Você tem coragem para descobrir o que quer para a sua vida?
Consegue identificar o que está vivo em você e que caminho quer percorrer?
Por que você faz o que faz?
Para quem você faz o que faz?
Há aproximadamente dois anos, essas perguntas passaram a ser minhas companheiras de todos os dias. Mesmo que eu não as convidasse, elas sempre apareciam projetando sombras ou direcionando meus pensamentos. As sensações que elas despertavam não eram agradáveis nem tornavam minha rotina mais fácil.
Nessas circunstâncias, havia dois caminhos possíveis: ir sobrevivendo aos dias em estado de semiconsciência ou iniciar um processo de autoconhecimento e assumir as rédeas da situação. Para minha salvação, escolhi a segunda alternativa. Eu sabia que esse era o caminho mais longo e difícil, mas nem fragilizada eu considerava a possibilidade de me render.
Depois de arregaçar as mangas e respirar fundo, lá fui eu estudar, assistir a palestras, fazer terapia, meditar, encontrar refúgio na natureza, participar de workshops e, mais importante, conhecer e me conectar a pessoas que haviam passado ou estavam passando por um processo de transformação similar ao meu. Foram essas conexões que alimentaram minha coragem de olhar para dentro e encarar meus monstros de frente. Pois era lá dentro, no mesmo lugar onde habitavam esses monstros, que estavam as respostas que eu procurava.
A primeira resposta concreta veio durante uma sessão de meditação em que visualizei a Terra como ela se apresenta em fotografias tiradas do espaço. Ouvi o chamado para ser uma das cuidadoras do nosso planeta e aceitei imediatamente. Eu não sabia ao certo as consequências que viriam depois do meu “sim”, mas resolvi deixar cada coisa para seu tempo.
Para eu poder participar desse grupo de cuidadores tornou-se inviável continuar cumprindo o sistema de regras e hierarquias das organizações com fins lucrativos. De maneira planejada e responsável, renunciei à função de Representante da Direção de uma das melhores empresas para se trabalhar na América Latina, depois de 22 anos dedicados ao mundo corporativo.
Finalmente escolhi colocar a minha formação como educadora a serviço dessa causa. Meu projeto de vida é descobrir caminhos para uma nova educação e contribuir para a formação de cidadãos ativos, livres para explorarem suas potencialidades e conscientes do seu papel na construção de um mundo melhor através da cooperação e não da competição. Um mundo onde a utilização da riqueza e a diversidade do meio ambiente respeite os limites de renovação natural, em que os talentos múltiplos tenham amplo espaço para florescer, onde os modelos de desenvolvimento econômico estejam harmonizados com os de desenvolvimento social e onde nós estejamos finalmente integrados com a Terra e todos os seres.
Meu planejamento é viajar o mundo por 5 anos (um ano em cada continente) fazendo imersão em escolas inovadoras e comunidades sustentáveis, cooperando, aprendendo e me capacitando para, na volta ao Brasil, implantar um centro de formação dos cidadãos deste novo mundo. Este é um sonho possível. Já há muitos trabalhando para este fim, formando uma rede que só cresce em número e diversidade.
Há aproximadamente dois anos, eu não tinha ideia até onde as perguntas com que iniciei este texto me levariam. E, mesmo ainda tendo uma estrada longa a percorrer, todas perguntas já estão respondidas. Hoje, em vez de me sentir confusa e sem esperança, estou consciente, confiante e cheia de amor para contribuir e assistir ao despertar do mundo.
Se você se abrir para as oportunidades, elas se abrirão para você. Foco positivo é o maior presente!
Com um pouco mais de um mês de viagem por 2 países e 27 cidades, tenho experimentado o poder da parceria e da cooperação através do Couchsurfing, das caronas, do trabalho voluntário e tantos outros movimentos que me permitem não exceder o meu planejamento financeiro de €20 por dia.
Voe nessa jornada comigo (http://voenessa.blog.br/)!