Chapada dos Veadeiros - relato e informações

Pra quem não conhece, a Chapada dos Veadeiros é um parque considerado Património Natural Mundial. Grande parte do parque está dentro dos municípios de Alto Paraíso e Cavalcante. A entrada Principal do Parque Nacional fica no vilarejo de São Jorge, distrito de alto paraíso.

Existem basicamente 3 locais que servem de base para explorar a chapada:

Alto Paraíso – 200 Km de Brasília

São Jorge – 230 Km de Brasília

Cavalcante – 300 Km de Brasília

A melhor época para visitar a chapada é entre abril e outubro, época da seca. Durante o período das chuvas, algumas atrações ficam impossibilitadas de serem visitadas.

Como todas as vezes, saí de Brasília depois do trabalho… sempre tento sair um pouco mais cedo para escapar do trânsito da saída norte, mas nem sempre é possível… desta vez deu certo… 8 da noite já estava em são Jorge, montando minha barraca.

Desta vez, fiquei no camping Lunabel. Este camping é bem legal, estruturado. Custa 15 reais por pessoa. Já aconteceu de eu ficar lá alguns dias, o camping aberto, e ninguém aparecia para cobrar a hospedagem… O camping tem lugares demarcados para as barracas, banheiro masculino e feminino separado, com água quente. Dormimos cedo, pois no outro dia pretendíamos fazer uma trilha logo cedo.

Quinta-Feira

Pela manhã, fomos até a entrada do parque. No parque existem 2 trilhas principais. A trilha dos Saltos do Rio Preto e a Trilha dos Cânions.

A distância de ambas é aproximadamente 6 Km, e cada uma passa por diferentes atrações:

Trilha dos Saltos:

Salto do Rio Preto 1

Salto do Rio Preto 2

Corredeiras

Trilha dos Cânions

Cânion 1

Cânion 2

Cachoeira das Carioquinhas

Como já conhecia a trilha dos Saltos, fomos conhecer a trilha dos Cânions. Foi fácil entrar em um grupo que ia fazer essa trilha. O parque estava bem cheio pois era um feriado prolongado.

A trilha começa no mesmo caminho da trilha dos saltos, passando pela vegetação característica do cerrado. Depois vira em uma bifurcação e segue para outro lado. O caminho é mais sobre pedras e passa por alguns lagos até chegar no Cânion I. Formações rochosas impressionantes. Podia descer por umas pedras e entrar no poço que tem em baixo do cânion.

A trilha continua por mais meia hora, até chegar ao Cânion 2. Dá pra ver perfeitamente por onde o rio passa e vai esculpindo as pedras… Nesse Cânion tem um paredão de pedra que se pode pular e cair no poço embaixo. Claro que eu só pulei depois que vi algumas pessoas pulando antes!!!

Mais uma hora de trilha e chega-se a cachoeira das carioquinhas… Maravilhosa!!! Só não gostei mais porque estava com muita gente na hora que chegamos lá!!!

Seguimos caminhada por mais uma hora, até voltar à entrada principal do parque.

Chegando no camping, ficamos sabendo que haveria uma festa de música eletrônica em Raizama. Era conhecida como “Igreja Trance do Divino”. Uma vez eu havia visto no Jô Soares entrevista com um dos criadores da tal Igreja e fiquei curioso. Demos uma descansada e fomos conferir.

Sexta-Feira

Chegamos na festa 1 da manhã e tinha bastante gente. Tocava música eletrônica e de vez em quando alguém fazia algum tipo de performance circense em cima do palco. O clima era muito agradável, mas me pareceu com outras festas eletrônicas. O que eu vi de diferente é que estava rolando uma galinhada no bar.

Descobri também o que era GERGELIKO, que eu já tinha visto algumas placas e estava curioso. É um salgadinho, tipo chips, feito de gergelim que é produzido na chapada.

A festa estava bem legal e quando percebi o sol já estava nascendo. Já que estava ali mesmo e tinha tomado algumas, resolvi esperar a cachoeira “abrir” e conhecer Raizama.

Começa uma descida… O sol estava muito forte e por alguns instantes eu pensei que fosse passar mal… mas foi só chegar em uma pequenina cachoeira e tomar um banho rejuvenescedor para tudo ficar mais agradável!!!

A caminhada não é muito grande, se comparada com as outras da chapada. Tem um cânion bem grande e algumas quedas d´água.

Como tinha praticamente virado a noite na festa, não aproveitamos tanto Raizama e voltamos pro Camping. Depois de descançar algumas horas, chegamos à conclusão que o vilarejo de São Jorge estava muito cheio e resolvemos seguir para Cavalcante, 100Km depois de Alto Paraíso.

Pouco antes de chegar à Cavalcante, vimos uma placa – “Cachoeira do Poço Encantado”. Já eram aproximadamente 16.30. Estava um pouco tarde. Mesmo assim resolvemos arriscar e conhecer a cachoeira. Pra nossa sorte, ela fica bem próxima a rodovia. Deixa-se o carro em uma fazenda e desce uns 20 minutos de caminhada. Tinha que pagar 10 reais por pessoa para conhecer a cachoeira, mas como já era bem tarde, demos uma “chorada” e pagamos apenas 5 reais cada um.

