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Alter do Chão-PA 03 a 10/01/2015


OliveiraL

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Hora de contribuir com a comunidade.

 

Posteriormente colocarei mais fotos.

 

Conhecer Alter do Chão já fazia parte dos meus planos para 2015 e estava louco para ir até lá e conhecer aquelas praias paradisíacas.

Decidi tudo no dia 27/11/2014, e como já havia planejado de ir a Manaus passar o Réveillon, todo o resto encaixaria perfeitamente. De Manaus a Santarém e vice-versa iria de barco.

Inicialmente teria que providenciar algumas demandas e a primeira delas seria adquirir uma nova mochila, pois a minha mountaineer já estava em vias de aposentadoria e sabia que não aguentaria aquela trip. As outras eram as de praxe: reservar hostel, roteiro de passeios, etc.

Cheguei em Manaus no dia 30/12/2014 e já tinha algumas tarefas a realizar nesse dia. Uma delas era encontrar o Paulo, que conheci aqui. Compramos nossas passagens para o dia 03/01/2015 bem como nossas redes e alguns itens pessoais. A passagem é possível comprar antecipadamente ou no dia da viagem e em três lugares distintos: no próprio porto de Manaus; na Manaus moderna que fica em frente do mercado Adolpho Lisboa, onde aglomeram-se dezenas de barracas. Sempre tenha o cuidado de pedir um cartão da pessoa que você estiver comprando e ligar um dia antes para confirmar. desconfie de passagens muito baratas. Os preços de Manaus para Santarém oscilam entre 150 e 170 dilmas (vc tem ainda a opção de pagar cerca de 800,00 e ir de camarote com mais conforto); no próprio barco, mas isso eu não recomendo pois fica uma fila imensa para a venda além de sobrar os piores lugares para armar a sua rede já que o barco chega em um dia e sai no seguinte.

No caso das redes, peguei uma dica de ir na Casa das Redes, que fica na Rua dos Andradas (bem pertinho da Manaus moderna). Essa loja é um atacadista, e assim consegue colocar preços bem competitivos. Lá você encontra redes de 35 a 200 reais. Eu e o Paulo compramos as duas redes a 45,00 reais cada e estas nos atenderam perfeitamente. Tenha atenção na escolha para não comprar uma felpuda demais que irá se transformar em um microondas, e tampouco uma que dure apenas 1 dia.

Feito isso, deixei o Paulo na rodoviária pois ele iria seguir para Boa Vista e só retornaria no dia 03/01/15 - dia da partida.

No dia 02/01 peguei uma carona com minha tia até o porto, pois tinha combinado com o Paulo que me encarregaria de armar nossas redes no barco. Entrei e subi até o 2º andar (passadiço ou deck, na linguagem marítima), atei redes, e fiquei surpreso pois o barco estava absolutamente vazio em todos os passadiços, exceto por um rapaz que já estava com a sua instalada.

Já estava concluindo a tarefa quando chegam duas pessoa super simpáticas que seriam ótimas companhias durante a viagem: a D. Sirene e o Sr Benjamin, que estavam indo para Monte Alegre, cidade que fica após Santarém. Pedi a eles que dessem uma olhada em nossas redes até o dia seguinte, quando partiríamos.

Senti uma vibe muito boa naquele casal e fiquei feliz em tê-los como vizinhos até Santarém. Ela, inclusive, me deu seu endereço caso eu fosse à Monte Alegre. Infelizmente não foi possível ir.

 

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O São Bartolomeu IV é um Ferry-Boat de 5 passadiços, com capacidade para 1.200 passageiros, de construção recente e muito confortável. Os banheiros tem um corredor com 9 pias e 5 espaços para banho e outras necessidades, e são limpos 3 vezes ao dia pela tripulação. O refeitório está localizado no segundo passadiço e é bem amplo e refrigerado e possui uma área aberta logo atrás para os que desejarem comer e apreciar a paisagem. O café (pão com manteiga + cafe com leite) custa 5,00, o almoço (variado) 13,00 e a janta (sempre é sopa) 8,00.

Há bebedouros disponíveis em vários pontos da embarcação bem como várias tomadas (nas paredes e no teto). O segundo passadiço, onde fiquei, é refrigerado por 8 centrais de condicionadores de ar, sendo 4 a bombordo (esquerda) e 4 a boreste (direita), e são ligadas em dois horários: das 11 ás 14 e das 18 ás 6. Nos intervalos em que estão desligadas, o vento resultante do deslocamento do barco ajuda a amenizar o calor.

Esse barco sai sempre aos sábados.

DICA1: Na maioria das viagens de barco o rio está calmo mas vez por outra fica agitado, e nesse é interessante ter um dramin (ou qualquer outro remédio anti-enjôo).

DICA2: O banheiro, assim como a área de lazer, é extremamente frequentado do momento que os passageiros acordam até antes de dormirem. Então, acorde mais cedo para usá-lo pois estará bem tranquilo. Leve PH, pois o chuveiro é praticamente em cima do vaso sanitário, e tudo que é de papel fica encharcado após uma utilização do chuveiro.

 

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Nesse mesmo dia, eu e minha prima, fomos a um barzinho muito bacana. Me senti em casa ali. Tomamos todas e mais algumas, pois a música estava bem convidativa. O cantor tinha um inglês bem amazonense, mas musicas eram clássicos do rock nacional e internacional, e algumas da MPB, e todos o aplaudiam a cada apresentação, principalmente pela sua performance de caras e bocas (em dado momento praticamente vi o Ney Matogrosso no palco).

Tudo estava perfeito quando de repente, como num surto de insanidade, o cidadão desencadeou uma sequência de Pablo music que fez com que nos entreolhássemos e, ato continuo, pedíssemos a conta.

Nada contra a musica ou o cantor, mas não era muito a nossa praia.

Saímos vagando à procura de outro local para continuarmos nossa noite, mas sem sucesso. Todos os outros locais estavam no lotados e não havia estacionamento, então decidimos fazer o mais sensato: voltar para casa. Mas antes paramos uma loja de conveniência e compramos duas garrafa de vinho.

Eram quase 04:20 hs quando minha prima foi domada pelo sono e foi para o seu quarto, e eu fui para o meu terminar de arrumar a mochila e preferi amanhecer o dia temendo perder a hora.

Tomei um café reforçado, e fui em direção à rodoviária buscar o Paulo e depois ao Porto.

Optei por não comer a refeições da embarcação, baseado em relatos de pessoas que tiveram infecção intestinal.

 

DIA 1 03/01/15

 

Enfim o dia da partida, e ao chegar no porto a situação era completamente diferente da que tinha deixado. Pra começar, o barco havia se deslocado do porto oficial e se dirigido para o da escadaria da Manaus moderna, o que nos resultou em uma pernada considerada. Além disso, estava entupido de redes o que dificultava e muito o transito dentro de toda a embarcação. Putz! sábia decisão a minha de armar as redes um dia antes.

