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11 Dias vivendo a vida devagar na Chapada Diamantina


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[align=center][t1]11 Dias vivendo a vida devagar na Chapada Diamantina[/t1][/align]

 

[align=justify]Esse é o relato de uma viagem de 11 dias pela Chapada Diamantina, na verdade 9 dias, porque o primeiro e o último foram gastos entre rodoviárias e aeroportos. Fiz a viagem sozinha, partindo do Rio de Janeiro, entre os dias 22/09/2011 e 02/10/2011.

 

Para todos os mochileiros cada viagem é um aprendizado novo, principalmente quando se está sozinho. Mas essa viagem em especial foi uma experiência muito boa para mim, uma renovação de espírito! Aproveito então para deixar um agradecimento especial a todas as pessoas que fizeram esses dias tão incríveis, saibam que cada um de vocês significou algo importante para mim, e eu agradeço muito por isso. Uma das grandes lições dessa viagem foi que mais importante que os lugares são as pessoas, e mais importante que as viagens são as experiências.

 

Esse é mais um dos meus relatos realmente longos e detalhados, como de costume, e confesso que dessa vez não fiz nenhum esforço para ser mais breve, desisti. Sei que são poucos os que vão ter paciência para ler, mas sempre tem um louco, então isso já me deixa feliz.

 

 

[t3]Dia 1 – 22/09/2011 – Ida para Lençóis[/t3]

 

Decidi fazer essa viagem para desestressar de um período um pouco conturbado, estava estudando muito para fazer alguns concursos e achei que seria uma boa tirar uns dias de férias antes das provas. Se foi a decisão certa só vou saber daqui a alguns meses, mas independente de qualquer coisa achei que não deveria abrir mão do que mais me faz feliz, e resolvi viajar.

 

Escolhi ir para a Bahia e peguei as passagens com milhas em uma promoção do Smiles, saiu por 11.000 milhas a ida e a volta (o normal é 20.000). A intenção inicial era ir pra Morro de São Paulo e Boipeba, e ficar só curtindo a praia mesmo, mas depois de analisar a oportunidade e conversar com algumas pessoas acabei mudando o destino para a Chapada Diamantina. Então aproveitei e já comprei antes pela internet a passagem de ida para lençóis para o mesmo dia da minha chegada em Salvador, e reservei 2 noites no Hostel da Chapada (rede HI). Então o que eu tinha certo era isso, a ida pra Lençóis e a volta de Salvador para o Rio no dia 02/10/2011. No meio disso tudo era possível.

 

Meu vôo pela Gol chegou em Salvador às 13:20, fui direto na informação turística para perguntar sobre os ônibus para a rodoviária. Enquanto esperava para me atenderem conheci a Fernanda, com quem eu já havia trocado uns emails por intermédio da Rachel (que vai entrar na história daqui a pouco). A Rachel, carioca como eu, postou um tópico no companhia para viajar e vi que ela ia nas mesmas datas que eu, resolvi arriscar um contato meio com o pé atrás. Nas nossas trocas de emails também estavam a Fernanda, de São Paulo, que iria para Lençóis no mesmo ônibus que eu, e a Miriane, também de São Paulo. Todas estávamos indo sozinhas e resolvemos nos encontrar por lá. Nunca tinha usado o companhia para viajar antes, e deu super certo, todas as pessoas que conheci nessa viagem foram muito legais.

 

Então eu e a Fernanda saímos do aeroporto para pegar o ônibus para a rodoviária, para fazer o trajeto mais rápido pegaríamos 2 ônibus, indo pelo Avenida Paralela. Enquanto estávamos esperando no ponto 2 taxistas abordaram a gente oferecendo a corrida por 10 reais por pessoa. O primeiro foi dispensado porque queria colocar além dele outras 5 pessoas dentro do táxi com suas bagagens. Mais tarde fomos descobrir que uma dessas pessoas era o Ronaldo, que passou quase a viagem toda com a gente. No segundo taxista aceitamos, não sem antes desconfiar bastante, já que éramos só nós duas e ele ganharia 20 reais por um trajeto que costuma custar 50. Ele explicou que tinha vindo trazer um passageiro e não queria voltar com o táxi vazio, os 20 eram só pra que ele não tivesse prejuízo. Resolvemos ir e chegamos na rodoviária em 20 minutos, durante os quais o taxista dirigia a emocionantes 50 Km/h na via expressa e citava textos da bíblia numa tentativa de nos converter. Ele foi só a primeira das muitas figuras que tivemos a oportunidade de conhecer nessa viagem. Uma breve observação: não recomendo a nenhum mochileiro inexperiente fazer o que fizemos, pegue o ônibus.

 

Chegando na rodoviária fomos direto no guichê da Real Expresso trocar nossas passagens. O ônibus que pára em Lençóis é da linha Salvador-Seabra, e tem 3 saídas diárias, o nosso era o das 16:30, com chegada prevista para 22:30, mas na verdade chega sempre por volta das 23:00. Enquanto esperávamos o horário do embarque almoçamos na rodoviária no Subway. Lá também tem um Mcdonalds e outros lanches mais baratos. E fomos também num mercado que tem lá dentro da rodoviária mesmo, porque eu tinha esquecido de levar lanches para as trilhas. Enquanto estávamos no mercado com as mochilas nas costas mais uma das coincidências do dia aconteceu. Um homem com sotaque de argentino me perguntou:

- Estão indo para Lençóis?

- Sim.

- Já tem lugar para ficar?

- Já, fizemos uma reserva.

- Ah sim, está bem.

E saiu. Esse era o Juan (figuraça número 2), o dono do hostel que nós havíamos reservado. Junto dele estava a Márcia, sua esposa, mas eu não a tinha visto. Só fomos descobrir isso de noite quando chegamos no hostel.

 

O ônibus da Real Expresso é muito bom, a única coisa chata é que é um pinga-pinga danado que torna a viagem muito demorada. Por volta de 21h faz uma parada numa lanchonete para o jantar. Chegamos em Lençóis 23:15 e o transfer do hostel estava nos esperando lá (é de graça, basta avisar para eles o horário da chegada).

