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Chapada dos Guimarães e Nobres (MT) - 6 dias - com fotos


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Dom. 8/7. Saímos de São Paulo no vôo das 6:40 da Avianca, que foi pontual. Porém tivemos que pousar em Campo Grande, pois o aeroporto de Cuiabá estava fechado devido ao clima desfavorável. Isso fez a nossa viagem atrasar um bocado, pois esperamos umas duas horas as condições melhorem para finalmente voarmos para Cuiabá. Chegamos em Cuiabá às 12:30, pegamos o carro alugado e seguimos pra Chapada. A viagem leva menos de uma hora, estrada boa e o visual é incrível. O tempo fo melhorando no decorrer da tarde e chegamos na cidade da Chapada dos Guimarães umas 15 h, pois paramos no caminho pra fazer um lanche. Lá chegando, fomos pra pousada Bom Jardim e como já era tarde e estava meio frio, concluímos que não daria pra fazer grandes coisas, além do cansaço todo de ter madrugado pra pegar o vôo, sem mencionar a "esticada" compulsória até Campo Grande. Acordamos umas 17 h e fomos explorar o local e procurar algo pra comer, e saindo da pousada achei que ainda estava dormindo e no meu sonho estava na Transilvânia, pois a cidade estava imersa em uma bruma espessa e tenebrosa. Foi incrível andar naquele cenário surreal. Achamos uma batataria que parecia ser o único local aberto àquela hora do domingo e naquelas condições.

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Seg. 9/7 . Acordamos umas 7:30, e tentamos ligar pra alguns guias cadastrados no site da ICMBio. Sem sucesso, saímos da pousada e entramos numa agência de turismo na praça pra tentar fechar algum passeio, porém achei o preço muito alto (170 o casal só pela diária do guia, pois estávamos de carro), então saímos à procura de indicações de guias independentes e acabamos encontrando a Márcia Meneses, F. 65 - 9241 7582, guia local conhecidíssima e moradora da chapada há muitos anos, que fechou com a gente 100 reais a diária, pro casal. Tudo acertado, a Márcia fez nosso cadastramento pela Internet (obrigatório para ingresso no parque) e rumamos à nossa primeira jornada no Coração da América. Fomos primeiro no cartão postal da chapada, a cachoeira Véu da Noiva, e fomos presenteados com um belo sobrevôo de um casal de araras vermelhas. De lá adentramos o parque e fizemos o circuito das cachoeiras. A Marcia é uma guia bem falante, vai mostrando o rastro dos bichos, fala das flores e frutos do cerrado, mostra os picos da Chapada, enfim, é um passeio bem instrutivo, mas se você for do tipo que preferiria curtir o silêncio do local talvez fosse achar um pouco over, mas acho que isso é questão de se conversar. Eu recomendo muito a Marcinha, ela é uma excelente guia, honesta e sabe dar dicas valiosas, além de montar os roteiros de uma maneira bem inteligente. Fizemos as cinco cachoeiras do parque, uma caminhada de 7 km no total que nem parece isso, os momentos mais puxados são as descidas das cachoeiras, mas tudo muito seguro, bem tranquilo. As cachoeiras sao deliciosas, uma melhor que a outra, ficaria horas em cada uma delas. Na volta, passamos pela Casa de Pedra, uma formação muito interessante de rochas, vale a pena ver, mas tome cuidado com os borrachudos, tem muitos lá.

Retornando do parque, fomos almoçar e ver o pôr do sol no ótimo Morro dos Ventos, um restaurante numa encosta com mirantes em cima dos penhascos e uma visão toda do vale, muito legal. O almoço é meio carinho, mas estava excelente. E se vc for lá só ver a vista tem que pagar 10 reais, então acho que vale a pena sim almoçar com aquele belo visual. Pagamos os 75 reais por um pela picanha que estava incrível, com arroz, feijão, fritas, salada e farofa. À noite, fomos dar uma voltinha na cidade fomos no Restaurante Pomodori, que é bem simpático. Tem uma empada muito boa.

