Membros Serenão Postado Dezembro 9, 2005 Membros Postado Dezembro 9, 2005 Gostaria de relatar aqui uma aventura que fiz uns anos atrás. Eu tenho uma casinha (sem luz elétrica e forna á lenha) em um lugar chamado Fragaria, perto de Itamonte-MG. A viagem começou cedo, pegamos um busão do Rio para São Lourenço, mas saltamos em Itamonte. O destino (Fragaria) ficava a uns 35km de Itamonte em uma estrada de terra. Chegamos em Itamonte as 10 horas da manhã, e descobrimos que o unico onibus que poderia nos levar só pasava ás 14:00 e nos deixava a uns 15km da casa. Foi quando o meu amigo Chico deu a brilhante idéia - Vamos à pé. Como eu estava com muita vontade de chegar, eu nem pensei nos 30 e poucos quilometros que nos separavam da casa. Depois de andar uns 2km passou um carro. Levantamos o polegar direito e o carro parou, foi a salvação. Era um fusca de 67 sem os bancos traseiros e cheio de madeira e ootras coisas que eu não consegui identificar, mas só de não precisar andar já foi um alívio. Mas o cara que tava dirigindo falou que só iria até um poco mais na frente, e nos deixou a uns 3km na frente. Sentamos na beira da estrada, fumamos um cigarro e esperamos outro carro passar, Mas nenhum carro passou durante uns vinte minutos, e resolvemos continuar andando. Até que derrepente aparece um trator, que nós já cansados nem pensamos duas vezes em pedis carona. Otrator parou e o cara falou pra gente se segurar onde desse, mas nõ tinha nenhum lugar que desse para segurar. Para nossa falta de sorte o trator só iria até uns 2 km na frente. Dessemos denovo e o sol já estava nos matando. Comemos um biscoito "Maria" e esperamos mais um anjo salvador pra nos dar uma carona. Até que um caminhão de frete com umas dez pessoas passou e parou, nós subimos na caçamba acendemos um cigarro e fomos com um puta sorriso no rosto e o vento batendo. Mas a alegria durou pouco, o caminhão parou logo na frente, depois de uns vinte minutos. Saltamos e andamos uns 3km e o meu amigo Chico percebeu que tinha esquecido o casaco no caminhão do cara. Depoi de muito pensar se valia a pena voltar pra recuperar o casaco, voltamos andando, entramos na fazenda do cara, vimos o caminhão parado e resolvemos falar com o cara para recuperar o casaco. Ele teve a cara-de-pau de dizer que não tinha nenhum casaco no carro. Fomos dar uma olhada no caminhão e o casaco estava todo enrolado atrás do banco do motorista. O cara ficou olhando pra gente com uma cara que não era de muitos amigos, mas nós nem demos trela e continuamos nossa viagem á pé. Já deviam ser umas 13:00 e ainda faltavam uns 20km. O resto eu escrevo outro dia, pois é muito perrengue pra uma viagem só. Um abraço, Sereno. Citar
Membros de Honra Thiago de Sá Postado Dezembro 13, 2005 Autor Membros de Honra Postado Dezembro 13, 2005 Topic author: Serenão Subject: ...continuando, até Fragária-MG Posted on: 12/12/2005 14:39:55 Message: continuando..., depois de recuperarmos o casaco, continuamos andando em baixo de um sol da tarde, com as mochilas nas costas e sem nenhuma alma viva na estrada de terra. Depois de uns 20 minutos andando, chegamos em uma bifurcação, pra direita era uma ladeira muito ingreme e para esquerda era em direção a Alagoa-MG. Infelizmente o nosso caminho era pra subida. Foi quando um caminhão com duas vacas passou por nós em direção á subida. Pedimos carona, mas o caminhão não podia parar, porque se parasse ele não subiria de novo. O motorista falou pra gente correr, e foi o que fizemos, jogamos nossas mochilas em cima do caminhão e ficamos sentados em cima de uma espécie de gaiola, aonde estavam as vacas. O caminhão subia em uma velocidade quase que nula, mas o visual era lindo e não precisavamos andar, e logo estariamos em Campo Redondo. Depois de uns 30 minutos chegamos a Campo Redondo, que fica a uns 6km de Fragária. Encontramos um bar, e como já estava "perto", resolvemos tomar uma pinga e jogar uma sinuca. Já estava quase escurecendo e decidimos continuar nosso caminho. Pegamos uma estradinha linda, passamos por uma cachoeira véu da noiva, tiramos fotos e derrepente ficou noite. Estava ficando muito frio, e nós so tinhamos uma lanterna que estava com a pilha fraca. Não passava nem um carro. Estavamos pensando em montar a barraca na beira da estrada pra continuarmos no outro dia. Do nada apareceu um farol muito longe, mas que estava vindo em nossa direção. Quando chegou perto, paramos na frente do carro desesperados e imploramos uma carona. Por sorte as pessoas eram conhecidas do meu pai e sabiam onde era a casa. Eles cairam do céu, nos deixaram numa estradinha e falaram: - Pronto, a casa de vocês é ali.- e apontou para uma escuridão só. - Mas como ali, ali não tem nada.- Eu disse - É só vocês descerem essa rampa que chegam lá. Agradecemos muito e descemos até encontrar a casa. Um detalhe muito importante é que eu não tinha a chave da casa. Por sorte a janela do banheiro estava sem tranca. Entramos pelo banheiro, e sem ver nada adentramos na casa, que não tinha luz. Acendemos uma vela e caimos cada um em um colchão de palha que tinha no quarto. Foi uma felicidade quando eu tirei meu sapato, que eu nem liguei para as bolhas no pé. No dia seguinte acordamos e fomos para um cachoeira e percebemos que não tinhamos toalha, então tinhamos que tomar banho ao mei dia para secarmos no sol. A ague de lá é muito gelada no inverno. O resto da viagem foi tranquila na medida do possível. Na volta conseguimos um cara que levava agente de Fragária até Itamonte, mas ele tinha que passar em Campo Redondo par pegar uma geladeira e um botijão de gás, que tivemos que colocá-los na caçamba do caminhão. Por uma carona, valia á pena fazer esse esforço. Chegamos em Itamonte em cima da hora do busão pro Rio de Janeiro. Entramos no busão e o Chico sentou do lado de uma coroa, levantou o braço pra se espriguiçar e a coitada da velhinha sentiu um aroma de 10 dias sem tomar um banho direito, eu acho que não foi nada agradável pra ela. Eu estava com uma calça de moleton e uma camisa marrom (no começo da viagem era branca), as pessoas ficavam olhando pra gente como se fossemos pessoas de outro mundo. Mas valeu à pena. Um abraço ], Sereno. -------------------------------------------------------------------------------- Citar
Membros de Honra Jorge Soto Postado Dezembro 14, 2005 Membros de Honra Postado Dezembro 14, 2005 isso me lembra vagamente qdo atravessei do Chile p/ Argentina, no inicio da Carreteira Austral. Passei a fronteira de carona, e quase sentei num defunto q havia perecido afogado um dia antes. Mas claro q nm vi, pq tava na caçamba e tava coberto por uma lona. Citar
Membros de Honra Frida_ssa Postado Maio 31, 2011 Membros de Honra Postado Maio 31, 2011 que massa! qto perrengue pra um dia só!!!! adorei o relato!! fantástico, estilo meus 17 anos !!! ahuahuahuaahuahua Já passei por isso mas como sou precavida, não pararia pra tomar pinga e jogar sinuca!!! ahuahua Muito bacana!!!! abraços! Citar
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