Bolívia (Salar/La Paz/Titicaca) Dez/2011 - Pedido de casamento surpresa na ilha do sol.

O maior enfoque do presente relato é sobre o meu pedido de casamento surpresa feito na ilha do sol, na Bolívia, em dezembro de 2011. Assim, se seu interesse é sobre preços, locais de hospedagem, passeios e afins, no final eu vou colocar umas informações sobre isso, e estou aberto para responder as perguntas de todos.

Tudo começou em julho de 2011, após 06(seis) anos planejando, fui fazer meu primeiro mochilão Bolívia/Peru. Tive como companhia minha namorada, que também há tempos planejava uma viagem semelhante. Nosso desejo em conhecer Machu Picchu era tão grande, que no dia em que nos conhecemos começamos a planejar essa viagem.

O planejamento inicial era ir pra La Paz, ficar 04 (quatro) dias na cidade e depois ir pra Copacabana, conhecer o Titicaca, e depois ir para Cusco, conhecer a cidade perdida dos incas.

Entretanto, como em todo mochilão, imprevistos acontecem. Tivemos um contratempo em La Paz, que nos obrigou a ficar três dias a mais na cidade, então, tivemos que cortar Copacabana e o Titicaca do nosso roteiro. (o relato sobre essa parte da viagem está aqui: relato-com-alertas-e-sugestoes-importantes-bolivia-e-peru-julho-2011-t58886.html)

Nós chegamos à Copacabana, olhamos aquela imensidão azul turquesa e seguimos em frente, rumo a Cusco, como um velho Moisés proibido de entrar na terra prometida.

Naquela Segunda Feira de Julho, as beiras do Titicaca, na hora do pôr do sol, esperando o ônibus pra Cusco, fiz a promessa à minha namorada de que um dia nós voltaríamos para conhecer o lago navegável mais alto do mundo. O que nós não sabíamos ainda é que esse lago faria parte de nossa história para sempre.

Após o fim da viagem, retornamos ao nosso cotidiano e aos planos para o futuro. Pensávamos em nos casar. Eu pensava em ficar noivo no final do ano e me casar no início de 2012. Ela queria que nosso casamento fosse o quanto antes.

Como voltamos de viagem no final de julho de 2011, ficamos uns dois meses sem pensar no assunto.

Toda vez que o assunto surgia, eu falava que precisávamos de mais tempo, que o ideal era ela concluir a faculdade, já que em 2012 seria seu último ano.

Em outubro começamos a conversar concretamente sobre o assunto. Na mesma época começamos a planejar a viagem de fim de ano. Como não pudemos conhecer o salar de Uyuni na Bolívia, nem o lago Titicaca, decidimos voltar pra conhecer esses lugares.

O que a minha namorada não sabia é que, naquele final de outubro de 2011, junto com as passagens de avião para Santa Cruz, eu comprei também as alianças para nosso noivado. Entretanto, toda vez que o assunto casamento surgia, eu desconversava, dizia que depois da viagem nós conversaríamos sobre, e coisas do tipo.

Em novembro, conversei com a minha sogra e meu sogro e contei pra eles que nós ficaríamos noivos na Bolívia, mas que seria surpresa. E juntos marcamos a data do casamento, para dia 18 de março de 2012. Escolhi dia 18/03 porque o aniversário dela seria dia 21/03, assim passaríamos o aniversário dela em lua de mel.

Já no final de novembro de 2011, a mãe dela contratou o buffet, reservou o lugar da festa e começou adiantar tudo que era possível. Claro, sem minha namorada saber de nada.

Eu sempre falava que o ideal era noivarmos em julho e casarmos em outubro de 2012. Em dezembro, ela já estava loca porque toda vez que o assunto casamento surgia, eu desconversava (claro, surpresa é surpresa!).

Uma semana antes de viajarmos, em dezembro de 2011, ela encontrou no meu quarto a caixa das alianças (vazia, porque eu prevendo que isso podia acontecer escondi as alianças em outro lugar). Desconfiada, foi conversar com a mãe dela, pra saber que eu havia falado alguma coisa, mas minha sogra desconversou.

