19 dias Chile, Bolívia, Peru(Com Fotos e Preços)Finalizado!

Olá pessoal,

Fiz esse mochilão de 22/01/2009 a 09/02/2009, ou seja, 19 dias. Ele foi resultado de uma pesquisa de quase 2 meses aqui no fórum principalmente, onde tirei dicas valiosas e pude contar com a ajuda de pessoas que sequer conheço. Fica aqui o meu muito obrigado e espero poder retribuir da mesma forma. Aliás, aqui no fórum também conheci uma pessoa que me acompanhou nessa viagem. Nos conhecemos um dia antes em SP (eu sou de SP e ela do Recife). O roteiro original (com as alttudes) planejado era:

• Santiago (520m);

• Viña del Mar e Valparaíso (0m);

• San Pedro de Atacama (2400m);

• Uyuni (3800m);

• Potosí (4000m);

• La Paz (3650m);

• Copacabana (3800m);

• Puno (3800m);

• Cuzco (3400m);

• Águas Calientes (2000m)– MP (2400m)

• Lima (0m).

Vou tentar resumir as experiências e colocar os preços médios e as minhas opiniões sobre cada local.

*** OBS: Horas mencionadas sempre as locais. Moeda local quando não especificado.

***OBS2: 1USD = $600 pesos chilenos

1USD = B$7,00 bolivianos

1USD = $3,15 nuevos soles

1º dia: 21/01/2009

Na verdade a viagem começou um dia antes. Pelo menos para a minha compania, que precisava comprar algumas roupas para frio, coisa que dificilmente encontra-se nas lojas do Recife. Combinamos então de nos encontrar em SP no dia 21 e percorrer algumas lojas de artigos esportivos onde ela poderia comprar o que faltava. Fomos a Decathlon e a Arco e Flecha, onde compramos o que faltava para a viagem. Já era tarde quando terminamos e fomos tratar da arrumação da mochila para o dia seguinte.

2ºdia: 22/01/2009

Chegou o grande dia. Tudo revisado, documentos em ordem era hora de partir. Nos deslocamos ao aeroporto de Guarulhos (GRU) e nos apresentamos no check-in internacional da VARIG as 8:00. Estávamos marcados no vôo RG8720 com o ETD para as 11:00. Como não havia filas, rapidamente despachamos as bagagens e recebemos o boarding pass. Nos sobraram 2 horas livres, onde minha colega foi até uma casa de câmbio e depois tomamos um café sem pressa(como deve ser em uma viagem). Passamos pela imigração e por volta das 10:00 estavamos na sala de embarque, portão 14A aguardando a chamada. As 10:30 deu-se inicio ao embarque para o vôo e fomos levados de ônibus para a aeronave que estava no pátio.

A aeronave matriculada PR-VBF, um Boeing 737-800SFP (CN: 34276/2716) foi entregue zero km a VARIG em 27/08/2008 e ainda cheirava a nova. Como o vôo estava bem vazio, o embarque foi rápido e logo após a finalização de carga de bagagens o comandante solicitou o push-back que teve inicio as 11:07 (7 min depois do ETD). Devido ao tráfego no pátio, nossa decolagem foi autorizada a decolar as 11:17. Entramos na pista 09L e o comandante aplicou potência aos dois motores CFM 56-7B27, que com 27300 lbf de empuxo cada um levou “apenas” 34 segundos para colocar os 58386 kg de nosso Boeing a uma velocidade de 255 km/h e assim ganhar os céus carregados daquela manhã cinzenta em SP. Leve, subiu como um foguete a uma razão de 4000 pés/min e em menos de 15 minutos estávamos na altitude de cruzeiro igual a 40000 pés a 810 km/h. O tempo estimado até Santiago foi de 3:50min.

Logo após sobrevoar os Andes, teve inicio o procedimento de descida para a capital chilena, e as 14:07 hora local, tocamos o solo chileno pela pista 17R. Desmbarque rápido e sem filas na imigração, fui procurar o transporte até o centro da cidade. Do lado de fora onde ficam os taxis do aeroporto, pode-se ver o ônibus da TURBUS estacionado. Paga-se direto ao motorista. Muito cuidado, pois perguntei sobre o tal ônibus em um guichê e a moça me disse que não havia, que eu teria que pegar um taxi (aliás era um guichê de taxis) O ônibus da TURBUS nos deixa no terminal Alameda junto a estação Universidad de Santiago do metrô e custa $1700. Leva cerca de meia hora esse trajeto, com algumas paradas. De lá eu precisava ir até o ECOHOSTEL (http://www.ecohostel.cl - $7000 a diária quarto compartido), onde me hospedaria nos dias seguintes. Comprei um cartão do metrô ($1300) e fiz uma carga de $3700. As passagens variam de $380 a $460, dependendo do horário. Pegamos o metrô e descemos na estação Universidad Católica. Mais 10 minutos caminhando pela Av. Portugal, alcançamos o albergue que fica em uma travessa dessa avenida. Chegamos por volta das 16h. deixamos as coisas e fomos até a estação central trocar alguns traveller checks, e de lá seguimos para o Parque Metropolitano (Metro Pedro de Valdivia). Subimos no cerro San Cristobal. Recomendo saber qual a hora do por do sol, pois os teleféricos só operam até as 20:00, então se comprar ida e volta de teleférico, não conseguirá ver o por do sol lá de cima.