 

No hostel fomos recepcionadas pelo Carlinhos, que é o vigia noturno, e o Bruno, um gaúcho super simpático que havia largado a vida em Porto Alegre para trabalhar no hostel. Aproveitamos e já agendamos com ele o passeio do dia seguinte, o único que tinha grupo formado era o roteiro 1, então não tivemos muita opção. Nem precisa falar que estávamos mortas da viagem e fomos direto dormir.

 

Gastos antecipados:

Passagens Rio de janeiro – Salvador – Rio de Janeiro: 11.000 milhas + R$40, 28 (taxas)

Passagem Real Expresso Salvador – Lençóis: R$ 54,32 (comprado no site da empresa)

Reserva Hostel Chapada: R$30 reais antecipado

A diária na baixa temporada é R$25 para alberguista e R$ 30 ara não alberguista. A carteirinha nacional custa R$20 e a internacional R$40. Então pra quem pretende ficar pelo menos 4 noites já vale a pena se associar à rede HI.

Total: R$124,60

 

Gastos do dia:

Taxi do aeroporto para a rodoviária: R$10

Taxa de embarque: R$1,20

Lanches no mercado: R$17,56

Almoço no Subway: R$10,15

Internet na rodoviária: R$2,00 (meia hora)

Lanche na parada da estrada: R$5,00

Total: R$45,91[/align]

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[align=justify][t3]Dia 2 – 23/09/2011 – Roteiro 1 (Poço do Diabo, Lapa Doce, Pratinha e Pai Inácio)[/t3]

 

Acordamos cedo para ir ao passeio, a agência que trabalha para o hostel é a Cirtur. Eles buscaram a gente e mais alguns gringos no hostel e depois foram parando nas pousadas pra pegar o restante do pessoal, que eram basicamente alguns casais brasileiros que não interagiam muito, então nós conversamos mais era com os gringos mesmo, só que é meio difícil formar um grupo assim, porque a maioria dos gringos só ficam 1 ou 2 dias na Chapada. Todos os que conhecemos nesse dia já iam embora no dia seguinte.

 

O roteiro 1 é o passeio mais tradicional da Chapada. As agências cobram 80 reais por ele, sendo que esse valor é só pelo transporte e guia, pois todas as entradas e qualquer outra coisa que você queira fazer é pago em separado. Nosso guia foi o Floristano e nosso motorista era o Mar, os dois foram ótimos. O passeio começou pelo Rio Mucugezinho e Poço do Diabo, onde tem opção de fazer tirolesa (R$10), rapel (R$30) ou descer pela trilha mesmo. Lá no começo da trilha tem uma lanchonete e uma lojinha de artesanato, nada que não se encontre em Lençóis mais barato, mas eles dão desconto, então acaba que dá no mesmo. Comprei um brinco de palha e o sabonete e máscara de argila do Capão que tem em tudo que é lugar por lá.

 

Depois seguimos de carro para a Gruta Lapa Doce, o passeio lá dura cerca de 1 hora, tem que pagar R$15 de entrada, e quem acompanha é o guia do local. Tem umas formações bem interessantes lá, o passeio vale à pena (segundo o Mar vale a galinha toda). A gruta da Torrinha é mais completa, a visita dura 3 horas e é feita em outro roteiro, queria muito ter ido mas não consegui transporte, então acabou que a Lapa Doce foi a única gruta que eu conheci.

 

Durante a manhã o tempo estava fechado, entramos na Lapa Doce com o céu escuro e quando saímos estava um sol de rachar. Com freqüência o tempo na Chapada é assim, nublado de manhã e o sol abre de tarde.

 

Tomei uma água de coco na saída da gruta e depois fomos almoçar num restaurante a kilo com comida típica, estava gostoso. Provei o godó de banana, que não me agradou muito, e a palma (cacto) que estava uma delícia. O almoço também é pago à parte.

 

Seguimos então para a Pratinha, onde a entrada é mais R$15, primeiro visitamos a Gruta Azul, que é bem bonita, e depois tem que escolher entre quais atividades fazer porque não dá tempo de fazer tudo. Quem quer fazer a flutuação paga R$30, para a tirolesa são R$10, e quem faz essas atividades não dá tempo de aproveitar para nadar no lago. Eu preferi ficar curtindo o lago com a maior parte do grupo, e alguns foram para a flutuação. Ficamos 1 hora ali.

 

A última parada foi no Pai Inácio, incluindo uma bela vista da paisagem na estrada nesse trecho (dá pra ver o Morrão e os Três Irmãos, não me lembro se é nesse trecho que dá para ver também o Morro do Camelo). A estradinha de terra do Pai Inácio sobe quase até o topo, só tem que caminhar coisa de uns 15 minutinhos até lá, e chega-se bem a tempo de ver o pôr-do-sol, que é um espetáculo.

 

Chegamos no hostel já de noite, eu e Fernanda tomamos banho e quando íamos sair para jantar o Juan (dono do hostel) nos veio com uma proposta quase irrecusável. Ele tinha uma pessoa interessada em fazer um passeio de 2 dias incluindo Poço Azul, Poço Encantado e trilha para a Cachoeira do Buracão. Estava procurando mais gente para se juntar ao passeio para diminuir o custo, e nos animamos muito com a idéia. O Buracão e a Fumacinha (também ali perto) eram as cachoeiras que eu mais queria conhecer na Chapada, então era uma boa oportunidade. A Fumacinha a princípio estava fora do roteiro, mas poderíamos discutir no caminho. Falamos com a Rachel pelo telefone e ela também quis ir, então acertamos a saída para o domingo, dia 25. O quarto-elemento do grupo era o Ronaldo (o mesmo do táxi, figura número 3), e o Juan acompanharia a gente (diversão garantida).

