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Alter do Chão, PA em 3 dias - com fotos e valores


Caru Bastides

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Já visitou a Amazônia? Não? Então pra começar, vá para Alter do Chão!

 

Ultimamente vinha me perguntando por que nós, brasileiros do sudeste, não tínhamos tanto interesse em conhecer a Amazônia. Todo gringo que eu conhecia me dizia que conhecer a floresta amazônica era uma das prioridades de destino em uma viagem em solo brasileiro.

Será que a razão é o alto valor das passagens para a região norte do país? Ou por que temos uma cultura de curtir praia, daí a preferência pelo nordeste?

Qualquer que seja a razão, eu também era uma das muitas brasileiras que sequer tinha pensado em conhecer a região. Foi aí que em uma noite de insônia, matando tempo no facebook, apareceu no meu feed de notícias um post de um colega do grupo Mochileiros com uma promoção imperdível de passagem aérea para conhecer Alter do Chão no feriado de 15 de novembro. Por R$ 260 ida e volta, não pensei duas vezes, comprei na hora os vôos entre São Paulo e Santarém.

Fiquei feliz porque seria o primeiro lugar da Região Norte que eu conheceria, e porque um amigo de Manaus já havia me mostrado fotos lindas de Alter do Chão.

Eu que sou uma garota de praia, amei a região e quero voltar lá muitas vezes. Vou te contar porquê...

 

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Porque visitar Alter do Chão

Alter do chão é uma pequena vila à beira do Rio Tapajós, no Pará, com acesso fácil à natureza e conhecida como o “Caribe da Amazônia”. Foi reconhecida como o lugar com as mais belas praias de água doce pelo jornal inglês The Guardian.

 

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Distante 37 km de Santarém, tem boa infra-estrutura de pousadas e restaurantes, possibilidade de fazer passeios de barco para conhecer outras praias, lagoas e a flona do Tapajós.

Lá encontramos praias BELÍSSIMAS à beira do Lago Verde, lago de grande extensão e águas transparentes, cujo acesso é feito por barcos a remo que atravessam o Tapajós até a Ilha do Amor. O cenário é paradisíaco!!!

 

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Para quem gosta de maior estrutura na praia, há barracas com mesas e guarda sóis à beira da água. Para quem procura maior sossego, pode-se caminhar por alguns minutos para se livrar da concentração de turistas. Uma boa pedida é alugar um caiaque (R$5/hora ou R$50/dia) e remar até praias mais desertas, explorando a mata, que em partes do lago fica inundada, observando a bela variedade de pássaros e animais. Fazendo jus à fama de Caribe brasileiro, pelas suas águas claras, com tons de verde e azul, diferente do barrento rio Amazonas, Alter proporciona uma incrível e rica experiência amazônica, repleta de uma vegetação incrível, variedade de pássaros e as comidas típicas - como os saborosos peixes de água doce (tambaqui, tucunaré), o tacacá, os bombons e sorvetes de cupuaçu.

Segundo os moradores do local, a melhor época do ano para visitar é no período de seca, entre julho e dezembro. No primeiro semestre é o período de cheia do rio, em que as praias são inundadas e desaparecem.

Em setembro acontece a festa tradicional de Alter do Chão, o Sairé, com manifestações folclóricas ao ritmo do Carimbó, repleto de alegorias e fantasias que fazem referência às lendas do folclore da região. Assim, setembro é um ótimo mês para se conhecer a região.

 

Transporte até Alter do Chão

Após um vôo tranquilo e não muito demorado, com escala em Manaus, cheguei ao aeroporto de Santarém. Foi legal sobrevoar Manaus, pois deu pra ter uma bela vista da cidade e uma noção da imensidão do Rio Amazonas. Na volta o sobrevôo foi sobre Belém, igualmente cheia de vegetação e rios imensos.

 

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A partir de Santarém, dá pra pegar um táxi para Alter do Chão, que custa R$90 (pechinchando um pouco, eles chegam a fazer por R$70), e te leva à vila em cerca de 40 minutos. A outra opção, mais barata e um pouco mais demorada, é pegar um ônibus do aeroporto até o centro de Santarém e de lá pegar outro ônibus até a vila, que passa de hora em hora.