Nossas redes estavam exatamente do mesmo jeito que as deixei. Agradeci a D. Sirene e ao Sr Benjamin pela ajuda.

DICA: veja exatamente onde você instala a sua rede (pegue um ponto de referência), pois naquele mar de cores, confundir-se é muito fácil.

 

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Desci do barco e fui encontrar minha tia e o Paulo e ficamos tomando um refrescante guaraná Magistral e conversando enquanto a hora da saída não chegava. Aproveitei para comprar uma extensão de 2 metros e 3 tomadas e um "T". Depois percebi o quão acertada foi essa decisão pois, apesar do barco possuir várias tomadas no teto, a disputa por elas é normalmente motivo de confusão.

 

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Partirmos às 12:20 hs (o barco estava previsto para as 12:00 hs). Mas há relatos de atrasos de até 2 horas.

 

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Pendurei minha mochila no armador do lado em que havia instalado minha rede (assim teria boa visualização), peguei minha mochilinha + câmera e subi para a área do bar onde tracei um mixto (5 pilas e só existe essa opção de sanduíche na maioria dos barcos) e tomei umas cervejas (5 dilmas a lata de 290 ml, aliás tudo nesse barco era 5,00). Me arrependi de não ter ido ao mercado, que é bem na frente do porto, e comprar algumas frutas. Fiquei ali até zerar a terceira lata de itaipava, que aconteceu na altura do encontro das águas, e então desci até a minha rede para o sono dos justos. A propósito bar é bar, seja ele em terra ou embarcado, e é sempre animado. Tocava os últimos sucessos do momento, tipo, Pablo.. Aff! Sorte minha ter comprado um protetor auricular, que foi muito útil, principalmente na volta.

DICA: Leve um pequeno pedaço de corda (1,5 m é o suficiente) para fazer um varal e estender sua toalha, camisa, etc.

 

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Acordei por volta das 19:40 hs, comi uma mini pizza (adivinhem quanto custou?), e vi chegar a primeira parada da viagem: Itacoatiara. O barco ficou atracado por poucos minutos, cerca de 10 aproximadamente, e depois partiu. Tentei usar um ISO mais elevado para tirar algumas fotos da cidade, mas ficaram horríveis. Só depois lembrei-me que tinha trazido um tripé.

 

 

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DIA 2 04/01/15

 

Acordei as 05:40 hs e fui fazer a minha higiene pessoal. Como estava um pouco sem fome, peguei uma batata pringles que havia comprado no dia anterior. Subi para a área de lazer e fiquei contemplando a vista.

O barco reduziu a velocidade e se preparou para aportar em Parintins. Que pena que ficamos menos de 15 minutos e não se podia ir além dos portões do Porto, pois gostaria de ter ido dar uma volta na ilha Tupinambarana, como é conhecida. Mas o destino me proporcionou a oportunidade de um dia conhecê-la em profundidade, mas isso relatarei adiante.

 

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Para quem é passageiro, a vida a bordo é ociosa, por isso as pessoas tentam ocupar seus tempos de várias formas. A área de lazer é o lugar onde muitas fazem isso. Dominó, baralho, bate papo, selfies, são algumas das atividades para superar o marasmo. Outras simplesmente dormem o dia todo, levantando apenas para ir ao banheiro ou buscar suas refeições em embalagens de tupperware e voltando para dentro de seus casulos. Há muitos relatos de furtos e algumas pessoas não arriscam afastar-se de seus pertences. Ouvi estórias de meliantes que embarcavam para viagens de pequeno trecho com o único intuito de furtar, e a prova disso foi a incrível quantidade de vendedores de celulares de todo tipo (Só não vi iPhone, mas o resto...) durante as paradas nos portos.

Levei uma mochila de 23 litros para colocar os itens que mais utilizava e de maior valor como carteira, smartphone, carregador, óculos, protetor solar, etc, e assim estarem o tempo todo comigo.

Já a vida de quem é tripulante é bem diferente, com uma agitação intensa e continua. A cada partida e chegada em um porto, o ritmo é frenético. A tripulação opera em turnos de 4 horas, que são subdivididos em de 2 horas. O pior trabalho é o da praça de máquinas, com aquele barulho ensurdecedor que obriga a todos a usarem abafadores auriculares, o que torna a comunicação muito complicada nesse ambiente. Apesar de existir um certo revestimento acústico nas anteparas (paredes), quem vai no primeiro passadiço sofre um pouco com esse barulho.

 

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Às 09:35 hs o cais flutuante da cidade de Juruti se unia ao costado de ferro de nosso barco, e novamente aquela loucura do entra e sai de cargas e passageiros, e apitos longos sinalizavam que logo ele zarparia dali. Mas antes, uma confusão de vendedores de todo o tipo (celulares, redes e cordas para redes, marmitex, biscoitos, sucos, etc.) invadiram o barco, oferecendo aos gritos seus produtos. Eles ficam o tempo em que o barco fica parado, e depois saem.

DICA: É nessa momento que alguns larápios se aproveitam.

O Paulo comprou dois pacotes de bolinhos de um deles e aquilo foi nosso café da manhã

 

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Hoje, apesar do receio, resolvi arriscar no almoço. Me surpreendi. Por R$ 13,00 tive a opção de churrasco de carne ou frango, acompanhado de arroz, salada, feijão e macarrão. Estava muito bom. Mas depois de tanto mixto e mini pizza, mesmo se não estivesse, desceria como um verdadeiro manjar.

Tão logo terminei a refeição senti o barco reduzir a potência dos motores. Óbidos se aproximava.

DICA: se forem consumir as refeições do barco, fiquem atentos aos horários pois a cozinha fica aberta cerca de 1,5 a 2 horas para que TODOS do barco comam.

 

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Nesse município demandou-se mais tempo de espera e não somente pelo embarque e desembarque de cargas e pessoas, mas também pelo fato de que agentes da Polícia Federal adentraram na embarcação efetuando revistas aleatórias a procura de matéria ilícito. Fiquei feliz e seguro por esse tipo de ação. Ao ligar o celular, percebi o acréscimo de 1 hora em relação ao horário de Manaus por conta do fuso que corta o Pará.

Voltei para minha rede para fazer algumas anotação, mas resolvi ficar conversando com uma nova vizinha de rede, a Sandra. Ela estava no mesmo passadiço que eu, mas na outra extremidade, e resolveu se mudar por conta da incidência direta do sol. Aliás, planejar onde armar a rede é vital para garantir um certo conforto durante a viagem. O sol atinge o barco nos dois lados ao longo de sua trajetória, mas é preferível ser apanhado pelo sol da manhã do que o da tarde.