 

Fomos jantar no restaurante mexicano que fica na beira do rio. Delicioso! Mas cuidado com as pimentas, porque juntar baiano com mexicano boa coisa não dá! No centrinho de Lençóis tem vários restaurantes muito bons, por isso nessa viagem gastei bem mais com comida do que costumo gastar normalmente em minhas viagens. Mas também tem opções mais em conta. Ao longo do texto vou recomendando os lugares que gostei.

 

Voltamos para o hostel para esperar a Rachel que chegaria no ônibus da noite, mas teve um atraso grande e ela só chegou 00:30, já estávamos até dormindo. Batemos um papo rápido e decidimos no dia seguinte ir conhecer o Ribeirão do Meio.

 

Gastos do dia:

Roteiro 1: R$80 (tem opção de pagar os 80 no crédito na agência ou pagar em dinheiro no hostel com desconto de 10% = R$72)

Souvenir no Poço do Diabo: R$14

Entrada na Lapa Doce: R$15

Água de coco: R$2,50

Almoço: R$12

Entrada na Pratinha: R$15

Cerveja no bar da Pratinha: R$2,50

Jantar Burritos e Taquitos Santa Fé: R$20

Total: R$153

 

Fotos:

1- Poço do Diabo

2- Pratinha

3- Pai Inácio

4- Pôr-do-sol no Pai Inácio

 

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[t3]Dia 3 – 24/09/2011 – Ribeirão do Meio[/t3]

 

Tomamos o café da manhã no hostel, não é maravilhoso mas é bom. Sempre tem pão, geléia, manteiga, um suco, café e leite, iogurte, beiju de tapioca, banana frita, e de vez em quando tem uns bolos também. Quem prepara o café da manhã é a Sueli, que a noite trabalho no El Jamiro, um dos ótimos restaurantes da cidade.

 

O Juan desenhou um mapa para que nós fossemos até o começo da trilha do Ribeirão, ainda dentro da cidade. A trilha é bem marcada, impossível se perder ali mesmo sem guia. No caminho tem 2 vendinhas onde dá pra tomar uma água de coco e fazer um lanche. Como de costume de manhã estava nublado, e a trilha é quase toda plana então foi uma caminhada bem tranqüila. Não cheguei a contar o tempo, mas deve ter sido uns 40 minutos. Quando chegar na beira do Ribeirão é só descer pelas pedras.

 

Era um sábado e tinha bastante gente lá, por ser de fácil acesso. Ficamos num cantinho tomando banho nas quedas menores, o sol estava bem quente e foi uma delícia passar o dia ali. De tarde, conforme a farofada foi diminuindo, fomos aproveitar o escorrega natural. De primeira dá um pouquinho de medo, mas é muito bom! É bom levar um short pra não correr o risco de ficar sem o biquíni.

 

Quem for fazer a trilha para a Cachoeira do Sossego pode passar no Ribeirão do Meio no caminho, mas é mais para conhecer, não dá tempo de ficar curtindo o lugar. Como é bem gostoso acho que vale a pena passar um dia inteiro lá relaxando.

 

Para voltar dá pra ir pelo mesmo lugar da ida ou cortar uma parte do caminho fazendo uma escalaminhada bem curtinha nas pedras mais perto do escorrega. Agora era umas 14h, e o sol estava muito forte, como a trilha é bem aberta foi meio sofrido caminhar no sol, devia estar fazendo uns 40 graus. Queria encontrar uma sombrinha para descansar mas não tinha, só quando chegou na venda, aí aproveitei para tomar uma água bem gelada e ficar um pouco na sombra.

 

Almoçamos num PF chamado Delícias Caseira (assim mesmo) o prato custa R$8, pode escolher entre peito de frango, carne ensopada ou bife de fígado, e tem um Buffet que pode se servir quanto quiser. Tá longe de ser a comida mais gostosa da cidade, mas é um preço bem em conta pra quem come muito. Pra quem come pouco pode comer no Bode uma comida mais gostosa gastando mais ou menos a mesma coisa, só que em menor quantidade porque lá é por kilo.

 

Queríamos aproveitar que voltamos mais cedo para a cidade para passear pelas ruas do centro, mas com o sol que estava ninguém agüentava, então ficamos no hostel até umas 17h, e quando o sol começou a baixar saímos junto com o Bruno que estava de folga.

 

O centrinho de Lençóis é bem pequeno, todos os serviços, restaurantes e bares ficam concentrados em 4 ruas. As construções de estilo colonial são bem bonitas, e o clima interiorano da cidade é delicioso. Gostei muito de Lençóis!

 

O Bruno encontrou com algumas meninas que estavam no hostel, nós ainda não as conhecíamos porque elas estavam voltando do passeio do Buracão. Eram a Maira e a Joyce de Porto Alegre e a Miriane de São Paulo, com quem já havíamos falado por email. Ficamos conversando um pouco, eles voltaram para o hostel e a Rachel, Fernanda e eu fomos ao Fazendinha, que é o bar mais famoso. Comemos uma pizza e provamos algumas cachaças. A pizza estava boa, mas tem melhores em Lençóis. Das bebidas o que mais gostei foi o coquetel de coco com goiaba, maravilhoso! O coquetel custa R$8 e a dose de cachaça custa R$2, tem muitos sabores diferentes. A bebida em Lençóis no geral é bem barata.

 

Voltamos para dormir cedo porque no dia seguinte seria a nossa saída para o passeio do Buracão.

 

Gastos do dia:

Água: R$2,50

Almoço PF Delícias Caseira: R$9 (com bebida)

Pizza + bebida no Fazendinha: R$23

Total: R$32,50

 

Foto:

Ribeirão do Meio

 

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[align=justify][t3]Dia 4 – 25/09/2011 – Poço Azul, Poço Encantado, Projeto Sempre Viva e Cemitério Bizantino[/t3]

 

Acordamos cedo, tomamos nosso café da manhã e ficamos esperando o Ronaldo, que era a noiva do grupo, terminar de se arrumar. Fomos em um Gol que o Juan mesmo alugou. No pacote que ele fez já estava tudo incluso, o aluguel do carro, as entradas, o pernoite em Ibicoara, as refeições e o guia para o Buracão, por isso tudo ele cobrou o valor de R$160 por dia. As agências cobram pelo mesmo passeio R$340 pelos 2 dias, sendo que não inclui as refeições, então indo com o Juan gastamos um pouco menos, mas poderíamos ter economizada ainda mais se tivéssemos gente suficiente para formar um grupo e ir por conta própria.

