Para quem está em visita ao Peru e já curtiu tudo de Machu Picchu e gosta de uma programação “à la Indiana Jones”, mais ao norte encontrará importantes sítios arqueológicos que, por séculos ficaram escondidos nas cidades de Trujillo e Chiclayo. Tesouros como a Huaca de la Luna, Cidadela de Chan Chan e Tucume foram identificados, restaurados e abertos à visitação, atraindo viajantes do mundo todo.
Denominada de Rota Moche, a região mostra um pouco da história da civilização mochica, que durou aproximadamente 700 anos, até a chegada dos incas. “Os mochicas marcaram muito mais profundamente a história do Peru. Os incas existiram por cerca de 200 anos, no período mais recente de nosso passado, mas antes deles existiram outros povos igualmente interessantes”, explica Renzo Ugarte, diretor da PROMPERÚ, entidade responsável pela promoção turística do país.
O tour à Rota Moche geralmente começa em Trujillo, que fica a menos de uma hora de vôo da capital Lima. De lá parte-se para a Huaca de la Luna, um templo para rituais sagrados repleto de imagens e inscrições em adobe. Próximo ao local há um museu, onde se pode ver fotos das tumbas encontradas por arqueólogos, artefatos, materiais têxteis e muitas cerâmicas, certamente a principal arte deste povo. Vasos e estátuas em diferentes formatos e tons contam como era o cotidiano, além de descrever com detalhes rituais sagrados e de sacrifícios – humanos ou animais.
Em seguida é possível conhecer a Cidadela de Chan Chan, o menor de 10 palácios que foram habitados pelos chimus (posteriores aos mochicas) e o único aberto à visitação. É impressionante percorrer seus labirintos de adobe e compreender a engenhosidade da obra. Tudo ali foi pensado, planejado, tem uma justificativa.
Chan Chan é o maior conjunto de ruínas de adobe do planeta.
A viagem continua para a cidade de Chiclayo, a 250 quilômetros de Trujillo, onde fica Tucume, um grandioso complexo com 26 pirâmides de terra habitadas por famílias lambayeque (que existiram entre mochicas e chimus) entre os anos de 800 e 1000 D.C., e o Museu das Tumbas Sagradas do Senhor de Sipán, que narra a descoberta dos restos mortais do talvez mais importante governante da civilização mochica.
No meio do caminho entre as duas cidades ainda há o complexo El Brujo, onde foi encontrado o túmulo da Dama de Cao, uma jovem de 20 a 25 anos cujos vestígios indicam o único matriarcado da América do Sul. Neste local também há um museu que merece ser visitado.
Desde o início dos anos 90, todos os sítios citados neste texto estão recebendo investimentos do governo peruano, assim como de institutos nacionais e estrangeiros. O objetivo é protegê-los de saqueadores e fazer com que os habitantes de seus entornos melhorem suas condições de vida através do turismo. Também é uma forma de resgatar uma rica história que estava perdida. Mas ainda falta muito: há dezenas, talvez centenas, de outras áreas que ainda dependem de recursos financeiros para serem exploradas. Nestes casos, o jeito é tentar esconder as escavações iniciadas e torcer para que ninguém mal intencionado as encontre antes.
Civilização mais antiga da América
Seguindo a rota arqueológica, Caral é outra das maravilhas peruanas. Patrimônio Mundial (Unesco) ali estão restos da mais antiga civilização do continente americano, guardando importantes conjuntos arquitetônicos (pirâmides, templo, anfiteatro, inscrições em cerâmica etc) do período de 3.000 a 1.500 a.C.
A cidade fica no Vale do Supe, a 200Km ao norte de Lima e é uma das 18 bases arqueológicas identificadas no vale.
Quem vem do Norte, parte para Caral (que fica no distrito de Supe) a partir de Barranca (Km 213 da Panamericana); quem vem do Sul a partir de Huancho (Km 141 da Panamericana). Mais detalhes de como chegar em cada sítio em: http://www.zonacaral.gob.pe/conoce-caral/como-llegar-a-caral/
A civilização Caral se formou há 5000 anos, sendo tão antiga como a Mesopotâmia, a Harappa da Índia, a China ou civilização egípcia. Todas essas interatuando entre si e com isso enriquecendo seus processos culturais. “… a sociedade de Caral se desenvolveu em completo isolamento, pois não teve contato com as outras civilizações do Velho Continente, nem do Novo, pois se adiantou em, pelo menos, 1500 anos à sociedade Olmeca, reconhecida como outro foco civilizatório da América”, afirma o Proyecto Especial Arqueológico Caral-Supe/INC.
Por isso e por estar fora dos roteiros turísticos convencionais no Peru já merece a visita!
Mais informações sobre roteiros com Arqueologia no Peru em: http://www.peru.travel/br/cultura/arqueologia-1092-6-552-4.1
Sobre Caral no: http://www.zonacaral.gob.pe/
Dicas de outros viajantes sobre o país em: Fórum Peru
Com informações da Assessoria de Imprensa
Eu fui à Caral e gostei muito, mas talvez tivesse deixado pra uma outra oportunidade. O lugar foi descoberto há pouco tempo (bom, 10 anos, mas pra escavar um local é pouco tempo) então ainda não dá pra ter uma noção da dimensão das coisas. Na verdade, mesmo eles ainda sabem pouco sobre o lugar.
Comentários à parte: muito bom mesmo o site, vou colocar nos links de sites úteis do meu blog. Só uma crítica construtiva, talvez vocês pudessem organizar uma maneira da pessoa consiga buscar com mais facilidade informações que ela precisa. Quando eu cliquei em “destinos” na verdade eu buscava algo específico (eu imagino que a nuvem de tags sirva pra isso aqui, mas não está completa, não dá pra buscar Costa Rica ali, por exemplo.
Oi Lucas! Obrigada pelo comentário e observação sobre Caral (ajuda outros viajantes).
Que bom que tenha gostado do site e o indique em seu blog :). Nós ainda não tivemos tempo de publicar nossos ‘blogs/sites recomendados’, bem como organizar o site por completo. O conteúdo está entrando pouco a pouco e a organização feita da mesma maneira (Ainda estamos nos adaptando à ferramenta blog – somos do tempo do HTML rrsrsrs). Ah, valeu pela dica sobre as tags (Costa Rica havia entrado com a tag América Central, mas de fato o menu de navegação precisa estar mais claro).
Abraço!