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Bolívia e Peru - Em casal com dicas, fotos e gastos + Planilha de custos


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[align=justify]Meu nome é Ricardo, eu e minha esposa Eliane fizemos nosso mochilão pela Bolívia e Peru, entre os dias 29 de setembro e 22 de outubro de 2013, esta é minha pequena contribuição para outros viajantes que pretendem ir à Bolívia e Peru, todo nosso roteiro foi planejado de acordo com dicas aqui do mochileiros.com e algumas outras informações que achei em blogs.

 

Dinheiro

 

- Levamos apenas US$ 250,00 em dinheiro , somente para uso em alguma emergência ( falha de algum cartão ).

- 03 Cartões Internacionais. Usados somente para Saques ou uso no débito.

- Não fiz o VTM ou outro semelhante porque não é vantajoso para quem possui Cartões de Crédito / Débito Internacional , a cotação do Dólar em Saque Internacional através do Débito é mais próxima do Câmbio Comercial e não aquela extorsão de Cambio Turismo que é aplicada ao VTM ou mesmo quando compramos Dólares. Por exemplo no dia em que fui viajar o Dólar no Câmbio Turismo estava no valor mais baixo que encontrei a R$ 2,39 , já o valor do Cambio Comercial a R$ 2,21 , o preço médio que paguei em todos os saques que fizemos no Exterior ( Bolívia e Peru ) foi de R$ 2,24. Mesmo com as taxas é vantajoso, fora que não ficamos carregando muito dinheiro para todos os lados. OBS. Muitos cartões de conta corrente ou poupança, mesmo sem ter a opção de crédito habilitada funcionam para Saques no Exterior. Consulte seu banco antes da Viagem.

 

Coisas úteis

-Caderninho para anotações, caneta, papel higiênico, cadeado ( pra trancar as mochilas nos hostels ), Benjamim " T " , bateria reserva para câmera, Pen Drive ( para backup das fotos ), uma farmacinha básica (gelol, sorine, colírio, aspirina, neosaldina, estômago, faixa, esparadrapo, band-aid, dramin, protetor solar, repelente, hidratante).

 

Documentação necessária

- Passaporte ou RG , levamos o passaporte por ser mais seguro.

- Certificado internacional de Vacina. OBS. Não foi solicitado em nenhum momento.

 

Recomendo

- Deixar alguma quantia em dinheiro e ainda um cartão reserva muito bem guardado, pois vai que você tem o azar de ser assaltado ou perder toda sua grana, alguns recomendam o uso de Money belt, eu não levei pois não gosto, carreguei minha carteira o tempo todo no bolso da frente da calça ( como faço em qualquer cidade movimentada ).

- Aprenda pelo menos o básico de espanhol, vai fazer a diferença, te garanto.

- O Mesmo eu digo para o Inglês, vai te ajudar a fazer amigos durante todo caminho.

 

Reservas

- Só reservamos o Hostel do primeiro dia em Santa Cruz, no mais fomos de cidade em cidade, apenas com uma listinha de 3 a 5 Hostels ou Hoteis em cada cidade, separados por recomendações em sites de reservas como o hostelworld.com / booking.com e também de indicações aqui do mochileiros.

Fizemos desta forma e com certeza foi muito bom.

 

Roteiro

Santa Cruz, Sucre, Potosí, Uyuni, La Paz, Copacabana, Puno, Cusco, La Paz, Santa Cruz

 

29/09 – Santa Cruz de La Sierra

 

Chegamos a Santa Cruz atrasados as 14:05, nosso voo que foi pela Gol, estava previsto para as 11:05 da manhã, ficamos praticamente uma hora aguardando, apenas informaram que dois passageiros não puderam embarcar e tiveram que retirar suas bagagens, vai saber se é verdade...