A caminhada é de meia hora para voltar, e é bem seguro o parque. Jantamos no bairro da Providência (um pouco caro - $5000) e chegamos de volta no albergue por volta das 23:30.

3º dia: 23/01/2009

Esse dia estava planejado ir ao litoral de ônibus conhecer o Pacífico. Estimava gastar entre ônibus, metrô e deslocamentos nas duas cidades algo em torno dos $20000. Porém um dos donos do albergue, Enzo que é guia também nos ofereceu um passeio o dia inteiro por $40000. Eu a principio não quis, pois achei caro, e isso estouraria meu orçamento, mas vendo as vantagens em se fazer o passeio com alguém que conhece o lugar e nos exlplicaria muitas coisas, topamos.

Bem cedinho, fomos até o terminal Alameda comprar as passagens para San Pedro de Atacama no outro dia. Saímos de Santiago as 10:00, visitamos primeiro Valparaíso, almoçamos e percorremos várias das ladeiras e ascensores dessa cidade.

Depois e muito andar, rumamos a Viña del Mar, onde tinha muita gente na praia apesar de o sol não ter colaborado. Era um dia nublado, e na tentativa de tomar um banho de mar, logo desisti, pois a água estava a 12°C.

Molhei só os pés e chega! Rsrsrs andamos mais um bocado por lá e retornamos no fim do dia a Santiago, chegando por volta das 20:00. Guardamos as coisas e fomos procurar um lugar pra jantar, andamos um pouco, compramos algumas coisas no mercado e uma pizza perto dali. Comemos no albergue e conhecemos algumas pessoas que estavam por lá, como por exemplo Mark um Inglês que já viajava há 4 meses e vinha da patagônia. Batemos um papo por um tempo e depois fui dormir.

Aqui uma recomendação: o ECOHOSTEL é um lugar muito legal, bem limpo, organizado e com um staff muito prestativo e atencioso. Recomendo esse local, pois está em uma área tranqüila de Santiago e com fácil acesso a tudo com o metrô. Além disso eles tem uma consciência ecológica muito bacana. Vale a pena!

4º dia: 24/01/2009

Com a passagem para San Pedro de Atacama comprada para as 9:30, saímos do albergue as 8:30 e fomos de metrô até o terminal Alameda. A passagem custou $47000 no bus Semi-Cama da TURBUS.

Poltronas bem confortáveis e ônibus muito bom, pois a viagem dura 24h até San Pedro.O ônibus segue pela ruta Panamericana e vai margeando o Pacífico. Muito bonitas as paisagens. Já no ônibus havia uma integração muito boa das pessoas, havia chilenos, alemães, portugueses...

Anoiteceu já eram 21:00 e peguei no sono....

5º dia: 25/01/2009

Chegada por volta das 10:00 da manhã em San Pedro. Como não tinha albergue fomos até o albergue onde uma das pessoas do ônibus já tinha reserva para ver se havia quatos disponíveis, mas estava lotado. Deixei a bagagem lá e sai com o português que conhecemos na rodoviária para procurar habitación, até porque já era muito cansativo carregar tudo por conta da altitude um pouco elevada. ( indispensável ler o tópico sobre mal de altitude aqui no forum: mal-da-altitude-orientacoes-t24338.html ) Depois de procurar por um tempo, encontrei um quarto duplo com banheiro compartilhado no Hostal Corvatsch por $17000 ($8500 por pessoa).

Saímos para comer algo e conhecer o pueblo de San Pedro. É um lugar muito legal, e único, com turistas de toda parte do mundo e ao mesmo tempo uma simplicidade e tranqüilidade absurdas. Passando por uma agência, fechamos o pacote do Valle de La Luna e Valle de La Muerte por $7000 cada(não inclui os $2000 de entrada no parque). Saímos as 16h, visitamos o Valle de La Muerte e depois seguimos para o Valle de La Luna, onde ficamos até o por do sol.

Chegamos de volta a San Pedro por volta das 21:00 e acertamos o passeio para os Gêiseres del Tatio no dia seguinte. Nos custou $14000 cada e não incluía os $3500 de entrada no parque. Saímos para comer algo e conversar e nem vimos a hora. Chegamos mais de 1:00 no albergue e acordamos as 3:30, pois as 4:00 sairiamos para os gêiseres.