A noite fui para o passadiço acima do bar, para visualizar as estrelas e a lua. Levei um pacote de biscoito e comprei um refrigerante. Queria dar uns clicks na lua que estava linda, então pensei em pegar minha outra lente mas desisti da ideia, ficando com a que já estava acoplada na câmera. Nesse momento, enquanto fotografava os primeiros momentos dessa noite, pude visualizar a cidade de Santarém. Ufa! até que enfim. Já estava um pouco cansado de ficar embarcado e queria descer em terra firme logo.

 

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Eram por volta das 19:20 hs quando chegamos ao porto da cidade, que por ser domingo estava absolutamente calmo. Havia apenas um navio atracado realizando translado de sua carga de grãos para imensos silos em terra.

Desembarquei para jantar e dar uma olhada na cidade. Fui em direção à portaria munido de minha passagem e CNH, já que sem passagem e documento de identificação ninguém entra ou sai. Andamos, eu e Paulo, por cerca de 15 minutos até encontrarmos um lanche onde comemos um x-salada cada e dividimos uma jarra de suco de laranja. Na volta paramos em uma sorveteria e decidimos experimentar um sorvete com dois sabores desconhecidos para nós: sapotilha e muruci. Ambos uma verdadeira delicia.

Voltamos à embarcação para nosso último pernoite, pois no dia seguinte partiríamos para a pérola do Tapajós.

DICA: Não sei em Belém, mas todos os barcos que chegam em Manaus e Santarém após as 18:00 hs é permitido pernoitar a bordo sem custo algum. Optamos por pernoitar, pois desembarcar de dia é mais seguro do que à noite.

 

 

DIA 3 05/01/15

 

Acordar cedo sempre fez parte de minha vida, e no barco não poderia ser diferente principalmente no dia da tão esperada ida à Alter do chão. Assim, às 05:50 hs já estava de pé e com a mochila pronta para o desembarque.

Às 07:20 hs nos despedimos da D. Sirene, Sr. Benjamin e da Sandra, coloquei a cargueira nas costas e fiz o registro de nossas companhias de viagem que nos observavam caminhar em direção à portaria do Porto de Santarém.

 

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Fomos tomar café e já comprar as passagens de volta. Existem várias agencias, e optamos por uma de nome JM (não esqueçam de pedir um cartão e ligar antes para não terem surpresas!). Feito isso, fomos em direção ao ponto de ônibus que fica a quatro quadras do Porto. O trânsito de pessoas e veículos era intenso por se tratar de uma segunda-feira. Chegamos ao ponto do busão, que fica ao lado de um lanche e em frente ao banco do Brasil. O Paulo aproveitou para resolver o problema do seu cartão e eu fui comprar algumas frutas e biscoitos para comermos no hostel e nos passeios, pois não sabíamos como era a disponibilidade desses itens em Alter do chão.

O ônibus passa a cada 40 minutos de segunda a sexta e de hora em hora nos fins de semana e feriados. Apesar de ser segunda, o ônibus chegou rápido mas estava bem cheio.

No caminho conhecemos um amapaense muito gente boa chamado Erik. Ele já estava há alguns dias lá e aproveitei para tirar algumas dúvidas.

A viagem durou cerca de 50 minutos pois muitos desembaraçaram assim como outros tantos embarcaram. O valor da passagem foi o que me chamou a atenção. R$ 2,50 para percorrer cerca de 35 km, achei super barato.

Pouco vi do trecho até Alter do chão, pois o papo estava animado com o Erik e o Paulo.

 

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Chegamos no ponto final da linha e foi mágico descer ali. Suspirei profundamente como se quisesse conhecer toda a cidade através do olfato. Comprei uma garrafa de água, verifiquei o mapa do hostel no celular e seguimos, eu com minhas mochilas e o Paulo com a mala de rodinhas dele e uma mochila pequena nas costas.

Ao chegar no hostel foi só alegria. Pousada Do Tapajós, foi a escolhida.

O David nos recebeu e apresentou as instalações. Ambiente super tranquilo, redário amplo, banheiros na área externa, churrasqueira, enfim perfeito.

Fizemos o check in e fomos ao quarto coletivo que havíamos reservado. Havia apenas uma figura enrolada no lençol e envolvida na escuridão, mas que aparentemente tomou um susto ao acendermos as luzes. Sorry! Mas depois de alguns segundos, deitou-se e dormiu novamente.

Coloquei a mochila no locker e fomos caçar algo para comer, eu estava verde de fome.

 

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Ao lado do hostel, e em frente a praça, tem um restaurante que inclusive dá acesso a uma das muitas praias de Alter. Olhamos o cardápio e pedimos um tucunaré na manteiga... verdadeira delicia.

Desossamos o peixe de cabo a rabo e somente a cabeça escapou, e mesmo assim com sequelas.

Tão logo acabamos de comer aquela iguaria, fui surpreendido por uma voz e uma mão que se adiantava pedindo as sobras. Depois fui descobrir que era uma turista que tinha se perdido e estava vagando por Alter alimentando-se da forma que podia. Triste isso. Pedi a atendente que preparasse um marmitex e junto com o refrigerante, entreguei à moça.

 

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Bem, de pança cheia, resolvemos alugar bikes (3,00/hora) para darmos umas voltas pela cidade. Quem nos recebeu no hostel dessa vez foi a amável Tula, a tranquilidade em pessoa. Fomos direto ao porto e a vista foi incrível. Praias belíssimas e de uma areia finíssima. A verdadeira visão do paraíso. Saquei a câmera e fiz o primeiro registro daquela maravilha, mas sabia que não precisaria rever aquela foto pois ela ficaria gravada para sempre em minha mente.

Assisti ao primeiro pôr-do-sol em Alter. Fiquei extasiado. Tudo ali era simples, mas incrível.

 

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Quando voltamos ao hostel, o sonolento companheiro de quarto estava acordado. Cumprimentei-o, e recebi um Olá bem gringo como resposta. Marc era o nome dele, um australiano super gente boa que estava a alguns meses viajando pelo mundo. Ele falava pouquíssimas palavras em português e arranhava o portunhol. Marc estava encantado com as belezas do lugar e do Brasil. Disse que estava adorando a Amazônia e tinha planos de ir à Manaus de barco, principalmente quando contei-lhe que havia feito essa viagem no sentindo inverso. Boat, for real??!! respondi, e então pensei: pra quem fala português e está acostumado com esse tipo de viagem já passa uns perrengues, imagina ele?? Orientei-o que praticasse mais o espanhol ou o português antes de enveredar pelos rios amazônicos.

Ele me fez várias perguntas sobre a viagem e o barco e respondi a todas, mas sempre alertando sobre os perigos que ele poderia encontrar. Interrompemos a conversa quando o meu estômago me mandou uma mensagem de fome. Por fim, ele disse que iria pensar sobre o assunto de ir de barco ou de avião.