Na ida tive a sorte de encontrar um grupo de casais de Manaus que toparam dividir o táxi comigo, o que foi perfeito, pois com o calorão que fazia seria bem desconfortável fazer todo o trajeto de ônibus. Além disso, meu namorado já me esperava na vila, o que aumentava ainda mais minha ansiedade em chegar no meu primeiro destino amazônico ;). Corrida de R$80, saiu por R$20 por pessoas. O taxista simpático me deu seu cartão junto com a dica: na volta eu poderia pegar o ônibus em Alter, pedir para descer no trevo próximo ao aeroporto e telefonar para ele ir buscar. Deu super certo, nos informamos bem sobre o horário dos ônibus (R$3, 40 minutos a 1h da vila até o trevo), e do trevo pegamos um táxi que em 10 min nos deixou no aeroporto, por R$20.

 

Hospedagem

Mochileiros que somos, procuramos uma opção de hospedagem boa, bonita e barata. Mesmo buscando com uns meses de antecedência, não encontramos um quarto pra casal no único hostel da vila. Sempre fico em quartos compartilhados, mas como estava indo com o namorado em nossa primeira viagem, pensei que seria bacana um quarto só pra gente.

A nossa primeira opção seria camping, mas na vila simplesmente não existem locais para acampamento. Conversando com os moradores e com um amigo que já esteve em lá, percebi que lá o povo não concebe a idéia de camping. Segundo as famílias que trabalham nas barracas de praia, na vila tem vários hippies e eles costumam acampar selvagem na praia. Mas a galera não curte muito os hippies, pois além de não consumirem nada nas barracas, ainda vem pedir comida e bebida de graça.

Sem camping e sem hostel (que com meses de antecedência já estava com os todos quartos reservados para o feriado), fomos atrás de uma pousada.

Ficamos na Pousada Cabocla, diárias de R$120 o casal, bem simples e básica, com cama confortável e ar condicionado. Bom café da manhã, com sucos naturais, frutas, pão e frios. Pelo preço, faltou apenas um espaço agradável de convivência, como um quintal ou varanda com redes e sofás; é um lugar apenas para dormir.

Como curto um esquema bem roots e com máximo de contato com a natureza, gostaria muito de ter feito camping selvagem na Ilha do Amor, dá pra usar o banheiro público em frente à praça por R$1 e tomar banho nos rios e lagoas. Daria pra agüentar esse esquema uns 3 ou 4 dias, e daí banho com xampoo e sabonete só em São Paulo, rs.

 

Passeios

Era feriado nacional, e apesar da vila pequena, não tava lotada de turista, como as praias do litoral paulista costumam ficar 

Não me canso de repetir pra todos que o lugar incrível! Com praias de rio numa península chamada de Ilha do Amor, a temperatura da água é super agradável, não é fria, o clima é bem quente, mas venta bastante e não senti tanto valor, só na cidade é abafado.

Pra chegar na Ilha do Amor e no Lago Verde, tem que pegar barco de remo (R$ 4 por cada travessia, cabem 4 pessoas no barco).

 

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Lá, dá pra alugar caiaque e remar no lago, que é imenso. Passamos 2 dias no rolê de caiaque e não exploramos todo o lago.

No outro dia fizemos passeio de barco, R$ 125 o casal, num barco de 4 pessoas. Primeiro visitamos a Ponta do Cururu e a praia de Ponta de Pedras (parada de 3h para almoçar e curtir a praia).

 

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Estava acontecendo o festival do charutinho, peixe do local servido bem frito (R$10). Comemos também um peixe ao molho escabeche (R$35 prato para 2 pessoas) e fomos armar nossa rede numa sombra longe da muvuca.

A segunda parada (15min) foi em uma lagoa super bonita, verde esmeralda, que tinha poucas pessoas.

 

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Por último, final de tarde na Ponta do Cururu, que é um banco de areia que dá pra ver um pôr do sol lindíssimo no Rio tapajós. Foi bem bonito, mas muito turístico o passeio.

 

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O passeio de barco foi legal, mas curtimos muito mais os dias de caiaque, porque pudemos explorar bem o Lago Verde, lá não tinha quase ninguém, às vezes passava um barco a motor, ou um barco a remo, foi bonito ver jogando os pescadores a rede.

 

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No primeiro dia tinha mais vento e correnteza, daí remar foi um pouquinho cansativo. No segundo dia quase não tinha vento nem correnteza, então tranquilidade total. Parávamos quando víamos algum pássaro interessante, como o belo Martim pescador, garças, pássaros amarelos, bico alaranjado, vimos várias espécies, foi bem incrível essa parte de observar pássaros.

