Os free shops de Rivera

Para quem não sabe, os free shops são lojas onde os produtos são vendidos com redução ou isenção de impostos. Podem ser lojas pequenas, ou verdadeiros shoppings, como alguns encontrados em Rivera, no Uruguai.
Um dos maiores e que mais publicidade local faz é o Siñeriz. Além do shopping de mais de 10.000m², eles têm na principal avenida da cidade, a Sarandí, lojas por departamento, como uma que só vende bebidas ou outra que só vende artigos para pesca, viagem etc.
Estivemos na cidade e dando uma olhadinha nas lojas em janeiro e o movimento era bastante tranquilo. Quase todos os atendentes falam português; os que não falam, falam portunhol. Os preços geralmente estão em dólares americanos, mas as lojas aceitam Peso uruguaio e Real.
Mesmo sendo um lugar de compras, ou seja, onde há bastante dinheiro circulando, não me senti ameaçada (de ter a bolsa furtada, por exemplo) em nenhum momento. O que pode acontecer é de uma vendedora ou outra, de rua, sobretudo de cosméticos, querer lhe empurrar alguma coisa.
Uma moça – pouco simpática para uma vendedora – quis porque quis, me ‘apresentar’ um excepcional creme sei lá do que, que servia para não sei o que, fabricado não sei onde e que vinha com 2 super brindes, um perfume masculino outro feminino (os 3 de marca desconhecida) pela módica quantia de R$ 60. Desistiu rapidinho da tentativa de venda quando eu pacientemente deixei que ela falasse todo seu texto até que pegasse meu braço para testar a fragrância e eu disse na sequência, muito educadamente: Moça, eu não vim fazer compras, estou só de passagem.
Acho que ela não gostou muito da minha atitude (de esperar ela botar todo o discurso em prática) – risos. Este foi o único episódio incômodo na área das lojas. Mas, incômodo mesmo é ver tanta coisa boa e não poder comprar!

Atenção: viajantes por terra podem comprar até USD 300 (por pessoa) sem ter que pagar impostos ao governo brasileiro.

Produtos de interesse para os viajantes

Tem? Teeeemmmm! Mas nem tudo está tão mais barato assim, com relação aos preços praticados no Brasil. É o caso por exemplo, de lentes e câmeras fotográficas ou smartphones.
Já barracas e outros acessórios para camping, tinham preços um pouco mais baratos e muita coisa, como aqui, fabricada na China. Talvez valha a pena para quem está viajando sem os equipamentos e que durante a viagem venha a precisar deles. Aí você já usa nesta viagem e fica para as próximas, no mais não é tão vantajoso.
Calçados nos pareceram interessantes. Variadas marcas femininas e botas das marcas Caterpillar e Salomon masculinas por exemplo, estavam com preços bons. Uma Salomon custava USD 89.

Paraíso de los borrachos

Quem é chegado numa birita – de qualidade! – pode fazer a festa por ali. Para se ter uma ideia, uma Tequila Jose Cuervo que aqui chega a custar R$ 70, lá custa USD 13 (ou seja, nem R$ 25). 4 vodkas suecas Absolut por USD 78 e por aí vai; fora a variedade de bebidas não facilmente encontrada fora das grandes cidades brasileiras.

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Promoções de bebidas são bastante comuns | Foto: Silnei L Andrade / Mochila Brasil

‘As minA pirA’

É meninas, é grande e boa a oferta de cosméticos (maquiagens, perfumes, cremes, shampoos etc), sem falar nas bolsas! Se passarem por Rivera e tiverem uma graninha sobrando, vale uma passadinha ao menos no shopping Siñeriz. (Cito este, porque se você estiver de passagem e com pouco tempo, o fato de tudo estar concentrado em um único ambiente, facilitará muito sua vida – não que haja dificuldade na circulação pelas outras áreas com lojas).
Há também boa variedade em óculos de sol (pelo menos uns R$ 100 ou R$ 200 mais baratos que no Brasil, dependendo de marca e modelo), artigos fitness, muitos relógios de pulso (e não é que tem gente que ainda usa?!) etc.

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O shopping Siñeriz concentra boas opções de compra, além das lojas dividas por departamento na principal rua da cidade | Foto: Silnei L Andrade / Mochila Brasil

Circulando pela área das lojas

Se você estiver de carro, há estacionamentos nos arredores e também vagas na avenida onde a maioria das lojas se concentra, a Sarandí. Ali, em algumas áreas é necessário utilizar um papel informando dia e hora que o veículo estacionou (como nas Zona Azul de São Paulo, Rio Rotativo no Rio de Janeiro, o EstaR de Curitiba, etc). Se levássemos uma multa não sei como funcionaria, já que é um carro brasileiro. Não tentamos saber, e preferimos pagar os R$ 2 pelo papelzinho, que na verdade, creio, deva ter ficado com o guardador de carros.
A avenida mais famosa da cidade além das lojas, tem os restaurantes, câmbios e algumas lanchonetes. Se você precisar de farmácias, o ‘point’ fica no Brasil, mais precisamente na Rua dos Andradas (Centro) é uma atrás da outra, literalmente.

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Na principal avenida da cidade, a Sarandí concentram-se as lojas | Foto: Silnei L Andrade / Mochila Brasil

Além dos free-shops

Se você quer comprar alguma tranqueira de qualquer jeito e não ficou contente com o que encontrou circulando pelas lojas, dirija-se ao camelódromo em frente à Praça Internacional. Além de encontrar muita bugigança de plástico, relógios e óculos de acabar com a retina (como em qualquer outro camelódromo) você vai reparar na gritante diferença entre as bancas brasileiras e uruguaias, as segundas, muito mais arrumadinhas.

Onde estão

A maioria das lojas está na Avenida Sarandí (a principal da cidade) e em algumas travessas dela.
O Shopping Siñeriz fica na Sepe, 51 (tem loja do Burger King, cafeteria e até cinema, com sessões em português e espanhol). No lado brasileiro mesmo você já irá se deparar com placas para este shopping, que tem site e até fanpage no Facebook. Funciona de segunda a segunda, das 9h às 21h.
Opções de hospedagem em Santana do Livramento e ou Rivera aqui.

Foto do autor

Claudia Severo de Almeida

Jornalista, há 20 anos escreve sobre Turismo Backpacker/Mochileiro e viagens independentes. Participou do corpo de júri especializado do Prêmio 'O Melhor de Viagem e Turismo' (categoria Hospedagem - Hostel). Cocriadora do site Mochileiros.com.

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