Nesse dia conheci outra Sandra. Uma professora paulista super animada que tinha chegado naquele mesmo dia. Tinha vindo de Parintins e estava aguardando seus amigos chegarem. Convidei-a para irmos jantar algo. Fomos até a praça da cidade que é o lugar mais movimentado e com mais opções de refeição. Ficamos num barzinho de um argentino que fica bem na esquina.

Igualmente a mim, a Sandra estava sedenta para tomar uma cerveja, então sugeri a ela que experimentasse a Cerpa export (8,00). Ela adorou, claro. Até hoje desconheço quem tenha provado e não tenha gostado.

Pedimos algumas porções de bolo de piracuí (uma farinha preparada a partir das espinhas de peixe após serem torradas e moídas) e de camarão. Ao fechar a conta eu fui, como de hábito, conferir os itens anotados. O argentino fez a maior confusão nas anotações. Misturou alguns pedidos da mesa ao lado com os nossos. Refizemos a conta e pagamos. Retornamos ao hostel, pois minhas costas ansiavam por uma cama.

Aproveitei e degustei também a Tijuca (7,00), uma cerveja deliciosa e que é a febre de consumo por lá.

 

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DIA 4 06/01/15

 

Acordei, tomei banho e fui tomar café. Essa é a parte que mais gosto nos hostel, pois além de forrar o estômago, é a oportunidade de interagir com os outros hóspedes. Mas nesse dia poucos estavam acordados às 08:20 hs.

Sentei com a Sandra e o Paulo para apresentar nossos planejamentos e verificarmos o que podia ser coincidido. Decidimos, naquele dia, irmos à praia principal que fica bem na frente da cidade chamada de Ilha do Amor.

 

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O lado da cidade com o da praia é ligado por canoas e custa R$ 5,00 por canoa. O rio estava bem sereno e resolvi atravessar a nado após ter entregado minha mochila ao Paulo e a Sandra que foram de canoa.

A orla da praia forma um lago de águas límpidas e de um tom azul-esverdeado que torna-se impossível não banhar-se ali. Há diversas barracas de palha com mesas e guarda-sóis disponíveis a seus clientes, além de um cardápio vasto em pescado e com preços para todos os bolsos. Como no meu reside um escorpião, optei por um PF de pirarucu delicioso, acompanhado de baião, vinagrete, farofa e tucupi. R$ 16,00. Após o almoço a Sandra, que estava com um pouco indisposta, resolveu voltar ao hostel. Eu e Paulo ficamos na praia.

 

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Por volta das 16:30 hs resolvemos subir o morro do piroca (que na verdade chama-se monte Pyráoca, mas com tempo esqueceram de pronunciar o "á"), e no caminho encontramos um casal que estava querendo subir também: o Lucas e a Mariana.

 

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Falamos com um senhorzinho que estava preparando palha para a cobertura da sua casa, o nome dele Osmar. Ele nos disse onde era a entrada de uma forma muito superficial, e ao vermos que ele estava com pressa em terminar aquele trabalho, resolvemos não insistir e seguirmos a dica que ele tinha nos passado. Andamos feitos uns tarados e nada. Voltamos para ver se não tínhamos passado batido e nisso já eram quase 17:20 hs. O Lucas e a Mariana, bem como o Paulo resolveram voltar pra cidade. Sinalizei com um "Ok" a eles, e continuei a procurar a trilha. Voltei até a barraca do seu Osmar e falei para ele que não tinha conseguido achar a entrada da trilha, e dessa vez ele muito pacientemente me conduziu até a entrada. Agradeci, olhei para o relógio e iniciei o percurso. Andando normalmente leva-se de 25 a 35 minutos para concluir. No início é super tranquilo pois o terreno vai elevando-se gradativamente. A areia da praia se estende até quase o sopé do morro, quando inicia o barro batido. Quando cheguei ao pé do morro a inclinação antes suave, muda abruptamente, e começa a exigir um pouco mais das pernas. O terreno também muda, alternando entre pedra e tabatinga (espécie de argila). E para completar, no meio do caminho fui sacar minha garrafa de água e estava zerada. Léster, seu bizonho!!! Bico seco até o topo.

 

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Olhei para o cume e para o relógio e decidi continuar. A subida é helicoidal, ora você desce ora você sobe e parece menos cansativo, mas só parece, pois o trecho a ser percorrido é maior. Um último contorno e estou no cume. Nesse momento passou a sede e o cansaço e prevaleceu a vontade de acampar ali naquela noite.

 

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Tudo ali era maravilhoso. Mas como alegria de pobre dura pouco, olhei para o relógio e o nervosismo se instalou! Eram 18:20 hs e não tinha elevador ou escada rolante para acelerar a descida, e para completar não havia levado lanterna. Vou usar a do celular, pensei. Bateria a 5%. Putz!! Fato, teria que descer no escuro!

Iniciei a descida lentamente aproveitando o lusco-fusco. A descida do morro foi de boa mas na base tem um trecho de mata fechada, e não enxergava quase nada. Fui no rumo orientando-me pelo branco da areia iluminada já pela lua. Fiz a volta a largas passadas e levando lambada de toda a sorte de cipós ao longo do caminho. Quando sai da trilha e vi as luzes da cidade foi um alívio imenso. Mas tinha outra preocupação, que era encontrar canoeiros que me levassem de volta, pois já eram 19:10 hs. Já estava cogitando atravessar a nado, mas antes teria que conseguir um saco para impermeabilizar a mochila e câmera. Quando cheguei no ponto das canoas avistei uma que já estava indo no meio da travessia, gritei desesperado como um náufrago ao avistar um navio, e por sorte o canoeiro ouviu os meus apelos e voltou. Ao chegar no outro lado, sentei em uma banquinha de venda de sorvete, pedi duas garrafas de água e sequei-as em poucos segundos. Descansei um pouco e fui para o hostel. O Paulo estava na esquina me esperando. O Marc olhou-me com aquela cara de apavorado quando contei-lhe o ocorrido.

Os outros me chamaram de louco, claro.

Apesar do perrengue, valeu a pena cada segundo dessa empreitada.

Nesse dia conheci dois novos colegas de quarto, o Gregory um francês que já havia morado em Floripa, e o Pedro um curitibano que já conhecia boa parte da Amazônia. Ambos gente finíssima.

Tomei um banho e fomos eu, o Paulo e a Sandra tomar aquele tacacá. Complementei com um X-Salada e um refrigerante. Ao retornarmos ao hostel fui absorvido pelos braços de Morpheu.

 

 

DIA 5 07/01/15

 

Acordei um pouco dolorido da odisseia do dia anterior, mas levantei e fui ao banho e ao café. Havia combinado com a Sandra e o Paulo que faríamos o tour de Ponta do cururu-Ponta de pedras-Lago Jari-Lagoa verde-Ponta do cururu, e neste último local para ver o pôr-do-sol.

A maioria dos passeios custa 400 a 500 mangos, por isso deve-se seguir o verbo básico do mochileiro: penchinchar!