Valeu a parada. A cachoeira era muito bonita, com uma praizinha de areia e águas cristalinas. Foi bom porque não tinha mais ninguém na cachoeira e deu pra ficar lá até escurecer.

Seguimos pra Cavalcante e chegamos lá exaustos. Paramos no primeiro camping que encontramos e fomos descansar.

Sábado

Acordamos cedo e fui procurar um guia. Na noite anterior já tinham me falado do famoso Rio da Prata. Me indicaram um guia na praça principal. Não lembro o nome dele, mas era bem jovem e sabia muito bem as informações do local. Para chegar ao Rio da Prata era um pouco distante. 60 Km em uma estrada de terra que não era lá nenhuma maravilha.

Depois de gastar quase 2 horas, chegamos à fazenda que ficaria o carro. Pagamos 5 reais por pessoa, um rapaz abriu a porteira e entramos com o carro até onde foi possível.

O Rio da Prata tem uma cor da água bem característica. É muito bonito. São 7 cachoeiras ao longo do rio e são necessários 2 dias para chegar até a última que é conhecida como o “Rei do Prata”. Como não estava preparado para tal, resolvemos conhecer só o que era possível, ou seja, só deu pra conhecer as 4 primeiras cachoeiras, mas valeu muito a pena.

A primeira cachoeira já está bem perto. Á uns 20 minutos do carro. Depois de curtir as hidromassagens pode-se mergulhar no poço e ver alguns peixes. O guia tinha levado óculos de natação para que isso fosse realizado.

Depois do banho relaxante, mais uma hora de caminhada até chegar à segunda cachoeira. Muito legal também e ainda rola de pular de uma pedra… claro, só depois que o guia pulou e mostrou como fazer.

Para chegar até a terceira cachoeira, tem que andar mais uma hora e chega em um local de difícil passagem. Tem tipo um barranco que tem que ir segurando nas pedras… é um pouco difícil, mas a ajuda do guia facilitou bastante.

mosquito caracteristico da chapada chamado borrachudo!!!

A quarta cachoeira, pra variar, era linda também. Não era tão grande mas tinha um poço enorme.

Depois de curtir outro banho refrescante, voltamos por outro caminho, passando por campos repletos de margaridas.

Pegamos o carro e partimos para Cavalcante. Na volta, vimos um rebanho de emas correndo na estrada…

À noite comemos na famosa Pizza Roots, que era o único lugar movimentado na cidade. Muito boa a Pizza.

Domingo

O plano inicial era ir embora domingo de manhã, mas nos falaram tanto da tal cachoeira Santa Bárbara que resolvemos ficar e conferir.

Com o mesmo guia, fomos conhecer a cachoeira. Fomos até a comunidade calunga, que fica próxima à cavalcante. Já estavamos muito cansado, então tentamos ir de carro o mais perto possível da cachoeira. Para isso foi necessário atravessar um riachinho com o carro.

Mas deu tudo certo. Deixamos o carro e caminhamos uma hora no sol até entrar na mata fechada. Logo que entra na mata fechada, já em a Santa Bárbara pequena, como definiu o guia, como um aperitivo do que iríamos encontrar mais 15 minutos pra frente.

Realmente valeu ficar um dia a mais. A cor da água é impressionante. Nunca tinha ficado tão deslumbrado com uma cachoeira antes igual quando vi a Santa Bárbara. É relmente impresssionante.

Depois de aproveitar cerca de uma hora, seguimos até o carro. O guia disse que tinha outra cachoeira próxima, chamada Capivara. Já que estava ali mesmo, fomos conferir. A cachoeira é bonita e tem um mirante bem legal. Mas depois de ver a Santa Bárbara essa nem impressionou tanto.

Voltamos para o acampamento, desmontamos as coisas e seguimos pra Brasília, com a certeza de voltar um dia para Cavalcante.

Fiquei muito curioso para conhecer o Rei do Prata. Se alguém conhece, ficaria muito agradecido se postasse um relato.

Abraço a todos!!!

A cachoeira rei do prata não é a mesma trilha das primeiras cachoeiras do rio da prata.

é um outra trilha que tem 7KM e a dificuldade é maior. Perto da cachoeira do rei do prata está a cachoeira urubu rei que é um a sequencia de quetas tão bonita ou ate mais bonita que o rei do prata.

Um ótimo relato e lindas fotografias Thiago!

Obrigado.

Gente... cada foto linda!

Fiquei ainda com mais vontade de ir até lá.

Obrigada por compartilhar!

Thiago:

Em que época você foi à Chapada? Se foi em Janeiro, como indica suas postagens, como estava o tempo?

Estou pretendendo passar alguns dias de janeiro na Chapada, e me preocupa a chuva.

Agradeço

Oi Thiago, valeu pelas dicas! Muito boas!

Esse riachinho em Cavalcanta (caminho para Sta Barbara) é tranquilo? Vale arriscar?

Vou alugar carro em Brasilia, fico com receio de estragar o carro e pagar uma grana alta

vlw!

Tirei o dia pra pesquisar sobre a Chapada e com certeza o teu relato vai ser de grande utilidade. As fotos estão lindas e dá ainda mais vontade de conhecer esse paraíso!