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Aproveitando o Feriado do Papa pelo Rio (Mauá, Penedo, Vassouras, Terê)


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O Feriado do Papa não estava exatamente programado nas nossas agendas e levou algum tempo até que entrasse oficialmente no calendário da empresa onde trabalho. E o feriado ainda ficava no meio de dois fins de semana de viagens nossas. Ainda assim, não podemos deixar de viajar!

 

Dentre as várias opções listadas, optamos por revisitar alguns lugares que não íamos havia tempos. Planejamos muito pouco dessa vez: apenas que passaríamos uma noite em cada lugar diferente e que começaríamos por Visconde de Mauá. Acabou que ficamos em Mauá, Penedo, Vassouras e Teresópolis, uma noite em cada cidade. E com o desafio de ter de encontrar acomodação econômica em cada lugar. Felizmente deu tudo certo.

 

Visconde de Mauá

Fui muitas vezes a Mauá nos anos 90. E não ia havia mais de dez anos! Estava curioso de rever o lugar tanto tempo depois, ainda mais agora que está quase tudo asfaltado.

 

Quinta-feira foi um dia bem frio no Rio de Janeiro. Costumo dizer que a cidade tem 3 dias de frio por ano. Certamente aquele foi um desses dias. Para piorar, estava chovendo. Saímos bem cedo pela manhã e pegamos chuva durante boa parte da estrada. Chegamos em Mauá com o tempo bem pesado. Zero de visual nos mirantes da recém-asfaltada estradinha que liga Penedo a Mauá. Mas, de fato, agora é beeeem mais fácil de chegar. Ainda que não necessariamente mais rápido – é uma estrada que exige cautela e baixa velocidade.

 

A região é conhecida como Visconde de Mauá, mas na realidade Visconde de Mauá propriamente dita é um dos três bairros locais, e o menos badalado deles. É o único bairro que fica geograficamente no município de Resende. Os outros bairros, Maringá e Maromba, ficam no município de Itatiaia.

 

Mauá tem pouca coisa, é onde você chega da estrada, é logo o primeiro lugar. Tem pousadas e tem alguns bons restaurantes e é de lá que você parte para subir a Pedra Selada (que eu nunca fui).

 

A partir de lá, a estrada ainda está sendo asfaltada. Como chovia e eles estão terraplanando a área, era um lamaçal de fazer colorir o nosso carrinho branco. Seguimos para Maringá.

 

Maringá é a região mais badalada, mais cheia. O rio que a cruza divide a cidade e os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, então você tem Maringá-RJ e Maringá-MG, que fica geograficamente no município de Bocaina de Minas.

 

Foi em Maringá que paramos para rever a área. Tudo cresceu muito, claro. Eu sempre fui para Mauá (mas nunca tinha ficado em Maringá) para curtir as cachoeiras, o rio e o clima frio de montanha, mas Maringá é forte também na coisa de lojinhas e gastronomia. De lojinhas eu quero distância, mas gastronomia eu passei a curtir. Então fomos almoçar no badalado restaurante Gosto Com Gosto, que fica em Visconde de Mauá.

 

Antes disso, passeamos bastante pela área e conseguimos uma pousada em Maringá mesmo, Coisas do Arco da Velha (R$ 150 o chalé, que na verdade é um quarto mais elaborado que os aptos). Bem central, atendeu ao que queríamos para passar a noite.

 

Toda vez que eu ia a Mauá, andava muito. Mesmo quando ia de carro, eu me impunha uma lei de somente usá-lo para chegar e ir embora. De resto, era andar. Acho que burlei essa regra da última vez que fui, e burlei dessa vez novamente ao ir para a Maromba, para onde fomos depois do bom (e esbanjador) almoço. Maromba era o lugar em que eu geralmente me hospedava, quase sempre acampando. Mais perto das cachoeiras, com mais opções de camping, era um lugar bem bicho grilo nos anos 90. Era também um paraíso para apreciadores da cannabis – lembro que era difícil estar na vila e não sentir aquele indefectível cheiro. Naquela quinta-feira em que estivemos por lá, não senti. As coisas mudam.