No dia anterior acertamos com o Sander às 09:00 hs no porto e ao chegarmos ele já nos aguardava. Compramos água e partimos.

 

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A ponta do Cururu é uma ponta de praia muito visitada devido a vista espetacular do fim de tarde. É um descanso para as gaivotas e os talha-mares que pescam no meio do rio.

 

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Depois fomos para ponta de pedra, uma praia exuberante.

Existe uma estrutura de restaurantes bem simples servindo peixes variados e, claro, Tijuca.

 

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Dali fomos para o lago do Jari, onde vimos o encontro das águas do Tapajós com o Amazonas. O rio estava bem agitado e a embarcação balançou bastante, mas o Sander me passou absoluta confiança. Adentramos no lago e paramos na casa da D. Rosângela, que seria a nossa guia na trilha para visualização de pássaros e outros animais. Na verdade a única coisa interessante que vi foi uma família de preguiça e dois macacos que brincavam na copa das árvores, o que dificultava e muito a visualização. Pagamos a taxa de R$ 15,00/pessoa pela visitação (sinceramente achei caro, pois a trilha não durou 30 minutos e não vi nada de novidade) e nos dirigimos novamente até ponta de pedra onde almoçaríamos um tucunaré na manteiga delicioso.

Depois do almoço e de algumas tijucas, fomos nos deleitar nas águas do Tapajós. Para esse passeio há ainda a opção de pagar 40 pila e ir em barco maior e com mais pessoas, mas este só sai aos sábados.

 

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Embarcamos novamente para visitar o lago verde de águas calmas e cristalinas e com vários tipos de filhotes de peixes nadando ao nosso redor. Senti falta de um snorkel e uma máscara para explorar aquelas águas. Ficamos de molho por algumas horas e cheguei até a cochilar, tal era o silêncio e a paz que aquele lugar emanava.

 

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Logo, o Sander nos avisou que teríamos que ir para a ponta do cururu a fim de avistarmos o pôr-do-sol, que por sinal foi sensacional, e de lá pude ver o morro vencido no dia anterior. Dei uns clicks nele e depois me concentrei no entardecer. Segundo nosso piloto, o espaço lá é bem disputado mas nesse dia estava praticamente vazio.

 

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Ao fim, voltamos a cidade, pagamos os R$ 350,00 do passeio e fomos para o hostel. A praia que ele nos deixou fica atrás, e é linda também.

A noite saí com o Paulo para jantar e fui de X-salada + coca (8,00 + 3,00).

A Sandra nos encontrou depois mas preferiu ir a uma soparia que fica ali próximo de onde estávamos. Aproveitamos e fizemos um briefing rápido sobre o passeio do dia seguinte, pois já havíamos deixado previamente combinado com o Sander.

Iríamos visitar a reserva da FLONA.

 

 

DIA 6 08/01/15

 

Nesse dia, durante o café, conheci a nova colega de quarto da Sandra: a Claire. Uma francesa que estava conhecendo o Brasil e seus vizinhos. Ela falava e entendia bem o espanhol. Falamos do passeio a ela, e quando ela perguntou quando seria, respondemos quase em uníssono: ahora!

Ela topou imediatamente, dizendo que só pegaria a sua mochila.

No caminho encontramos uma amiga carioca da Sandra que estava em Parintins, a Raquel, e que iria conosco.

Encontramos novamente nosso piloto, pontual como sempre, no porto. Partimos com o rio bem sereno.

 

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O deslocamento até a reserva é bem demorado, mas como o rio estava calmo a viagem foi tranquila.

Chegando lá, encontramos a D. Lourdes que seria a nossa guia. Pessoa super simpática e paciente, respondeu e explicou às nossas indagações.

Esse é um passeio bem turistão, mas infinitamente melhor que o do dia anterior no que diz respeito à trilha. Existem diversas comunidades e a escolha fica a critério do piloto da embarcação. A nossa chamava-se Jamaraquá.

 

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A trilha tem cerca de 7 km e, diferente das outras várias que existem, entra em um ponto e sai em outro. É necessário suprir-se bem de água e algo para comer, pois a umidade é bem elevada e consequentemente o calor também.

Em determinado ponto a trilha começa a sofrer uma elevação um pouco íngreme, mas nada que algumas paradas para tomar ar não resolvam.

Na comunidade, existe um buteco (foi a primeira coisa que procurei) que vende água, cervejas e refrigerantes além de uma infinidade de cachaças e estivas em geral. Tinha também uma mesa de sinuca que já pensei em usá-la na volta.

A estrada que dá acesso à Belterra passa por ali, e quis muito ir mas não haveria tempo.

 

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Por fim, paramos na sapopema cuja base de seu caule e suas raízes são imensas. Armei o tripé e a câmera e fiz alguns registros, mas tive que desmontá-la devido a chuva que começou a cair mas que passou logo.

 

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Continuamos a trilha. Passamos em uma casa de palha em que a D. Lourdes mostrou alguns itens que foram encontrados quando a trilha foi feita. Nessa hora garoava.

 

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Retornamos a comunidade perto das 15:00 hs depois de encararmos uma forte chuva, e nessa hora dei o maior valor para a impermeabilidade da minha mochila, ao contrário da do Paulo que ficou um pouco encharcada e ganhou uns quilinhos a mais. Ao chegarmos na casa da D. Lourdes, uma caldeirada de filhote nos esperava. Tínhamos que brindar àquele momento, então corri ao boteco e pedi duas Tijucas bem geladas. Uma delas já chegou pela metade pois não resisti e tomei alguns copos.

Brindamos e nos deliciamos com aquela comida maravilhosa.

D. Lourdes olhou para o relógio e pediu que nos preparássemos para prosseguir no passeio. Que pena, já ia chamar o povo pra uma sinuquinha.

 

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Dessa vez visitaríamos o lugar onde era confeccionado o artesanato feito a partir do látex. Essa fábrica também é um bazar e a mulherada se deleitou lá. E como se diz por lá: Égua da mulherada gastadeira!!

 

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Eu dei uma olhada rápida, saí e procurei um banco para sentar. Encontrei o barzinho do seu Armando, e me sentei para organizar minha mochila. Notei que havia uma pequena arquibancada dentro do bar, e ao perguntar do que se tratava ele respondeu que antes do programa "Luz para Todos" chegar, ele era umas das poucas pessoas que possuíam gerador de energia, assim quando chegava a hora dos jornais, jogos de futebol e das novelas todos se dirigiam ao seu estabelecimento para assistir.

Lá funciona também uma mini pousada para àqueles que desejarem passar a noite na comunidade (R$ 20,00 a diária).