 

Nossa primeira parada foi no Poço Azul (R$20), chegamos lá às 11h, para chegar no poço é só descer algumas escadas. Que lugar fascinante! A beleza do poço é indescritível, e as fotos não chegam perto do que é aquele lugar. Lá ficamos 1h nadando e fazendo flutuação. Nessa época do ano o raio de luz que ilumina o poço ocorre 13h, mas como tínhamos que seguir viagem não esperamos para ver.

 

Almoçamos lá mesmo no restaurante do Poço Azul, comemos uma galinha caipira maravilhosa! Para acompanhar tinha arroz, feijão, salada, vários tipos de farinha, palma, godó de banana e mais um prato de mamão (era salgado) que estava muito bom. Mas a maior novidade pra mim foi o suco de maracujá silvestre. É totalmente diferente do maracujá que estamos acostumados na cidade, ele é mais encorpado, e a casca é verde como limão. Até trouxe um para casa.

 

Seguimos em direção ao Poço Encantado (R$10). O acesso aos 2 poços é por estrada de terra bem ruim. Lá no Encantado a descida é um pouco mais longa, mas a vista compensa. O reflexo do teto da caverna se confunde com as paredes azuis do poço. Também não vimos o raio de sol, em setembro ele só ocorre no comecinho do mês. A melhor época para visitar é em junho, mas mesmo sem o raio de sol com certeza é um lugar que vale a pena conhecer. Lá não pode mergulhar.

 

A próxima visita foi ao Projeto Sempre Viva em Mucugê, que é um museu que conta um pouco da história do garimpo na Chapada Diamantina e também sobre a flor Sempre Viva.A ocupação da Chapada Dimanatina se iniciou por conta de exploração de diamantes, desde a época dos bandeirantes. Até hoje ainda existem muitos diamantes na Chapada, mas o garimpo na região está proibido desde o governo FHC, pelo dano ambiental que causa. A proibição desta atividade levou os garimpeiros a procurarem outras fontes de sobrevivência, e uma delas foi a venda das Sempre Vivas, que são famosas por serem flores que quando arrancadas da terra ainda vivem por cerca de 50 anos. Seu custo é caríssimo. Em algumas trilhas da Chapada é possível vê-las ao natural (no museus muitas são pintadas). A entrada no Projeto custa R$10. Ali por perto tem algumas trilhas também, mas não conhecemos.

 

Partimos em direção a Ibicoara, fazendo no caminho uma rápida parada no cemitério bizantino para algumas fotos. Na estrada pudemos observar um por do sol magnífico! Chegamos em Ibicoara já de noite e fomos nos hospedar na Pousada Casa da Roça – altamente recomendada!

 

A pousada fica um pouquinho afastada do centro de Ibicoara, na estrada de terra que vai para a cachoeira do Buração. Os donos são o Daniel e a Bárbara, duas pessoas muito especiais que nos receberam muito bem , essa hospedagem com eles se tornou uma das melhores experiências da Chapada. São duas pessoas simples e que sabem dar valor às coisas realmente importantes da vida, e fazem questão de agradar ao máximo os hóspedes.

 

O jantar – e que jantar – foi preparado pelo Daniel. Sem dúvida nenhuma a maior e melhor refeição da viagem. Tinha macarronada, bife empanado, salada que é plantada lá mesmo, arroz, feijão, um queijinho delicioso com molho de tomate, e mais coisas que não estou lembrando agora. Estava tão bom que eu só lembrei de tirar uma foto do prato quando já tinha devorado quase tudo.

 

Gastos do dia:

Pacote: R$160

 

Fotos:

1- Poço Azul

2- Poço Encantado

 

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[t3]Dia 5 – 26/09/2011 – Cachoeira do Buracão[/t3]

 

Hora do café da manhã da pousada! A Miriane, a Maira e a Joyce já tinham falado maravilhas desse café da manhã, e era o momento mais aguardado do passeio. Realmente, foi o melhor café da manhã da minha vida. Tinha tanta coisa que nem cabia na mesa, vários tipos de bolo, panqueca, geléias, pães, queijos, doces, omelete, tudo preparado pela Bárbara. Ela e o Daniel acordam ainda de madrugada para começar a preparar este banquete matinal. Comemos, e comemos muito. Ainda bem que o começo da trilha do Buracão era no plano, porque se fosse descida íamos rolando.

 

De Ibicoara para o começo da trilha ainda tem um caminho longo por estrada de terra muito vermelha. Nosso guia foi o Antônio (os guias cobram R$120 pela diária), e nos acompanharam na trilha também o Ricardo e Mariane, de Niterói, que também estavam hospedados na Casa da Roça.

 

Eu sou péssima para escrever relatos de trilha porque nunca consigo me lembrar direito dos tempos e detalhes do trajeto. O que posso dizer é que a trilha do Buracão é bem tranqüila, mas mesmo assim não pode ser feita por conta própria, uma vez que é obrigatório guia para entrada na trilha. No começo vamos margeando o rio por um bom tempo, caminhando em pedra e areia, tudo plano. No caminho tem duas cachoeiras menores que não me lembro o nome, a primeira delas estava seca. Depois de pouca caminhada sem dificuldade chegamos na cachoeira do Buracão, por cima dela. A vista é espetacular! Ficamos bastante tempo encantados e batendo várias fotos, mas o melhor ainda estava por vir.

