Nada pode ser ruim em se tratando de viagem, certo? Sim, mas a gente sabe que é preciso alguns cuidados especiais com a saúde; seja prevenindo e ou tratando um ‘Mal de altitude’ ou outros problemas que podem surgir naturalmente em nossas andanças.
Os boletins epidemiológicos do Comitê Estadual de Saúde do Viajante (criado pela Secretaria de Saúde de São Paulo) mostram que a conjuntivite é a segunda maior doença transmissível das que são monitoradas no turismo.
De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, um dos fatores que contribui para isso é o uso abusivo de ar condicionado, que nem sempre tem a manutenção adequada e infesta o ar com microorganismos.
O especialista destaca 4 causas que podem prejudicar a saúde dos olhos durante as viagens:
Água contaminada
A água quente facilita a proliferação de parasitas e bactérias, então se você se empolgou com a jacuzzi do hostel é bom ficar atento. Os sintomas são dor intensa, olhos vermelhos e aversão à luz.
Usar lentes de contato em jacuzzis, praias ou piscinas dobra o risco de contaminação fulminante da córnea e pode até cegar, adverte o especialista.
Queda de umidade
Nos aviões a umidade do ar pode cair 30%. Por isso os olhos ficam ressecados e acabam se transformando em uma porta aberta para a contaminação.
Se você é daqueles que curtem ver muitos filmes durante o percurso no avião é bom tentar dar um descanso para os olhos. “Isso causa fadiga visual e piora o ressecamento dos olhos. Para driblar o desconforto e evitar complicações, o ideal é carregar na bagagem de mão colírio de lágrima artificial para instilar nos olhos durante o voo”, recomenda. À noite, por exemplo, a produção natural lacrimal é menor.
Lentes de contato
Nos voos com mais de 2 horas de duração, as lentes de contato devem ser substituídas por óculos, alerta o oftalmologista. Isso porque, a baixa umidade no avião faz com que a lente que fica suspensa sobre a córnea entre em atrito com sua camada externa, mesmo que a lágrima artificial seja instilada no olho.
Quem insiste em usar a lente de contato nas viagens aéreas mais longas, provoca lesões superficiais na córnea, destaca.
O resultado são olhos vermelhos, doloridos e lacrimejantes. A única terapia para este tipo de dano é evitar o uso de lente até a completa regeneração da córnea.
Em pessoas com baixa imunidade e nas que voltam a usar a lente antes da recuperação, as lesões podem infeccionar. “Caso a infecção não seja tratada com medicamentos adequados provoca úlceras na córnea e diminuição permanente da visão” avisa.
Calor faz colírio perder efeito
O especialista explica que todo colírio desnatura, ou seja, perde o efeito quando exposto a altas temperaturas, alguns inclusive precisam ser mantidos sob refrigeração.
Para quem tem Glaucoma, doença que em 90% dos casos está relacionada ao aumento da pressão intraocular, deve informar seu oftalmologista quando for viajar, para que ele prescreva um colírio adequado ao tipo de viagem.
Outra dica do médico é carregar colírio para apenas 1 mês. “A maioria dos colírios têm validade de um mês depois de abertos. Usar medicação vencida é igual deixar de usar” ressalta.
A imagem que abre o post é de Luis Antonio Rodríguez Ochoa.