 

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Depois da mulherada se esbaldar nos brincos, colares, tiaras, e todo tipo de penduricalho (ví muitas araras, onças e garoupas passando de mão em mão), pegamos uma pequena trilha e chegamos a um igapó. Aliás, explicando, na época da enchente os pequenos cursos d'água denominam-se igapó e na época da vazantes de igarapé.

Entramos em uma canoa para percorremos uma parte deste igapó. Vi que o Sander já nos aguardava e coloquei as mochilas dentro da embarcação dele.

D. Lourdes ia na frente remando e explicando, eu fui na outra extremidade da canoa remando também mas chegou um momento que tive que dar mais atenção as fotos do que ao remo.

A flora emersa e submersa é espetacular, com várias vitórias-régias ainda em fase de desenvolvimento (foi uma pena, mas nenhuma estava já grande) e várias plantas subaquáticas além de muitas bromélias no topo das árvores imergidas até a metade pela água. já a fauna resumiu-se a dois gaviões e uns passarinhos coloridos de difícil visualização pois ficavam para lá e para cá.

Segundo a D. Lourdes, para os que pernoitam na comunidade, esse passeio pode ser feito nas primeiras horas do dia e nesse momento é possível avistar jacarés, pacas, antas e cobras.

 

Esse passeio farei em outra oportunidade, prometi a mim mesmo.

 

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Chegamos no ponto de origem, nos despedimos e agradecemos a D. Lourdes pela acolhida. Embarcamos e voltamos para Alter.

Esse passeio saiu 100,00 por cabeça (400,00 no total).

 

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Já no hostel e na saída para o jantar, a Sandra disse que iria encontrar com um casal de amigos que hospedaram-na em Parintins: o Carlinhos, a Mônica e sua filha Raquel. Decidimos que iríamos experimentar o X-piracuí.

Chegando na lanchonete de nome x-Boom. Fica perto do hostel, mas a fila para comprar, bem como para sentar era digna de fast-foods renomados. Sentamos na calçada e fui fazer o pedido. Já sabíamos que a demora era inevitável, e pior: não vendia cerveja ali.

Depois de muita conversa, surgiu uma mesa vaga e nos sentamos. O casal de amigos da Sandra chegou logo em seguida junto com a Raquel. O Carlinhos e a Mônica são paulistas, mas residem em Parintins. Muito amáveis todos eles, e rolou empatia de cara. E como disse anteriormente sobre a oportunidade de conhecer Parintins, o Carlinhos disse que sua casa estava de portas abertas quando eu quisesse visitá-los.

Terminamos de consumir o nosso sanduba e eu, guloso como sempre, pedi mais um. A Raquel e a família de amigos voltaram ao hotel deles, e nós ao nosso hostel. Chegando lá, fiz o backup das fotos e compartilhei algumas com a Sandra e o Paulo, pois este iria à Santarém no dia seguinte para seguir viagem até Belém e de lá para São Paulo.

 

DIA 7 09/01/15

 

Acordei as 05:50 hs, mas desejei dormir até as 07:30 hs. Como tinha me comprometido em dar uma ajuda ao Paulo com as bagagens e com a armação da rede, o senso de responsabilidade falou mais alto. Partirmos para a parada de ônibus e como era sexta, já imaginava que o ônibus estaria lotado. Dito e feito. Subimos e nos esprememos pelos espaços disputados à tapa!

O ônibus seguiu sua rota, e ao entrarmos na cidade me dei conta que não havia pego a minha passagem, putz!, que vacilo. Sabia que não poderia entrar no barco, e quando chegamos na portaria não deu outra: o porteiro esticou seu braço gentilmente (sqn) e me barrou. Despedi-me do Paulo e orientei-lhe que pedisse a alguém da tripulação ou até mesmo a um passageiro para ajudar-lhe com a armação da rede. Fiquei com peso na consciência por não ter lembrado da passagem.

Na saída fui nas agências pegar os dias e horários dos barcos para a Claire, e em seguida partir para o ponto de ônibus pois, para mim, Alter ainda me esperava.

Cheguei e fui direto para o hostel, e encontrei o Marc se preparando suas mochilas, e me mostrou a passagem de avião. Ufa! Ele desistiu da idéia de ir de barco. Deixei-lhe terminar sua organização e falei que antes das 17:00 hs voltaria para me despedir dele.

Parti para a praia à procura da Sandra, Claire e da Raquel. Encontrei-as e logo nas primeiras barracas. A Sandra sabia que eu tinha saído sem tomar café e providenciou um pão com queijo que desceu redondo. O Carlinhos & família estavam lá mas decidiram voltar para o hotel e almoçar por lá, eu e as meninas pedimos um PF de filé de pirarucu.

Depois do almoço, eu a Raquel fomos dar uma volta de caiaque. Contornarmos a orla e voltamos. Quando eu voltei pra mesa, estavam o Gregory e a Julie, esta última uma francesa de belos olhos verdes.

Já eram quase 16:50 hs, e o Gregory gostaria de subir o morro e perguntou se alguém se interessava. Eu, Claire, Julie, dissemos que iríamos. Sandra, Raquel e a família do Carlinhos resolveram ficar na praia. Compramos água e partimos.

Chegamos a base do morro, falei brevemente como era o terreno e a melhor maneira de subir. Ao chegarmos no topo, sentamos um pouco para nos recompor. Havia algumas pessoas lá, e vi um senhor que tirava fotos com uma câmera montada num tripé, e de repente lembrei-me da árdua subida sozinho e sem água dias antes.

Encontrei o Pedro, meu colega de quarto, e apresentei-o aos demais. Ficamos batendo papo e esperando a hora mágica, mas para nossa frustração, o sol resolveu esconder-se atrás de algumas nuvens antes de tocar o horizonte, por isso rendeu poucas fotos.

 

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Olhei o relógio e sugeri que iniciássemos nossa descida.

Chegando em Alter, o Pedro perguntou onde iríamos jantar, e todos nos entreolhamos e demos com os ombros. Ele sugeriu um restaurante que fica ali perto que ficava aberto até mais tarde, já que todos os outros fecham bem cedo. Como estava com um Godzilla no meu estomago, de imediato já pensei naquele bifão maravilhoso e em uma "cerveza" bem gelada! Ok, vamos comer primeiro e depois vamos ao hostel. Seguimos pela rua em frente da igreja e chegamos num estabelecimento bem Zen, com decoração de artesanato local e, acho eu, indiano. Sentamos e já pedi uma cerveja, “Não temos!”. Como assim?! disse. Pedi o cardápio olhei de trás pra frente e frente pra trás e, perguntei ao Pedro: Cadê as carnes, frangos ou peixes? Ele sorriu e disse que ali era um restaurante vegetariano!! Afff! Meus pensamentos de comer um bom bife, desmoronaram! Tá certo. O que é um caroço pra quem tá com a jaca enfiada!!