 

Começamos então a descida pelas pedras, em meio a bastante umidade, bem diferente das paisagens normais da Chapada, que é muito seca. É uma descida íngreme e sem dificuldade, até que chegamos na beira da água. Desse ponto ainda não podemos ver a cachoeira, temos que entrar pelo cânion subindo o rio. Para fazer isso temos duas opções: ir caminhando pela beirada do cânion, ou ir nadando (tem colete salva-vidas lá). As duas opções são bem tranqüilas, recomendo para todos irem nadando porque é muito emocionante chegar lá assim. Você nada sem ver a cachoeira até que já no finzinho faz uma curva, e lá está a Cachoeira do Buracão, arrasadora! Quando for entrar na água, tem um lugar que dá para pular de uma altura de uns 5 metros, é bem legal. Também dá para pular de uma ponte. Para os mais medrosos é só descer pelas pedras. Andar pelo cânion também é legal, então recomendo que vá nadando e volte andando para aproveitar os dois.

 

Ficamos bastante tempo na cachoeira, poucas vezes um lugar me deixou tão emocionada. A Cachoeira do Buracão é fascinante, todo mundo devia ter a chance de estar ali pelo menos uma vez na vida e sentir-se engolido pela beleza desse lugar, trancafiado no meio dos cânions.

 

Dá para ir nadando até em baixo da cachoeira, mas a queda é bem forte, então fiquei só na beiradinha. O Ricardo foi o único corajoso que entrou bem no meio da queda.

Na volta fizemos um lanche logo que saímos do rio antes de começar a subir. O lanche eram os restos do café da manhã e foi bem farto. Depois iniciamos a subida, que cansa um pouco mas é curta e depois voltamos a caminhar no plano pela trilha aberta. Ainda bem que nesse dia não fez sol nem de tarde, senão teríamos sofrido nessa caminhada.

 

Na volta de carro para Ibicoara, tem um parte em que a estrada passa por entre duas montanhas, e na da esquerda tem um pequena trilha que sobe para um mirante na beira de uma pedra, esse lugar rende belas fotos e vale a pena se informar do lugar exato para dar uma parada rápida ali.

 

Chegamos de volta na Casa da Roça para fazer umas comprinhas (eles vendem frutas desidratadas e doces), nos despedimos da Bárbara e do Daniel e seguimos viagem de volta a Lençóis. Antes de sair de Ibicoara paramos no mercado para comprar um dos famosos cafés da região, que são dos melhores do Brasil e vendidos apenas lá, pois o restante é todo para exportação. O que nos foi recomendado foi o café Natura, trouxe 2 pacotes dele, mas ainda não provei.

 

Foram algumas horas de viagem até Lençóis e chegamos de noite. Só deixamos nossas mochilas e saímos para comer. Jantamos no restaurante Sabor da Suzi que fica na Rua das Pedras,eu comi uma massa muito gostosa recomendo. Foi a massa mais barata que encontramos ali no centro.

 

Gastos do dia:

Pacote: R$160

2 Porções de doce de banana com gengibre da Bárbara: R$7 (R$3,50 cada)

2 Pacotes de café Natura: R$11,80 (R$5,90 cada – 250mg)

Jantar + caipirinha no Sabor da Suzi: R$24,00

Total: 203,80

 

Contato da Casa da Roça – Quem for em Ibicoara tem que ficar lá!

casadaroçaibicoara@gmail.com

(77)9194-3652 / 9109-5407

 

Fotos:

1- Café da manhã na Casa da Roça

2 e 3 - Vista de cima da Cachoeira do Buracão

4- Cânion

5- Cachoeira do Buracão

6- Mirante na estrada em Ibicoara

 

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[align=justify][t3]Dia 6 – 27/09/2011 – Cachoeira do Sossego[/t3]

 

Na noite anterior o Juan nos disse que hoje haveria grupo para a trilha da Cachoeira do Sossego, e que faria um desconto por termos fechado com ele o pacote. O preço normal é de R$45, sairia por R$30. Já era uma trilha que eu queria fazer, com desconto então melhor ainda.

 

O grupo era composto por eu, a Rachel, a Fernanda, o Ronaldo, o Cláudio, mais um gaúcho, e a Anna, que é a gringa mais brasileira que existe. A Anna é russa, mora em São Petersburgo, fala português perfeitamente, e até sabe sambar.

 

Nosso guia foi o Lázaro que encontrou com a gente no hostel e fomos andando até o começo da trilha, que é logo depois do começo da trilha para o Ribeirão do meio. O começo da trilha é bem tranqüilo, só tem uma ou outra subidinha, e tem que caminhar por um bom tempo. Tem algumas boas vistas da paisagem, dá pra ver o Ribeirão do Meio do alto. Depois de caminhar bastante chegamos na margem do rio, aí que começa o problema, porque temos que ir pulando de pedra em pedra, de um lado para outro do rio. O começo da trilha não tem dificuldades, mas pra essa parte precisa de guia, a não ser que tenha muita experiência em trilha.

 

Não contei o tempo certo mas acho que levamos umas 4h caminhando até chegar na cachoeira. O tempo estava nublado e a água era muito gelada, então não tive coragem de nadar. La na cachoeira conheci também o Marcelo Gibson, de São Paulo, e descobri que tínhamos vários amigos em comum através do Mochileiros.com. A cachoeira é muito bonita, mas depois de ter visto o Buracão perde metade da graça... Além disso existem cachoeiras tão bonitas quanto com acesso mais fácil. Resumindo, foi um passeio legal, mas eu não voltaria lá.

 

Essa época é de seca na Chapada, o que facilita um pouco as trilhas, no Sossego por exemplo o nível do rio aumentado dificulta muito esse trajeto pelas pedras. Por outro lado as cachoeiras não são tão exuberantes. Não conheci a Cachoeira da Fumaça, que é um dos passeios mais tradicionais da Chapada, porque ela estava sem água durante todo o tempo em que fiquei lá.