Passamos na imigração sem nenhum problema, apenas algumas perguntinhas básicas sobre quanto de dinheiro, cidades que iríamos visitar e qual país iríamos depois. Enfim, fomos para esteira esperar nossas mochilas, mochilas nas costas, apertamos o botão de sorteio se teríamos a honra de ter nossas mochilas toda vasculhada, luz VERDE e sejam bem vindos a Bolívia ! Fomos aos caixas eletrônicos no andar de cima do aeroporto, alguns passavam propagandas e tinham várias luzes piscando, estilo alguns Jukebox hahaha, saquei Bs 1500,00 , dinheiro na mão, chegamos à porta do aeroporto, conversei com alguns taxistas e não teve jeito, Bs 60,00 pela corrida até o Jodanga Hostel, a todo o momento ouvíamos pelo rádio PX do Táxi a Central informando o valor da corrida, o taxista era muito gente fina, já havia morado por dois anos em Corumbá, sabia português, mas pedi que o mesmo falasse em espanhol, pois queria conversar em espanhol, pois desde meu outro mochilão no Chile não conversava e teria praticamente um mês para aprender mais, pois ao chegar a qualquer loja, hostel, barraquinha de rua, restaurante falando a língua local, o atendimento e tratamento é melhor, a não ser por alguma azar de pegarmos uma pessoa de mau humor ! O taxista foi falando sobre cada ponto que passávamos, achei bem legal, pois foi praticamente um tour, chegamos próximos ao Jodanga, passamos pelo Parque Urbano estava bem cheio, ele nos recomendou que fossemos até lá, pois teria várias barracas de comidas e ainda poderíamos experimentar o “Juco de Coco” que não tínhamos no Brasil, na hora pensei que fosse nossa “ Água de coco “ que bebemos em qualquer praia e em muitas outras cidades, chegamos ao Jodanga, o hostel é muito bom, mas também é o mais caro que ficamos em toda Bolívia, mas de qualquer forma valeu muito a pena, fizemos o check-in, guardamos nossas mochilas em nosso quarto e rua, fazia um calor infernal em Santa Cruz, chegamos ao parque, fomos em direção a uma barraquinha e fui logo pedindo “ Juco de Coco “ , para nosso espanto era realmente “ Suco de Coco “ hahaha, muito bom por sinal, o parque urbano estava lotado de locais, era como dia de festa, várias barracas, um parquinho montado, pessoas se divertindo, alguns dançando, achamos bem legal, foi nosso primeiro contato com a Cultura da Bolívia, logo mais à tarde, voltamos ao Jodanga, tomamos um banho e fomos para a Praça 24 de setembro, estava acontecendo uma apresentação de danças folclóricas, ficamos assistindo e tirando algumas fotos, compramos Nachos e frozen em uma lanchonete próxima a praça e sentamos em um banco na praça e logo se sentou um senhor de Cochabamba, ficamos mais de um hora conversando com ele, ele nos contou muito sobre a Bolívia, sobre as cidades que iríamos visitar, nos despedimos do senhor e voltamos para o Jodanga, o calor estava pedindo mais banho, fomos para piscina, logo chegaram outras pessoas que estavam hospedados lá, um casal de ingleses que moravam em Salvador a cerca de sete anos, e dois caras do Chile que estavam somente de passagem por Santa Cruz, pois no outro dia iriam a um tour na região do Pantanal Boliviano. Ficamos até tarde por ali, umas caipirinhas, conversando, rindo, interação muito boa. Depois fomos dormir.

 

Santa Cruz e Sucre

 

Acordamos cedo e fomos rumo ao aeroporto, pegamos um voo para Sucre pela BoA, este voo estava marcado para as 7:50 e saiu já era umas 8:15, fizemos uma escala em Cochabamba e logo em seguida estávamos em Sucre, quando desci do avião, percebi logo a diferença da altitude, ao respirar sentia que vinha menos ar para dentro do corpo, apenas esta diferença que senti em Sucre, nem eu e minha esposa tivemos ou sentimos nenhum efeito da altitude em Sucre, ao sair do aeroporto o ônibus que vai ate o Centro da cidade estava acabando de sair, perguntei a um guarda a que hora tinha outro e ele nos disse que seria em cerca de 20 minutos a meia hora, resolvemos pegar um táxi, o motorista pediu Bs 35,00 , disse logo que não era Gringo, era do Brasil e que a Dilma não era tão boa para nós Brasileiros como Evo era para os Bolivianos ( mesmo sabendo que em Sucre tem oposição forte ao Governo ), o motorista estampou um grande sorriso no rosto e disse que já estava acostumado com os Brasileiros pedindo descontos. Hahaha ! Fechou por Bs 20,00, fomos para o Hostal Wasi Masi ( a 5 minutos do mercado central ) tentar a sorte, já que a única reserva que tínhamos feito era para o primeiro dia em Santa Cruz, para as demais cidades, fiz uma pequena lista contendo cinco hostels e hotéis com boas recomendações em sites de reservas e ainda dentro de uma faixa de preço que queria pagar , chegando, perguntei se tinha quarto de casal e fomos ver o quarto, achei bem bacaninha, estava bem limpo, banheiro privado e com café da manhã, deixamos as mochilas, a moça da recepção nos deu um mapa de Sucre, fomos direto ao Mercado Central, já era hora do almoço e estava morto de fome, em minhas viagens gosto muito de ir aos mercados e lugares frequentados pela população local, pois assim vivemos a cultura do lugar, almoçamos, ficamos rodando por todo mercado, lembrei das “Hojas de Coca”, tínhamos que experimentar.