Todos fizeram seus pedidos iguais, e quando o prato chegou, contemplei aquela porção ínfima de arroz, meia banana, feijão, farofa de uma tipo de farinha desconhecida pra mim, e uma salada que parecia ter sido dinamitada, pois os pedaços eram minúsculos. Vou fingir que é uma picanha, pensei.

De qualquer forma valeu, afinal essas experiências gastronômicas também fazem parte das viagens.

Voltamos ao hostel e fomos para o redário, aproveitei e fui até o quarto buscar meu notebook e o Marc já tinha partido. Me senti mal por não ter me despedido dele, mas acho que ainda nos encontraremos nessa vida mochileira. Posteriormente, fiz um comentário em uma foto postada em seu face e me desculpei.

Voltei ao redário e soube de uma informação quentíssima vinda diretamente da rádio cipó: hoje haveria uma seresta ao som de instrumentos de sopro e violões!! Combinamos de tomar banho e irmos. Então me lembrei que tinha deixado a mochila e aquele monte de roupas jogadas em cima da cama, mas disse a mim mesmo: Caguei pra isso! Tomei um banho mais que rápido e fomos para a seresta.

Ao chegarmos lá, o cenário era muito bacana. Em um bar de esquina, havia músicos com trompete, saxofone, atabaque, pandeiro e violão e muito samba e carimbó. A rua estava tomada de gringos e nativos. Eita, é hoje! pensei. A animação, regada a muita tijuca, estava nos mais altos patamares etílicos.

Encontrei a Raquel e o Carlinhos e nos juntamos à eles. Tome-lhe tijuca.

A certa hora, os músicos aparentaram um pouco cansados, então a Raquel tomou a iniciativa de fazer uma coleta de din-din com o chapéu panamá de um deles… Deu resultado. O troço ficou mais animado ainda. A esta altura do campeonato já estávamos “borrachos”.

Lá pelas tantas da madrugada, a massa começou a se dissolver. Decidi que também já era hora de ir. Comecei as despedidas de todos. Nisso, Carlinhos, Sandra e Raquel trouxeram a expulsadeira e propondo um abraço coletivo. Ficamos alguns minutos abraçados e tomando nossas latinhas de tijuca, e depois cada um seguiu seu rumo.

Fui em direção ao hostel, mas antes comprei mais uma latinha de tijuca.

Ao abrir a porta, deparei-me com uma cama lotada de roupas e uma mochila toda aberta. Não vim aqui para dormir mesmo! Pensei. Antes porém me despedi do Gregory pois ao sair ele estaria dormindo ainda. Continuei meu trabalho de arrumação com sorriso no rosto pensando o quão agradável foi aquela noite.

 

DIA 8 10/01/2015 a 12/01/2015

 

Bem, chegou a parte que ninguém gosta: o retorno. Pelo menos eu não.

O Moacir bateu na porta, achando que estava dormindo pois havia dito a ele que as 06:50 hs deixaria a pousada. Despedi-me dele e recebi o singelo café da manhã preparado por ele para minha viagem. Fiquei muito grato pela gentileza. Peguei minha cargueira e a de ataque e deixei o hostel.

Fui em direção à parada do busão e encontrei um cidadão que ao cumprimentá-lo tomei quatro cervejas, duas doses de pinga e uma de conhaque.. Aff! Até pensei fazer um selfie juntos, mas temi danificar a lente da câmera com aquele bafo! Preferi tirar das minhas tralhas. ::hein:

 

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Ficamos batendo papo e esperando o ônibus chegar, o que não demorou a acontecer.

Estranhei pois o ônibus estava super vazio, ao contrário de quando fui deixar o Paulo que não cabia uma pulga. Para minha sorte a cobradora era a mesma, e de imediato me reconheceu e sinalizou se eu ficaria na mesma parada. Respondi que sim e agradeci. O ônibus demorou uns 40 minutos até chegar no ponto.

Desci e me dirigi ao porto. Ao chegar, o acesso aos barcos ainda estava fechado então me dei conta que ainda eram 07:40 hs. Fui até a agencia confirmar o barco e aproveitei para tomar café na mesma banquinha da chegada. Após isso, fui até a entrada do porto e apresentei a passagem e minha CNH. O guardinha sisudo pediu que eu aguardasse em um espaço ao lado onde haviam outras pessoas, e disse que somente as 09:00 hs estaria liberado para descer ao barco.. celular pra que te quero!

Sentei e procurei interagir com as outras pessoas que ali estavam, e ouvi histórias divertidas e tristes, como a de uma senhora que tinha abandonado a casa por conta do companheiro que era extremamente violento e que teve que sair de madrugada enquanto ele dormia. Perguntei se ela tinha feito boletim de ocorrência ou se tinha intenção de fazê-lo e ela disse que não. Pensei: Mais uma violentada fora das estatísticas.

Por volta das 08:45 hs, o agente portuário liberou o acesso ao cais.

 

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O Rondônia é um catamarã construído em 1981. Por fora está com a pintura em dia, mas seu interior é bem precário. Mal sabia eu o perrengue que iria passar, a começar pela confusão da conferencia das passagens. Ao entrar, um tripulante me pediu o bilhete de duas vias. Destacou a primeira e mandou que eu seguisse até o deck superior, mas ao chegar na primeira porta havia uma outra tripulante também pedindo passagens e me pediu a segunda via do bilhete. Informei-lhe que a mesma estava de posse do tripulante que estava à entrada da embarcação. Ela lançou-me aquele olhar de quem não está acreditando, mas me liberou.

Quando eu cheguei no deck da área refrigerada e onde iria armar minha rede, me desesperei. Ao contrário do barco de vinda, o São Bartolomeu IV, organizado e com a tripulação muito prestativa, esse era o caos em forma de barco! Redes trançadas umas sobre as outras, não havia delimitação do lugar de armação das redes e uma confusão de bagagens terrível. Fud..., pensei! Rapidamente fiz um reconhecimento do melhor lugar para atar a minha rede (não havia melhor lugar, havia o menos ruim!). Atei-a próximo a uma coluna, seguindo o bizú da D. Sirene, que dá um pouco mais de espaço entre a rede vizinha e a minha. Comecei a atar a rede e nesse momento vem uma figura se debatendo em meio àquele mar de redes e de pessoas. Não liguei, pois sabia que teria que me instalar o mais rapidamente possível devido aos espaços ficarem cada vez mais escassos. Quando terminei, só dava para mexer os olhos de tanta gente amontoada. Fiquei feliz pela minha escolha.

Igualmente na vinda, tirei alguns itens de valor e coloquei-os na mochila de ataque pois estariam mais seguros andando comigo.

Dica para esse barco: FUJAM! ::vapapu::

 

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Oficialmente, a embarcação estava prevista para sair às 10:00 hs mas acabou saindo perto de 13:20 hs. Me senti aliviado quando ouvi soar o apito e vi soltarem as amarras que prendiam o barco ao cais. - Gracias! disse a mim mesmo.