 

Na volta da cachoeira pega-se uma bifurcação da trilha que vai dar no Ribeirão do Meio, mas como eu já tinha ido lá e estava sentindo dor no joelho por causa do sobe e desce das pedras, preferi me separar do restante do grupo e voltei sozinha pela própria trilha do Ribeirão. No caminho tomei uma água de coco. Cheguei em Lençóis morrendo de fome, mas o joelho incomodava tanto que fui direto para o hostel e fiquei lá botando gelo. Depois que o pessoal voltou fui jantar com a Fernanda e a Rachel no restaurante Casa de Maria, pedi uma massa mas não gostei muito não...

 

Segui a dica da Miriane e comprei uma joelheira, ela disse que o joelho dela tinha melhorado assim. Também tomei um anti-inflamatório para dor, tudo isso pra melhorar o mais rápido possível para as trilhas.

 

Essa foi uma das noites mais divertidas da viagem, ficamos todos bebendo nos bares e criamos o roteiro 9, que é a trilha pelos bares da Rua das Pedras incluindo a Cachoeira de Cerveja do Ronaldo. E foi também a despedida da Rachel.

 

Gastos do dia:

Cachoeira do Sossego: R$30 (com desconto, o valor normal é R$45)

Água de coco na trilha do Ribeirão do Meio: R$2,50

Jantar na Casa de Maria: R$27

Joelheira: R$22,50

Bebida: R$16

Total: R$102

 

Fotos:

1- Trilha para a Cachoeira do Sossego

2- Cachoeira do Sossego

 

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[t3]Dia 7 – 28/09/2011 – Riachinho e Vale do Capão[/t3]

 

Estávamos sem muita idéia do que fazer nesse dia, durante o café da manhã acabamos decidindo ir até o Vale do Capão, conhecer alguma cachoeira por lá e na volta parar no Pai Inácio, seguindo a sugestão da Maira. Éramos 8 pessoas, então seria necessário alugar 2 carros. O Juan deu a sugestão de ver com o pessoal da Cirtur quanto sairia uma van com motorista, eles cobraram R$250, o que daria R$31,25 para cada e fechamos, nosso motorista seria de novo o Mar. Alguns dias depois descobrimos que na verdade houve um desentendimento, e que eles cobraram esse preço achando que seria só uns translado para o Capão e não um passeio assim, acho que se eles tivessem entendido iriam cobrar os 80 por pessoa que é a média dos preços por lá. Bem, no fim das contas ficou por isso mesmo, mas a mulher da agência não gostou muito da história.

 

O Vale do Capão fica dentro do município de Palmeiras, vizinho de Lençóis. No caminho entre Palmeiras e o Capão paramos em uma cachoeira chamada Riachinho, lugar delicioso, ficamos um bom tempo nadando lá. Quando chegamos no Capão fomos direto pedir o almoço no restaurante da Dona Beli, que tem várias opções de PF, e tem também o meio PF, que pra quem come pouco já é suficiente. Eu pedi meio PF de frango por R$5, os inteiros são na média de R$8 ou 9. Por esse preço ainda ganhamos o cafezinho de cortesia.

 

Depois ficamos um tempo conhecendo a vila, que é um charme, tem um clima bem diferente de Lençóis, uma coisa mais artística, mais “da terra”. Com certeza merece uma visita.

 

Antes de ir embora paramos na Pastelaria da Dalva e pedimos pastel de palmito de jaca, que é famoso na região. Parece palmito, mas é de jaca, e não tem gosto de nenhum dos dois (tipo o refresco do Chaves).

 

Paramos no Pai Inácio porque a maior parte da galera não tinha conseguido ver o pôr-do-sol lá, alguns haviam subido mais cedo, outros foram em dia nublado. Como eu já tinha visto antes resolvi ficar esperando na van enquanto os outros subiam, para não abusar do joelho e também por preguiça, confesso.

Na volta para Lençóis decidimos comer uma pizza. Eu sugeri a pizzaria Oxente Menina, que é bem recomendada no fórum, mas o Juan disse que estava fechada (não sei se é definitivo ou só por uns tempos). Fomos então no Maria Bonita, que fica na esquina da Rua das Pedras, do lado do Fazendinha. A pizza lá é deliciosa, mas não tem muitas opções de sabores. Recomendo!

 

Depois de comer voltamos para o hostel para ver o jogo Brasil x Argentina, o Juan não aguentou ficar até o fim...

 

Gastos do dia:

Aluguel da van: R$31,50 (total = R$250, divido por 8 pessoas)

Almoço na Dona Beli: R$5

Pastel de palmito de jaca na Pastelaria da Dalva: R$2

Pizza no restaurante Maria Bonita: R$20

Total: R$58

 

Fotos:

1- Riachinho

2- Vale do Capão

 

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  • Membros de Honra

[align=justify][t3]Dia 8 – 29/09/2011 – Serrano e Poço Halley[/t3]

 

Esse foi mais um dia planejado no café da manhã, já estava virando rotina. Escolhemos fazer um passeio por perto de Lençóis, indo até o Serrano. A trilha começa no extremo oposto da cidade em relação à trilha do Ribeirão. Trilha molezinha, o Serrano é do lado da cidade e tem uma vista dela de cima. É formado por um tipo de pedras chamado conglomerado, que também pode ser visto na trilha do sossego. Depois do Serrano a trilha segue por cima, tem uma saída na direita que é pro Salão de Areias coloridas, depois uma descida pra esquerda que é pra cachoeirinha, e mais a frente chega no Poço Halley. Nós passamos direto e só paramos no Poço Halley. Eu a Fernanda e a Maira resolvemos ficar ali curtindo, já o Cláudio, o Ronaldo e a Anna continuaram na trilha até um mirante, eles disseram que era distante e andaram bastante.

 

Almocei no restaurante Bode com a Fernanda e a Maira, eles servem uma comida regional bem gostosa, é por quilo. O bom lá é ir na hora do almoço, na janta é meio que só o resto do almoço requentado. Tem bastante variedade e não é caro. Recomendado também!

 

O Flor, que é um dos guias que trabalha para o hostel, estava organizando para o dia seguinte uma saída para a Mixila, que é um trilha de 2 dias. Eu estava animada para ir, e o joelho estava melhor... Mas aí fui pular de uma pedra na trilha do Poço Halley e ele voltou a doer, então desisti da Mixila dessa vez, infelizmente.