Além de tudo já sabíamos que era bom mascar e tomar o chá para evitar o soroche, melhor não arriscar rsrsr.

 

Dica: Você que chegou agora no mochileiros e pensa em ir à Bolívia ou Peru, saiba que a folha de coca não é droga, não da nenhuma onda, nem brisa, nem nada !

Outra coisa, não se assuste com os costumes locais, são bem diferentes dos nossos, as comidas são em muitas vezes diferentes das nossas, mas nem por isso o gosto é ruim, lembre-se também que alguns pratos típicos de várias regiões do Brasil são considerados bem exóticos e estranhos para muitos estrangeiros, lembre-se da “feijoada, rabada de boi, buchada de bode, chouriço, dobradinha, pé de porco, caldo de mocotó,entre muitos outros”.

Não achamos as folhas de coca por ali, resolvemos ir ao Mercado Campesino, pegamos um ônibus na avenida ao lado mercado, se não me engano era o ônibus nº 07, o motorista nos informou a hora certa de descermos, não imaginava que este mercado era tão grande, várias ruas, cheias de barracas vendendo tudo que se possa imaginar, não reparei se tinha outros viajantes por ali, acredito que por ser mais afastado do centro muitos não vão até lá, compramos folhas de coca e mais uma barrinha tipo um doce de banana que intensificava o efeito das folhas de coca, tomamos sorvete, que por sinal estava muito bom, depois tomamos o ônibus em direção ao centro de novo e paramos um pouco na praça principal para descansarmos, rodamos todo centro, vale muito à pena dar umas voltas por todo centro de Sucre, é como uma volta ao passado, casarões, praças e monumentos muito bem conservados, depois fomos a La Recoleta, subimos tudo a pé, vale muito a pena, é só ir devagar e conhecendo as ruas, paramos em um café que tinha por lá, tomamos um chá de coca e depois um suco, ficamos cerca de uma hora conversando, apreciando a paisagem e ainda o por do sol ! Belíssimo ! Voltamos ao centro, descendo por outra rua, já estava um pouco escuro, passamos mais uma vez pelo mercado central e comemos uma deliciosa salada de frutas.Mais tarde, jantamos e voltamos para o Hostal e fomos dormir.

Dica: Evite comer comidas pesadas a noite nos primeiros dias na altitude.

 

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Sucre e Potosí

 

Depois de uma excelente noite de sono, acordamos cedo, tomamos nosso desayno e fomos dar mais umas voltas ali por perto do Hostel, a inicio pensávamos em fazer o Tour para ver as pegadas de Dinossauro. Mas resolvemos ir neste mesmo dia para Potosí, voltamos para nosso Hostel e fizemos o check-out, fomos para o Terminal de Buses, compramos a passagem para Potosí pela Trans. Villa Imperial, ônibus um pouco antigo, mas em bom estado de conservação, na hora do embarque conhecemos um casal de Ingleses, Karrye e Ronan, por coincidência tinham se hospedado no mesmo Hostel, sentaram-se ao nosso lado na ultima fileira de bancos, na passagem deles o horário de saída do Ônibus era as 11:05 e na nossa era 11:15, o ônibus saiu as 11:00 em ponto, nada dos temidos atrasos relatos por aqui, a paisagem a caminho de Potosí nos surpreendia a cada curva, a cada morro que subíamos. Uma coisa que notei e que me deixou admirado, era ver aquela terra árida com apenas uns pequenos riachos que mal passavam água, com toda esta escassez de água, irrigavam a terra e plantavam. Vi diversas plantações durante todo caminho, apesar de não falarmos inglês muito bem, digamos que minha fluência é de uns 65% rsrs, conversamos com os ingleses durante toda viagem, apresentei a eles as hojas de coca, gostaram muito rsrs. :mrgreen:[/align]

