi o Jorge tirando foto de homem pelado... ::lol4::

 

Abs

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Caraca, Peter! Q desencontro mesmo, nao? Meu, da proxima vez dá um toque de suas pretensões antes pq quem sabe tamo pernando perto..

 

Quero aproveitar o ensejo pra comentar algumas msgs (e nao sao poucas) q me chegam por mp indagando o porquê nao estendo o convite das trips a mais gente ou a razao de nao coloca-las aqui no proprio forum, no topico da cia de viagem ou algum correlato. Bem, a razão é simples: existem viagens e viagens.. nossas empreitadas estão longe de ser "passeio-no-bosque" ou farofas regadas a violão, fumo e cachaça. São trips q demandam condicionamento fisico acima da média e sujeitas a qq espécie de perrengue ou contratempo nada agradavel, q nem td mundo tolera. E o principal.. tem prazo de retorno, senão td mundo fica no olho-da-rua no dia sgte.

A primeira (e unica) vez q estendi o convite a gente de fora, resultou num megagrupo de quase 12 pessoas... q deu MERDA e uma guria saiu seriamente machucada! E os agregados na ocasiao nao se furtaram de apontar o dedo pra mim como responsavel! Ah, pelamor...vao se catar, ne? Quem ta na chuva é pra se molhar! Como se eu fosse a Pisa ou a Stella Barros e tivesse q passar a mao na cabeça do pessoal... O relato dessa trip ta aqui mesmo, no topico dos relatos, mas to sem saco de buscar.

A partir de entao só viajo em grupos de 6 ou 8, no máximo! E geralmente sao pessoas conhecidas q ja tem algum antecedente de trip. Sei do condicionamento e da capacidade de cada uma delas, assim como posso confiar plenamente nelas em caso de perrengue ou aperto. Trata-se de afinidade e sintonia mesmo. E o melhor.. nao dão problema algum, q é o principal! Ja nao bastasse gerenciar navegacão e tracejamento de rota, so faltava ter de dar atenção a alguem q ta cansado e quer parar; fulano q nao guenta o peso na mochila e sobra pra vc carregar; ou cicrana q se arrependeu da trip a meio-caminho e quer voltar, comprometendo a viagem pro restante. Pelamor, ne? E viagem pra mim é sinonimo de curtição e prazer, nunca de dor-de-cabeça. Por isso agora minimizo qq possibilidade de zica nesse aspecto. E tem dado mto certo ate agora.

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