Alertado pela minha sogra, fui conversar com ela explicando que aquela caixa era presente de uma amiga pra eu guardar as alianças o dia que comprasse (era uma caixa diferente, então ela acreditou). Naquele dia nós discutimos, mas eu não podia estragar uma surpresa que planejava há dois meses assim, eu não podia contar meus planos pra ela.

Depois de uma discussão daquelas, eu morrendo de rir por dentro, mas tendo que mantes a pose de ofendido por ela não confiar nas minhas decisões e blá, e ela achando que eu a estava enrolando, combinamos que, ficaríamos noivos em março de 2012 e casaríamos em julho de 2012. Detalhe que eu sempre falava que não ia ter nada de especial no meu pedido, que quando eu comprasse as alianças (que já estavam compradas), nós já colocaríamos no dedo e pronto, que esse negócio de pedido especial era frescura (hahaha, ela ficava brava toda vez que eu falava isso, porque ela acreditava que eu estava falando sério).

Ânimos acalmados, fomos viajar. Eu com a aliança 24 horas no bolso e ela sem nem se lembrar do assunto, já que estava tudo certo que o noivado seria em março e o casamento em julho.

Chegamos à Bolívia dia 21 de dezembro de 2011. Fomos pro salar de Uyuni, pegamos neve no natal em meio ao deserto boliviano. Após o natal partimos pra La Paz e no dia seguinte, dia 27/12/11 fomos pra Copacabana, conhecer o tão sonhado Titicaca. Tudo com a aliança escondida no bolso, aguardando o momento oportuno.

No dia 27/12 nós alugamos um barco e fomos a um criatório de truta na beira do Titicaca pra almoçar. Lá você escolhe o peixe que quer comer vivo, eles limpam e servem o peixe pra você em questão de 20 minutos. O tour com almoço saiu por R$ 32,00 (trinta e dois reais), muito barato.

Quando estávamos no barco, indo pro criatório de truta, minha namorada vira pra mim e fala: “se você não fosse tão chato, esse seria um lugar perfeito pra me pedir em casamento”. Eu retruquei de pronto que a gente já tinha conversado sobre esse assunto e que seria em março.

No dia seguinte, nós íamos fazer o tour pra ilha do sol. A isla del sol é uma ilha no lado boliviano do lago, onde os incas acreditavam ter nascido Mama Ocllo e Manco Cápac, fundadores do império. O visual do lugar é incrível e indescritível. Estar lá é como estar em Machu Picchu, somente quem já foi pode compreender a grandiosidade e beleza desses lugares.

Descemos no lado norte da ilha e seguimos o caminho da trilha, para ir à mesa de sacrifício, um sítio arqueológico inca existente na ilha do sol. Um pouco antes de chegar às ruínas, nós paramos para respirar e descansar um pouco. É uma grande subida há mais de 3.800m de altitude do nível do mar. O ar frio e o sol quente castigam, mas o visual daquele imenso lago azul turquesa brinda os olhos e acalma a alma dos fatigados viageiros que fazem a trilha.

No fundo do Titicaca há uma cidade submersa. Nós estávamos sentados olhando exatamente na direção onde ficava essa cidade, subterrada por vinte metros de água doce e azul do Titicaca.

Embebida naquelas paisagens lindas ela falou novamente que ali seria um bom lugar para nós ficarmos noivos. Pelo planejado, eu iria fazer o pedido às beiras do Titicaca, mas no dia seguinte, que seria quando faríamos um ano e seis meses de namoro. Mas não aguentei mais esperar e, ali, no meio do Titicaca, no altiplano boliviano, defronte a misteriosa cidade submersa, tendo como testemunhas o céu infinitamente azul se confundindo com o lago, eu coloquei a mão no bolso, saquei as alianças e a pedi em casamento.

Após os beijos emocionados e toda a comoção do momento, eu contei pra ela que já havíamos marcado a data para o dia 18 de março de 2012, e que passaríamos o aniversário dela casados em lua de mel.

Foi assim que o Titicaca e a isla del sol entrou pra sempre em nossa história. Agora, após um ano, retornaremos no mesmo lugar e dia, se Deus quiser, pra comemorarmos esse um ano de muitas alegrias.