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Potosí

 

[align=justify]Nossa viagem até Potosí durou pouco mais de três horas, ao chegarmos no terminal de buses, resolvemos ir de Táxi ao Hotel San Antonio, os ingleses também ficaram conosco neste Hotel, Hotel simples mas confortável, a classificação dele segundo o guia de hotéis de Potosí que estava afixado na portaria era “ Uma Estrela “ , mas nem sei, os quartos estavam limpos, tinha TV a cabo, banheiro era compartilhado e o preço muito bom, deixamos nossas mochilas no quarto e fomos almoçar, fomos ao mercado central que estava a menos de 3 quadras do Hotel, de lá fomos a Casa Nacional de Moneda, Igreja La Merced e ainda a Torre de La Compañia de Jesus que foi muito legal, logo em seguida procuramos uma agencia para fecharmos o Tour as Minas de Cerro Rico, descobrimos que no dia seguinte teria um “ Paro “ a greve geral que sempre fazem na Bolívia, o pessoal da agencia nos disse que faria o tour sem problemas, já que as cooperativas que controlam as Minas iriam trabalhar normalmente, fechamos com a Agencia Braniesca Tours, o guia e dono chama-se Carlos, é um ex mineiro que trabalhou nas Minas de Cerro Rico por quase 30 anos, e o turismo que eles oferecem nesta agencia é um pouco diferente de outras agencias que pesquisamos, pois é turismo de Aventura e vão até 500 metros dentro das Minas, algumas outras só entram cerca de 50 metros e voltam, vai da coragem de cada um. Durante nossa permanência na agencia, o soroche me pegou forte, estava tonto e me sentindo cansado, a senhora da agencia preparou e serviu um chá de coca para todos, em uns 10 minutos estava novo ! Saímos de lá e ficamos rodando sem rumo pelo centro, logo em seguida paramos em um Pub que estava tocando Rock Clássico, perdemos a noção do tempo por lá, o Ronan bebeu umas cervejas, eu fiquei mais no chá de coca e comemos um pouco, mas a maior parte foi conversando, por volta de meia noite fomos para o Hotel, no dia seguinte acordamos cedo, tomamos o desayuno , fizemos o check-out e guardamos nossas mochilas em um deposito no Hotel e logo em seguida o pessoal da agencia já estava nos buscando para a grande aventura nas Minas do Cerro Rico, era um Corolla caindo as pedaços, mas estava andando rsrs, no caminho paramos na agencia para vestirmos as roupas de proteção e outros equipamentos para entrar na mina, achei engraçado porque na garagem da agencia haviam dois carros novos uma Land Rover e outra caminhonete da Toyota.

Logo depois paramos no mercado mineiro para comprarmos folhas de coca, álcool 96% e ainda uns refrigerantes para levarmos para os mineiros, fomos até uma parte no carro da agencia, havia uma enorme cancela na rua e algumas pessoas fechando a rua, atravessamos este bloqueio a pé, já havia um outro carro nos esperando do outro lado do bloqueio, quando entramos no carro, um senhor se aproximou e começou a xingar o motorista e o guia falando que era um absurdo trabalharem no dia do “ Paro “ o motorista respondeu que tinha 2 filhos em casa que precisavam comer e que se esperasse por ajuda do governo estaria fu****, arrancou o carro e fomos até uns 200 metros do acesso a Mina, ao chegarmos na entrada da Mina o guia nos deu algumas explicações de segurança e ainda explicou algumas tradições dos mineiros, nos disse ainda para não falarmos nada sobre Deus dentro da Mina, que isso traria má sorte, que seria bom falarmos palavrões, isso traria boa sorte e proteção! Hahaha, então mandei um “hijos de puta” só para descontrair, o guia respondeu, “ muy bien” !!! hahaha Como os ingleses falavam muito pouco espanhol, eu seria o tradutor , arrumei um emprego novo durante o mochilão rsrsrs, tudo que o guia falava traduzia da melhor forma para os novos amigos. Entramos na Mina, fomos descendo, a quase 50 metros de profundidade paramos em um “ Tio “ que é uma representação do Demônio ( ou Deus ) protetor das Minas, o guia fez um pequeno ritual, jogando um pouco do álcool e acendendo um cigarro e colocando da boca do tal capeta, também pediu que todos fizessem o mesmo e bebêssemos um pouco do álcool 97% com um pouco do refrigerante, vou falar a verdade, e não é que o tal álcool fica excelente com o refrigerante hahaha, saímos daquela parte e fomos mais fundo na Mina, passamos abaixados por cerca de uns 5 metros e chegamos em uma parte que havia um enorme buraco com um tipo de elevador que transportava as rochas retiradas até a superfície e ainda alguns mineiros trabalhando, me aproximei deles e conversei um pouco, bebi mais um pouco do álcool com refri com eles, descemos mais, passamos em uma parte que tinha apenas uma tábua no chão e uma outra madeira de corrimão, chegamos perto de um buraco enorme que não dava para ver o fundo, a cada minuto que se passava aprofundávamos mais, as vezes ouvíamos explosões de dinamite nas partes mais fundas da Mina, chegamos em um túnel que a toda momento passavam mineiros empurrando aqueles pequenos vagões cheios de rochas para serem transportadas até a superfície pelo elevador e então processadas e separados os minerais, paramos um pouco para descansar, o guia nos disse para apagarmos as luzes das lanternas para termos a sensação da escuridão nas profundezas da Mina, que sinistro que foi, nem um pontinho de luz, era como se fôssemos cego, já estávamos a cerca de 2 horas dentro da Mina.