 

Deixamos o carro no largo da Maromba e seguimos a pé até a Cachoeira do Escorrega. Nunca fui de carro naquele trecho. E ainda acho que é desnecessário, curto muito subir a estradinha a pé, curtindo o rio que passa logo ao lado. Chegando no Escorrega, surpresa. Nunca tinha visto aquele lugar sem NINGUÉM! Vazio, como nunca tinha visto. Certamente era o tempo fechadíssimo e a chuva que ia e voltava. E o frio, claro. Valeu rever, momento nostalgia.

 

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Escorrega

 

Andando de volta, ainda desviei brevemente para rever a Cachoeira Véu de Noiva (nome campeão absoluto de cachoeiras pelo Brasil!), da qual nem tinha mais lembranças. É pequena e bem legal.

 

Fui rever o camping onde tantas vezes me hospedei, que ficava pertinho do largo. Na época tínhamos de cruzar o rio pelas pedras (e torcer para não estar cheio!). Hoje tem pontezinha de madeira com corrimão. Mas estava fechado. Já surpreende que ainda seja um camping!

 

Retornamos a Maringá, já no fim da tarde. Passeamos novamente, provamos exemplares da microcervejaria local, a Serra Gelada (gostamos!) e paramos num lugar maneiro cheio de cervejas artesanais (uma constante nessa viagem!), que fica do lado mineiro. Era nossa pausa de fim de tarde.

 

Fui colocar uma calça para aguentar o frio noturno e partimos para jantar uma pizza. Andamos até onde se chama Alto Maringá e achamos um lugar simpático e que tinha boa pizza, ainda mais fina do que meu gosto.

 

Não houve tempo, evidentemente, de rever as Cachoeiras do Alcantilado, o Vale do Pavão, o Vale das Cruzes (adorava o visual do planalto de Itatiaia a partir de lá), a Cachoeira de Santa Clara (minha preferida, não sei por que) e outros lugares mais. Mas não era o nosso foco, queríamos apenas rever o lugar de um modo geral e ver o quanto tudo mudou. Muito bom.

 

No dia seguinte acordamos cedo e, depois do café, pedimos uma famosa bomba inatômica para relembrar. Mais revival!

 

Bombas inatômicas eram (ainda são!) bombas de chocolate com recheio de alguma fruta (começou com banana, mas agora tem morango, abacaxi e etc.) que um americano (bicho grilo, claro) fazia na região e, nos fins de semana, ia vender no largo da Maromba. Isso no anos 90. Ele chegava de carro (acho que era uma Brasília), abria a mala e fazia as bombas na hora, com cobertura fresquinha de chocolate. Comemos muito aquilo!

 

Numa das vezes que falei com ele, naquela época, ele dizia que a coisa das bombas inatômicas tinha feito mais sucesso do que ele imaginava e que ele não tinha ido pra Mauá para isso! O negócio era relaxar e curtir a paz e a natureza, não se tornar um empresário (!). Acabou que ele realmente relaxou e foi curtir a vida. O filho dele, conforme o pessoal nos falou, é quem hoje faz e distribui pelas lojas, pousadas e restaurantes da região. Continua uma delícia. Se tivesse como manter refrigerada, teria trazido algumas pra casa.

 

Seguimos cedo para Penedo.

 

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MIrante na estrada

 

Penedo

 

Depois do dia fechadíssimo e com chuva, céu azul.

 

Penedo é outro lugar para onde fomos muitas vezes. Estivemos lá há poucos anos. É lugar charmoso, badalado, também com muitas opções de lojinhas e gastronomia. O clima frio de montanha também se faz presente, ainda que com um pouco menos intensidade que Mauá. Tem algumas cachoeiras também, mas Mauá tem mais e melhores. Mas Penedo tem infra melhor. É lugar pra relaxar mesmo.

