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Ausangate (Peru): Desafio à 5.000 metros


Suelih

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Tudo começou quando lí um relato de uma jovem sobre sua aventura pelo Nevado Ausangate. Depois que vi suas fotos e li o texto muito bem descrito me apaixonei instantaneamente pela montanha.

Mas como não tenho perfil de trilheira, tenho 56 anos e no máximo faço caminhada ao redor do parque vizinho á minha casa, logo concluí: esta montanha não é para mim...

Sim, já fiz algumas trilhas como o Lago de Los Tres em El Chaltén e fiz também a Base das Torres em Torres del Paine e algumas outras trilhas. Mas eram só. Quando era mais jovem fiz várias trilhas mas nunca em altitude. Meu curriculum estava meio pobre neste quesito. Assim, Ausangate permaneceu distante por 2 anos, até que...

Com muito esforço, com falta de ar e frio implacável eu em companhia de meu filho concluímos a espetacular trilha de 60 km em 5 dias! Entre altitudes de 4.000m a máxima de 5.150m a trilha circunda totalmente o Nevado Ausangate (6.372m), uma das cinco maiores montanhas do Peru. (A mais alta é o Nevado Huascarán com 6.768m na Cordilhera Blanca).

 

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Antes de me embrenhar numa aventura desse porte, pesquisei muito, lí vários relatos na internet e estudei bastante sobre o trajeto da trilha e suas dificuldades para não ter surpresas. Me armei de muita coragem e fui com o espírito de aventura, mas sem nóia: veja bem, se no meio da trilha eu não aguentasse o tranco ou ocorresse algum problema eu seria humilde o suficiente para desistir da empreitada e voltar para trás. Segurança em primeiro lugar! Fui com essa intenção mas com pensamento muito positivo achando sempre que tudo iria dar certo!

 

Comprei nossas passagens pela promoção da Avianca/Taca e aterrizamos em Cusco no dia 23 de setembro/14.

 

Após quatro dias de aclimatação (fazendo passeios pelas ruínas de Cusco e visitando Machu Pichu, que meu filho ainda não conhecia) seguimos de ônibus regular Cusco/Tinki junto com o guia Guilhermo e o cozinheiro Felipe que mora em Tinki mas havia ido a Cusco para a compra dos suprimentos para a trilha.

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Primeiro dia

Chegamos a Tinki (3.900m) com chuva e granizo após 3:30h de viagem passando por povoados bem típicos e já avistando os nevados de longe.

Neste dia dormimos na casa de Felipe já a 4.000m. Eu preferi fazer a trilha em 6 dias para melhor aclimatação á altitude. Mesmo assim senti muita falta de ar e palpitações durante a trilha, achei que ainda não estava muito bem aclimatada.

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Chegando em Upis

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Descanso após o almoço com cenário incrível.

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Segundo dia

 

Iniciamos a trilha com Guilhermo, Felipe o cozinheiro e Irma a filha de Felipe como arriero, duas mulas de apoio (para carregar as tralhas) e um cavalo extra para montaria **caso precisasse! ( eu o montei todos os dias! heheheh.)

Início suave, sempre com a vista da face norte de Ausangate, magníficamente branco... Alpacas pastando, lagos, céu azul... Maravilha!

 

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Felipe seguiu á frente sempre num ritmo forte levando as mulas. Quando chegamos em Upis ele já estava terminando de preparar o almoço que consistia em arroz branco e picadinho de carne. Para beber tínhamos água fervida todos os dias.

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Todo final de tarde quando chegávamos ao local do acampamento, Felipe já estava lá com as barracas montadas e a janta quase pronta. Mordomia? Não. Para mim foi necessidade mesmo. Eu com meu porte físico e com minha idade jamais iria aguentar com as cargueiras, com os mantimentos e tudo mais, caminhar e ainda preparar minha própria comida.... Era assim ou essa aventura não teria saído do papel....

O que mais me atrapalhou foi realmente a altitude. Quatro dias em Cusco foram pouco para me aclimatar... Meu filho estava bem, não sentiu tanto quanto eu, apenas sentia falta de ar, mas nada de palpitações. Eu senti dor de cabeça todos os dias. Tomei Neosaldina 2 vezes/dia e ficava muito bem. Foi muito eficiente para mim. Mas a falta de ar me tirava as poucas forças que me restavam ao final de uma subida... Cavalo por favor....!