6ºdia – 26/01/2009

A van nos pegou as 4:00 no hostal, e seguimos para os gêiseres que estão acima dos 4000m de altitude. Lá sim, o cansaço fica aparente, até mesmo no mínimo esforço. As 6:30 da manhã a temperatura era de -7°C e a atividade dos gêiseres era intensa. Lá a água ferve a 85°C por conta da altitude elevada, e isso em contraste com a baixa temperatura externa, produzia nuvens imensas de vapor.

O cheiro de enxofre é muito forte, o que nos faz cair na real de que estamos realmente em uma região vulcânica. Esse passeio vale muito a pena, as imagens por melhores que fiquem, não dão nem 5% da sensação de poder da natureza que age lá.

Passamos por outros campos geotérmicos e fomos em direção a uma piscina termal onde algumas pessoas aproveitavam para se banhar (o ruim era sair da água...rsrs). Para finalizar esse roteiro, visitamos o pueblo de Machuca, uma comunidade bem pequenina que vive sobretudo das compras dos turistas que passam por lá. Comi um pastel de queijo de cabra e tomei chá de coca.

A chegada de volta a San Pedro foi por volta das 12:30, e fui pesquisar as agências para fazer o tour do Salar de Uyuni. Optamos pela Cordillera traveller (calle Caracoles com Toconao), que nos cobrou US$115 por pessoa. Todas as entradas estavam incluídas (li relatos aqui de pessoas que não eram avisadas dessas entradas) nos parques assim como as hospedagens, desayunos, almoços e jantares. O senhor que nos atendeu, foi muito transparente em tudo e nos avisou que no primeiro dia não havia chuveiros para banho. Assim sendo a saída ficou marcada para o dia seguinte as 8:00. Fomos descansar um pouco e almoçar. Andamos todo o povoado, comprei algumas besteirinhas e curtimos o movimento de San Pedro.

A minha colega, foi fazer o tour astronômico que lhe custou $15000. Saiu as 22:00 e voltou as 02:00. Lá, um francês instalou alguns telescópios e orienta as pessoas explicando onde estão as constelações e planetas. A agência deles, se não me engano Space Adventures, fica na Caracoles, lá embaixo. Dei umas voltas a mais em san Pedro e me recolhi a meia noite para descansar e encarar o tour para Uyuni no outro dia.

Leitura indispensável: mal-da-altitude-orientacoes-t24338.html

CONTINUA...

Muito legal o seu relato, Xunfos!

Um dos mais completos que já li aqui no site, especificando preços, horários, etc.

Continue ele, estou ansioso para ler as próximas partes!!

7º dia: 27/01/2009

As 7:45 nos apresentamos na oficina da Cordillera. Uma moça chega um pouco mais cedo para fazer câmbio de bolivianos para quem precisar. O câmbio com eles é justo e igual o praticado em toda a Bolívia. Feito isso, embarcamos em uma VAN que nos levaria a imigração chilena. O trâmite por lá foi bem rápido pois não havia muita gente, apenas os turistas que embarcariam no tour. Pelo que soube também, eles só são rígidos com quem está entrando, e ai sim o processo é um pouco mais demorado.

Feito isso, pegamos o rumo da imigração boliviana. Um tempinho depois e sempre subindo, estávamos na simples e rústica imigração boliviana a mais de 4000m de altitude. O país parece que está uns 30 anos defasado, mas todas as belezas naturais que iríamos ver dali em diante compensariam tudo.

Aqui é importante lembrar que a carteirinha de vacinação contra a febre amarela é OBRIGATÒRIA. Mas isso já está bem divulgado no fórum! Feitos os trâmites, fomos até uma base ao lado da imigração para tomar o desayuno e passar da VAN para o jipe. Ali formaríamos a turma dos 3 próximos dias. Eu, Jô (a minha compania de viagem), James(Australiano radicado em Santiago) e três inglesas: Kath, Milli e Patience. O motorista do jipe é o Boliviano de Uyuni Eusébio.

Ingressamos então rumo as lagunas que veríamos naquele dia. Todas elas muito bonitas e impressionantes. Passamos pela Laguna Blanca, Laguna Verde, passamos também em um lago termal, onde foi possível tomar banho, gêiseres (bem menores que Tatio em San Pedro) e por volta das 15:00 chegamos no primeiro refúgio do dia em frente a Laguna Colorada.