 

 

 

Logo em seguida fizemos todo caminho de volta até a entrada da Mina, voltamos para a agencia e nos despedimos do guia e de sua esposa, apesar de alguns acharem este passeio dispensável, eu recomendo a todos que façam, além de uma aventura, é uma excelente oportunidade de darmos mais valor ao que temos, e ainda de conscientizarmos sobre a vida de um modo geral, ver aquele pessoal ali naquele trabalho duro, difícil e super perigoso, já que o tempo todo estão correndo risco de morte, Carlos o guia nos falou que já aconteceram muitos acidentes fatais nas Minas, hoje ainda acontecem, mas são mais raros pois eles seguem algumas regras de segurança, e mesmo assim quando conversei com alguns mineiros, eles demonstraram satisfação com a vida apesar de tudo, pois estavam trabalhando e garantindo o sustento de suas famílias. O guia nos informou que cada trabalhador da Mina ganha em média cerca de Bs 150,00 por dia, ainda nos disse que parte do dinheiro que cobram pelo turismo é repassado para as cooperativas que investem em melhorias para os trabalhadores.[/align]

 

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[align=justify]De volta ao centro da cidade, nos despedimos de Karrye e Ronan, os mesmos iriam permanecer em Potosí, eu e minha esposa fomos almoçar, foi um pouco difícil de acharmos um local para comermos, pois a grande maioria dos restaurantes estavam fechados por causa do “Paro”, depois voltamos para o Hotel, desçamos um pouco e pegamos nossas mochilas, o dono do Hotel nos disse que a partir de 5:00 da tarde os ônibus para Uyuni iriam sair normalmente, pois o “ Paro “duraria somente até as 5:00, resolvemos ir a pé para o terminal de onde saem os ônibus para Uyuni, como era somente descida foi fácil, nossa caminhada durou uns 25 minutos, com algumas paradas pelo caminho para conversamos com outros mochileiros que encontramos. Chegamos ao terminal e compramos nossas passagens para Uyuni no ônibus que sairia as 6:00 da tarde pela Diana Tours ( Bs 30,00 por pessoa ), um casal de franceses se aproximou e pediu informações de onde compravam as passagens para Uyuni. Pontualmente partimos para Uyuni.

 

Uyuni

 