Neste dia andamos muito (e qual dia não!) depois de passar por geleiras, lagos azuis, pedreiras, subidas e descidas e depois mais subidas.... atingimos o Arapa Pass (4.850m). Aqui, um pequeno ritual para agradecer ao Apu pela passagem do dia.

Quase chegando aos 4.800m

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Arapa Pass

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Nosso acampamento neste dia foi aos pés de uma geleira enorme e ao lado de um lago grande. O cenário era tão lindo quanto gelado. Estava com muito frio nesta noite e talvez por causa dos pés frios e falta de ar não conseguia dormir. Fiquei com muita palpitação no peito e então Guilhermo me trouxe oxigenio portátil e garrafa de água quente para esquentar meus pés. Luís meu filho também estava com muito frio e as garrafas o ajudaram muito. Consegui dormir depois de 3 shots de oxigenio e meus pés aquecidos. Luís também usou o O2.

Choveu durante a noite e com isso aumentou muito o frio. Estávamos a 4.400m. Durante a noite escutávamos as geleiras se rompendo num estrondo parecendo um trovão...

Acampamento 2o.dia

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Terceiro dia

 

Amanheceu um dia nublado e frio.

Lembrei da noite anterior, a falta de ar, as palpitações, pensei até que ia morrer aqui mesmo... Lembrei também que disse a mim mesma que essa seria a última trilha em altitude que faria....

Enfim, dia novo, novo desafio! E eu acordei bem disposta!

Depois de um café da manhã com panquecas e doce de leite, enfiamos um punhado de folhas de coca na boca e iniciamos a caminhada do dia.

Passamos por vales imensos, subidas, descidas, mais alpacas, geleiras...

Olha só: subimos todo esse vale vindos lá do canto direito, por de trás da curva!

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E aqui, descemos todo esse outro vale, imeeensoo...

Contornamos o lago maior e subimos ao Paso Palomani, que fica atrás dessa montanha á esquerda. Dá para imaginar a altura que fica o paso...

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Contornamos o grande lago então Guilhermo parou e apontou o cume que a gente deveria passar nesse dia. O Paso Palomani!

OMG! Olhei pra cima e estremeci! Uma montanha inteira pra subir...

Ahh! que sorte ter meu cavalinho... Eu te amo!

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Subimos, subimos, subi no cavalo, subimos mais...

Muito frio, caia um pouco de granizo/neve e o ar sumiu!! Coragem! Estamos quase na metade!

Enfim o Passo Palomani! Chegamos!

Meu filho disse que colocou as pernas no piloto automático e ia dando os passos um após o outro como um robot. O esforço era imenso nessa subida. Nessa hora os bastões de caminhada ajudam muito !

Revesei um pouco o cavalo com ele pois a coisa era muito extenuante mesmo.

Enfim, atingido o passo, nos abraçamos de felicidade e alegria...

O passo mais alto da trilha foi vencido (5.150m).

Chorei de emoção e de alegria. Mas até para chorar não tinha fôlego, me faltou o ar ... hahaha.

O Paso Palomani

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5.150 metros, é mole!?

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Selfie no paso

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Fizemos uma pequena oferenda a Apu Ausangate com folhas de coca. Agradecemos pela passagem e pedimos pelo sucesso da nossa caminhada. Tínhamos ainda 2 dias cheios pela frente.

Empilhamos umas pedras fazendo um pedido em silencio e então tiramos a foto clássica com todos juntos.

Desfrutei mais um pouco da vista dos dois lados do Paso e segui em frente. Agora só descida por um bom tempo.

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Agora descendo, descendo...

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Paramos para nosso almoço num aglomerado de 3 casas e um banheiro seco.

Nesta hora o sol estava bem quente então tirei a touca e deitei ao sol. Foi aí que comecei a sentir enjôo, vontade de vomitar. O efeito da altitude do passo Palomani estava me atingindo agora, pensei. Senti uma dor no estomago e vontade de vomitar, mas não tinha nada pra por pra fora.

Felipe nos chamou para almoçar mas eu não queria ir.

Expliquei o que sentia e os dois (Guilhermo e Felipe) chegaram á conclusão que eu tive um mal do vento porque tirei a touca e tomei um vento frio.

Disseram que íam preparar uma queima de folhas de coca e que a fumaça iria me curar. Eu estava muito enjoada aceitaria qualquer coisa que me dessem ...