Almoçamos uma comida muito boa (não me lembro o que era..rsrsrs). Conforme avisado, não havia banho disponível, e o banheiro era coletivo. Cada jipe tinha o seu quarto com 6 camas bem organizadas e com muito cobertor para encarar a primeira noite acima dos 4000m. Como estava cedo ainda e aparentemente a Laguna Colorada estava perto, decidi fazer uma caminhada para me aproximar dela, mas foi pura ilusão. Quanto mais andava, parece que as coisas ficavam mais longe. Resumindo, depois de andar por uns 40min, decidi voltar e para meu azar contra o vento. Andava um pouco a parava pra descansar, pois o mínimo esforço na altitude é um grande esforço. Um pouco antes de alcaçar o refúgio um dos jipes da nossa expedição veio ao meu encontro dizendo que o pessoal sairia para a Laguna Colorada pra tirar algumas fotos.

Me deu uma carona (claro que não recusei) e fomos até a Laguna. Várias fotos depois, voltamos para o refúgio para esperar pelo Jantar e descansar. Enquanto isso, jogamos cartas e conversamos bastante, e aproveitamos para conhecer o resto das pessoas dos outros carros. Jantamos por volta das 20:00 e um pouco depois disso fui dormir.

Antes os guias combinaram a hora de saída do dia seguinte que ficou para as 7:00, com desayuno a partir das 6:30. Nesse dia não sei se por conta do esforço da caminhada tive dores de cabeça a noite e senti enjôo. Nada que um paracetamol e um pouco de plasil não ajudassem a resolver.

8ºdia: 28/01/2009

Esse é o segundo dia do Tour com destino a Uyuni. Com a saída acertada para as 7:00, tomamos o café da manhã, muito farto por sinal, e fomos arrumar as bagagens para colocar no jipe. Como faz muito frio a noite, a bateria do jipe perdeu carga e não partia o motor.

Foi necessário pegar uma outra bateria de outro carro para que o nosso funcionasse. Depois de resolvido o problema, passamos pela Laguna Colorada novamente e seguimos em direção as lagunas altiplânicas. Antes delas, passamos por algumas formações rochosas onde fica a curiosa Arvore de Pedra.

Passando as lagunas altiplanicas (laguna Hedionda, Cañapa e Chiarcota), paramos no mirante dos vulcões Ollague e Iruputuncu para almoçar. Enquanto almoçávamos, uma forte chuva se aproximava, mas não deu tempo de ela nos alcançar. O mais curioso dessa chuva é que nas altas montanhas ela caia em forma de nevasca e deixava as montanhas bem brancas.

Depois do almoço, seguimos por algumas estradas até alcançar o pueblo de San José para comprar água (2,5 litros em torno de B$7,00) e outras coisas mais. Esse foi o primeiro vilarejo Boliviano que passamos. De lá partimos com destino ao hotel de sal que seria nossa estadia nesse segundo dia. Chegamos por volta das 15:00, tomamos café da tarde e fomos alocados em nossos quartos. Havia quartos matrimoniais, duplos e quádruplos. O banheiro era compartilhado, mas com água quente. Quem quisesse um quarto com banheiro individual, podia pagar a diferença que não me lembro de quanto era. Esse hotel é todo feito de sal e muito bem organizado. As roupas de cama bem limpas e tudo muito bem cuidado.

O serviço de café e no jantar também foi excelente. Jogamos mais cartas até que fomos chamado para jantar. Jantamos e novamente após tudo terminado, combinamos o horário de saída para o terceiro e último dia. Que seria as 7:30.

9ºdia: 29/01/2009

O ultimo dia para quem sai de San Pedro é sem dúvidas o mais interessante. Após uns 15 minutos de estrada, começamos a avistar uma paisagem branca e diferente. Era o Salar.

Conforme o jipe ia andando, tudo ia ficando branco e bem ao loge era possível avistar algumas elevações. O salar de Uyuni, foi no passado um grande lago que secou e por ser muito salgado o sal se depositou na superfície. Tem 7m de espessura a primeira e mais firme camada de sal, por onde os carros andam. Depois de uns 40 minutos chagamos a Isla Incahuasi, um oásis nmo meio desse deserto de sal. A ilha é repleta de cactus. O acesso é pago, mas como no nosso pacote já estava tudo incluído, recebemos os tickets para caminhar até o alto da ilha.

Saímos em direção ao meio do salar, onde tiramos fotos e depois seguimos para o pueblo de Colchani onde almoçamos.

Uns 15 min depois de lá, chegamos a Uyuni e fomos direto ao cemeterio de trens. Antes de chegar lá, passamos pela periferia de Uyuni, que é um lugar muito sujo. Aparentemente as cidades bolivianas ainda não tem aterros sanitários e todo o lixo é jogado nos limites da cidade. Não só em Uyuni, mas em outras cidades também é assim.