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cachoeira das andorinhas

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Casa de Pedra

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Vista do Morro dos Ventos

 

Ter 10/7. Saímos umas 9 h e fizemos check out da Bom Jardim, pois achamos a pousada um pouco fraquinha pelo que cobravam: 150 reais a diária de um quarto com ar e frigobar, mas com os quartos voltados pro estacionamento, com muito barulho de carros e hóspedes, e tudo meio velho e descuidado, cama pequena, toalhas pequenas e muito usadas, muita poeira no quarto. Por 20 a mais fomos para ótima Cambará, http://sitiocambara.chapadadosguimaraes.tur.br/, que fica a 1km da praça central, numa chácara deliciosa, e o casal de donos, d. Genoveva e Sr. Odenir são super atenciosos e acolhedores, te tratam como um filho lá. Só deixamos nossas malas e seguimos para o passeio do dia, a caverna Aroe - Jari e Gruta da Lagoa Azul. No caminho, paramos no Mirante do Centro Geodésico, que tem um belo visual do vale, onde dá pra ver ate Cuiabá. De lá, seguimos para nosso destino, atravessando plantações de algodão e milho e trechos do cerrado. A Marcinha ia nos mostrando os bichos, e vimos um Urubu rei, que é branco, e ao que consta bem raro de ser visto, e um casal de corujas buraqueiras e algumas siriemas. Chegando no ponto de partida para a trilha da caverna, colocamos caneleiras ( obrigatórias para este passeio) e seguimos. O caminho é bem interessante, trechos de cerrado intercalados com mata amazônica, muito legal. A primeira parada é na caverna, onde se pode entrar um pedaço dela e observar estalactites de arenito e rastros de animais. Bem legal. Depois fomos pra Gruta do Lago Azul que é linda. Nesta época do ano o sol entra na gruta umas 14h e a água fica de um azul turquesa cintilante, é lindo. Ao lado, a gruta de Nossa Senhora, que tem uma formação rochosa que de fato lembra uma Imagem da santa. O percurso total à pé dá uns 9 km, e no retorno paramos para um banho refrescante na cachoeira do Alméscar, que foi ótimo depois daquela caminhada toda. Voltamos umas 18h, vimos um gavião no caminho, pra fechar com chave de ouro nossa observação ornitológica do dia, e retornamos à cidade. Jantamos uma refeição típica num restaurante super simples, na rua ao lado da Igreja, do lado da Virtual lan house, nem placa tinha, só um banner dizendo Janta 9,90. Comi por 15 reais um prato com picanha, arroz, feijão, salada, farofa, e nao ficou muito atras não da refeição do Morro dos Ventos.

 

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Casal de corujas buraqueiras, na árvore

 

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Caminho pra caverna

 

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vista do interior da Caverna

 

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áua dentro da caverna, com a guia Márcia iluminando

 

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Gruta da Lagoa Azul, com o sol batendo na água

 

 