Só sei que me enfumaçaram com açucar e folhas de coca queimados , quase me engasguei com o fumacê todo. Ainda por cima Guilhermo acendeu um cigarro fedorento e ficou soltando as baforadas em mim enquanto proferia coisas em quéchua. Abriu meu casaco e me enfumaçou toda. Não sei se isso funcionou ou não mas depois de um tempo eu melhorei completamente! Até arrisquei tomar uma sopa, dei apenas 3 colheradas e foi só. Mas estava leve (e defumada)! Luís já achava que teríamos que passar a noite nesse lugar... Mas incrívelmente eu estava boa! Dias mais tarde ele me contou que queimaram folhas de coca junto com bosta de cavalo . Hahahahahahaha. Felipe também me contou depois que se tivesse um álcool na hora seria mais eficiente. Faltou um Pisco Sour!

 

Prosseguimos a caminhada numa descida comprida, mais subidas e daí um outro passo a 4.800m. Estávamos um pouco atrasados nesse dia. Prosseguimos.

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Chegamos no terceiro acampamento já no final da tarde e haviam outras barracas montadas de outros grupos.

Entramos na barraca e tomamos nosso jantar lá mesmo.

Abastecemos nossas câmeras no Power bank, tomamos mais dois ou tres shots de Oxigenio e capotamos. Felipe, hoy no más té de coca... Zzzzzz.

 

Nossa parafernália

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Campamento do 3o.dia

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Acampamento de outros grupos. Uns iam no sentido contrário ao nosso. Outros estavam lá para escalar uma face do Ausangate.

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Quarto dia

 

Acordei com o barulho de outros trilheiros passando por nossa barraca. Estes saíram cedo.

Logo Guilhermo veio nos chamar para o desajuno. Buenos días!

 

Ritual diário com as folhas de coca

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Deixando o quarto acampamento. Guilhermo encontrou um velho conhecido.

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Após assoprar folhas de coca em homenagem ao Apu, pusemos as mochilas nas costas e começamos a caminhada.

Á frente um vale cortado por um riacho e mais atrás um nevado á direita. Á esquerda a face leste de Ausangate.

Nós iríamos passar pelo estreito caminho entre os dois. Pelo menos parecia estreito. E alto.

 

Olha o pampa e o vale que subimos

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Caminhamos por um pampa muito lindo cortado por riachos. Os riachos formavam uns lagos que estavam congelados. Muito lindo.

Riacho congelado

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Falta pouco para atingir o passo.

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O dia já estava muito bonito, com muito sol. Ao chegar lá em cima o tempo começou a fechar conforme subíamos mais perto das geleiras.

Atingimos um outro passo, este a mais ou menos 4.600m de altitude. Este passo estava muito perto da geleira. Era lindo demais!. Encontramos alguns grupos subindo nesse momento.

Já perto do Paso, apreciando a geleira.

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Agora sim, o paso

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A descida deste passo era bem íngreme e de pedras, a trilha era estreita e com um abismo profundo pelo lado direito onde ia dar no riozinho da geleira.

Mais um pouco á frente onde havia mais pedras grandes eu tropecei e caí em camera lenta como um saco de batatas ao chão. Não me machuquei nada, mas não conseguia me levantar e comecei a rir sozinha. É engraçado para rir não saia voz. Era falta de ar mesmo.

Lá em baixo dois lagos (Omercocha e Azulcocha). Acho que eram esses nomes. Eu sou muito ruim de decorar nomes...

O vale era muito lindo visto lá de cima, uma das vistas mais bonitas de vale da trilha toda.

 

Fomos descendo, descendo. Como ninguém estava com fome, Guilhermo propôs esticarmos a caminhada até Pacchanta para almoçar. Concordamos e então prosseguimos.

Passamos por algumas casas com moradores, assim, no meio do nada, apenas algumas crias de alpacas e ovelhas. Incrível como uma pessoa pode viver num lugar tão isolado e tão alto assim...

Luís fez amizade com uma garotinha e seus perros

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Continuamos sempre descendo mas de vez em quando uma subida aparecia. Lá do alto já avistamos o vilarejo com suas casinhas. Parecia perto mas não estava.

 

Essa esticada foi bem longa até chegar a Pacchanta, um vilarejo com pouco mais de uma dúzia de casas. Tinha até hostel e um ou dois mercadinhos.

Também em Pacchanta tem duas piscinas termais, uma de 35 graus e outra de 40! o que se torna um presente para os trilheiros que chegam cansados e sem banho há tantos dias.... O duro é tirar a roupa para entrar e depois sair no frio....