Chegamos ao escritório da Cordillera por volta das 15h, muito cansados da viagem de 3 dias sacolejando pelas estradas de terra da Bolívia. Cabe aqui um comentário sobre a agência: eles cumpriram exatamente tudo que prometeream. As hospedagens e as refeições superaram não só a minha expectativa, mas a de várias outras pessoas do grupo. Vale a diferença de 10 ou 20 dólares em relação as outras agências, pois eles tem os abrigos sempre em boas condições e cumprem a risca o prometido.

A idéia era ir a Potosí a noite de ônibus, mas o cansaço de 3 dias do tour me fez mudar de idéia. Decidi ir para La Paz e de trem, pois confesso que fiquei com um pouco de receio das estradas bolivianas a noite. Com a passagem comprada em Uyuni, teríamos agora como destino Oruro e depois de ônibus por asfalto até La Paz. A passagem de trem custou B$31 pois só tinha na classe popular. (http://www.fca.com.bo/) Ai começou o primeiro contratempo da viagem, e talvez o trecho mais difícil. Antes disso, para não esperarmos na rua, nos hospedamos das 16:00 a meia noite num hostal bem pertinho da estação. Saiu por B$50 cada um.

O trem que deveria partir as 01:45 só saiu as 05:30. Eu fiquei sentado na poltrona das 00:30 as 05:30 parado no mesmo lugar e o trem estava bem cheio. Os bancos são 2 a 2 um de frente pro outro e havia muitas crianças chorando. Isso sim foi conhecer a Bolívia de perto. Uma dica, se só houver bilhetes da classe popular, arrisque o ônibus!

Chegamos por volta das 12:00 em Oruro no dia seguinte.

CONTINUA...

Muito completo esse relato. Parabens. Estou indo pra MP em julho com tempo e dinheiro limitado então é fundamental pra mim saber qnt vou gastar, principalmente com locomoção.

Att

fabinho

muito legal seu diario de viagem..

estou planejando realizar um no final do ano..

anotando todas as suas informaçãos para que eu possa elaborar um roteiro de viagem...

aguardo novas informaçoes..

boa viagem...

quando der me add no msn para trocarmos ideias

brunopinheiro01@hotmail.com

vlw

abração

Cara, tô de zóio nas suas histórias... fiz um roteiro parecido com o seu mas nao subi para La Paz e nem visitei Machu Picchu... portanto estou aguardando suas historias para eu programar a minha!

Desejo toda sorte em na viagem

abraço

10º dia - 30/01/2009

Na viagem de trem desde Uyuni até Oruro, não pudemos ver muita coisa pois estavamos fora da janela, e a que estava mais próxima estava emperrada. O trem fazia algumas paradas em povoados que devem ter de 30 a 40 casas, onde alguns desciam e oputros subiam, e também o pessoal aproveitava pra comprar uns lanches. Frangos e gelatinas eram os mais oferecidos, tudo no "Bolivian way of life", nada recomendado para quem ainda não tem os anticorpos necessários. Logo depois de cruzar o lago Poopó, os povoados começaram a ficar maiores e uma hora depois alcançamos Oruro. A cidade é famosa pelo carnaval, considerado a maior manifestação folclórica da Bolivia, e a cidade já se preparava para a festa com muros pintados e decorações nas casas.

Da estação de trem, dividimos um taxi com um casal de argentinos, que iriam a Sucre. O taxi saiu por B$8,00 (B$2,00 por pessoa). De lá comprei passagem para La Paz na viação Aroma, pois foi a que achei melhorzinha entre as que partiriam naquele horário. O preço foi de B$20,00 da passagem mais B$1,50 da taxa de utilização do terminal. Muitas pessoas pegam o ônibus assim que ele sai do terminal, assim não pagam essa taxa! O ônibus era razoável (muito bom pro padrão boliviano), passou um filme e sempre parava para que entrassem vendedores, com sorvetes, frango, gelatina, etc... Depois de mais ou menos 3 horas de viagem, chegamos a capital La Paz. Trânsito um pouco bagunçado, nada muito diferente de SP em dias de chuva.

Pegamos um taxi (sempre combinando o preço antes de entrar no veículo) por B$6,00 até o hostal Copacabana na calle Illampu onde por recomendação aqui do forum me hospedei pelos próximos dias. Pagamos B$150 a diaria por um quarto duplo com banheiro privado (ou seja B$75,00 por pessoa). Como ficariamos alguns dias por lá, essa foi uma escolha acertada, pois está muito bem localizado na cidade e as instalações são muito agradáveis.

Como já era quase 18h, fechamos o passeio ao Mt. Chacaltaya na agência Combitours que fica junto ao hostel. O passeio custou B$50,00 mais B$15,00 para entrar no Valle de la Luna. Se vc já visitou o Valle de la luna/ Valle de la Muerte no Atacama, não será nenhuma grande novidade, e vale a pena não fazer.

