Hoje faz exatamente uma semana em que vivenciei uma grande experiência de vida! Não apenas de superação física, mas, principalmente de superação mental. Fui acampar na Praia do Perigoso, localizada na Barra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Essa praia é uma das 5 praias da cidade carioca considerada selvagem. Ao todo são 1,5 km por dentro da vegetação da Mata Atlântica. E lá fomos nós, levando uma bagagem super leve!
Cada trilha/viagem, possui suas particularidades e aprendizados, e essa não foi diferente. A beleza dos locais que visitei sempre foram incríveis, mas, além de todos os fatores externos, o que mais me encanta e complementa todas as lições que adquiro, são as pessoas com quem compartilho esses momentos. Além dos perrengues e das risadas, algumas experiências e seus significados se tornam muito mais fortes em viagens. Como o lance da proteção, do cuidado, da preocupação que temos uns com os outros, do simples ato de racionar a comida ou a água em prol do coletivo. Sei que são coisas aparentemente bobas ou rotineiras, mas eu, nem sempre consigo vivenciar essa rotina na minha vida. Então, essas situações, onde atos como esses se afloram mais rapidamente, possuem um valor inestimável em meu caminho. Além é claro, de cada história única que surge em uma trip, é sempre motivo de gratidão relembrar desses momentos!
Depois de muito violão, conversas em frente á fogueira, risadas e muitas histórias, domingo acordamos cedo para fazer o Rapel na Pedra da Tartaruga. Este recanto famoso situa-se em frente á Praia do Perigoso. O rapel é de aproximadamente 45m. Agora entra propriamente a parte da superação, mas principalmente da confiança em si e nos outros. Todos temos nossos traumas, inseguranças e muitos medos. Eu não sou diferente! Eu fui acampar, mas no fundo não sabia se iria ter coragem para fazer o rapel ( que era o ápice do final de semana). Pensei em desistir algumas vezes sem nem ao menos ter visto a altura do que me aguardava. E isso é um erro, pois sofrer por antecipação e limitar sua própria mente, acaba também, limitando toda a sua energia e potencial, que ás vezes, você só descobre que têm, em momentos de escolhas ”extremas”. Falei da confiança acima, porque eu só consegui superar minha limitação (muita mais mental do que física), com a ajuda daqueles que trilharam essa escolha comigo. Sem o apoio psicológico dos instrutores e dos que também desceram a pedra, sozinha eu não teria saído nem de casa. Gratidão infinita por cada frase do tipo: ” Pensa pelo lado bom Larissa, se você morrer, pelo menos vai morrer fazendo algo incrível”, ou ” Fica calma, não pensa, se for pra morrer é melhor morrer sorrindo”. Por incrível que pareça, foram essas frases que me fizeram seguir adiante. Sei que teve toda uma seriedade também, mas essas frases me impactaram e me fizeram ver a verdade que existe nelas, por mais que na hora, elas eram a única coisa que eu não queria escutar, ainda mais com a palavra morte no meio hahahaha. Sei que a sensação foi inexplicável, eu nunca me senti tão viva! Depois que o rapel passou para o negativo,( quando não há contato dos pés com a parede, chamamos de rapel negativo) e eu vi a imensidão a minha volta, admito que até pensei: ” E se der algo errado e eu morrer aqui e agora”? Mas foi um pensamento rápido demais, não deu tempo dele se instalar na minha cabeça porque era tudo mundo lindo e tudo muito vivo! Eu só conseguia sentir gratidão. Gratidão pela experiência, pelas pessoas que viveram ela comigo, pelas minhas escolhas terem me levado até aquele momento. Gratidão por estar dando pequenos passos em busca do que acredito, e, principalmente, gratidão por não me deixar estagnar pela tirania do tempo ou de qualquer outro tipo fator limitante. Ainda não estou aonde gostaria de estar, ainda não mudei e melhorei tudo que eu preciso mudar e melhorar, mas o que as viagens e as pessoas me ensinam, é que o caminhar é mais importante que o caminho, que ver é diferente de enxergar e que, o lindo da vida são as inconstâncias e mudanças na jornada! Um agradecimento especial a equipe Anjos Radicais pelo trabalho lindo que realizam. Muita gratidão a essa aventura e a tudo que aprendi. Até a próxima estrada!