11/7 quarta. Depois de uma noite muito bem dormida no silêncio e nos lençóis macios da Cambará, tomamos um dos melhores cafés da manha de pousada que já tive na vida. A D. Genoveva prepara um café colonial onde quase tudo é ela que faz, os pães todos, o queijo, as geléias, pão de queijo, bolinho típico do Mato Grosso de arroz, enfim, é um daqueles momentos em que a gula toma conta e que você lamenta nao ter um estômago extra pra poder comer de tudo. Eu recomendo muitíssimo a Cambará, mesmo se os donos nao fossem legais valeria só pelo café da manha (hehe), mas além disso eles são uns amores, a pousada é super gostosa, até o Tobias que e um pintcher é um fofo, onde já se viu um Pintcher que não late, acho que o astral do lugar fez ele ficar calminho. Enfim, com uma certa dor no coração deixamos aquele paraíso e rumamos para Bom Jardim, distrito de Nobres, a cerca de 200 km da Chapada. Aqui começa o purgatório da viagem. A estrada durante um bom pedaço e um tapete, sem viva alma, exceto um calango que quase se suicidou , nao fosse eu desviar dele com toda a minha misericórdia, ate que começa um trecho de estrada de terra péssimo, cheio de desvios, pois estão fazendo terraplanagem, porém sem sinalização alguma. Nao fosse eu ter tido a sorte de passar no horário de trabalho, perguntei aos trabalhadores da estrada e fui conseguindo me achar naquela bagunça. Mas nao recomendo ninguém passar naquela estrada depois das 17h e ne nos finais de semana, a não ser que vc tenha um bom GPS, que nao era meu caso. Chegamos em Bom Jardim, que não passa de uma concentração de casas à beira da estrada, umas 14h, deixamos as coisas na Pousada Bom jardim e fomos ao Reino Encantado, por indicação da nossa guia da chapada, almoçar e negociar os passeios. O Cleber que é o dono do local , que é restaurante, pousada e tem a nascente do Rio Salobra, é bem simpático e nos serviu almoço, e depois fomos fazer a flutuação na nascente, a ressurgência do rio, onde tem uma concentração grande de peixes, é bem legal. Descemos o rio mais mil metros flutuando, mas no percurso nao vi quase nenhum peixe mais, porém foi bacana passar por essa experiência. Voltamos ao Bom Jardim umas 18 h, e fomos procurar algo pra jantar. Só tinha aberta uma pizzaria que acabou de abrir, com comida ok, nada demais. No vilarejo não pega celular Oi nem Tim, reza a lenda que Claro e Vivo malemal pegam, internet nem em sonho, pra cartão de banco tem uma maquina no posto que só passa em ocasiões raras, das quais eu nao tive o privilegio de ser presenteada nenhuma vez. Se for a Bom Jardim, passe no banco de sua cidade antes e leve tudo que tiver, pois vc terá que pagar tudo com cash, eles também não são muito afeitos ao cheque, pois o banco mais próximo fica a 70 km de estrada precária, em Nobres. Porém, mesmo com toda essas precariedade de recursos, o comércio e habitantes locais acham que estão te fazendo um grande favor de permitir que você flutue em seus rios, e cobram preços de resort para as atracões, que são 60 reais por passeio de duas horas, sem negociação, pois é tudo tabelado. Pra isso, eles sao bem organizados. Aqui faço uma ressalva ao Cleber do Reino Encantado, que fez um descontinho no passeio e no almoço, e foi bacana nos atendendo de última hora.

 

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Caminho para Nobres/ Bom Jardim

 

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Nascente do rio Salobra

 

12/7 quinta : Saí do purgatório e desci ao inferno em Bom Jardim. Primeiro lugar, o café da manhã não tinha um pãozinho fresco, apenas dois frios, umas bolachas prontas, pão de forma de mercado, poucas frutas e só. Fui fechar os passeios com O. Sr. Isaias sem choro nem vela, 60 reais cada passeio por pessoa. Eu queria fazer a flutuação no Rio Triste e depois pra cachoeira, para chegar lá com sol, mas ele nao permitiu, pois tinha um único guia para em três carros diferentes, e para eles era mais conveniente ir pra cachoeira primeiro. O detalhe é cada pessoa paga 60 reais, mas não tem o direito de escolher qual passeio quer fazer primeiro. Fiquei indignada mas segui pra fazer o roteiro, pos queria muito ir à cachoeira e Rio Triste, e sem comunicação e opções, seria difícil encontrar outra agência que pudesse fechar o passeio. No caminho pra cachoeira, comecei a ter dores de estômago muito fortes. Detalhe que fui o caminho todo comendo poeira da caminhonete da frente, pois partilhávamos o guia que estava com eles. Pergunta: Se era apenas um guia pra três veículos diferentes, não seria mais justo cobrar a diária do guia e dividir entre todos ? Ou então se é cobrado de cada pessoa, esta não tem o direito de escolher o seu roteiro ?