Saimos para comer algo, e as ruas ali da região oferecem uma grande variedade de restaurantes para todos os gostos e bolsos.

11º dia - 31/01/2009

Saindo do Hostal, fomos ao Valle de la Luna, numa cidade vizinha chamada Mallasa.

Depois atravessamos toda La Paz novamente agora com destino ao Mt. Chacaltaya que está na cidade de El Alto, também vizinha a La Paz. A estrada por onde passamos é bem sinistra, e depois de mais ou menos 1h20 chegamos a base do Mt. Chacaltaya a 5300m acima do nivel médio do mar.

Meu altimetro estava sempre com uma diferença, não sei porque, pois o calibrei no nivel do mar em Viña.

Recebemos as orientações na base e começamos a caminhada ao topo do monte. Algumas pessoas sentiram forte os impactos da altitude e do esforço para subir e desistiram. Levei cerca de meia hora para conseguir chegar ao topo, caminhando bem devagar e descansando sempre.

Depois de algumas fotos, desci, e retornamos a La Paz por volta das 16h.

Depois de descansar um pouco e comer algo, fomos pesquisar o preço do downhill de Coroico e fechamos por B$280,00 na X-treme que fica na calle Sagarnaga bem pertinho da esquina da Illampu descendo. Já aproveitei também e comprei o ticket do Bus para Copacabana por B$30,00 (me pediram desde B$50,00) depois de pechinchar um descontinho. (quando se está em 2 ou mais é muito mais fácil obter o desconto). Saimos para jantar com uma brasileira que conhecemos na excursão do Chacaltaya e voltamos para o hostal por volta das 23h.

12º dia - 01/02/2009

Saimos as 7:00 sa agência X-treme numa van com destino a La Cumbre, uma outra região nos arredores de La Paz. Antes porém, passamos em outros hostels e agências para pegar o resto do pessoal. Na nossa van foram eu e Jô, três argentinos e dois americanos. A van nos levou até os 4700m de La Cumbre e depois de dadas as instruções e checado o equipamento, partimos para a primeira etapa do DH. Os guias são muito atenciosos e pedem várias vezes para que tenhamos calma e não nos empolguemos muito.

A primeira etapa tem 21km e é de asfalto. Mas nem por isso é menos interessante. A paisagem ao redor é linda, e a bike embala muito. Sou suspeito pra falar, mas pra mim esse foi o melhor da viagem!!! Saimos de 4700m e vamos até 1200m de altitude. é imperdivel!!!

Depois desses 21km iniciais, há 7km de subida que fazemos na van, e depois começa o trechjo da estrada da morte. O caminho é de terra com pedras soltas, perigoso sim para os mais sem noção, com cuidado e freando bem antes das curvas não há problema algum.

O tráfego de carros hoje é quase nulo, pois já liberaram a pista nova para circulação, então ficam só as bikes e os carros de apoio no caminho. Aqui o visual é mais impressionante ainda, com penhascos intermináveis e a medida que vamos descendo o clima vai mudando, ficando muito parecido com a nossa mata atlântica aqui (eu frequento muito Paranapiacaba em SP, e ficou muito parecido).

Paradas para lanches, fotos e descanso, tudo com a supervisão de 2 guias, muito atenciosos durante todo o trajeto.

Várias curvas e penhascos depois, chegamos a Yolosa,onde fomos de van até um hotel tomar banho, almoçar e quem quisesse podia encarar uma piscina. Como os argentinos tinham um onibus as 19:00 para Villazón, nem demoramos muito e já tomamos o rumo a La Paz, onde chegamos por volta das 18:00. Depois de vários e vários dias acordando bem cedo e dormindo bem tarde, decidimos que o próximo dia seria13 para descanso, sem nada agendado. (originalmente iriamos a Tiwuanaku).

13º dia - 02/02/2009

Dia de descanso, dormi ate tarde e sai para comprar postais e enviar para o pessoal aqui... mais nada....rsrsrs foi descanso ou não foi?!

14º dia - 03/02/2009

O ônibus para Copacabana (custou B$30 e quase toda agencia de turismo vende a passagem) passou as 7:00 no hostal e depois de rodar um pouco por La Paz pegando outras pessoas, tomou o rumo de El Alto para de lá seguir a Copa. Depois de mais ou menos 1h de viagem, já era possivel avistar o Lago Titicaca, que nos acompanhou dali em diante. Em um trecho, é necessário descer do ônibus para transpor o estreito de Tikina. Nós vamos de barco (B$1,00) e o ônibus de balsa. Após a travessia, seguimos uma curta etapa até alcançar Copacabana.