Chegamos a Uyuni as 10:00, o relógio / termômetro em frente à parada de ônibus marcava 4º graus, um friozinho até bom rsrs, algumas pessoas das agencias apareceram oferecendo o tour para Uyuni com aquela velha historia que todos comentam por aqui, " só tenho mais duas vagas, nenhum agencia vai sair amanhã " bla´blá blá , uma senhora de uma agencia ficou insistindo muito conosco e também os franceses que estavam no Terminal de Potosí, em questão de 1 minuto toda rua já estava vazia, só um taxi parado, os franceses já tinham reserva em um Hotel, a senhora da agencia ofereceu para nos levar até a um hotel que era parceiro da agencia dela, ela nos disse que custaria Bs 200,00. Era o Hostel Oro Blanco que fica praticamente ao lado da estação de trem, estava na minha lista com o preço de Bs 90,00 e falei que pagaria no máximo o preço que tinha anotado, aceitamos a carona, ao chegarmos no Hostel, perguntei quanto custava e o atendente me informou que custava Bs 150,00, mas que poderia dar um desconto faria a Bs 120,00, acabamos fechando por Bs 90,00, fomos ver o quarto, estava limpo, chuveiro com água quente, cama macia, sem desayuno, deixamos as mochilas e fomos procurar o que comer e ainda tentar comprar a passagem de trem para irmos até Oruro, de lá pegar um ônibus para La Paz, comemos hamburguesas em um pequeno trailer ao lado da estação, era o único lugar que achamos aberto. Chegando na estação de Trem tinha somente algumas pessoas esperando o Trem que sairia as 11:55, um guarda nos informou que a bilheteria abriria as 11:00, esperamos um pouco e logo a bilheteria se abriu e compramos as passagens para domingo dia 06/10 as 00:05, ou seja, na noite de sábado para domingo, o Trem era o Expresso Del Sur, classe Salon, tinha TV, banheiro e aquecimento e custou Bs 60,00 por pessoa, eu quis ir de Trem porque inicialmente, no planejamento do nosso mochilão queria muito ir até a Bolívia pelo Trem da Morte, acabei mudando de idéia por questão que perderíamos muito tempo desta forma, esta viagem de Trem de Uyuni a Oruro era como uma recompensa rsrsrs. Depois voltamos para o Hostel e fomos dormir. Dica. Indo de Trem de Uyuni para Oruro, depois pegando um ônibus até La Paz fica mais barato que ir direto de ônibus até La paz, há vários horários de ônibus de Oruro/La Paz e custam entre Bs 15,00 e Bs 20,00. Além de tudo evita-se a estrada de terra que liga Uyuni a Oruro e a paisagem de quando estamos chegando de Trem a Oruro é magnífica !

 

Manhã de quinta-feira acordamos cedo, tomamos desayuno em um pequeno restaurante próximo ao Hotel, minha esposa voltou para o Hostel para separar algumas coisas nas mochilas e fui à procura de uma agencia para fechar o Tour, passei por vários agencias, algumas bem indicadas e consideradas as famosas, os preços estavam entre Bs 650,00 até Bs 780,00, todas as agencias ofereciam basicamente as mesmas coisas, acabei fechando na Sandra Travels por Bs 600,00. Tinha lido alguns dias antes da viagem, algumas pessoas recomendando esta agencia, resolvi arriscar, já que todos falaram bem, eu sou mais um ! Recomendo muito a agencia, pois tivemos um tratado VIP, durante o relato vocês saberão o por que.

 

Tour pelo Salar de Uyuni

 

1º dia

 