 

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Vimos também cardumes de peixes super coloridos (parecia de aquário) numa parte do lago que tinha um igarapé e uma floresta inundada.

Em outras partes, simplesmente parávamos para descansar na sombra de árvores ou em alguma praia mais bonita, com pedras e um lugar bom para se banhar, com água límpida.

 

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O único cuidado a ser tomado é com as arraias, a dica é olhar bem onde vai pisando, o que não é difícil naquelas águas cristalinas. Curti muito estar num lugar tranquilo, silencioso, só ouvindo os sons da natureza, com a correnteza leve e os pássaros cantando.

Um momento desagradável foi ver uma queimada que estava acontecendo há cerca de 1km de distância, dava pra ver a espessa fumaça preta subindo no céu, e pelo aspecto não era de mato e sim madeira queimando.

 

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Outro passeio legal foi a trilha pro Morro da Piroca, nome que rendeu várias piadas, rs. Após uma caminhada de 40 minutos, do topo dá pra avistar as praias do Lago Verde, da Ilha do Amor, e do Rio Tapajós. No caminho, além de pássaros, vimos vários calangos coloridos, e também um camaleão.

 

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Outro ponto forte do lugar é o pôr do sol, que é lindo visto da Ilha do Amor se pondo do outro lado do Tapajós. Como pegamos época de lua cheia, conseguimos vê-la nascendo no Lago Verde, uma das luas cheias mais lindas que vi na vida, é pra deixar qualquer clima bem romântico ::love::

 

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Comida

Gostei muito do restaurante Tribal, tem excelente comida, o espaço é super agradável e charmoso. Há apenas duas quadras da praça principal, tem 2 salões grandes e bem arejados, e oferece uma comida super bem preparada por preços bem justos. Comi um peixe delicioso, o tucunaré ao molho de camarão, por apenas R$45 (prato que serve bem 2 pessoas). Super recomendo!

 

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Nos outros dias, ou noites para ser mais precisa (rs), comemos em um dos restaurantes da praça principal, o Mãe Natureza. O que nos atraiu foram as cadeiras ao ar livre a música ao vivo. Mas a comida em si não lá essas coisas, o tempero era saboroso, mas o peixe deixou a desejar, além dos pratos serem meio caros (R$ 20 a 40 os pratos individuais). Voltamos mais pelo ambiente agradável mesmo, recomendo como um bom lugar para beber uma cerveja depois de jantar.

Se estiver a fim de comer apenas um lanche, a boa pedida é na lanchonete X-Bom, que serve hambúrgueres de peixe e camarão bem incrementados a preços bem bons, dá uma olhada no cardápio.

 

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Se a vontade for de provar um dos pratos típicos da Amazônia, experimente o tacacá, feito com o caldo de tucupi e goma de mandioca e servido com camarões e jambu, há barraquinhas na praça que servem a iguaria por R$5. Apesar de curtir sabores diferentes, não apreciei muito o tacacá pelo seu gosto forte, mas mesmo assim acho que é imperdível experimentar.

Além dos peixes maravilhosos, do tacacá, é quase obrigatório provar os doces feitos de cupuaçu, em especial os bombons e o sorvete de cupuaçu, uma delícia!

 

Enfim, essas são apenas algumas das razões para se conhecer Alter do Chão... ::otemo::

 

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Oi CaruSP, seu relato tá muito bom, que fotos sensacionais !!! Posso Roubartilhar umas? Só de ler ele já dá vontade de voltar para aquele Paraíso, Alter me surpreendeu muito, depois de ter ido naquelas praias não quero mais saber de praia de mar, praia de rio é muito melhor, pena não ter encontrado vocês por lá, estávamos num grupo de 12 pessoas, essa passagem realmente foi um achado, que não foi perdeu, vivam as promoções... :otemo....

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Oi Ricardo!

Primeiro, muito obrigada por compartilhar a promoção da passagem aérea!!! Permitiu conhecer esse paraíso que é Alter do Chão! Viva os vôos promocionais!

Também me surpreendi com a beleza do lugar.... que delícia é praia de água doce né :D

E que bom que gostou do relato e das fotos... fique à vontade de compartilhar, só não esquece de dar os créditos, rsrs.

Pena não encontrá-lo por lá... quem sabe num próximo destino promocional, rs.

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