Chegamos por volta das 12:00, e fomos direto ao cais comprar o ticket para a Isla del Sol (B$10,00). Almoçamos ali mesmo em frente ao cais e as 13:15 subimos no barco que saiu as 13:30. A viagem dura cerca de 1:30 até a parte sul que é a primeira parada e a segurança do barco não é das melhores. Deveria ter mais de 50 pessoas e menos de 10 coletes salva-vidas.

Chegando a ilha, várias pessoas oferecem hospedagem e ajuda para carregar as malas até lá. Isso por conta da longa escadaria até alcançar o povoado onde estão as hospedagens, que tem mais de 200 degraus. Some isso aos 3850m de altitude e verá que é muito dificil chegar lá em cima. A ajuda varia entre 10 e 20 B$. Paramos no hostal Inti-Wari que custou B$60 com banheiro privado (B$30 para cada um).

A água é o grande problema da ilha, pois eles a levam em animais lá para cima, então é um item bem escasso. Esse hostal tinha vista para o lago, na direção do nascer do sol. Deixamos as coisas por lá e fomos fazer uma caminhada, procurando umas supostas ruinas. No caminho sempre que vc pedir alguma informação vão vir lhe oferecer algumas bugigangas por um preço muito maior que qualquer outro lugar. Se possivel, recuse. Não encontramos as tais ruinas, até porque já era tarde e estava escurecendo. Voltamos para ver o por do sol, perto do hostal e depois jantamos ali por perto. O caminho por onde andamos era muito bonito e tranquilo. Se eu soubesse o quanto é tranquilo e legal lá, teria trocado o dia de descanso em La Paz, por mais um dia lá na ilha. Vale muito a pena!!

15º dia - 04/02/2009

Acordando as 6:30, deu pra acompanhar o nascer do sol da janela do quarto e ainda tirar mais um cochilo depois!! De café tomado, as 9:30 descemos de volta para o cais, onde o barco de volta para Copa sairia as 10:30. Na volta o barco custa B$20 !!!!! Já está lá mesmo, não tem como fugir disso! Chegando por volta das 12:00 em Copa, fui até a agência da Tour Peru comprar a passagem para Puno, que custou B$30, e sairia as 13:30. Dos ônibus que partiram para Puno em Copa naquele horário, sem duvidas o da Tour Peru era o melhor.

Depois de mais ou menos 20min, chegamos a imigração onde damos saída da Bolivia e entramos no Peru. Há casas de cambio bem na divisa, então não se preocupe em onde trocar o dinheiro boliviano que sobrou.

Aqui diminuimos mais uma hora no relógio e por volta das 16h chegamos a Puno. Comprei a passagem para Cusco as 21:00 e custou 20 soles. De passagem comprada e malas guardadas no guichê da empresa, contratei o passeio as Islas de los Uros ali na rodoviária mesmo por 22,50 soles com a Inka Tours.

Saimos para o passeio e visitamos as ilhas a bordo de barcos, e aqui notamos a diferença entre Peru e Bolivia na infraestrutura. Os barcos são muito melhores e mais seguros, com coletes para todos. Esse passeio é imperdivel, mostra como os Uros criaram um espaço para viver e se refugiar no lago. As 19:30 estavamos de volta a rodoviária, tempo de comer um pollo e correr para o embarque para Cusco.

Ônibus semi-cama confortável, mas um pouco sujo (se comparado ao onibus do Chile), mas seriam só 8h de viagem, que passou rápido num longo sono. Chegamos as 5:00 em Cusco e como não tinha reserva de Hostal, aceitei o convite para ir ao Gran Hotel Machupicchu (Calle Quera, 282), pois não pagaria a primeira parte da diária que venceria ao meio dia. O taxi até lá custou 7 soles, e o hotel (com preço de hostal) custou 30 soles a diária.

16ºdia - 05/02/2009

Após um breve descanso em Cusco, fomos procurar o mesmo rapaz que nos indicou o hotel pois ele também fazia as vezes de agente de turismo. Seu nome é Walter (tel 984-900355) e não tivemos problemas com ele. Como estava com os dias bem apertados, decidi já fechar tudo com ele, pois estava dentro do que eu havia pesquisado aqui previamente. Os pacotes e passeios fechados com ele foram: City Tour(15 soles), Valle sagrado(50 soles) e Machu Picchu(140USD) em 2 dias. Também é necessário comprar o Boleto Turistico del Cusco, que custa 130 soles, e dá direito a acessar os locais visitados e os museus da cidade.

Marcamos o city tour para as 13:00, e fomos dar uma volta em Cusco. O Hotel Machu Picchu esta a 2 quadras da Plaza de Armas de Cusco, muito bem localizado. Só recomendo que não peguem quartos de frente para a rua, pois precisei mudar de quarto depois, por conta de uma obra na casa em frente... no city tour, visitamos Saqsayhuaman, Q'engo, Pukapukara e Tambomachay. O guia que nos levou era muito bom e os veiculos utilizados muito bons também.