Voltei para o Hostel e fizemos o check-out, passamos em um mercadinho, compramos água, alguns pacotes de biscoito, chocolates, etc. As 10:30 estávamos na porta da agencia conforme combinado esperando nosso carro para irmos ao Tour, logo após as 11:00 o carro chegou com o Guia e motorista ( Oscar ) e mais quatro pessoas, o motorista pegou nossas mochilas e colocou na parte de cima do carro, tivemos sorte na escolha da agencia e também com os outros viajantes que fizeram o Tour conosco, uma moça de Lima ( Esthér ), dois equatorianos ( Karina e Santiago ) e ainda uma Colombiana ( Jeimy ) que morava no Equador. Estes três últimos já eram amigos e se encontraram na Fronteira do Peru com Bolívia por pura coincidência. Apresentamo-nos e entramos no carro rumo ao Tour, todos muitos ansiosos, a primeira parada foi no Cemitério de Trens, achei legal pelo lugar, não de ver os antigos trens naquele estado, deveriam criar um museu, logo depois paramos em Colchani, muito interessante aqueles artesanatos em Sal, logo após começou para valer o Salar de Uyuni, depois de alguns meses de planejamento finalmente estava no Salar de Uyuni, grande emoção, sinceramente não conseguiria descrever apenas com palavras o que sentia naquele momento, era um dos pontos altos da viagem para mim, paramos no Hotel de Sal que estava sendo reformado, nem entramos, mas quando vi as Bandeiras foi muito emocionante, havia vários carros parados por lá, um enorme grupo tentando fazer uma grande foto em grupo saltando em perspectiva, foi muito legal juntar-me aquela multidão de todas as nações, almoçamos por ali mesmo, nosso almoço foi composto por Quinua (um cereal nutritivo nativo dos Andes), tomate, pepino, cenoura, banana, bife, ketchup, maionese e coca-cola. Tinha lido sobre a comida nas agencias que fazem o Tour para o Salar serem em pouca quantidade, em nossa agencia dava até para repetir, eu repeti para falar a verdade rsrs. Vi um grupo com uma bandeira de um time de futebol daqui de Minas Gerais, me aproximei e era uns caras que estudavam em Ouro Preto, por coincidência estudam junto com um primo da minha esposa, não me recordo no nome de todos, mas tinha um que o apelido era Geléia, turma gente fina, me despedi do pessoal e entramos novamente no nosso carro, fomos mais ao centro do Salar onde era mais branco, o motorista parou para tirarmos mais fotos e ainda fez um buraco no chão, retirou alguns cristais de sal e presenteou a todos do grupo, continuamos nosso passeio pelo Salar, paramos na Isla Del Pescado, não estava interessado em pagar Bs 30,00 para subir até lá para tirar fotos, tinha lido a respeito da Isla e que era legal fazer uma caminhada ao redor da mesma, chamei o restante do nosso grupo, todos se animaram, e lá fomos nós, seguimos a direita da ilha, uns 400 metros à frente resolvemos subir na Isla, e encontramos uma pequena trilha, fomos andando por ela,pudemos observar uma espécie de coelho que vive na Isla, um lugar tão inóspito com vida ?! Maravilhas da natureza... Demoramos cerca de uma hora para fazer toda nossa caminhada ao redor da Isla, ao chegarmos no local onde os carros param, subimos um pouco da Isla e tiramos mais algumas fotos, observei ainda que tinha um grupo de motoristas ( uns 10 ) bebendo “ umas “ meio que escondidos. Um pouco mais tarde continuamos até um pequeno vilarejo nas proximidades do Salar chamado “ Santiago de Agencha “ , nosso albergue era composto por uns Chalézinhos com uma cama de casal e outra de solteiro e ainda banheiro no quarto ( água fria ) , tinha uma construção maior onde tinham os banheiros coletivos ( água quente ) que pagamos Bs 10,00 por pessoa para tomarmos banho, outro salão onde era a cozinha e o refeitório, após o banho fomos todos para o refeitório, somente nossa agencia estava hospedada neste albergue, tínhamos visto vários carros em outros abrigos pelo caminho ( abrigos mais simples ), o Jantar estava ótimo, uma deliciosa sopa de entrada, mais prato principal, refrigerante e sobremesa, após o jantar ficamos todos ali, a menina Colombiana ( Jeimy ) colocou umas músicas para tocar no celular e ela tentando nos ensinar a dançar “La Cumbia “ música típica da Colômbia, muito legal, todos dançando e divertindo, a noite era nossa ! rsrs, Lá pelas 11 da noite fomos dormir.

 

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2º dia

 

