A belíssima área conhecida como Piedras Rojas, na Laguna Salar de Talar – Deserto do Atacama, na província de Antofagasta, no Chile é bastante visitada por turistas de todo o mundo e também por nós brasileiros.
O kitesurfista brasileiro Reno Romeu tem sido apontado como um dos turistas irresponsáveis que gerou impacto sobre a fauna local, como ele mesmo inicia uma “Nota de Esclarecimento” publicada ontem (14/01/2018) em sua página no Facebook. Ele faz parte do programa “Kite Extremo” exibido pelo canal de TV pago, Canaloff.
Um vídeo mostrando a prática se espalhou inicialmente por grupos de Whatsapp locais e no dia 21 de dezembro do ano passado foi notícia na mídia chilena. Por aqui, começou a circular nos últimos dias, em um tópico no Mochileiros.com, no nosso grupo no Facebook (aqui e aqui, respectivamente) e em compartilhamentos de viajantes na rede social.
De acordo com o site de notícias BioBioChile, a área é habitat de flamencos. À publicação, Alejandro Santoro Vargas, diretor da Corporación Nacional Forestal (CONAF), entidade que administra a política florestal chilena disse que a área não está sob proteção da CONAF, portanto nem sob sua administração, mas confirmou que a ação do turista tem impacto e gera alterações no sistema ambiental. “[alterações] reversíveis – a fauna se vai e logo volta – pois o Salar é zona de descanso e alimentação de flamencos e outras espécies, mas não nidificação”.
Uma publicação feita no Facebook (já removida ou tornada privada pelo/a autor/a) questiona a falta de fiscalização por parte do Serviço Nacional de Turismo (Sernatur) e da própria CONAF. “Vão terminar matando este lugar e seremos obrigados a nós mesmos [moradores] a emigrar deste oásis”, reflete indignada no trecho publicado pelo BioBioChile.
Abaixo o vídeo (publicado no BioBioChile) da ação do kitesurfista:
Kitesurfista publicou nota de esclarecimento:
Proibida a visitação de ‘Piedras Rojas’ por tempo indeterminado?
Algumas publicações no Facebook afirmam que está proibida por tempo indeterminado a visitação a área conhecida como Piedras Rojas, um dos vários passeios da região oferecidos por agências locais.
Trecho da nota de esclarecimento do kitesurfista Reno Romeu afirma que “A restrição de acesso a Piedras Rojas, neste momento, não se deve somente à veiculação de forma distorcida da prática do Kitesurf, mas ao acúmulo de problemas locais como o aumento do turismo de grande escala, que gera lixo, pichações e descarte de dejetos humanos e o avanço das atividades de mineração, entre elas, de lítio (…)”.
Nota da Redação: Não conseguimos encontrar nenhuma publicação oficial confirmando a restrição de acesso a Piedras Rojas, mas contatamos a Assessoria de Imprensa do Turismo chileno através de e-mail (e mensagem via Twitter) fazendo esta pergunta. Assim que tivermos uma resposta este post será atualizado com esta informação.