Mas valeu a pena!

Umas senhoras em trajes típicos aparecem vendendo refrigerantes e cervejas aos banhistas. Outras vendem artesanato. Sempre é bom comprar para ajudar a comunidade local. Eu faço questão de sempre levar alguma lembrancinha destes lugares tão remotos.

Pacchanta

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Gelo e vapor da piscina termal em Pachanta

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Nesta noite Guilhermo durante o jantar nos propôr duas opções de trilha para o dia seguinte. Uma delas era seguir direto para Tinki e encurtar a trilha em um dia. A outra seria seguir o traçado normal como havia combinado inicialmente e terminar a trilha em 6 dias. Esse trajeto passaria pela face norte de Ausangate e sairia perto de Upis, onde pernoitariamos.

Bem, já estava bem cansadinha de andar, vimos muitas , mas muiiitas paisagens lindas, geleiras e picos nevados maravilhosos, vales imensos e lindos.... acho que já estava de bom tamanho. Então optamos por seguir direto a Tinki no dia seguinte, assim terminar a trilha com um dia a menos.

 

Aproveitamos para agradecer a Felipe pelos serviços e demos uma boa propina a ele, embora tenha achado que ele poderia melhorar no preparo do alimento. No segundo dia tive um pouco de desarranjo e não tenho certeza se foi alimento mal higienizado ou a altitude que também pode causar desarranjo . Por sorte ficou só nisso. A última coisa que queremos ter é um piripiri á cinco mil metros de altitude!

 

Esta noite dormimos num hostal. Ebaaa, quatro paredes e cama! Pusemos o saco de dormir em cima das camas e dormimos dentro dele. E nem pense que tinha banho ou privada. Até tinha, mas seco.... Pelo menos tinha um tanque com torneira para lavar as mãos...

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Quinto dia

 

Acordei, olhei pela janela, um sol lindo! Uma alpaca filhote passou correndo em frente. Que fofa!

Lembrei então que eu tinha trazido na mochila uma lhama feita de lã comprada em Cusco e que eu apelidara de Mascota. Ela iria comigo por toda a trilha para me dar sorte e eu iria tirar foto com ela no Paso Palomani e no Arapas e em todos os lugares bonitos.

Pobre Mascota, ficou esquecida. Fui lembrar dela só hoje, no último dia da trilha!

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Tomamos nosso último desajuno, que aliás estava bem fraco neste dia. Acho que Felipe estava com pressa para chegar á sua casa. Pusemos as mochilas nas costas e pé na estrada.

Neste dia em Pacchanta iria acontecer uma festa da comunidade da região então cruzamos com várias pessoas vindo a pé, de moto e de carro. Sim, a partir daqui andávamos por uma estrada de terra que liga Pacchanta a Tinki.

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Caminhava e olhava para trás para dar nosso último adeus ao Ausangate, magnífico, imponente, todo vestido de branco. Maravilhoso.

Fiquei com uma sensação de felicidade e alívio por ter conseguido terminar a trilha sem grandes problemas, tanto de ordem climática ou de saúde. Não nevou nem ventou forte. Nem a chuva nos atrapalhou pois por sorte choveu só a noite. Apesar de passar por falta de ar e cansaço, eu já estava ciente disso, fui preparada para enfrentar. Se não tivesse o componemte ALTITUDE talvez teria conseguido caminhar bem melhor!

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Uma coisa ficou mais que arraigada em mim. Quase que estampada feito tatuagem: eu adoro montanhas! Eu adoro estar no meio dos vales cercados por montanhas, picos nevados , da imensidão a perder de vista... Eu me sinto tão viva e feliz vendo que neste mundo existem lugares tão incrivelmente belos e que estão lá, plácidos e silenciosos, só esperando que a gente vá conhecê-los para venerá-los, apreciá-los. E respeitá-los.

Obrigada Apu Ausangate por nos permitir essa maravilhosa caminhada e poder apreciar toda a sua beleza, 360 graus!

 

Nossa trilha em azul

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Em tempo:

 

Lembram quando escreví aí em cima que essa seria a última vez que faria trilha em altitude e tal....

Quando estava no vôo de volta Lima/S.Paulo, com escala em Bogotá (passagem promocional é isso aí), olha por cima de onde passamos: Nevado Huascarán em Huaráz!!

Ele tava ali em baixo, todo branco, me olhando, me convidando pra trilhar....

Já estou pensando na próxima!! hehehe

 

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