 

A tarde foi de descanso, e de noite fomos comer tapioca eu, Fernanda e Cláudio. Esqueci de anotar o nome do lugar, mas é em frente ao restaurante El Jamiro, muito boa a tapioca. Depois eu e a Fernanda fomos na loja de Licores Artesanais do seu Clóvis, que fica na Rua das Pedras, provamos vários licores deliciosos! Os que eu mais gostei foram o de jabuticaba e de goiaba, trouxe uma garrafa de cada.

 

Tava chegando a hora de ir embora... Fui na rodoviária comprar minha passagem de volta para Salvador. Antes de ir eu tinha imaginado passar uns dias em Salvador para conhecer, mas estava tão bom o clima tranqüilo da viagem, que eu não quis estragar na civilização. Então comprei minha passagem para o ônibus que sai de Lençóis no sábado 23:00 e chega em Salvador no domingo de manhã, eu iria da rodoviária direto pro aeroporto.

 

Essa noite o hostel estava quase vazio, só havíamos nós hospedados. Então... resolvemos dar uma festa! De primeira o Juan não gostou muito da história, mas depois já estava até mostrando onde guardava as garrafas de cachaça dele. Ficamos esperando chegar o ônibus das 22:30 torcendo pra que não viesse ninguém para se hospedar, e não veio. Tomamos umas cervejas e cachaças, o Bruno comandou a música com o violão. Foi uma noite muito legal!

 

Gastos do dia:

Almoço no Bode: R$15 (incluindo 2 sucos)

Janta (crepe + tapioca + suco): R$18

Licor: R$20 (R$10 cada)

Passagem Lençóis-Salvador: R$54,32

Total: R$107,32

 

Fotos:

1- Serrano

2- Poço Halley

 

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[t3]Dia 9 – 30/09/2011 – Cachoeira do Mosquito[/t3]

 

Mais um passeio decidido no café da manhã, dessa vez o destino escolhido foi a cachoeira do Mosquito, que fica perto de Lençóis. Fomos eu, a Fernanda, a Maira e o Cláudio. As agências cobram R$80 pelo passeio, mas dá tranquilamente pra ir sem guia. Nossas opções seriam alugar um carro ou ir de táxi. Falamos com o Zé, taxista que nos cobrou R$150 para levar e ficar esperando. O aluguel do carro sairia por R$100 a meia diária com mais o gasto do combustível. Preferimos ir no táxi porque o carro do Zé era infinitamente melhor do que o carro que tinha disponível na locadora, e também pela praticidade de ele já conhecer o caminho.

 

Tem dois acessos para a cachoeira do Mosquito, porque ela fica entre 2 fazendas, e os donos são brigados pelo que ouvi falar. Nós fomos pela fazenda que pertence ao dono do mercado que fica na mesma rua do Banco do Brasil em Lençóis, tem que comprar a entrada com ele antes, custa R$10 e ele dá o bilhete para entregar na entrada da fazenda. Pelo que o Zé falou nesse lado do acesso a trilha é mais estruturada, e também é mais perto de Lençóis.

 

A trilha começa por uma descida bem íngreme de degraus, chegando na cachoeira por cima. Ali tem que cruzar o rio para continuar a trilha do outro lado que desce para a cachoeira. Não tinha ninguém ali e nós tivemos que ir descobrindo o caminho. Começamos a descer, mas eu estava meio desconfiada, achando que ia demorar muito para chegar lá em baixo, e como eu ando devagar fiquei com medo de atrasar para o horário marcado com o taxista, porque nós chegamos lá já tarde. Então voltei junto com a Maira, e ficamos curtindo o visual lá de cima. Só tinha a gente lá, e aquele lugar passava uma tranqüilidade especial. Quando o Cláudio e a Fernanda voltaram ainda deu tempo de tirar um rápido cochilo antes de voltar para encontrar o seu Zé, que estava nos esperando.

 

Na volta fomos jantar no El Jamiro, que é o restaurante da Sueli, que faz o café da manhã no hostel, e lá também trabalha o Elder, que é filho do Daniel e da Bárbara de Ibicoara. Eles tem um menu por R$23 que inclui uma salada de entrada, um prato principal de frango ou massa, e um suco ou caipirinha. Comemos muito, a comida é muito boa, gostei principalmente da salada tropical da entrada. Era tanta comida que dividi meu macarrão com a Luna, um dos muitos cachorros de Lençóis. Aproveitamos para tomar também um vinho do Vale do São Francisco, eu não sou nem um pouco entendedora de vinhos, mas achei bom.

 

Nessa noite nosso grupo sofreu um grande desfalque, foram embora o Ronaldo, a Fernanda e a Anna no ônibus da noite.

 

Gastos do dia:

Taxi para Cachoeira do Mosquito: R$150 (dividido por 4 pessoas = R$38)

Jantar no El Jamiro (menu + vinho): R$ 34,10

Total: R$72,10

 

Fotos:

1 e 2- Cachoeira do Mosquito

 

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[align=justify][t3]Dia 10 – 01/10/2011 – Despedida de Lençóis[/t3]

 

Era meu último dia em Lençóis, e já estava batendo uma tristeza... A maior parte do grupo já havia ido embora, e os outros estavam fazendo trilhas, então sobrei sozinha. Passei a manhã arrumando minhas coisas, depois saí para almoçar, ia dar uma volta na cidade mas nessa hora fica tudo fechado. Fui comer no Bode mas estava lotado, porque haviam chegado alguns ônibus de excursão na cidade, então voltei para comer o PF do Comidas Caseiras. Depois disso fiquei no hostel sem fazer nada.