Segue uma foto da minha esposa, no lugar do nosso noivado com a aliança no dedo.

O melhor de tudo é que ela nem desconfiou de nada. E ninguém, de todas as pessoas que estavam ajudando a arrumar o casamento, das pessoas da família, dos amigos, ninguém contou nada, nem deixou nada escapar, tornando possível a surpresa toda.

Para as noivas de plantão, apesar de só ter sobrado apenas dois meses e meio pra organizar o que faltava da festa, nosso casamento foi lindo e deu tempo de sobra.

Sobre o Salar de Ununi:

Fizemos o salar de Uyuni na ida, então de Santa Cruz – Sucre fomos de avião, comprado aqui no Brasil por USD$ 57,00.

De Sucre-Potosí táxi compartilhado (40bs). Na frente da rodoviária tem vários táxi compartilhados para fazer o trecho, dura em média 2:30/3:00 de viagem.

De Potosí-Uyuni fizemos de ônibus, pela primeira companhia que estava saindo. Custou (20 bs) e foi um ônibus horrível. O táxi compartilhado deixa na porta do terminal de ônibus. Se puder escolha um ônibus razoável. Durou 7:00 horas a viagem.

Em Uyuni ficamos num hostel por 50bs. Não lembro o nome, mas lá tem vários, não precisa reservar e pode procurar na hora. Não peque táxi porque a cidade é minúscula.

Tour do salar de 3 dias, pagamos USD$ 100 e fizemos com a Quechua. Não recomendo, porque eles prometem que o carro é deles e tal e no final, nos colocaram junto com várias outras agências (que pagaram até menos que a gente).

Sugiro o passeio de apenas um dia. O primeiro dia é no salar, nos demais você fica andando no meio do deserto pra ver as lagunas e tal, acho que se sua pira não for ver deserto, é dispensável e na minha opinião, entre dos dois dias seguintes no deserto e os mesmos dois dias no Titicaca, eu ficaria no Titicaca.

Uyuni é a pior cidade da Bolívia que eu conheci. Ao contrário de locais como Cochabamba, Sucre, La Paz, Copacabana, que os bolivianos são educados e tal, lá em Uyuni eles não fazem nem esforço. Até os bolivianos de outros locais que moram na cidade dizem que o povo de Uyuni é grosso e mau educado, então imaginem.

Na cidade não há uma gastronomia boa, ao contrário de outros lugares na Bolívia. Tem um restaurante/pizzaria bom, mas só. Não lembro o nome, mas é fácil de achar, é no calçadão principal. Ele é mais requintado e tal. (pizza é algo em torno de 30/40bs)

Fomos de Uyuni pra La Paz de avião pela TAM.BO (transporte aero militar boliviano). Era um turbo hélice horrível, tremeu a viagem inteira, mas fez em 2 horas o que leva 10 horas, então tá bom. Essa passagem só é possível comprar na Bolívia e custa 375bs. Faz Uyuni – Sucre – La Paz. Sai nas segundas e sextas, se não me engano.

La Paz:

A primeira noite nós ficamos no hostel Torino (140bs). Não recomendo. O chuveiro é elétrico na maior parte dos quartos e pra esquentar a água tem que abrir pouquinho e mesmo assim é só meia boca.

Quando voltamos de Copacabana ficamos no Hotel Sagárnaga (170bs). Recomendo com uma ressalva, o carpete nos quartos. Pelo mesmo preço tem o hostel Copacabana, que eu fiquei na outra viagem, que o chuveiro é bem melhor (diga-se, ducha fortíssima e super quente). O café da manhã dos dois é igual: pão, geléia, manteiga, leite/café/chá de coca/suco de laranja.

Comemos muito bem em La Paz e as sugestões já estão no tópico de restaurantes na Bolívia, então, deixe de ser preguiçoso (a) e leia lá.

Fizemos o tour para Tiwanaku por 80bs (01/01/2012) e chacaltaya por 60bs (02/01/2012). O chacaltaya estava super nevado, bem mais que em julho/2011.