Acordamos as 6:30 da manhã, tomamos um banho e também nosso desayuno, logo já estamos colocando as cargueiras em cima do carro para partimos para a grande aventura no segundo dia, algumas horas depois paramos no mirante do Vulcão Ollague, um vulcão que sempre esta com sua fumaça viva, em seguida seguimos em direção as lagunas altiplanicas, nossa primeira parada foi na Laguna Cañapa, em seguida a Laguna Hedionda, o solo dela possui grande quantidade de matéria orgânica e gases, parecido com um mangue, só que bem fedorento, aliás, o nome Hedionda significa Fedorenta, nela vivem muitos flamingos ! Foi também nossa parada para o almoço, notamos que o motorista iria almoçar sozinho do outro lado carro, Jeimy convidou-o para juntar-se a nós. Ele se sentou ao meu lado, eu notava que ele estava tímido, talvez aquela fosse a primeira vez que ele almoçava junto de um grupo de viajantes, Oscar era muito simples, mas muito atencioso com todos do nosso grupo. Seguimos para a Laguna Honda, onde encontramos um senhor da Alemanha ( Klaus ) que estava vindo desde o Alaska de Bicicleta e estava a 16 meses na estrada. Ainda iria continuar viagem até a Patagônia Argentina. Seguimos viagem, logo após entrarmos no Deserto de Siloli nosso Jeep teve um pequeno vazamento no radiador que foi prontamente consertado pelo motorista, andamos um pouco no meio do nada enquanto o motorista consertava o carro, às vezes passava algum Jeep a mais de 100 por hora, o vento era bem forte!!! Continuamos nossa viagem, após algum tempo de viagem paramos na Árbol de Piedra, ao entardecer chegamos ao Parque da laguna Colorada onde pagamos Bs 150,00 para acesso, fomos para um abrigo que mais uma vez era somente nosso, descemos as mochilas do carro, e fomos andar em volta da Laguna Colorada, o por do sol foi muito bacana, o frio era bem mais intenso que da noite anterior e ainda era intensificado pelos fortes ventos, entramos para o abrigo e logo foi servido nosso jantar e em seguida Oscar trouxe-nos uma garrafa de vinho, bebemos um pouco, pedimos outra, resolvi deixar um termômetro do lado de fora do abrigo e logo em seguida já marcava -13º , era pouco mais de 10 da noite. Entramos para nosso quarto e ficamos contando piadas até tarde da noite, dormimos muito bem, apesar de Santiago ter roncado até.

 

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3º dia

 

Acordamos às 4 da manhã e rapidamente todos já estavam prontos, tomamos desayuno e fomos em direção aos Geysers “ Sol de La Mañana “ achei fantástica esta parada, uma pena que foi rápida ! Continuamos e paramos nas águas termais, a beira do lago estava congelado, já era umas 8 da manhã e o frio era intenso, tomei coragem e tomei um banho quentinho, a maior parte do pessoal que estava por lá não teve coragem de entrar na água, mas uma oportunidade daquelas no meio do nada...nem pensei direito rsrsrs, o difícil foi na hora de sair, trocar de roupa com todo aquele frio hahaha, deixei minha bermuda no banco do nosso Jeep com a porta aberta e após uns 15 minutos ela estava congelando, partimos em direção a Laguna Verde que fica na base do Vulcão Licancabur, simplesmente fantástico !!!

Retornamos pelo mesmo caminho, e pegamos uma estrada a que sairia a direita da Laguna Colorada, paramos em um pequeno restaurante onde estavam parados carros de outras agencias, almoçamos e seguimos nossa viagem rumo a Uyuni, passamos por alguns vilarejos, chegamos a Uyuni por volta de 5:30 da tarde, pedimos ao Oscar para deixarmos próximo a estação de Trem, todos nós iríamos de Trem a noite para Oruro, despedimos dos nossos novos amigos, fomos ao mesmo Hostel que tínhamos dormido para tomarmos banho, não era o mesmo atendente que estava quando chegamos antes de partir para o Salar, ele queria nos cobrar Bs 20,00 somente para tomarmos banho, negociei com ele e fechei um quarto até as 11:00 da noite por Bs 40,00, achei que valeu a pena, pois tomamos banho, organizamos nossas mochilas, limpamos as botas que estavam imundas ( depois de 3 dias no meio do salar ) e ainda dormimos um pouquinho, as 11 da noite fomos para a estação e reencontramos nossos amigos do Salar, despachamos as mochilas e ficamos aguardando o Trem.

As 00:05 partimos rumo a Oruro, a viagem foi bem tranquila, dormi muito bem , acordei com o dia amanhecendo, ainda faltavam quase 2 horas de viagem para chegarmos a Oruro, as 6:00 da manhã ligaram a TV do Vagão, todos foram acordando, um senhor passava vendendo café da manhã, chegamos na estação de Oruro as 7:25 da manhã, pegamos nossas mochilas, saímos de lá e fomos andando até o terminal de buses, esta caminhada dura cerca de uns 15 minutos, compramos as passagens para La paz em um ônibus que partiria as 9:00 da manhã por Bs 20,00 (não me recordo o nome da empresa, mas era um ônibus de 2 andares relativamente novo ) , nossos amigos do Salar compraram em outra empresa que o Ônibus iria sair as 8:45 , Karina nos deu um flyer com a propaganda de um novo Hostel recém inaugurado em La Paz para podermos nos encontrar mais tarde, nos despedimos do pessoal.[/align]

 

 

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