 

Depois de passearmos pelo centrinho para rever as coisas, arrumamos uma pousada que foi um achado! Casa do Artista (R$ 80), bem perto do centro. Ligamos para algumas pousadas, todas lotadas. Liguei para essa e eles falaram que estavam lotados, mas que tinham um salão, área bem básica e simples, que podia ser alugar por 80 pratas. 80 pratas eu gostei muito de ouvir! Perguntei o básico: tem cama, tem banheiro? Sim e sim. Tô dentro! O tal salão era meio que depósito de sobras da pousada, mas era arrumado tinha uma cama honesta, um banheiro honesto, que nos atendiam plenamente. Ainda tinha uma TV, mas nem vi. Foi o grande achado da viagem, em termos de preço.

 

De tarde demos uma longa parada na cervejaria Penedon. Adoramos as cervejas que eles fazem por lá, ficamos um bom tempo saboreando. Já meio cambaleantes, estávamos andando de volta para o centro, quando nos deparamos no caminho com uma lojinha tipo empório. Opa! Vamos conferir. Mais cervejas diferentes! Conferimos algumas, compramos outras, e lá fomos nós (com caixa de cervejas na mão) para a pousada para nos agasalharmos para a noite.

 

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Cervejando na Penedon

 

Jantamos uma truta no Rei das Trutas. Eu não curto frutos do mar, mas decidi provar tudo o que vem na minha frente novamente. E descobri que boa parte dos peixes de rio caem bem no meu gosto. No caso da truta, estava MUITO boa. Mas o preço não é baixo, prepare-se.

 

Passeamos pelo centrinho, até encontrarmos um bar Fidel, ou coisa parecida. Sei que tinha umas cervejas nacionais que não conhecíamos. Fomos conferir, claro! Ainda ficamos trocando ideia com um cervejeiro de lá. Teria showzinho mais tarde, mas aquela hora era nossa saideira, dormimos cedo.

 

Sono bom.

 

Sábado saímos bem cedo para Vassouras.

 

Vassouras

 

Nunca tinha ido para Vassouras, era a região “nova” no nosso roteiro. Na verdade, eu ainda me vejo em dívida com a região do Vale do Café. Já curti Conservatória e Barra do Piraí, mas há outras cidades na região a explorar.

 

A ideia era explorar o que fosse possível do Vale do Café, sobretudo Vassouras e Valença, que eram lugares onde nunca tínhamos ido. Além disso, queríamos ver se era possível visitar pelo menos alguma fazenda antiga da era do café – talvez o grande atrativo turístico da região.

 

Coincidentemente era fim de semana de encerramento do Festival do Vale do Café e haveria um show do João Bosco na principal praça principal de Vassouras.

 

Chegamos na cidade e curtimos a praça principal, a Praça Barão de Campo Belo, demos uma volta por ela. Tem a Igreja Matriz N.S. da Conceição no alto, um chafariz, a Casa de Cultura (onde pegamos algumas boas informações), a Câmara Municipal (vale uma visita rápida), tudo nos arredores da praça. É interessante.

 

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Praça Barão de Campo Belo

 

Conseguimos agendar uma visita à Fazenda Cachoeira de Mato Dentro. Saiu por R$ 40 cada um. Ligamos também para a Fazenda Cachoeira Grande, mas lá a visita custava R$ 70. Achamos ambas caras, fomos na mais em conta. Tentamos também outra fazenda, mas ninguém atendia.

 

Andamos um pouco pelos arredores do centro, passamos pela antiga estação de trem (é de lamentar que estações de trem no Brasil tenham virado coisa do passado) e pegamos o carro para conhecer Valença, que fica a pouco mais de 30 km de Vassouras.

 

No caminho, passamos por Barão de Juparanã, distrito de Valença, um lugar bem interessante, onde tem uma velha (e infelizmente bem largada) estação de trem. De lá, acabamos pegando uma estrada de terra – que, além de ser de terra, é caminho mais longo para Valença. Mas eu queria conhecer Sebastião de Lacerda, um distrito onde foram filmadas cenas do filme “Histórias que só existem quando lembradas” (gostei demais desse filme). Só que, conforme fomos lentamente desbravando aquela estrada de roça, fui fazendo os cálculos de tempo (ainda era de manhã, mas tínhamos agendado a visita à fazenda para 14:30), vendo que a viagem por terra era beeem mais lenta, e... concluímos que era melhor deixar Sebastião de Lacerda para outro dia. Infelizmente. Fim das contas, pegamos a estrada de roça por nada.

