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No dia 9.6.13 (domingo), saímos de SÃo Paulo (região central), Bruno e eu com destino à Marsilac, e especialmente à Cachoeira da Usina, no Rio Capivari.

 

Após 1h30mins de percurso, deixamos o carro estacionado na Estação Evangelista de Souza, aonde conseguimos algumas informações com um funcionário da ALL (Cia. Que opera os trens) sobre como chegar à antiga usina abandonada, e ao perguntar se poderíamos deixar o carro ali, ele nos informou que a pessoa que fazia essas "maldades" já havia sido morta então não haveriam problemas!

 

Conforme as informações que obtivemos, caminhamos até a boca do túnel 25 (o primeiro é o 27 e a contagem decrescente) são 5 km pelo trilho do trem até o inicio da trilha (que sai à direita em frente à entrada do túnel) desde a estação.

 

No caminho de ida, saímos um pouco antes do trem, e logo ele nos alcançou a uma velocidade não superior a 10 km/h, o que permitia que pulássemos na escada de um dos vagões para ganhar um tempo (prática que desaconselho veemente), mas ao subir estaríamos cometendo um crime, e como 2 advogados resolvemos nao fazê-lo. Além do que, o pulo pra descer requer prática, além de um solo sem muitas pedras, o que pode fazer com que você facilmente torça o pé, por causa da velocidade.

 

andamos 30 min e avistamos no final de uma reta nos trilhos 3 pessoas no mínimo suspeitas sentadas à beira de um rio. O destino fez com que exatamente neste momento viesse um trem na direção oposta, fazendo os 3 se virarem para o outro lado da reta. Rapidamente atravessamos para o lado oposto do trem que eles estavam e começamos a correr, para que eles não nos vissem passando. Apenas uma precaução que funcionou perfeitamente pois quando o trem terminou de passar, já havíamos feito a curva correndo.

 

Passado este episódio, andamos mais um pouco e vimos uma Suçuapara andando nos trilhos.(para quem não conhece, é um felino preto com rabo bem cumprido, mas menor que uma onça). O animal calmamente continuou seu caminho após alguns segundos de contato a uma distancia de 30 metros.

 

Após cruzar dois túneis, avistamos finalmente o túnel 25. Avistamos também uma área descampada que saía uma pseudo trilha à direita. Acompanhamos a trilha até a entrada na mata e após os devidos pedidos de licença, adentramos uma trilha bastante estreita, e com muitas marcas a facão feitas nos troncos das árvores.

 

Algumas pareciam datar da semana anterior, outras do mês anterior, mas nenhuma tão recente. O mesmo com os rastros e pegadas. As únicas marcas recentes parecia ser de fato de animais. Caminhamos por aproximadamente 40 min na mata até chegar a um grande descampado do qual se pode ver e ouvir um trecho dos trilhos, que fazia uma bifurcação. Ou mudaríamos o rumo da trilha completamente, virando à esquerda e indo paralelos aos trilhos, ou seguíamos em frente. Optamos por seguir em frente.

 

Descemos mais uma hora num trecho bastante íngreme, e já eram 14 hs quando mais uma vez fui questionado por Bruno se não seria o caso de voltarmos. Realmente ouvia-se o Rio Capivari muito distante, e não havíamos nos programado para passar a noite ali. Resolvemos sentar e fazer um lanche naquele ponto, ao conforto das poltronas formadas pelas raízes suspensas de uma árvore acolhedora.

 

Após muita conversa e comida, resolvemos caminhar de volta, pouco antes das 15 hs, ainda no clima filosófico do nosso papo, quando fomos surpreendidos por uma seqüência de 3 gritos que vinham do meio da mata (completamente fora da direção da trilha). Instintivamente e sem pensar muito, gritei de volta e foi então que estremeci - ouvimos nitidamente o grito de SO-COR-RO.