17ºdia - 06/02/2009

Saimos as 7:00 para Machu Picchu. Esse pacote que eles vendem é o seguinte: Vamos de van até a hidroelétrica em Santa Teresa, que é o último lugar onde o trem para MP faz parada, e lá ele custa apenas 7 dólares (sim, tudo em dólar por lá). Essa viagem leva em torno de 6 horas, mas as paisagens do caminho são muito bonitas.

Estava incluso: Almoço e Jantar do primeiro dia, hospedagem em Aguas Calientes, Ingresso do trem e ingresso a MP. visitariamos MP no outro dia cedo com guia e voltariamos a Hidroeletrica no trem das 13:00, chegando a Cusco por volta das 22:00. Para se ter idéia o trem de ida e volta a MP a partir de Cusco, na classe mais barata sai por $96 dólares e só chega a MP por volta das 11:00. O ingresso a MP, sai mais $40 dólares.

Chegamos a Aguas Calientes por volta das 17:00, onde nos hospedamos e fomos conhecer o povoado, e que lembra muito a mata atlantica aqui de SP. Jantamos e recebemos as instruções dos guias para o outro dia cedo: quem quisesse ir a pé ate MP, levaria em torno de 1:30 caminhando e sairia as 4:00, ou quem preferisse poderia ir de ônibus, saindo perto das 5:00. Optamos por ir a pé.

18ºdia - 07/02/2009

Na verdade, a minha idéia inicial era conhecer Machu Picchu, e quando soube que teria férias e poderia ir, comecei a pesquisar como fazer para chegar lá, e dai nasceu todo esse roteiro pesquisando principalmente aqui no mochileiros. Finalmente chegou o lugar que foi o embrião de toda a viagem, Machu Picchu!!

Como combinado, saimos as 4:00 caminhando desde o hostal. Terreno plano por cerca de 20min em absoluta escuridão (sim, leve uma lanterna boa), aproveitando-se da luz da lanterna de outras pessoas. Ai começam as escadas que levam a Machu Picchu: leva cerca de 1 hora em um ritmo bom, ou seja, subimos cerca de 400m de desnivel. Quando alcançamos a entrada do sitio arqueológico, estavamos completamente exaustos e suando muito. Em contrapartida, seriamos uns dos primeiros a entrar naquele dia.

POrtões abertos as 6:00, fomos direto para o acesso a Wayna Picchu, pegar a senha para a subida das 10:00, pois as 7:00 teriamos o tour com o guia que contratamos ainda em Cusco no pacotão. De senha na mão, fomos ao ponto combinado aguardar o guia, e as 7:30, iniciamos o tour, passando pelos lugares mais importantes da "cidade perdida". É realmente impressionante as formas de construção e o conhecimento que aquele povo detinha, e que simplesmente sumiu. Confesso também que a minha grande expectativa foi quebrada pelos tantos outros lugares que havia visitado antes (Atacama, Altiplano Boliviano, Titicaca...), mas não deixou de ser muito impressionante e marcante a visita a MP.

Terminado o tour guiado, fomos um pouco antes das 10:00 para o acesso a Wayna Picchu, e nosso guia conseguiu que nos "liberássemos" antes do horário marcado, gerando alguns olhares mais desconfiados de quem aguardava as 10:00 para poder subir. Comenta-se por aqui que a ida a Wayna Picchu, leva cerca de 1h para ir, e 1h para voltar... Quando começamos a subir, fui perguntando a algumas pessoas o tempo que estavam levando, e depois de algumas respostas, tirei a média: 1:30 para ir e mais 1:30 para voltar. Ficaria muito corrido, pois precisariamos pegar o trem de 12:30 voltando para a hidroeletrica, e além de tudo, era um dia chuivoso e as pessoas que voltavam de Wayna, diziam que não conseguiram fazer fotos da cidade, poir conta das grandes nuvens e nevoeiro que encobria tudo naquela manhã. Assim sendo, abortamos a missão e fomos até Huchuypicchu, bem pertinho do acesso. Sendo assim, se forem fazer o pacote de MP, via Santa Teresa como nós, recomendo que negociem a volta no outro dia, e paguem uma noite avulsa em Aguas Calientes, assim, terão um dia inteiro em MP (o que não é tão necessário) e ainda aproveitar bem a piscina de Aguas Calientes.

Cumprida a visita, voltamos de onibus ate Aguas Calientes que custou $7 dólares. Passamos na feira de artesanato de Aguas Calientes, onde tudo é bem mais caro. Ja era hora de encontrar os guias e ir para o Trem e voltar para a hidroeletrica. Almoçamos em Santa Teresa, e pegamos estrada de volta para Cusco, chegando pouco antes das 22:00 de volta.