 

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A estação de trem abandonada de Barão de Juparanã

 

Em Valença, rodamos um pouco de carro pela cidade e não achamos muito interessante. Só mesmo a região da Praça XV de Novembro, com a catedral ao fundo pareceu mais interessante no aspecto urbano. Passeamos um pouco por ali e logo fomos almoçar num quilo honesto que tinha ali pertinho.

 

Acho que o barato de Valença está mesmo nas fazendas da região, além de algumas cachoeiras. Espero explorar em outra ocasião.

 

Retornamos para Vassouras, direto para a fazenda. Importante dizer que não há sinalização na estrada para chegar lá, é fundamental você pegar as coordenadas quando entra em contato com a fazenda. Em algum ponto da estrada para Três Rios você entra numa estrada de terra e segue até o fim (uns 7 km de terra).

 

Na Fazenda Cachoeira do Mato Dentro só havia outro casal para fazer o passeio. O senhor que nos recebeu é o atual proprietário e é ele que nos mostrou a fazenda e contando as histórias dela. Passamos uma tarde bem agradável por lá, encerrada com um cafezinho local.

 

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Fazenda Cachoeira do Mato Dentro

 

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Cafezinho no fim da visita

 

Próxima missão era encontrar um lugar para dormir. Ligamos para hotéis no centro, estavam todos lotados. Conseguimos um na estrada mesmo, Pousada Veredas (R$ 120), honesto. Apesar de ser na estrada, pegamos um quarto de fundos, que nos proporcionava menos barulho. Ficava pertinho do centro.

 

Relaxamos um pouco na pousada e saímos de noite para ver o que rolava na praça, além do show do João Bosco. Jantamos no Varanda’s, que tinha boa pizza e cervejas Eisenbahn (viva!). Passeamos pela pracinha iluminada de noite e com o show que rolava. Tinha bastante gente, mas não tava nada lotadão. Curtimos um pouco o show, mas o sono bateu forte e retornamos.

 

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Igreja Matriz iluminada à noite

 

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Show de Joaão Bosco no Festival do Vale do Café

 

No dia seguinte, o esquema de sempre. Acordamos cedo, café, e partimos cedo para o destino seguinte.

 

Teresópolis

 

Terê é meio que nosso quintal. Fica a 90 km do Rio, já fomos lá incontáveis vezes.

 

Dessa vez queríamos rever a feirinha, conhecer a St. Gallen e rever amigos que moram lá. Foi o que fizemos.

 

Chegamos e fomos na Feirinha do alto. Não tenho saco para ficar zanzando por lá, mas queria comprar uns potes de molho de tomate que um senhor vende numa barraquinha -- gosto muito aqueles molhos! Depois de um role geral, deu meio dia e seguimos para a St. Gallen. Achei muito cedo para ir lá, mas Katia insistiu, dizendo que fica cheio. E fica mesmo: chegamos lá meio dia e pouco e tinha um aglomerado de gente na porta pra entrar. Depois vimos que era para fazer tour na fábrica. Entramos no restaurante e, minutos depois, ficou lotado. E com gente esperando na porta. Nem 13hs eram.

 

A St. Gallen não é nada barata (cervas de 400ml a 11, 12 pratas), mas muito bom pra saborear as cervejas Therezopolis em chope. Provamos de tudo, repetimos, esbarramos em amigos, curtimos bastante.

 

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Cardápio criativo

 

Encontramos uma pousada bem bacana, a melhor da viagem (de longe!), para pernoitar. Pousada Aventureiro (R$ 130). Ótima escolha. Ligamos para algumas outras, mas tinham preços acima do que estávamos dispostos a pagar.

 

De resto, fomos curtir o friozinho com vinho e amigos, enquanto carros se aglomeravam para descer para o Rio no fim de tarde.

 

Dia seguinte acordamos cedo, tomamos o ótimo café da manhã da pousada e descemos tranquilamente para o Rio. Ainda era feriado pela manhã.

 

 

E assim foi nosso feriado do Papa.

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