 

Então, estávamos ali, Bruno e eu, no meio daquela mata, ainda no município de SP, a qual tem um numero de pessoas assaltadas tão grande quanto o de desaparecidas e resgatadas. Acredito que a pessoa que gritou por socorro pode ter tido a mesma impressão pois ao ouvir nossos gritos, eles depois de um instante, também pararam.

 

Nesse caso, ficamos assustados, pois poderia também ser alguém mantido em cativeiro que ouviu nossa conversa enquanto subíamos a trilha e teve o tempo de apenas alguns gritos. Poderia ser alguém querendo atrair a atenção para eventualmente saber onde estávamos e nos roubar.

 

Mesmo que houvéssemos tido a precaução de não ter pedido informações a ninguém que não o funcionário da ALL, e atravessado por aquelas pessoas suspeitas atras do trem, não poderíamos estar seguros de que aquilo seria.

 

Resolvemos seguir em frente até o descampado que se via a linha do trem. Nesse meio tempo ainda gritamos mais algumas vezes na mata, porém sem resposta. Telefonamos ao Bombeiro (a ligação foi direcionada a Caraguatatuga) e explicamos a situação. A pergunta que ele se limitou a perguntar era se eu e as pessoas que estavam comigo estavam bem. Indignado com a impossibilidade de alguem fazer algo, resolvemos vazar o quanto antes dali.

 

Do descampado ao trilho do trem, encontramos uma bifurcação que só acertamos pela atenção à trilha na ida, e marcas que havíamos feito de tempos em tempos na vinda. Ainda que você tente sempre ir olhando para trás na ida, deixará de ver vários detalhes, e se não conhecer de fato o lugar, o único jeito de saber que está no caminho é fazendo muitas marcas nele. CUIDADO

 

Nos trilhos do trem durante a volta ainda vimos um bando de 20 quatis comendo os grãos derrubados por trens na estrada. Detalhe que o milho que cai nas pedras da estrada brota, e os trilhos estão cheios d pés de milho. Há soja também, mas no geral ela só brota dentro dos túneis.

 

Ao chegar encontramos o carro intacto ainda estacionado na estação. Pegamos o carro e fomos embora pra São Paulo, mas não sem antes passar na Base da PM de Marsilac e explicar o que havia ocorrido, exatamente o local e horario dos gritos, e ver que nenhuma providencia seria tomada,a não ser que recebessem um relato de alguem desaparecido ali.

 

Deixei meu telefone e fiquei à disposição para ajudar nas eventuais buscas. Até hoje nada.

 

Queria compartilhar a experiência com vcs, por ser um lugar realmente maravilhoso e especial!

 

Mas que sejam bastante precavidos e sempre avisem alguem por SMS ou email qual o destino, hora de retorno prevista e eventuais providencias a serem tomadas em caso de desaparecimento. não estou pedindo a vocês para fazer um testamento, mas apenas uma medida que poderá ajudar a salvar suas vidas.

  • Amei! 1
  • Membros
Postado

Detalhe que só ao chegar em casa, descobri que a trilha saía antes do túnel 27 e não do 25, então mesmo que tivéssemos chegado ao Rio, não seria na Usina.

 

Abs

  • Colaboradores
Postado

Que situação hein meu bom !? Suçuarana, Suspeitos e gritos...

 

 

...mais que bom foi a prudência de vcs. Ñ foram averiguar, porém fizeram os devidos contatos com "autoridades responsáveis", e chehgaram a salvos.

Pena que não encontraram a cachu!!!

+ sorte na próxima vez.

  • 6 anos depois...
  • Membros
Postado

boa noite meus caros amigos que coisa  nossa. eu moro desde que nasci no bairro de interlagos proximo ao shopping e faz uns 20 anos que vou la na usina quando conheci la achei sozinho fui seguindo o som antes eu sempre acampava em baixo da primeira ponte amo aquele lugar e tenho historia de la para contar na primeira vez que cheguei na usina a ponte ainda erra inteira tinha construções la  e a casa de maquina ainda tinha muitas coisas. desde entao ja levei muita gente la e ate sozinho eu gosto de ir. la e top top conheco ate atalhos para la.

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