 

Vou aproveitar a deixa para finalmente falar um pouco sobre o hostel. Gostei muito de lá. O quarto que eu fiquei era feminino de 4 camas, com banheiro e ventilador. Tudo muito limpo, até a roupa de cama era trocada com boa freqüência, durante os 10 dias que fiquei lá trocaram 2 vezes. Os banheiros também estavam sempre limpos, todos os dias davam uma arrumadinha. Tem uma área comum legal, cozinha. O Juan e a Márcia (donos), o Bruno (recepção) e o Carlinhos (vigia) são todos nota 10. Quando voltar não tenho a menor dúvida que ficarei lá outra vez. Uma outra coisa muito boa é que eles oferecem vários descontos pela cidade. Tem 5% de desconto no Maria Bonita e no Casa de Maria, 10% no Bode, uma caipirinha grátis no El Jamiro, um Smoothie grátis no Fruta Café, que eu me lembre acho que é isso. Tinha lugares que a gente nem sabia que tinha desconto, mas quando viam que estávamos com a pulseirinha do hostel já botavam na conta. Tem também o transfer para ir e voltar da rodoviária que é grátis, não que seja necessário, porque tudo lá é muito perto e é seguro, mas é uma comodidade a mais.

 

Só saí mais tarde para comprar alguma lembrancinha e depois comer. Queria comer outra vez a pizza do Maria Bonita, que gostei muito, não tinha ninguém pra dividir mas mesmo assim fui na gula e pedi uma inteira só pra mim. Sobrou um pouco, mas quem come bastante mata uma inteira fácil. Depois fiquei de novo no hostel fazendo hora até sair para a rodoviária.

 

A partida foi bem triste, queria ter ficado lá, e saí no ônibus chorando. Antes disso só havia chorado por deixar um lugar na partida de Cusco, outro lugar que me marcou muito.

 

Gastos do dia:

Pagamento do hostel: cada diária saiu por R$25, foram 8 diárias, sendo que eu tinha pago R$30 pela reserva, totalizando R$170

Carteirinha HI nacional: R$20

Cerveja e refrigerantes consumidos no hostel: R$7

Almoço PF + refrigerante: R$10

Pizza Maria Bonita: R$ 30

Total: R$237

 

 

[t3]Dia 11 – 02/10/2011 – Volta para casa[/t3]

 

Cheguei em Salvador às 5:30, tomei café da manhã na rodoviária e fui para o aeroporto. Na saída da rodoviária tem uma passarela, você desce no meio dela e ali é onde passa o ônibus pro aeroporto (do lado esquerdo). Tem um ônibus direto que vai bem rápido, levei 20 minutos. A passagem custa R$2,50.

 

Meu vôo era só à tarde, mas como tem vôo de Salvador pro Rio de hora em hora tentei ir no balcão da Gol para trocar por uma mais cedo. O problema é que eu tinha pego as passagens pelo Smiles, e eles cobram uma taxa de R$50 para qualquer alteração. Paciência, não tava a fim de esperar e fui no vôo de 9:10.

 

Enquanto estava no aeroporto esperando o embarque ainda tive uma última surpresa, quando do nada apareceu a Anna. Ela estava indo para São Paulo, ficamos conversando até a partida dela, e alguns minutos depois eu também embarquei.

 

Cheguei no Rio 11:30, ainda com um certo choque cultural de quem já estava se acostumando com a vida lenta de Lençóis, onde tudo acontece devagar e tranquilamente. Nada que alguns dias de rotina não desfaçam... até a próxima aventura.

 

Gastos do dia:

Café da manhã na rodoviária: R$4,10

Ônibus: R$2,50

 

Algumas considerações:

Nessa viagem optei por fazer apenas os passeios de carro e trilhas mais curtas, por dois motivos: a falta de preparo para as trilhas mais puxadas e também porque como não tinha tanto tempo preferi ter uma visão geral da Chapada, se ficasse por exemplo 5 dias no Paty não teria tempo de fazer todos os passeios que queria. Acho que foi uma boa decisão e já estou programando uma nova incursão na Chapada em breve.

 

No resultado final essa foi uma viagem razoavelmente cara. Viajar sozinho na Chapada é caro. As distâncias são grandes e o transporte é precário e informal, então pra conseguir conhecer tudo sem carro tem que ter muito tempo disponível para depender da variabilidade das conduções. Para quem está em grupo a melhor opção é alugar um carro, mas para quem está sozinho fica na dependência de formar um grupo que queira fazer os mesmos passeios que você, ou então desembolsar uma grana para fazer tudo com agência.

 

Lençóis não é um lugar para economizar com comida, porque tem restaurantes excelentes lá que vale a pena conhecer, mas o que é bom geralmente não sai barato...Para compensar a bebida lá é bem barata.

 

Todo mundo por lá é muito simpático e prestativo, e todo mundo tem um pouco de guia também. Dono de pousada e guia, taxista e guia, vice-prefeito e guia. Sim, até mesmo o vice-prefeito de Lençóis faz bico de guia.

 

Para concluir eu diria que essa é uma viagem interessante para qualquer pessoa, tanto para quem gosta de trilha quanto quem prefere os passeios mais leves, de qualquer idade, e é uma viagem imperdível!

 

Qualquer dúvida, fiquem à vontade para perguntar![/align]

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Sam, quando eu crescer quero escrever relatos assim!!! hehehehehehe

Ah, antes que eu me esqueça..... sim, eu sou um dos loucos que lê tudo!!!

 

Parabéns, mais uma vez! Se antes eu já tinha vontade de conhecer a chapada diamantina, agora fiquei maluco pra ir!!

 

Abração!

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Antes de ir embora paramos na Pastelaria da Dalva e pedimos pastel de palmito de jaca, que é famoso na região. Parece palmito, mas é de jaca, e não tem gosto de nenhum dos dois (tipo o refresco do Chaves).

 

hahahaahahahahaahah

Quase caí da cadeira de tanto rir, eu comi esse pastel e estranhei que não achei nada demais e todo mundo diz que é maravilhso, achava que o problema era comigo.

Agora o PF da Dalva esse sim é de tirar o chapéu.

 

Excelente relato, fiquei cerca de 18 dias em maio na Chapada, vou criar tempo e postar o meu relato

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