Fiquei na amurada do barco observando o mesmo afastar-se da cidade. Ainda havia um movimento alucinante entre os passageiros. Alguns ainda organizando a instalação das redes e bagagens, outros discutindo por lugares, e havia ainda àqueles que simplesmente largaram suas coisas de qualquer jeito e foram à área de lazer. Corajosos esses, pensei com meus botões.

 

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Dei alguns clicks da saída e me retirei aos meus aposentos para descansar da noitada anterior. Engano meu!

No passadiço que eu estava havia um menininho que tinha uma garganta poderosa (tipo X-Men). :o

Nem meu protetor auricular me salvou dessa vez. Pensei em tirar uma foto pra registro, mas fiquei com receio do grito do moleque sair nela. Desisti da ideia.

Fui fazer um reconhecimento da parte mais delicada de todo barco: o banheiro. E era exatamente como eu previa. Tinha-se que andar sem tocar nas paredes caso contrário o tétano seria inevitável, além de ser extremamente claustrofóbico. Meus vizinhos de rede, que estavam vindo de Belém, disseram que a tripulação só limpava o banheiro uma vez por dia.

O sistema de descarga era deficiente, portanto era comum encontrar alguns "Titanic" encalhados no vaso. E isso era muita sorte, pois havia ainda os casos de alguns usuários que, aparentemente, explodiam-se em fezes e davam uma nova cor às paredes.

Bem... Como disse anteriormente, o caos!

Depois do banheiro fui à área de lazer, que de lazer pouco havia além das clássicas caixa de som com o nível de volume padrão estoura tímpano, e com o bar que só servia Schin (cerveja, refrigerante e água). Fiquei imaginando a resposta à pergunta de só haver aquela marca: porque sim! ::lol4::

Acima do bar, como na grande maioria dos barcos regionais, existe uma grande área de observação descoberta e perfeita para tirar fotos de nascer e pôr-do-sol. Mas o sol transformou aquela área em uma caçarola gigante e voltei ao meu passadiço.

O perrengue maior começou depois de umas 3 horas de viagem. Lembram-se daquela alma que passou esbarrando em tudo e em todos? Então... esse féla armou a rede dele a duas da minha, e sumiu. Descobri depois que ele foi ao bar encheu o “rabo" com pinga e cerveja e mandou um daquelas quentinhas "comeu-morreu" pra dentro, depois foi para sua rede se embalar e, claro, o resultado não poderia ser outro: vômito! PQP!!!!! ::grr::

O cheiro daquela substância excretada logo se disseminou no passadiço inteiro.

Eu estava na cabine de comando conversando com o contra-mestre quando chega uma senhora aos prantos informando o ocorrido. Fomos verificar e constatamos a "obra de arte". O contra-mestre acionou o comandante da embarcação, que foi até o local e acordou o dito dizendo-lhe que limpasse aquilo. O homem olhou com uma cara de deboche, meteu a mão no bolso e tirou uma nota de R$ 100,00 e, balbuciando, disse que daria aquela quantia à tripulação para que limpassem. O comandante advertiu-lhe que dar-lhe-ia 10 minutos para que ele providenciasse a limpeza, e ordenou a um dos tripulantes que providenciasse pano, rodo e um balde com água. Findo o prazo, o comandante voltou e nada havia sido feito. Eu já sabia no que poderia dar aquilo: desembarcá-lo no próximo porto!

Um membro da tripulação limpou, a muito contragosto, o almoço do bacana, que voltara para sua rede e seu sono de beleza. Mas o pior ainda estaria por vir.

A certa hora da madrugada, um passageiro solta um palavrão que acorda a quase todos: FDP!!!!

Por sorte não acordou o menino gasguito!

Eu fui um dos vários que pularam da rede para averiguar do que se tratava, e confesso que não fiquei estarrecido com o que vi. O dito bebum, sofreu uma crise de incontinência urinária e despejou as sobras das suas cervejas bem em cima da mala do rapaz. Pronto! outra confusão. O dono da mala queria jogar o cachaceiro pra fora do barco em movimento. Acionaram o comandante novamente, e este ao chegar mandou que trancassem o mijão em uma pequena sala que ficava nas entranhas inferiores do navio. "Vamos deixá-lo de molho para que ele reflita sobre seu erro" disse o comandante tentando acalmar o homem que teve sua bagagem devidamente carimbada. Nessa hora olhei para a minha mochila, que estava pendurada acima de minha rede, e falei: Não seria melhor colocar a capa de chuva em você por precaução?! Vai que esse cara é ninja! :roll:

 

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Para passar o tempo, procurei fazer algumas atividades como escrever esse relato, tirar fotos, selfies, e interagir com passageiros e tripulantes. Por experiência, procurei logo fazer amizade com a atendente do bar. Trocamos figurinhas e logo ela sempre reservava aquela cerveja ou refri mais gelado para mim. Ah, detalhe nesse barco tudo era 5,00 também. :?

 

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Bem, depois de 2,5 dias de viagem sobrevivendo de mixto, biscoito, cerveja e refrigerante (Se no outro barco que era infinitamente melhor eu não comi as refeições, imagina nesse!!) vejo as luzes de Manaus apontarem no horizonte. Até que enfim, já estava saturado daquele barco.

 

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Como observado, não coloquei datas nos dias vividos a bordo. Dessa forma pareceu-me que o tempo passaria mais rápido.

Despedi-me do Sr Pedro e me dirigi à saída do barco, pondo fim a mais essa saga amazônica.

Apresentei passagem+documento e fiz o último registro antes de deixar o cais do porto de Manaus.

 

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Na portaria minha tia já me aguardava saudosamente.

Tudo o que eu queria era uma refeição decente, um bom banho e uma boa cama. E tudo isso me aguardava. E, claro, começar a planejar a próxima mochilada!

 

Alguém interessado em fazer a transiberiana! em Setembro? ::Cold::

 

 

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Editado por Visitante
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Lester, uma dúvida: sabe me dizer quanto tempo dura a viagem de Manaus para Santarém?

 

Oi Bkayo,

 

Seguinte.. no barco que eu fui durou pouco mais de 30 horas (saí no sábado 12:20 e cheguei no domingo às 19:00). Manaus-Santarém é mais rápido em função do barco está a favor da correnteza do rio, e mais demorado no sentido inverso por estar contra.

 

Abs.

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  • 1 ano depois...
  • Membros
Show o relato, parceiro. Vou de Manaus a Santarém de barco conhecer Alter tmb e seu relato foi fundamental!!! TKS

 

Oi Mateus, você vai adorar essa viagem pois é um Brasil bem diferente do que estamos acostumados a ver.

Qual a data que vc pretende ir? Eu estou pensando em ir até Belém e de lá até Macapá (tudo de barco), mas isso no inicio de janeiro/17.

 

Quaisquer duvida é só perguntar.

 

Abraços.

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