Chegando lá na Serra Azul, que é uma fazenda que foi comprada pelo Sesc Pantanal, fomo administracao pegar a chaave e equipamentos de flutuação, e havia muitas araras e macacos. Depois fomos à bela cachoeira, com um cardume de peixes que mora no local, mas nem pude curtir muito pois a cólica de estômago estava terrível. Voltando à Bom Jardim, resolvemos voltar à Chapada, pois realmente não gostei daquele esquema todo de passeios curtos e caros, além do que com dor de estômago não me animava a tomar outro café da manhã na pousada, sem falar na precariedade do local (a única farmácia só abre às 13 h). Comprei um Buscopan e seguimos viagem de volta à Chapada dos Guimarães. O estômago foi melhorando até consegui comer às 19 h na Chapada, pois não tinha feito nenhuma refeição desde o café da manhã.

 

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Cachoeira Serra Azul

 

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Meu balanço sobre Bom Jardim foi negativo. Lá na Chapada já haviam me alertado para só fazer refeições em determinados locais, pois várias pessoas já haviam reclamado tanto da pouca variedade dos cafés da manhã como de terem de fato passado mal. Eu pude comprovar na pele tudo isso, exceto no Reino Encantado, que tinha a comida boa, embora eu ache caro 25 reais por um buffet que não tem tanta variedade assim. Desde o acesso à cidade até a qualidade do atendimento, acho que Bom Jardim ainda tem muito que melhorar na qualidade do serviço que oferece. Acho ainda que os turistas deveriam se recusar a pagar esses preços exorbitantes pelos passeios, pois o local não oferece uma estrutura condizente com estes preços. Um local que é quase impossível de se chegar sem se perder muito, que não passa cartão de crédito em quase nenhum estabelecimento, onde a telefonia celular é precária, não tem serviços básicos e tem qualidade duvidosa na alimentação que oferece não pode cobrar esses preços abusivos dos turistas. Eu recomendo as pessoas a realmente se recusarem a ir a Bom Jardim até que essa situação mude, e só o turista exigente e consciente pode conseguir alguma mudança nesse panorama. Embora eles gostem de levantar o lema "Nobres é mais que Bonito, é Lindo", acho que Bonito tem muito mais estrutura para atender o turista, e por isso seus preços s!ão altos, porém justos com a qualidade do serviço.

 

13/7 6a. Último dia no Mato Grosso, saímos para fazer o passeio até o Morro de S. Jerônimo no Parque Nacional. Caminho lindo e longo, são 8km até chegar ao Morro, e lá também uma subida bem puxada, que não completei pois tenho limitações físicas que me impediram de chegar até o topo. Uma mata com um trilha bem fechada no caminho, da qual trouxe alguns carrapatos de lembrança rsrs, leve repelente bom pois eu passei Off e não adiantou. Na volta, um último banho na cachoeira 7 de setembro e voltamos para arrumar as coisas. Deixamos a Chapada e perdemos o por do sol, que pretendíamos ver do Alto do Céu, mas ficou pra próxima. Chegamos em Cuiabá e foi um pouco difícil achar o caminho até o aeroporto, quase nenhum indicação. No caminho, passamos pelo Marco Geodésico de Cuiabá. Existe uma disputa entre os dois locais, qual deles é o verdadeiro centro geodésico. Cada um defende o seu lado. Chegando no aeroporto, devolvemos o carro sem maiores problemas, aliás indico a Locadora Cuiabá, eles foram extremamente atenciosos e pontuais, o carro estava ótimo também. Assim acabou minha epopéia à Chapada dos Guimarães

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café da manhã colonial na pousada Cambará

 

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Caminhos do Cerrado

 

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Chegando no morro

 

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Vista do pé do morro S. Jerônimo

 

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Proprietarios da Pousada Cambará e Tobias , o pintcher simpatico

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