Cada vez mais viajantes apostam na Palestina como destino turístico. O “Welcome to Palestine” (Bem-vindo à Palestina) ressoa pelas ruas de Ramallah a qualquer indício de presença de um ‘ashnabi’ (estrangeiro, em árabe). No caso dos mochileiros, “jovens movidos por inquietudes culturais, linguísticas ou políticas”, afirma Chris Alami, um dos sócios do Hostel in Ramallah (um dos hostels da cidade), em entrevista à agência EFE, publicada no LaVanguardia.com.
Mike, sócio de outro hostel da cidade, o Area D, relata a surpresa dos hóspedes ao se depararem com a realidade da Cisjordânia. “Eles esperavam ver cidades cheias de escombros com milicianos armados até os dentes”, afirma acrescentando “e quando encontram uma baixa criminalidade, infraestruturas relativamente modernas e gente amigável vivendo sob uma ocupação militar bastante visível, tendem a questionar seus preconceitos e alguns até suas crenças fundamentais”.
O mexicano Victor Vilchisteria, um engenheiro de software de 28 anos hospedado no Hostel in Ramallah reforça o comentário de Mike. “Queria conhecer melhor a Cisjordânia, falar com as pessoas e formar uma opinião por mim mesmo do que acontece, para ter uma concepção integral do conflito. Creio que assim se humaniza o problema”.
A reportagem afirma que é cada vez mais frequente a figura do viajante que, após passar uns dias em Israel e apesar das advertências recebidas sobre segurança, decide conhecer a Palestina. “Eles estão em Jerusalém, Tel Aviv e percebem que sobrarão uns dias. É fácil e barato vir a Ramallah. Você pega um ônibus em Jerusalém por 8 shekels (menos de dois euros), cruza um posto de controle – o que lhe tomará entre meia hora e uma hora e meia, dependendo do tráfego – e chega a uma terra totalmente diferente”, explica Alami.
Do ponto de vista do viajante a cidade tem muito potencial. “É divertida, barata, segura, há atividades culturais e políticas, quase todas grátis”, enfatiza. Laura, hóspede do Area D por exemplo, participaria de aulas do idioma, cozinha palestina e saídas noturnas pelos bares de Ramallah antes de continuar seus estudos universitários na Suíça. “Queria ver ambos os lados e depois não quis ficar em Israel”, afirma confessando que ela mesma se mostrou reticente a ir aos territórios palestinos ocupados por acreditar que seria muito complicado deslocar-se pela área. “Pensei: vou ter que prestar muita atenção em cada ponto de controle. Mas não. Não é difícil, o contrário. Viajar aqui não é um problema. Eu recomendo”.
Alami diz que os viajantes adoram a gente, a comida, as vistas e encontrar algo inesperado, “o que é a parte mais divertida do turismo mochileiro”, opina.
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