Quem pretende fazer compras em La Paz fica uma recomendação, muitas tendas da calle graneiros e llampu fecham do dia 30/12 até perto do dia 05/01. Então planeja as compras fora dessa época.

Há restaurantes abertos até as 23 horas do dia 31/12.

Copacabana:

Tour pra isla flutuante (que é totalmente fake, só vale pela experiência de escolher sua própria truta no criatório) ficou tudo 80bs do barco e 30bs da truta. Vale a experiência se você tiver tempo e quiser fazer uma refeição diferente.

A ida e volta pra ilha do sol sai por 20bs. Te deixam no lado norte e saem pro lado sul as 14 horas. A pessoa escolhe ir pro sul de barco ou pela trilha, mas o barco sai do sul as 16:30 pra ir pro templo do sol e depois ir embora pra Copacabana. O tempo (lado sul) é legal, recomendo, e a mesa de sacrifício (lado norte) vale mais pelo visual em si (caminha-se bastante em subida pra chegar lá).

Almoço na ilha do sol: há vários restaurantes, todos oferecem um menu de sopa/truta por 30bs.

Em Copacabana há vários restaurantes legais. Fomos a um bem legal, mas não lembro o nome nem o preço, mas é fácil, ele tem um monte de coisas feitas de totora, barcos, bichos, llamas, etc. a comida é boa e o crepe de doce de leite é muito bom.

Se quiser comer mais econômico, na beira da praia tem várias barraquinhas que oferecem truta fresca (maravilhosa). Eu recomendo à nº 8. A truta sai pro 20bs.

Hospedagem há diversas em Copacabana, pra todos os bolsos e gostos, então procure, entre nos quartos e veja os chuveiros, ai escolha aquela que mais te agradar.

Só recomendo que quem estiver passando na cidade pelos dias 31/12 e 01/01 esteja prevenido para a possibilidade de não encontrar lugar (nesse caso sugiro que faça reserva antes no hotel Utama, ótimo e confiável no que diz respeito a reservas). A cidade costuma lotar no réveillon e os preços sobem um pouco.

Salar:

Foto da galera do nosso tour no salar, composta por dois belgas, um uruguaio, uma colombiana e dois brasileiros (nós):

Hotel de sal que ficamos hospedados por dentro:

Chacaltaya em dezembro de 2012, nevando:

Post lido.

Maria Emília

Poxa, esqueci de consignar no relato que entre as experiencias incríveis e pessoas maravilhosas dessa viagem, tive a oportunidade de conhecer nossa querida Maria Emília e sua família, em la paz.

Maria Emília, espero que possamos nos encontrar mais vezes por esses caminhos dessa vida. abraços.

Bahh Aletucs...parabéns pelos relatos e pela linda história...amei ler...toda felicidade do mundo pra você e para sua esposa!!!!

Paloma, muito obrigado.

Oi Alexandre, blz?

Só agora pude ler esse relato!! Muito legal sua idéia!!

Eu sempre digo que a Ilha do Sol é um ótimo lugar para casais!! Eu ainda quero fazer uma 2ª lua-de-mel com minha esposa lá. A melhor época para um casal visitar a ilha é no outono pq as flores da ilha deixam tudo lindo demais!!

Parabéns cara!

Abraço.

Péricles, definitivamente há lugares incriveis pra casais tanto na bolivia como no peru. Como a ilha do sol marcou a gente bastante, esse ano nós vamos voltar lá, no mesmo dia, pra comemorar um ano de noivado, uhauahuahuah. adoraria ir no outono, mas por conta do trabalho por enquanto é meio dificil. mas como pretendemos voltar muito na bolivia, um dia vai dar certo.

quanto a 2ª lua de mel, eu incluiria o oasis de huacachina, no peru e tbm aguas calientes. cara, achei aquele lugar incrível pra namorar. o som do urubamba, as nuvens nas montanhas, o clima, nossa gostei muito, tanto que esse ano nós vamos passar duas noites lá.

Alectus tô aqui morrendo de amores pela história..quem disse que não sobrou homens românticos nessa face da terra minha gente???..ADOREI!!!..que sejam muito felizes sempre. Abraçoooosss..

Obrigado Giselli, boa sorte pra vc tbm no seu romance.